Em uma breve sinopse, acompanharemos uma turma de jovens norte-americanos de um time de Baseball da Faculdade que juntos irão se aventurar em uma série de situações inusitadas regadas sempre de muita curtição.
Ouvindo/lendo assim, sobre essa ótica reducionista muitos devem pensar: “Nossa já assisti há filmes com essa temática diversas vezes! Onde então reside o trunfo que diferencia Jovens, Loucos e mais Rebeldes de tantos outros filmes que têm uma proposta parecida? Respondo – em seu autor, Richard Linklater.
É impressionante notar como o diretor consegue manter a excelência nessa continuação elevando a obra à um nível quase tão bom quanto o seu antecessor Jovens, Loucos e Rebeldes cultuada comédia de 1993.
Ambientado nos anos 80 o filme praticamente não peca e acerta em cheio em diversos aspectos. Com uma meticulosa produção, a obra faz uso de todos elementos possíveis para construir um retrato fidedigno da época, elementos notórios que vão desde penteados, figurinos, locações até uma ótima trilha sonora e que somadas conseguem construir uma atmosfera precisa, esmerada nos mínimos detalhes.
É interessante notar como a narrativa vai se desdobrando com uma desenvoltura deliciosa. Mesmo tendo o Baseball como ponto em comum, é admirável notar como a trama desenvolve bem suas personagens tão adversas.
Jake (Blake Jenner) é um novato que deslumbrado com o novo e na busca de se enturmar assume o papel do fio condutor que irá nos conectar com os demais; Finn (Glen Powell) busca conquistar o máximo possível de garotas, Raw Dog (Justin Street) é o inseguro jovem que precisa se firmar perante os colegas, McReynolds (Tyler Hoechlin) só pensa em vitórias, Willoughby (Wyatt Russell) vive quase o tempo todo no “mundo das nuvens” sendo em determinados momentos a peça ‘nonsense’ do bando.
O filme tem uma áurea despreocupada, porém se engana quem assim o encarar, já que justamente em sua simplicidade reside sua força. Linklater aqui nos prova mais uma vez a força de sua singular sensibilidade como autor, fugindo de histrionismos gratuitos, o diretor emprega muito dinamismo nesse seu novo trabalho nos tragando aos poucos para dentro da história, como alguém que puxa uma cadeira e nos convida à embarcar juntos em um papo divertido, que discorre de uma cadência agradabilíssima, fazendo com que a experiência deixe impregnado no espectador um gosto de “Quero mais”!
Dono de uma grande feeling o cineasta procura não ser expositivo em demasia justamente por conseguir fazer com que as personagens e situações se mostrem aos poucos para o público e fazer isso com tamanha sutileza sem deixar que nada passe desapercebido é algo raro, um dom de alguém muito inteligente que sabe exatamente como dar as cartas nos momentos certos.
Ao fim, como dito antes acima, a verdadeira sensação que fica é de que a resolução dos fatos (apesar de competente) nunca foi o enfoque principal, mas sim a jocosa aventura construída ao longo do percurso. Portanto Jovens, Loucos e mais Rebeldes é uma certeira pedida para quem busca diversão garantida.
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Texto de Autoria de Tiago Lopes.