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  • 10 livros de suspense para detetives mirins

    10 livros de suspense para detetives mirins

    detetives mirins - destaque

    Quem pensa que histórias de crime e mistério só interessam a adultos não sabe de nada, inocente. Gerações de leitores são formadas com livros que unem transgressão à lei, personagens cativantes, enredos envolventes, adrenalina e até mesmo pitadas de sobrenatural. Boa parte dos títulos de literatura infanto-juvenil aproveita a fase de curiosidade intensa e desejo por aventuras para “iniciar” seus jovens leitores nas artes da resolução de crimes!

    Aproveitando o mês das crianças, listamos dez livros essenciais de suspense para investigadores mirins. Ah, você já passou da idade? Não importa! Certamente, você já enfrentou alguns dos títulos abaixo. Afinal, todo o mundo já foi criança um dia…

    O Caso da Estranha Fotografia - Stella Carr1. O caso da Estranha Fotografia – Stella Carr (Editora Moderna)
    O que acontece quando sua máquina fotográfica sumiu e o filme que você revelou traz fotos de um homem cavando um buraco com ossos ao lado? O que você faria se estivesse com seus dois irmãos de férias numa praia e se deparasse com esse mistério? Iria investigar, claro! Pois é o que fazem Marco, Isabel e Eloís nesse autêntico suspense de uma das autoras mais conhecidas do gênero: Stella Carr. Adicione à equação do mistério um antigo cemitério indígena e uma mina de diamantes. Resultado: um livro difícil de largar.

    O Clube do Mistério - Edson Antoni2. O clube do Mistério – Edson Antoni (Editora Edelbra)
    Quatro amigos se juntam em torno de uma árvore para criar enigmas, desafios e aventuras. Chamam a confraria de O Clube do Mistério e passam a descobrir mais sobre o lugar onde vivem e as muitas transformações ocorridas na cidade. Investigação, casos do passado histórico e relações de amizade são os ingredientes certeiros desse livro que antecede tendências que persistem até hoje, como a solução de charadas de forma colaborativa.

     

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    3. Histórias de Detetive – vários autores (Editora Ática)
    Imagine um livro que junta alguns dos maiores nomes da literatura policial em histórias bem contadas para esse público esperto e dinâmico. É o que temos aqui! Arthur Conan Doyle, Edgar Allan Poe, Marcos Rey, Edgar Wallace, entre outros desfilam para olhos curiosos e inquietos. A seleção é de José Paulo Paes que mescla personagens esquisitões, casos aparentemente indecifráveis e vilões perversos. Quem enfrenta essas páginas, sai transformado… em leitor de policiais!

     

    O Mistério dos 5 Estrelas - Marcos Rey4. O mistério do 5 Estrelas – Marcos Rey (Editora Ática)

    Se tem uma série de livros que mexeu com os leitores jovens brasileiros nos anos 70 e 80 é a Coleção Vagalume, conjunto de títulos que simplesmente era devorado pela garotada antenada. Um dos maiores sucessos da coleção é O Mistério do 5 Estrelas, onde somos desafiados a resolver o caso de um assassinato no Emperor Park Hotel. Descubra o que aconteceu e entenda também por que o autor, Marcos Rey, foi um dos grandes craques da literatura infanto-juvenil brasileira de todos os tempos.

    Jimmy Fiasco - Stephan Pastis5. Timmy Fiasco: Errar é humano – Stephan Pastis (Editora Rocco)
    Esta lista não tem apenas nostalgia! Tem detetive novo nas paradas, como o Timmy Fiasco. O garoto se acha o melhor investigador da cidade e, no melhor estilo Sherlock, conta com um inseparável companheiro: Total, um urso polar! Astuto e meio atrapalhado, Timmy também é empreendedor e cria com seu sócio a Fiasco Total, agência de investigação particular cuja sede é o closet de sua mãe…

    Enigma na Televisão - Marcos Rey6. Enigma na televisão –  Marcos Rey (Editora Global)
    Mais Marcos Rey e mais Coleção Vagalume. Desta vez, um simples beijo de telenovela parece criar uma epidemia de mortes e não há pistas de quem esteja por trás daqueles corpos. Junte ao enredo atores decadentes, atrizes subindo na carreira e a Liga das Sentinelas, sociedade preocupada com a moral e os bons costumes. Ingredientes para muita faísca e risco de explosão.

