A narrativa vampiresca criada por Steve Niles e Ben Templesmith prossegue na sequência 30 Dias de Noite: Dias Sombrios. Lançada um ano após 30 Dias de Noite, este novo volume retoma a trama 17 meses após a invasão de vampiros em Barrow, no Alaska. A ex-policial Stella Ouman ainda sofre a perda do marido e, disposta a se vingar do clã que promoveu o massacre na cidade, funda uma equipe especializada para combatê-los, partindo para Los Angeles a procura do líder vampiro.
A ambientação gráfico-narrativa se mantém com cenas apoiadas intensamente na impressão das cores, mas o efeito sombrio da primeira história, desenvolvida quase totalmente na escuridão, cede espaço para cenas claras e ensoladas de Los Angeles, ainda que não percam o contorno de uma sugestão impressionista quadro após quadro, fundamentalmente composto por traços sujos.
A personagem de Stella se torna o epicentro para tentar destruir os vampiros e denunciá-los ao mundo. Em um recurso metalinguístico, a história vista em 30 Dias de Noite se transforma na trama de um livro escrito pela policial como um relato vivido. Porém, a mídia e a população considera uma história de ficção, ainda descrentes da existência dos seres sugadores de sangue.
Focado em trazer ação ao leitor em vez de desenvolver uma longa investigação, os vampiros são revelados por Stella em uma armadilha, mostrando seu plano como caçadora de vampiros. Em paralelo, surge em cena um outro personagem vampiresco que contrabalanceia a visão bestial destes seres. Compartilhando algumas visões do grupo de vampiros, bem como a mística história de reviver um vampiro a partir de suas cinzas, a dupla forma uma improvável parceria em que Stella deixa de lado, momentaneamente, a lembrança do marido falecido.
Como na HQ anterior, o desenvolvimento do último ato é rápido em contraposição as outras partes da trama. A ação parece ter sido feita as pressas, fator que retira parte do impacto dos acontecimentos. Porém, aponta um futuro horizonte para a história da batalha entre vampiros e humanos. E o gancho da última cena demonstra que a narrativa não só se expande como desequilibrará o maniqueísmo entre vilões e mocinhos.