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  • Crítica | Caravana da Coragem 2: A Batalha de Endor

    Crítica | Caravana da Coragem 2: A Batalha de Endor

    Caravana da Coragem 2 A Batalha de Endor

    Com roteiro de Jim Wheat e Ken Wheat – também diretores – baseado no argumento de George Lucas, Caravana da Coragem – A Batalha de Endor começa um bocado diferente de seu antecessor, com a família Towani habitando ainda a lua, mas com substancial acréscimo de inteligência às criaturinhas peludas, inclusive partindo de Wicket (Warwick Davis) algumas palavras humanas – o que o faz entrar em evidente contradição com grande parte do enredo de O Retorno de Jedi – ao conversar com Cindel (Aubree Miller). Logo a paz do clã é cortada pela invasão dos Marauders, criaturas humanoides com máscaras horrendas que tentam em vão assustar as criancinhas da plateia.

    O ataque engendrado visa roubar equipamentos da nave de “fuga” da família, em conserto desde o primeiro filme. O primitivismo dos opositores é tão grande que mesmo eles tendo acesso a armas laser, não sabem como utilizar os motores de uma máquina voadora. Ainda assim, os comandados do Rei Terak (Carel Struyken) e a “licantropa” – que na verdade transmuta-se em ave – Bruxa Xaral (Siân Phillips) conseguem capturar todos os membros da família, exceto Cindel, que parte com Wicket em fuga.

    Após se deparar com Noa e Teek, um senhor de idade e um bichinho super veloz, executados por Wilford Brimley e Niki Botelho respectivamente, os dois acabam abrigados por um tempo, mesmo com toda ranzinzice do primeiro, que repentinamente deixa de ser um ancião crítico para se tornar super protetor com uma menina que sequer havia visto anteriormente.

    Apesar de terem suas aparições odiadas por grande parte dos fãs, os ewoks são criaturas que pretensamente fazem parte do escopo sério de situações ligadas a Star Wars, e tanto Caravana da Coragem quanto esta continuação, sofrem com erros grosseiros de cronologia, contendo contato entre humanos e ewoks pré-batalha da 2ª Estrela da Morte, com situações tão grotescas e risíveis que se tornam mais parecidas com possibilidades de realidade alternativa.

    A Batalha de Endor consegue ser pior em relação ao seu antecessor, exatamente pelos méritos que tenta sem sucesso alcançar. A seriedade não alcançada, através da organização maior do roteiro, faz rir de tão mal feita que ela se torna. Os Marauder, que deveriam ser opositores minimamente formidáveis, parecem versões diminutas de Zorak, o gigante que maltratou os meninos anteriormente, e mesmo seu rei é fraco para um ancião.

    Até referências visuais a O Poderoso Chefão o filme se presta a fazer, claro, banalizando a cena final entre Michael e sua esposa. O texto, que deveria ser mais explícito, é confuso e não sabe onde se posicionar em relação à sobrevivência da família Towani, deixando o decorrer dos fatos em suspenso e ocasionando uma cruel orfandade de Cindel que não se justifica em momento nenhum da trama, já que não há peso ou receio por parte da pequena, tampouco há necessidade da situação ocorrer em uma história tipicamente infantil. O argumento é repleto de coincidências que não conseguem fazer o tom ficar nem sombrio, nem grave. Surpreende que os irmãos Wheat conseguissem anos mais tarde dar vazão a Eclipse Mortal e toda a saga de Riddick, tão diferentes em qualidade deste produto que mal servem como despiste da atenção do público infantil, tal a qualidade mambembe de seu produto final.

    Caravana da Coragem 2: A Batalha de Endor consegue mostrar personagens ainda mais irreais e oportunistas que seu antecessor, fazendo se perguntar qual seria o alvo ideal do público-alvo, já que não consegue ser nem uma diversão descompromissada e nem algo mais emocionalmente devastador, sendo pífio em ambos os aspectos.

  • Crítica | Caravana da Coragem: Uma Aventura Ewok

    Crítica | Caravana da Coragem: Uma Aventura Ewok

    Cavana da Coragem 1

    Lançado um ano após o ultimo filme da franquia lucrativa de George Lucas, O Retorno de Jedi, John Corty, mesmo realizador de Unidos no Silêncio e outros tantos romances, se vale de suas experiência no departamento de animação de Vila Sésamo, para orquestrar o spin off localizado na lua de Endor, e protagonizado pelas doces criaturas que eram os ewoks.

    Os elementos humanos em Caravana da Coragem – Uma Aventura Ewok é representado através dos irmãos Mace (Eric Walker) e Cindel (Aubree Miller), os filhos da família Towani, clã que se perdeu ao aterrissar no planetóide, cujo destino se bifurcou terrivelmente, com os pais sendo caçados por Gorax, um temível monstro gigante. O contraponto alienígena é exibido através de Deej (Daniel Freeshman), Shodu (Pam Grizz) e outros ewoks, que junto aos meninos, superam as desconfianças, apoiando-se mutuamente.

    Caravana possui revelações “bombásticas”, começando por uma narração desnecessária de Burl Ives, o que já denota o caráter infantilóide do roteiro de Bob Carrau, baseado no argumento de (pasmem) George Lucas. Outro fator curioso, é a presença de animais do campo, semelhantes aos da Terra, como cavalos, galinhas e outros bichos da fazenda, habitando a Endor nos mesmos moldes  dos sítios terráqueos.

    A nave em que os Towani chegaram lembra muito o aspecto das Y e X-Wings utilizadas pelos rebeldes, bem como a roupa de Mace faz lembrar os uniformes dos revoltosos, aspectos que seriam boas curiosidades, não fossem as criaduras que fazem os opositores serem tão toscas, feitas com uma qualidade inferior a do Rancor que vivia no subterrâneo do Palácio de Jabba, cuja movimentação em Stop Motion passa longe de ser tão bem orquestrada quanto os efeitos da Industrial Light and Magic.

    Falta liga, motivação e urgência na trama mostrada neste primeiro Caravana da Coragem, filme que permeou as tardes da infãncia de muita gente nos anos noventa e oitenta, sendo este o principal argumento pró filme, vazio de significado além da nostalgia infundada. Nem humanos e nem alienígenas causam empatia no público, ao contrário do visto nos três filme anteriores. Mesmo o opositor pouco assusta, assemelhando Gorax a uma versão do Predador com cabelos lisos ao invés de rastafari.

    A história que se passa entre Império Contra Ataca e o episódio 6, contém uma figura ilustre: Wicket, o ewok que ajudou Leia quando esta caiu em Endor, vivido também por Warwick Davis, o mesmo que protagonizaria Willow, na Terra da Magia. Curiosamente, alguns elementos fantasiosos são mostrados nesta fita, como um misterioso lago que consome e prende as criaturas que nele caem, assim como criaturas cintilantes, semelhantes as fadas de Peter Pan. Guerra nas Estrelas possuía toda uma aura de fábula, travestida de space opera, mas o tom funcionava, ao contrário desta desventura.

    O telefilme ganhou prêmios por seus efeitos especiais, apesar de seu nível fraco em comparação com os outros produtos da Lucasfilms, gerando inclusive sequências e motivando um desenho animado em série com os ditos ursinhos, mas seu resultado final é uma aventura que tenta usar o mesmo escapismo que funcionou anteriormente, mas sob uma ótica imatura, que não consegue se igualar em qualidade nem as fitas mais pobres de sua época.