Tag: Call of Juarez

  • Review | Call of Juarez: Gunslinger

    Review | Call of Juarez: Gunslinger

    Em 2007, a Techland inaugurou a excelente franquia Call of Juarez, trazendo um novo fôlego ao western nos jogos. Dois anos depois, tivemos a fantástica sequência, Call of Juarez: Bound in Blood, que melhorou vários problemas do primeiro jogo e trouxe o prequel da história de Ray Mccall. Em 2011, The Cartel trouxe a franquia aos tempos atuais, tentando fazer uma atmosfera de “faroeste moderno”, mas o jogo não foi muito bem recebido pelo público e pela crítica.

    Voltando às origens, Gunslinger traz um ar menos sério, explorando as façanhas quase sobrenaturais dos pistoleiros do Velho Oeste. O jogador é Silas Greeves, um velho maltrapilho que chega a um bar, pede uma bebida e começa a contar sua história.

    O grande barato é a construção das fases. O jogo vai acontecendo enquanto Silas narra a própria história. Em meio ao tiroteio, podemos ouvir Silas narrando e conversando com as pessoas do bar. Às vezes, Silas é questionado sobre algum detalhe da história, e com isso ele muda sua versão, alterando o próprio cenário e inimigos do jogo. Um recurso muito interessante e divertido.

    Aliás, o protagonista esbanja carisma e possui uma dublagem excelente. Silas é o clássico caçador de recompensas solitário em busca de vingança, rodeado de grandes feitos envolvendo Billy the Kid e Jesse James. A trama parece uma grande história de pescador onde Silas é um verdadeiro exército-de-um-homem-só, e isso torna o jogo ainda mais divertido. Tudo é bem construído, resultando em dois finais diferentes.

    A parte gráfica é muito bonita, com ambientação bacana e cores vivas. A estética em cell-shadding ajuda na atmosfera caricatural do jogo, mas tenta manter um pé na realidade sem chegar ao nível cartunesco da franquia Borderlands.

    Existe um sistema de experiência e level, permitindo adquirir diversas habilidades que auxiliará Silas em sua jornada. O tiroteio é frenético com uma boa variedade de armas. Muitas vezes o jogador precisará atingir inimigos distantes, e só dependerá da boa visão e mira certeira, sem ajuda de aparatos tecnológicos modernos. Se a quantidade de inimigos estiver preocupante, ative o Modo Concentração para que tudo fique em slow motion, facilitando um pouco a carnificina.

    É claro que não poderiam faltar os grandes duelos, marca registrada dos westerns e da própria franquia Call of Juarez. Mas, sinceramente, seria melhor faltar. A mecânica dos duelos é interessante, porém testa a paciência do jogador. Você deve manter o foco no inimigo ao mesmo tempo que se aproxima ou afasta sua mão da arma, gerando um percentual de rapidez no saque e pontaria. É um tanto confuso manter os percentuais em níveis que garantam a vitória, o que pode gerar certa frustração. Os duelos no Bound in Blood eram mais simples, apesar de não serem as partes mais divertidas. Pelo menos a Techland tentou inovar, o que já merece créditos.

    O Modo História é curto, mas suficiente para fechar uma boa narrativa com reviravoltas bem inusitadas. É possível continuar o tiroteio em outros modos de jogo, mas infelizmente não existe um multiplayer, algo que diminui drasticamente a vida útil de Gunslinger. De uma forma geral, é um jogo despretensioso que merece atenção daqueles que gostam de FPS e, principalmente, do western repleto de clichês. Disponível para Xbox 360, Playstation 3 e PC.

  • Review | Call of Juarez: Bound in Blood

    Review | Call of Juarez: Bound in Blood

    Call of Juarez: Bound in Blood é um jogo desenvolvido pela Techland, publicado pela Ubisoft em 2009 para PC, Xbox 360 e PlayStation 3. O game é um FPS (First Person Shooter) ambientado no velho-oeste e com todas as características possíveis de um bom western e vem como um prequel ao Call of Juarez, lançado em 2007.

    O enredo do jogo se inicia no meio da Guerra de Recessão com os personagens lutando a favor da Confederação (o Norte), tendo como protagonistas os irmãos Ray Mccall e Thomas Mccall, dois militares nortistas que se veem obrigados a desertar o exército em prol de sua família que estava ameaçada de morte, já que os Sulistas se aproximam de onde eles moram, e por onde passam, deixam um rastro de pilhagem e sangue. Com o decorrer da história, um terceiro irmão se junta a aventura, William Mccall (o narrador da história), um jovem pastor que fica te seguindo o restante do jogo, propondo uma visão completamente oposta dos dois irmãos, principalmente a de Ray, que tem um temperamento selvagem e forte.

    Um dos pontos mais fortes do jogo é a história, senão o mais forte. Um enredo original, que te deixa intrigado para passar fases atrás de fases para ver o destino que terá cada um dos personagens apresentados. Digno de um western de Clint Eastwood, e falando nele, algumas falas no meio do jogo são citadas de alguns de seus filmes, além de tantas outras referências do cinema western.

    Quanto a jogabilidade, a Techland acertou em cheio nesse quesito, praticamente perfeita. Por exemplo, para se proteger dos projéteis que não param de serem disparados você pode se encostar em qualquer coisa que a cobertura vai funcionar perfeitamente, não é preciso ficar em uma posição exata ou apertar qualquer botão para isso acontecer. A única coisa que peca é a repetição das mesmas tarefas. E o principal deles, sem dúvida são os duelos.

    Talvez o que mais me incomodou no jogo foram os gráficos, não que sejam ruins, a Chrome Engine 4 faz seu papel, só que alguns erros incomodam bastante, como as feições dos personagens terciários que não se mexem e as sombras que em certos momentos deixam a desejar.

    A sonoridade é um dos melhores quesitos do jogo, com uma trilha sonora muito boa. As músicas fazem com que você entre no mundo western de fato. A dublagem muito bem feita é de ser elogiada e causar inveja em muitos outros jogos. Além de todos os efeitos sonoros que te deixam ambientados no que está sendo mostrado em tela.

    Infelizmente o Story Mode é curto, cerca de 6/7 horas de gameplay te  dá a possibilidade de concluir o jogo com tranquilidade, e a Inteligência Artificial é fraca praticamente o jogo inteiro, os inimigos nunca vão atrás de você, se você tomou um tiro, se esconda e pode fazer um cafézinho esperando a life ser recuperada que ninguém virá em seu encalço. Ainda assim, para quem curte um bom FPS com uma boa história, Call of Juarez não pode faltar na sua lista de jogos zerados.

    Texto de autoria de Felipe Vieira.