Tag: Frozen

  • Crítica | Frozen 2

    Crítica | Frozen 2

    Frozen – Uma Aventura  Congelante foi um um sucesso tão estrondoso que a Disney resolveu em animações seguir na esteira do que já vinha fazendo com a Pixar, lançando uma continuação para o cinema, ao invés de mandar para o mercado de home vídeo. Frozen 2 estrearia mais de meia década depois, e seu começo mostra um flashback, onde o rei e a rainha pais de Elsa e Anna contando as duas irmãs uma historia sobre uma floresta encantada pelo pai, ainda pequeno, e esse conto mostra não só um momento de nostalgia, mas também de lamento, em um conflito estranho entre os povos.

    A variação de tempo é grande, no presente, 34 anos após este prólogo, Elsa ouve um som estranho, que varia entre o chamado sagrado que reside até em crenças religiosas reais, e um canto sedutor semelhante ao das sereias em alto mar. A direção deste “uivo” vem da floresta mostrada anteriormente, e após uma ação da natureza, o grupo de aventureiros vai naquela direção, mostrando que a monotonia não seria o norte dos personagens.

    Os diretores Chris Buck e Jennifer Lee retornam para este capitulo, que inverte toda a lógica temporal, se situando na estação do Outono e não no Inverno como normalmente se esperaria. Este novo cenário ressalta um aspecto que já vinha sendo um sucesso no primeiro filme, que é a participação do boneco de neve Olaf. O personagem que só permanece vivo graças a magia da protagonista real  é ainda mais engraçado e brilhante, um alívio cômico que monopoliza a inteligência e as discussões mais filosóficas, sendo ele o catalisador das temáticas mais adultas.

    A trajetória de Elsa é bem voltada para lógica da Jornada do Herói que Joseph Campbell pregava em seu livro O Herói de Mil Faces, e a etapa mais destacável emocionalmente falando é a da recusa ao chamado, e a tragédia que poderia volta a acometer as  duas irmãs. Mesmo tendo evoluído, Elsa continua muito humana, muito receosa em cometer falhas e em deixar os seus em perigo e o retorno a essa temática não soa como um retrocesso narrativo, e sim como uma madura abordagem a recaídas tão comuns ao cotidiano de pessoas reais, que se vêem vacilantes e com medo de cometer sempre os mesmos erros primários.

    Os números musicais são bons, fazem lembrar os clipes de bandas de sucesso dos anos 90, como as  Boy Bands como Backstreet Boys e N’Sync, ou o rock de letras mais melosas como os de Jon Bon Jovi. A animação é bastante bonita, os personagens novos e antigos tem os traços muito bem delineados, os cenários grandiosos e naturais reiteram o caráter épico da  aventura e tornam a historia de conciliação e de resgate as origens em algo grandioso e agregador.

    Fronze 2 tem coragem para lidar com perdas irreparáveis, tem um humor rasgado e um sentimentalismo direto e hilariante. A versão que Fábio Porchat faz de Olaf rouba a cena a quase todo momento, mas esse passa longe de ser apenas mais um filme onde o personagem mais engraçado é o único fator diferencial, uma vez que essa é uma historia muito preocupada em incluir e em fazer seu publico alvo infantil refletir sobre as diferenças e sobre a não necessidade de seguir um destino pré programado.

    Facebook – Página e Grupo | TwitterInstagram | Spotify.

  • Crítica | Frozen: Uma Aventura Congelante

    Crítica | Frozen: Uma Aventura Congelante

    frozen

    Baseado (levemente) no conto Snow Queen do bicentenário escritor dinamarquês Hans Christian Andersen – que escrevera outros muitos clássicos como O Patinho Feio, A Polegarzinha, A Roupa Nova do Rei e A Pequena SereiaFrozen Uma Aventura Congelante é mais um exemplar da retomada que a Disney fez com seus filmes de princesa, mas têm um algo a mais na fórmula já um tanto batida, pois seu roteiro leva os temas subalternos a diversão infantil um pouco mais a sério do que os seus primos.

    A história mostra uma dupla de irmãs, Elsa e Anna, que são muito amigas. A mais velha tem poderes elementais do gelo, o que faz com que a caçula se divirta horrores, até que em determinado momento, um descuido faz com que Anna se fira, e a futura rainha se afasta da própria irmã, temendo machucá-la ainda mais. Isso obviamente gera na moça uma carência pela falta de sua melhor amiga, agravada ainda mais pela solidão, Anna cresce – a partir daí é dublada por Kristen Bell – torna-se ingênua nas tratativas com as pessoas e necessita de contatos sociais, mas mesmo com a solidão que vivera, permanece otimista e propensa a resgatar a boa relação com Elsa, que por sua vez, torna-se mais e mais introspectiva e temerosa de mostrar suas habilidades.

    O receio de ser encarada como uma aberração – ou algo ainda pior – motiva Elsa a querer encurtar a cerimônia de sua coroação, mais uma vez mostrando seu temor em expor seus poderes. Com o decorrer dos fatos seu receio mostra-se correto, pois ao menor sinal de demonstração da sua mágica ela é inquirida como uma bruxa na Idade Média, um dos personagens (o mais patético visualmente, o Duke de Weselton) aponta o dedo em riste e é seguido por uma multidão que mal pensa, ignora a sua própria rainha em nome de um medo infundado. A perseguição impingida a nobre a faz se afastar de seu “mundo” mas também a faz experimentar a liberdade pela primeira vez em muito tempo, seu grito libertário é tocante.

    Como os clássicos Disney, este possui muitos números musicais, e qual não é a surpresa em perceber que estes são muito bem feitos, especialmente quando Elsa canta, interpretada pela atriz Indina Menzel de Rent e Glee. A atriz, com ótima voz e um excessivo carisma, consegue prender a atenção do público, mesmo quando ainda não tem o alívio cômico.

    A superfície gelada e os cristais de gelo fazem com que os efeitos especiais valham muito a pena, seu emprego não é exagerado, acrescenta muito a trama. A cadência e o ritmo são bem executados pelos diretores Chris Buck e Jennifer Lee. Os cenários, alvos, são grandiosos e muito belos. A escolha da paleta de cores é muitíssima acertada e a edição de som é competentíssima, se destacando e muito da maioria das animações.

    O diferencial de Frozen em comparação com o resto da patuleia é o seu tom, apesar de ser um filme infantil, ele traz uma mensagem digerível para o público adulto dando menos atenção a piadinhas de cunho mongoloide ao mesmo tempo em que desenvolve uma história que realmente prende a atenção de um observador mais seletivo, sem é claro descuidar dos infantes, o real público alvo da produção, mostrando imagens extremamente coloridas, personagens carismáticos e com um desfecho interessante para quem gosta do gênero. Não à toa é lembrada como uma das melhores, se não a melhor animação de 2013.