Qualquer cinéfilo ou entusiasta de filmes de ação é familiarizado com o incrível Operação França (The French Connection), obra do diretor William Friedkin e estrelado por Gene Hackman e detêm a considerada melhor perseguição de carro já feita na história do cinema. Em contraste, não são muitas pessoas que viram a sua sequência, Operação França 2 (The French Connection 2), em que o detetive interpretado por Hackman vai até a França achar a tal conexão do título original. Não é um grande filme se compara a obra original. Felizmente, encontramos agora décadas depois a obra Conexão Francesa, dirigida por Cedric Jimenez, estrelando ninguém menos que Jean Dujardin (conhecido mundialmente por seu trabalho em O Artista) – agindo como a contraparte francesa do personagem de Hackman.
Na trama, o magistrado Pierre Michel (Dujardin) é transferido para Marselha, onde descobre que seu maior desafio será desmembrar uma articulada quadrilha de traficantes de heroína na cidade dominada por Gartan Zampa (Gilles Lellouche).
É interessante ver como muitas das produções tentam resgatar alguns temas e a estética setentista, não só visualmente como em decupagem, pensem em O Agente da U.N.C.L.E. ou até mesmo em Argo. Não se trata de um filme policial como Atração Perigosa ou até mesmo Os Infiltrados, o filme é dinâmico mas respeita suas duas horas de duração de maneira que até o progresso dela segue um compasso que não soa de maneira alguma como os filmes de ação/policial costumeiros dos nosso tempos.
A trilha sonora também é quase um segundo personagem da trama, é difícil lembrar em mais de oito minutos que alguma cena da produção não tenha simplesmente alguma música de época e pouquíssimo uso de trilha incidental. Junte isso a maneira que praticamente todas as cenas ressaltam sempre uma paleta quase pastel com sombras barrocas belamente enquadradas e realmente o filme se torna uma bela mescla entre o gênero policial com a estética européia e também de uma escola de cinema passada com sutis maneirismos contemporâneos.
Conexão Francesa infelizmente não é recheado de ação como um filme desses geralmente é exigido pelo público nos dias de hoje, porém contrabalanceia esse fato com uma competente execução de história sem nenhum recurso batido, como repetitivas narrações progredindo a trama ou os clássicos exageros de vilões perdendo o controle sempre que a situação não sai de acordo com o planejado. Esse filme poderia facilmente ser vendido num box com as outras duas produções que tem Hackman como protagonista.
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Texto de autoria de Halan Everson.