Resgatando a história com o herói clássico ao lado da nova geração de personagens massa véio, cuja ideologia é ligada a uma escusa a moralidade e aos não-costumes. Após uma pequena introdução, que louva os poderes de seu protagonista, até a entrada dos créditos, com imagens da animação dos irmãos Fleischer até momentos do seriado capitaneado por Bruce Timm. O intuito era remeter à historiografia em desenho do Super-Homem.
Após assistir a si mesmo em um cartoon, Clark discute com sua cônjuge os rumos que toda aquela publicidade daria a sua figura. Uma breve batalha contra o Caveira Atômica faz o kryptoniano ter de lutar, mas ele o poupa, não o executando, mesmo com a morte de muitos e com milhões de danos à propriedade pública.
Em um outro lado da cidade, Manchester Black e seus asseclas chegam. O traço caricato destoa da seriedade do restante da fita, especialmente com as discussões a respeito do poderio do Superman e de sua responsabilidade com a humanidade. O norte do alienígena é de pouco (ou nada) interferir, de não bancar o júri e o juiz, de não se valer de suas habilidades para ser superior àqueles que são “comuns”. A opinião não é compartilhada pela Elite, cujo modus operandi é muito mais intervencionista. Superman assiste ao grupo lutando com um monstro-inseto, mas não a tempo de conseguir conversar com o líder do quarteto.
Black transparece uma honesta admiração pela figura do Azulão, apesar de apresentar traços de uma intensa arrogância. Manchester traja uma blusa com a bandeira da Grã-Bretanha, em uma versão debochada do uniforme do paladino, que também usa as cores de sua nação em seu corpo.
Superman impede Black de lobotomizar dois terroristas, e se surpreende ao contar o fato a Lois Lane, que o indaga sobre a necessidade de poupar os bandidos, uma vez que os mesmos poderiam repetir o feito. A reflexão inclui os métodos que o herói usa, assim como a ética e moral, enquanto a popularidade da recém intitulada ELITE somente cresce junto à opinião pública geral.
Há uma discussão bastante rasa a respeito do modo como os Estados Unidos tratam seus inimigos, de modo agressivo e intrusivo. De acordo com o pânico, parece ser natural achar que a segurança está no modo agressivo de lidar com os opositores hostis. A apelação para a execução dos bandidos é vazia, de argumentação fraca, baseada num sentimentalismo barato e muito forçado. O “novo tipo de herói” ganha cada vez apelo, e a alcunha de fracassado/ultrapassado pesando sobre os ombros do herdeiro de Krypton.
O fascismo do anti-herói britânico é causado por narcisismo não resolvido, em que o passado inclui até a execução de seu pai, ao seu bel-prazer, sem motivo algum além da vontade de seu primogênito. As ações da ELITE pioram ao exterminarem os líderes de dois países em guerra, e, por discordância, Superman acaba escolhendo um desafio.
Apesar do bom-mocismo e das cenas de atitude correta, o discurso do Super exala pieguismo, sem qualquer embate ideológico presente na história original. O que se vê é uma versão suavizada e pasteurizada do texto original, que pouco valida as escolhas do Superman. Munido de uma postura semelhante a de seu adversário, o herói torna-se um tornado azul, fazendo a justiça bem ao modo comum dos estadunidenses, cruzando a linha entre o mentiroso American Way of Life, agindo com a mesma truculência do governo dos EUA. Mas o revide era apenas um truque, neste momento, semelhante ao mostrado na revista. Algo parece ter se perdido na adaptação dos roteiros. O tom demasiado infantil enfraqueceu o plot principal, deixando o longa aquém da tradição da DC Comics em realizar bons filmes animados. A companhia dá cada vez mais mostras de orfandade nos seus cargos sem Bruce W. Timm e sua equipe, que conseguiam equilibrar escapismo e mensagens edificantes.
“que também usa as cores de sua nação em seu corpo.”
A bandeira dos EUA não tem amarelo.
As cores do Superman são primárias porque somente essas cores podiam ser impressas nos jornais na década de 30. Deveria pesquisar um pouco antes de escrever.
HEHEHEHEHEHEHEHEHEHEHEHHEHEHEHEHE.
As cores do uniforme são azul e vermelho, além dele ser caucasiano,portanto, as mesmas da bandeira.
A cor do interno do escudo é amarelo, e algumas vezes está no uniforme do personagem, outras vezes é preto. No caso do desenho, é amarelinho, que entre outras coisas, remete ao selo de independência, outro símbolo nacional dos USA.
Em muitos momentos da historiografia do personagem há menções a defesa do modo de vida americano, tanto nas hqs quanto em audiovisual.
Fique tranquilo King, é só tirar a areia da xoxota, não é preciso jogar todo o conhecimento a respeito de um herói em um texto só, até por ser este um filme bem fraco. Abs, e não esqueça de tirar a areia, macho.
Errado novamente
O Superman foi ganhando essa aura de defensor do modo de vida norte americano conforme a Segunda Guerra Mundial foi chegando.
Se você tivesse um pouco de curiosidade e vontade de não falar bobagens, leria as primeiras histórias do personagem editadas pela Abril. Nelas, não há menção alguma a modo de vida americano. Pelo contrário, o Superman tinha um viés socialista. Coisa que até o Grant Morrison reconheceu.
Ele foi ganhando essa aura de símbolo dos EUA com a chegada da Segunda Grande Guerra. Mas aí, todos os grandes personagens dos EUA entraram nessa dança, até o Batman, que sempre foi um heróis urbano.
