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  • Crítica | Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato

    Crítica | Jornada nas Estrelas: Primeiro Contato

    Jornada nas Estrelas O Primeiro Contato é conduzido por Jonathan Frakes, o  interprete de William Riker e diretor  de alguns bons episódios de Jornada nas Estrelas A Nova Geração. Esse que é o oitavo filme da franquia (segundo da tripulação de TNG) resgata o melhor vilão disparado desta versão, os seres robóticos e parasitários conhecido como os Borgs. Esse é considerado por boa parte dos trekkers como o melhor episodio desta parte da cine serie.

    Dentre os outros filmes da equipe de Picard (Patrick Stewart) e companhia, esse é de fato o que tem uma abordagem mais bem resolvida, desde o inicio a historia varia entre os flashbacks de Picard como Locutus, que era a liderança borg que ele foi em meio as temporadas de TNG (The Next Generation, nome original de A Nova Geração), aproveitando algumas das pontas soltas relacionadas a raça alienígena que foi derrotada tempos atrás. Esse, ao contrario de Jornada nas Estrelas – Gerações não tem qualquer receio de parecer um grande episódio duplo  da série derivada, e ele até é em alguns momentos, mas este foge das formulas das adaptações oriundas de outros seriados, com uma linguagem narrativa de fato cinematográfica e visualmente arrojada, tal qual havia sido com Jornada nas Estrelas 3 – À Procura de Spock e Jornada nas Estrelas 4 – A Volta Para Casa, também conduzidas por um ator clássico, no caso, Leonard Nimoy.

    A música de Jerry Goldsmith  embalam os longos créditos iniciais, fato que aliás, já situa o espectador na real atmosfera de blockbuster que virá a seguir. Mesmo a utilização de clichês de Sci Fi, como a viagem no tempo é muito bem explorada, graças e muito a participação de James Cromwell como Zefram Cochran, o pioneiro em viagens espaciais da Terra, o sujeito que constrói o primeiro motor de dobra terráqueo, introduzido em Jornada nas Estrelas: A Série Clássica.

    O modo como o doutor  é apresentado é ótimo, pois ele é um sujeito inseguro,beberrão, que não acredita em seu potencial, fato que humaniza o ícone e dá chance a um dos momentos mais engraçados do longa, com a conselheira Deanna Troi (Marina Sirtis) ficando ébria com o visionário cientista. Além desse ser um bom contraste com o outro núcleo, que enfrenta uma guerra, também se dá alguma importância aos personagens da tripulação principal, sem forçar tanto a necessidade de dar espaço para cada personagem.

    O que realmente não faz sentido é a lenta adaptação dos borgs aos humanos, como se houvesse uma reformulação completa nessas criaturas, fato que permitiu que fossem mais falhas. As soluções para elas na serie fazem.mais sentido do que aqui, especialmente na questão da liderança. O conceito da Rainha feita por Alice Krige também é um conceito estranho, um retcon bastante mal pensado.

    De positivo – e ate um pouco original – e bem desenvolvido, foi o apreço da coletividade por Data (Brent Spinner). Faz todo sentido que a raça parasitária que tanto mal fez a sociedade galática e consequentemente a Federação Estelar se interesse pela figura sintética e robótica mais bem desenvolvida entre todas as tentativas das civilizações conhecidas. A criação do Doutor Soong tem muito em comum com os seres que quase deram fim a humanidade e a todo o resto das raças conhecidas.

    O ritmo e edição salvam demais o filme do marasmo e da problemática proveniente das coincidências do roteiro, e mesmo as participações de Robert Picardo e Ethan Phillips de Voyager são pequenas, discretas e bem cabíveis, mesmo Reginald Reggie Barclay (Dwight Schultz) tem boas aparições. O mesmo pode-se dizer de quase todo o resto dos personagens recorrentes.

    Mesmo com alguns equívocos, o filme transmite uma boa mensagem, entretém e utiliza bem alguns aspectos do cânone de Star Trek, como a utilização dos vulcanos como alvos do tal primeiro contato, a atenção com os seriados vigentes na época  –  Deep Space 9, que empresta o uniforme aos personagens do longa e Voyager, nas participações já citadas – fazem esse ser talvez o mais coeso dos produtos extra-série de Jornada nas Estrelas.

    O Primeiro Contato consegue resultar em uma aventura divertida, que tem pitadas de escapismo com conceitos de alto sci-fi e um pouco do Complexo de Frankenstein que Isaac Asimov sempre reclamava ser popular, e mesmo com todos os senões, diverte bastante, e é atento com todos os mandamentos que Gene Ronddenberry, Rick Berman e Brannon Braga utilizavam em seus programas de TV, evocando o mesmo espírito aventureiro, se preocupando também com o cerne de cada um de seus personagens.

