Em 1975, o gângster James “Whitey” Bulger controla quase todo o crime organizado no sul de Boston, liderando o chamado Winter Hill Gang. A trama, que adapta o livro de Dick Lehr e Gerard O’Neil, acompanha Bulger ao longo de três décadas, indo de criminoso comum a líder de um dos maiores grupos da máfia de Boston. Em paralelo, vemos sua colaboração com o amigo de infância e agente do FBI John Connoly (Joel Edgerton) e sua transformação em um informante superprotegido.
Por essa razão, Bulger foge da caricata figura que Johnny Depp construiu para si mesmo com o passar dos anos. Controlado, seguro e maduro, o ator se apresenta de forma nunca antes vista. E é nesse registro que ganha notabilidade, sempre sendo uma ameaça, um psicopata que não se importa com os meios, apenas com os fins.
A verídica história de como um gângster qualquer foi “promovido” a rei do crime de Boston pelo FBI é intrigante ao extremo, mas a falta de um melhor posicionamento narrativo é prejudicial. O filme parece, em todo o tempo, se deslumbrar mais com a figura de Bulger do que com as inúmeras críticas e comparações cabíveis dentro da história em relação à eterna política de intervenção dos EUA.
Mesmo com elenco bem afinado – embora mal aproveitado pelo foco no personagem de Bulger -, não fosse Depp mostrando que ainda tem muito a oferecer, Aliança do Crime seria apenas mais um filme genérico sobre a máfia, ignorado pela maior parte do público e rumando para o esquecimento, o que é incabível considerando o peso da história.
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Texto de autoria de Matheus Mota.
Agora fiquei no hype
Mas como dizia o Public Enemy ” Don’t believe the hype”