Correção, pela Panini em Superman Crônicas
“Outra diferença é que a abordagem de Ziraldo dos quadrinhos respeita a sua forma original, a sua estética.
– “Os quadrinhos da era romântica usavam cores primárias, impressas nos jornais da época. Foi isso que criou a estética que Lichtenstein usou, a das retículas. Foi assim que fiz os quadros, dessa mesma forma” — diz o mineiro.”
Ziraldo sobre as tiras de jornais da década de 30
Sugiro que tire o suor de baixo de suas tetas, até pq neste mesmo site eu analisei Superman Crônicas: http://www.vortexcultural.com.br/quadrinhos-e-hqs/resenha-superman-cronicas-volume-1/, onde se apresentam as primeiras histórias de Shuster e Siegel. Era comum usar as roupas de artistas circenses como inspiração, as cores primárias obviamente influiram, mas as cores da bandeira tb. O amarelo era na verdade referência a fita dourada, preso ao pé da águia.
O discurso do personagem mudou de viés ainda na Era de Ouro, durante a segunda guerra que vc mesmo destacou ajuda a provar exatamente isso que falei, mas se você insiste em ignorar o óbvio, fique a vontade, sempre bom ver vocês batendo cabeça na tentativa de defender essas animações fracas, nada muda pelo simples fato de vc ter memória, e de relembrar o que Morrison fez na Action Comics dos novos 52.
Mais uma vez, o alarme de areia na xota prossegue tocando forte, King, de resto, espero que transe.
HEHEHEHHEHEHEHEHEHEHEHEHEH
Ou seja, o cara acha mais crível que os dois judeuzinhos pobres filhos de imigrantes fodidos, que criaram o personagem estavam preocupados com selo de independência do que o simples fato de que os jornais da época tinham mais facilidade em imprimir em cores primárias??
Risível
Eu gostei do desenho
E os problemas que você encontrou não fazem com que ele mereça apenas 1 estrela.
Só não gostei do traço, podiam ter usado o da própria HQ
Então, o fato da história ser fraca, suavizada se comparada ao original, o fato de Machester Black ter muito pouco carisma e do desenho também não ter ao menos emulado o traço de Doug Mahnke e Lee Bermejo.
Tudo isso influi na nota, e a faz ser baixa.
Eu adorei esse filme. Admito q ele é muito mau desenhado, se comparado a outros longas da DC/Warner. Sinto muita falta do Bruce Timm nessas horas. Por outro lado, o filme vale a pena ser visto por sua história. Eu discordei totalmente da sua visão política forçada – principalmente – na hora em q Superman cria todo aquele teatro para assustar o grupo de vilões arrogantes. Ele ali tava representando nada de truculência dos EUA, essa foi uma interpretação totalmente subjetiva sua, eu n vi nada disso. Eu só vi o Superman mostrando o qto ele é foda, mesmo no limite, ele se mostrou controlado. Tudo aquilo era para trazer um aprendizado n só ao grupo de vilões, mas tb a população de Metrópolis q já estava entorpecida pela pseudo-solução q os vilões estavam dando a criminalidade na cidade. Tanto é q os cidadãos se arrependeram por terem ficado a favor dos falsos-heróis em detrimento do Superman em si. Trocando aquilo q eles já conheciam, pelo duvidoso. E essa foi a parte mais foda do filme q eu achei, inclusive. O climax onde o Superman clássico consegue provar por a + b como seria possível ele continuar existindo nos tempos modernos de hj em dia. Q ele n está obsoleto, nem seu método. E faltou esse material valoroso e profundo no filme Man of Steel, q foi muito pobre, por sinal. Terminei de ver esse longa animado dizendo pra mim mesmo: “ESSE É O SUPERMAN!”
Então Ben, ai q tá o problema. Tb sinto saudades do Bruce Timm, também pq ele sabia equilibrar sutilezas com linguagem infantil.
A “truculência” não foi interpretação minha, na verdade é uma fala de Manchester Black.
A grande questão é q a hq trabalha essa questão de herói clássico contra anti-herói de modo mt mais profundo, mesmo com as poucas páginas. Não lembro se cheguei a citar, mas a época era da popularização de Authority, do Warren Ellis, revista que discutia a obsolescência de personagens paladinos como Super-Homem. Super x ELITE era o argumento pró-herói da DC, mas na animação tudo ficou muito pasteurizado, adaptado para uma platéia maior, menos acostumada a sutileza. Tirado o recheio, ficou só a gordura de fritura, daí, o patriotismo exacerbado.
Minha impressão é de que a rapaziada não julga as animações da DC pelo que são, e sim pelas revistas que as inspiraram, por isso gostam tanto.
Cavaleiro das Trevas do Miller é MUITO melhor que a animação em duas partes, até o Flashpoint do Geoff Johns é melhor que o Flashpoint Paradox,mas o pessoal teima em ter na memória a revistinha.
Se Superman x ELITE tivesse metade da mensagem da revista, seria um filme batutissimo, mas nem é o caso, sem falar no traço horroroso, que vc mesmo destacou.
“Ao desenhar um personagem tão espetacular, Shuster imaginou que as roupas usadas por acrobatas circenses, coladas ao corpo e com uma sunga sobre as calças, seriam futuristas e definiriam bem o corpo superdesenvolvido. Com a intenção de fazer o herói “pular” para fora das páginas dos jornais, o desenhista usou as cores primárias da impressão colorida (vermelho, azul, preto e amarelo) e acrescentou uma capa para expressar movimento e velocidade.”