Tag: JM Ken Niimura

  • Crítica | Eu Mato Gigantes

    Crítica | Eu Mato Gigantes

    Eu Mato Gigantes é um filme baseado na história em quadrinhos roteirizada por Joe Kelly (X-Men, Deadpool, Liga da Justiça) e desenhada por JM Ken Niimura (Homem-Aranha, Academia Gotham). Um ponto interessante é que o próprio Kelly também roteirizou o filme e teve coragem de mudar alguns elementos em prol da adaptação.

    A história gira em torno da jovem Barbara, antissocial e viciada em RPG. A protagonista vive em seu mundinho de fantasia para manter um mínimo de contato com as pessoas. A garota se imagina em uma espécie de aventura onde precisa matar gigantes. Tudo fruto de sua imaginação. Ou não?

    Madison Wolfe atua muito bem e conseguiu transpor a personalidade difícil da personagem. Os conflitos internos da garota, mesclado às atitudes aparentemente arrogantes, escondem na verdade uma grande fraqueza em lidar com a realidade. A pequena Wolfe impressiona, é um dos pontos mais positivos do filme. Zoe Saldana também faz um bom trabalho sendo a psicóloga da escola, e tenta ajudar Barbara nessa “caça aos gigantes”, sendo um bom elo entre o mundo real e o mundo de fantasia imaginado pela protagonista.

    Existem outras atuações de qualidade, por exemplo as jovens Sydney Wade e Rory Jackson, que fazem respectivamente a amiga de Barbara, Sophie, e a valentona da escola, Taylor. Imogen Poots vivencia a irmã de Barbara, Karen, e provavelmente será a personagem que os adultos mais irão se identificar, vez que cuida sozinha da família, faz o maior esforço possível, porém não recebe o devido valor dos irmãos mais novos.

    Joe Kelly tomou uma decisão acertada e mudou a abordagem dos elementos fantásticos em relação à sua obra nos quadrinhos. Tal mudança foi benéfica e trouxe uma atmosfera um pouco diferente, e mais, deixou o filme com cara própria ao invés de ser uma simples reprodução quadro a quadro. Os efeitos visuais, em sua maioria, são competentes. O ponto fraco está nas cenas de ação, mais especificamente aquelas que envolvem lutas. Faltou um pouco mais de cuidado nesses momentos.

    Em termos de adaptação, o filme teve um ótimo resultado. A essência da obra original está ali, tanto dos personagens quanto da história. Cada obra é autônoma, não há necessidade de conhecer uma para entender a outra. A abordagem dos temas fantásticos para tratar da realidade é muito interessante e traz uma mensagem bem forte envolto de um clima melancólico. É possível ver o amadurecimento de Barbara com elementos visuais simples, porém eficazes. A “surpresa” é revelada mais cedo no filme do que na obra original, o que pode amenizar o impacto, mas ainda temos um excelente filme. Nada mal para a estréia do diretor Anders Walter nas telonas.

    https://www.youtube.com/watch?v=VXP0jhaIGsM

    Acompanhe-nos pelo Twitter e Instagram, curta a fanpage Vortex Cultural no Facebook, e participe das discussões no nosso grupo no Facebook.

  • Resenha | Eu Mato Gigantes

    Resenha | Eu Mato Gigantes

    Bárbara é uma jovem estudante aficionada por RPG. Seu comportamento antissocial, somado às peculiares orelhinhas falsas, tornam Bárbara a típica esquisitona da região. Apesar do comportamento recluso, a garota tem personalidade forte e afirma com todas as letras que é uma matadora de gigantes. Assim começa Eu Mato Gigantes, escrito por Joe Kelly (X-Men, Deadpool, Liga da Justiça) e desenhado por JM Ken Niimura (Academia Gotham, Homem-Aranha).

    É altamente recomendável que você leia este quadrinho com o mínimo de informações possível. O objetivo desta resenha é justamente isso: te dar um mínimo de informações para despertar seu interesse (ou não) pela obra.

    O estilo visual trazido por Niimura é interessante. Traços simples, quase rabiscos em alguns quadros, alternam com cenas intensamente detalhadas. Toda a arte é feita em preto e branco, sendo colorida apenas com tons de cinza. A leitura se torna fluida e até esquecemos que a obra não possui outras cores. Méritos também do bom roteiro de Kelly, que é o ponto forte da obra.

    Bárbara causa sentimentos diversos ao leitor. Em alguns momentos, se mostra quase uma sociopata arrogante, cabeça quente e desajustada. E momentos depois, estamos rindo dela e com ela, torcendo para que dê tudo certo. Afinal, é apenas uma criança.

    OK, a revista se chama Eu Mato Gigantes. Temos aqui uma obra de fantasia? Sim e não. Bárbara vive no presente, mas é viciada em Dungeons & Dragons, o famoso RPG de mesa. Ao longo da história, ela se imagina rodeada de criaturas míticas e alimenta a ideia de que é matadora de gigantes. Isso tornaria a história banal se não fosse as ótimas sacadas de Kelly. Ele cria uma alegoria para que Bárbara, literalmente, fuja da realidade, algo bastante comum entre as crianças. Quem nunca se imaginou em um mundo de fantasia, seja lutando contra monstros ou viajando por lugares fantásticos? Kelly brinca com essas fantasias infantis para criar uma história reflexiva sobre assuntos bem profundos.

    É satisfatório ler algo como Eu Mato Gigantes. Apesar de ser uma história simples, é muito bem trabalhada dentro de sua simplicidade. Diversos leitores poderão se identificar com a jovem Bárbara em diversos aspectos, e não somente por ela ser nerd. Sua aparência esguia, com óculos enormes e as famigeradas orelhinhas aleatórias dão muito carisma à pequena matadora de gigantes. Não espere uma fantasia medieval, e sim uma história que, apesar dos elementos fantásticos da narrativa, é mais real do que nunca. Um belo lançamento da NewPOP Editora em volume único, formato grande e papel brilhoso de excelente qualidade.

    Compre: Eu Mato Gigantes.

    Acompanhe-nos pelo Twitter e Instagram, curta a fanpage Vortex Cultural no Facebook, e participe das discussões no nosso grupo no Facebook.