Estreia na direção da dupla Luiz González e Andrea Gómez, o documentário Cozinhando o melhor do mundo: El Celler de Can Roca investiga a tradição do restaurante famoso El Celler de Can Roca, acompanhando a família que dá nome ao estabelecimento, em busca de novos sabores, aproveitando o hiato do local para reciclar todas as suas ideias de combinações gastronômicas.
A tour mundial engloba os parentes Joan, Jordi e Josep, começando pela Espanha e pelo País Basco, onde iguarias das mais incomuns são provadas por si, inclusive de animais vivos, como o peculiar gosto de formigas cultivadoras de mel, que tem seu sabor retirado da parte de trás. Obviamente, é curioso e de abrir o apetite acompanhar todo o processo de “mineração” dos cozinheiros, em busca de possibilidades de novas misturas, mas o formato do filme é demasiado tradicional, se assemelhando demais aos medianos programas televisivos da History Channel e Discovery.
A cada visita há uma apresentação de alguma tradição local, mas sem aprofundamento, e sem acréscimo de importância para o causo filmado. O restaurante catalão passa a aumentar seu escopo de sabores, mas o filme em si não passa de um exercício de vaidade e de louvor ao seu próprio micro universo.
Não há qualquer menção de autoria por parte dos realizadores, parecendo até um mero produto de propaganda, caindo em questões complicadas como redundância de material e repetição enfadonha, em uma ideia que caberia perfeitamente em um curta-metragem, e não em um formato de quase noventa minutos que basicamente tem um tom e uma fala, sobre o esmeros dos chefs e empresário em tornar sua marca em algo maior do que ela já é. Cozinhando o Melhor do Mundo causa fome em seus espectadores, mas não provoca qualquer simpatia pelos personagens humanos da trama.