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  • Crítica | Jornada nas Estrelas: Gerações

    Crítica | Jornada nas Estrelas: Gerações

    David Carson, diretor tradicionalmente colaborador de bons episódios em Jornada nas Estrelas – A Nova Geração foi o responsável por conduzir o roteiro de Ronald D. Moore    e Brannon Braga, neste Jornada nas Estrelas Gerações,  e sua responsabilidade era grande, pois alem desse ser o primeiro longa metragem focado na tripulação das novas séries, também confrontaria esses personagens com os heróis de Jornada nas Estrelas – A Série Clássica.  O inicio é quase um epilogo, mostrando a inauguração de uma nova Enterprise recebe a bordo Kirk, Scotty e Tchekov, vividos por sua vez pelos mesmos William Shattner, James Doohan e Walter Koenig, e neste início, há um tom até poético, dado o saudosismo e carinho como é conduzido este período.

    Esta introdução contém momentos realmente dignos de admiração, como a inquietude de Kirk, que não se permite ficar parado, sentado durante uma crise já no espaço, e é até natural que o seu fim – ao menos para fins oficiais – tenha ocorrido dessa maneira heroica. Poucas vezes se viu uma captura de essência tão bem encaixada em um personagem clássico de Gene Rodenberry.

    É de conhecimento de boa parte dos fãs que o filme teve inúmeros problemas de produção, para além da também problemática a respeito do texto ser pobre. O maior  desses infortúnios é que esses mesmos acompanhariam cada um dos outros três filmes de TNG (The Next Generation, nome original do programa). Tanto Gerações  quanto O Primeiro Contato, Insurreição e Nemesis tem momentos de forçação tão grande que beiram o oportunismo, além de uma clara dificuldade dos scripts em lidar com tantos personagens em tela ou de justificar a reunião deles mesmo que cada um deles tenha um destino mais ou menos diferente um do outro.

    Da parte do “novo” elenco, há uma encenação bastante bizarra e grotesca, onde a promoção de Worf (Micharl Dorn) é feita no holodech, imitando uma embarcação marinha com o sujeito que é interpretado por um negro, acorrentado, tal qual  um escravo. Esse numero na verdade brinca com o fato dele ser um prisioneiro mas a relação fálica é um bocado estranha.

    Outro momento tosco é o fato de Data de Brent Spinner piorar (e muito) na questão de não entender piadas físicas, e essa seria uma temática muito explorada nos próximos capítulos da saga no cinema, em alguns pontos garantindo bons momentos e na maioria, passando apenas vergonha, mas nenhuma tão extrema quanto o visto nessa. O chip de emoção de Data e o livre uso dele piora todo o quadro, resultando então no primeiro dos pecados graves do filme, não pelo fato dele sentir, mas por conter as situações mais vergonhosas e primárias até aqui, como a descoberta de que bebidas alcoólicas são amargas, ou o estranho gosto por piadas infantis.

    O filme também carece de um bom vilão.O Soran de Malcolm McDowell é visualmente arrojado, mas não passa do superficial. Sua primeira aparição e demais momentos não se encaixam bem, se vale de conceitos e clichês a muito superados, apelando ao Império Klingon e a alguns dissidentes a pecha de inimigos da Federação, a forma como se lida com isso é antiga demais, bastante defasada e faz pouco sentido, dado que se passa muitas décadas após Jornada nas Estrelas – A Terra Desconhecida.

    As sub-tramas emocionais não tem aprofundamento, o que há é uma tola tentativa de dar importância a todos os personagens num período de pouco menos de duas horas, com quase nenhuma densidade em comparação ao que se fazia nos episódios duplos de TNG, além de se distanciar demais de uma estética cinematográfica de fato. Até reutilização de cenas de explosões de naves ocorrem neste longa.

    O retorno de Kirk 40 minutos antes do fim também soa bizarro. O confronto com o Jean Luc Picard de Patrick Stewart tem alguns bons momentos, mas não salvam a historia da enorme mediocridade e da pobreza que reside nesse núcleo. A maioria dos momentos são apenas de desperdício, não há realmente um choque de gerações, ou discussões maiores a respeito do modo tão diverso que ambos tinham de comandar as suas equipes e embarcações.

    Quase todos os personagens da tripulação – Deanna Troi, Beverly Crusher, Geordi LaForge e até William Riker – são sub aproveitados, e isso demonstra o quão mal pensado foi todo esse roteiro e argumento. O desfecho não tem força e é anti climático ao extremo, não traduz a urgência nem de um filme comum de Star Trek e nem o que deveria ser um bom crossover. Jornada nas Estrelas Gerações parece um tele filme de orçamento gigante, que tem dificuldade em descobrir sua real identidade, não cabendo nem na pecha de filme de ficção cientifica, nem extrapolação da série que lhe deu origem, tampouco é uma boa despedida de Kirk e seus amigos ou uma justificativa boa para o lema do filme, de que seria esse o encontro de dois capitãs e um destino, a não ser que infortúnio fosse esse destino.

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