Ainda seguindo o estilo rústico de seu filme anterior, Blue Ruin, Jeremy Saulnier acrescenta uma aura de popularidade a Green Room, que faz de seu modesto terror um longa carismático. O elenco, recheado de atores famosos, faz acreditar que a superficialidade e docilidade seriam a tônica do argumento, evidentemente como um longo e interessante despiste.
The Ain’t Rights é uma banda de punk rock formada por jovens que tencionam apresentar uma rebeldia típica das poses de Sid Vicious e Joe Strummer, mas que na verdade escondem uma atitude ordeira, normativa e mantenedora do status quo. Após o fracasso de público da turnê, os rapazes decidem fazer um último show, em Oregon, “terreno” de nazistas e skinheads, que são brutalmente confrontados por eles já na primeira música que desautorizava o extremismo racista ideológico.
Curiosamente, a elevação de patamar em relação à quantidade de público faz a banda aproximar-se de atitudes mais extremas. O quinteto adentra em uma trama que resume finalmente o real chamado à aventura, resultando na construção inicial em um mcguffin, como visto no clássico Um Drink no Inferno, inclusive reprisando os bons momentos do filme de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino.
A desventura troca o gore comum e típico desse subgênero de filmes por outros aspectos escatológicos, evidenciando ambientes sujos, pouco iluminados, repletos de lodo e sangue, características que emulam o caráter dos antagonistas, que bolam um cerco para encobrir seus pecados.
O elenco de astros Anton Yelchin (Pat, o baixista e principal liderança entre os musicistas), Imogen Poots (Amber), Alia Shawkat, Joe Cole e Patrick Stewart serve basicamente para aumentar a simpatia pelo filme. Ainda que em posição agradável do ponto de vista dramatúrgico, o casting é bem subalterno em relação à trama anárquica, reféns de um acaso que suprime qualquer frieza e fúria assassina previamente estabelecida.
O lema comum ao punk rock, o Do It Yourself, é posto em prática de maneira violenta e extrema, se valendo de lâminas, improvisos e ameaças para ser executado. A guerra improvisada que se estabelece só se torna crível – apesar dos claros absurdos – graças à morte extremamente comum de seus personagens, os quais também são bastante comuns, exceção feita a Amber, que está lá exatamente para ser o contraponto seguro e frio das pessoas despreparadas, fúteis e desesperadas do grupo, evocando um possível passado misterioso e de natureza tão parecida quanto a do bando de Darcy (Stewart).
Green Room consegue apresentar muito, mesmo em pouco tempo de tela e de exposição de seus personagens, compensando com situações insanas bem urdidas e cenas excelentes, fruto da experiência de Saunier em retratar programas televisivos e reais, e com urgência tão grave quanto a obra cinematográfica exige.
Por favor, façam uma resenha do livro O Poder dos Quietos de Susan Cain.
Não conheço esse livro. Fale mais a respeito pra gente, quem sabe assim não nos animemos para ler 😉
http://www.saraiva.com.br/o-poder-dos-quietos-4055432.html
Ainda estou no começo da leitura deste llivro. Mas a leitura te prende com argumentos muito bem fundamentados e apresentados de uma forma bem peculiar. Apresentado por Max Gheringer na versão brasileira e recomendado por Oprah Winfrey.