Resenha | Super Popeye
Presente na lista do TV Guide que elegeu os 50 Melhores Personagens de Desenhos Animados de Todos os Tempos, o marinheiro Popeye foi uma presença constante na vida daquelas que nasceram na década de 80 e nas anteriores. Criado por Elzie Crisier Segar em 1929 como um personagem coadjuvante na tira Thible Theatle, aos poucos, o marinheiro ganhou popularidade e se tornou a estrela principal do autor. A partir de uma série de curtas metragens inspirados em suas tiras, Popeye se consagrou como um icônico personagem.
Conhecido como um super-herói antes do tempo, devido ao espinafre que lhe dá superforça, o público atual pouco conhece suas aventuras. As últimas animações lançadas foram no final de 1988. Salvo alguma reprise televisiva e o resgate em algum canal televisivo ou no YouTube, há informações de que a Sony desenvolve um longa-metragem animado com o marujo desde 2010.
Por outro lado, nos quadrinhos, a personagem ganhou uma nova série recente pela IDW, seguindo a tônica de outros personagens clássicos como O Sombra ou The Spirit que foram revisitados por outros autores, mesmo sem o sucesso de outrora. Lançado no país pela Pixel Media, Super Popeye reúne as cinco primeiras histórias dessa nova versão produzida pela IDW e lançada em 2012.
Ao contrário de muitas novas versões que intendam dar uma nova roupagem para a personagem, os roteiros de Roger Langridge são propositadamente nostálgicos, apoiando-se nos elementos clássicos e, a partir deles, narrando novas histórias. Como um misto de humor non sense, as tramas apresentam situações pontuais que se expandem para absurdos engraçados enquanto apresentam o panteão de personagens conhecidos como a namorada Olivia Palito, o inimigo Blutus, bem como o fanático por hambúrgueres, Dudu.
Como personagem, Popeye representa o clássico homem bruto de bom coração. Embora seja um sujeito simples, tem um carater sólido ainda que, as vezes, o lado correto se revele pela força dos próprios punhos. Aliado a um discurso sobre a importância da boa alimentação, principalmente a dos vegetais, o espinafre se tornou um aliado sempre constante nas tramas, garantindo na época do lançamento do marinheiro uma alta nas vendas de espinafre e que hoje se mantém como um de suas características fundamentais.
Diante de uma personalidade bem definida e carismática, cada história desenvolve um humor de situação, sempre com inimigos que desejam ou destruí-lo ou algo que prejudique outros e seus fieis amigos que mais atrapalham do que ajudam. O humor em cena é bem desenvolvido, natural diante do universo de personagens, sem que a leitura soe como datada ou como uma homenagem pontual.
Ainda que a edição tenha a intenção de conquistar um novo público, são os leitores antigos que devem se divertir mais ainda com a leitura, recordando-se de um grande personagem de sua infância. A Pixel fez um bom trabalhado nesta edição composta em papel brilhante e acrescida de uma pequena introdução sobre a personagem, bem como uma explicação do porquê o famoso inimigo de Popeye se chama Bluto e não Brutus como ficou conhecido no desenho. Há erros pontuais em algumas cenas, com as falas de alguns personagens mal diagramadas no balão, nada que atrapalhe a leitura, porém. Infelizmente, este compilado foi o único número lançado dessa nova fase. O número dois foi dedicado ao Popeye Clássico.
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