     

     

     

    O Genio do Crime - Joao Carlos Marinho7. O gênio do Crime – João Carlos Marinho (Editora Global)

    Um grupo de garotos se mete em encrencas pelas ruas da cidade. Conhecidos como a Turma do Gordo, acabam encontrando uma fábrica clandestina comandada por ninguém menos que um gênio do crime. Já viu isso antes? Sim, o livro repete elementos que já encontramos em filmes, livros, quadrinhos e games. Tanto que esse título é considerado por alguns como o “Goonies brasileiro”.

    O Fio da Meada - Giselda Laporta Nicolelis8. O fio da meada – Giselda Laporta Nicolells (Editora Pioneira)

    No ônibus, um estranho se aproxima e deixa nas suas mãos uma misteriosa caixa. Depois, desaparece. Luciana controla o medo e a curiosidade e decide abrir aquele mistério apenas em casa. Aí… Intrigante? Então, conheça esse livro que chacoalhou as jovens mentes brilhantes dos anos 80, e que foi escrito por uma das escritoras mais produtivas do seu tempo. Um detalhe: a autora é mãe de um dos maiores cientistas da atualidade, Miguel Nicolelis. Imagina se ele não se contagiou em casa…

    O Mistério da Casa Verde - Moacyr Scliar9. O mistério da casa verde – Moacyr Scliar (Editora Ática)

    Arturzinho lidera um grupo de amigos para transformar um casarão abandonado na cidade de Itaguaí num clube onde possam ouvir música alta à vontade. Entretanto, se deparam com um mistério e, para resolvê-lo, buscam o conto O Alienista, de Machado de Assis. A história também trata de uma tal Casa Verde, que teria sido um estranho hospício… histórias do século 19, coincidências e aventura fazem parte do cardápio oferecido por Moacyr Scliar.

    O Escaravelho do Diabo - Lucia Machado de Almeida10. O escaravelho do diabo – Lúcia Machado de Almeida (Editora Ática)

    Numa pequena cidade do interior paulista, o garoto Hugo recebe um estranho pacote contendo um escaravelho. Pensando se tratar de uma pegadinha dos colegas, ele nem se preocupa com quem teria mandado o tal presente. Acontece que, no dia seguinte, Hugo é encontrado morto com uma espada no peito. Seu irmão decide ir atrás do assassino e a essa hora já fomos fisgados pela curiosidade e pelo suspense. Um dos maiores sucessos da Coleção Vagalume, o livro vai virar filme e em breve estará em cartaz nos principais cinemas brasileiros.

    Lembrou de mais algum livro policial para jovens mentes brilhantes? Desafiamos você a sugerir a sua lista e a compartilhá-la conosco. Se não fizer isso, já sabe. Cuide-se! Você viu o que aconteceu com o Hugo de O Escaravelho do Diabo.

    Chris Lauxx

     Texto de autoria de Chris Lauxx, pseudônimo dos jornalistas Rogério  Christofoletti e Ana Paula Laux, autores da enciclopédia Os Maiores Detetives do Mundo e editores do site literaturapolicial.com

  • Resenha | O Roteirista Profissional: Televisão e Cinema – Marcos Rey

    Resenha | O Roteirista Profissional: Televisão e Cinema – Marcos Rey

    O autor, roteirista e romancista Marcos Rey, pseudônimo de Edmundo Nonato se vale do coloquialismo e da fala mansa para incitar o leitor a buscar a sua vocação. O Roteirista Profissional busca ser não só um manual de escrita como os de Robert McKee, por exemplo, mas também um tatibitati da profissão de escritor, utilizando-se de exemplos dentro do imaginário coletivo para reforçar a ideia de universalidade em contar histórias.

    Pouco depois da introdução, o escritor cita um grande número de outros produtores culturais, dentre autores de romances literários (VoltaireDostoiévski, etc) como realizadores. Seu argumento passa por jogar tudo dentro do mesmo balaio, colocando no mesmo patamar tudo dentro do campo das ideias. O processo destacado por ele segue uma cadeia de eventos: o encontro da ideia, o gênero ficcional favorito; storyline: onde se abrange todos os aspectos da história, incluindo a mensagem principal da trama. É a ideia posta no papel e com definição de gênero; argumento é a história detalhada, ainda que sem os diálogos e o tratamento técnico específico do veículo. Depois de tudo isto, vem o resto — o mais importante.

    Rey prioriza os argumentos ligados à naturalidade da história, e induz o leitor a falar daquilo que entende e do que está familiarizado. Seu livro é muito didático e faz um apelo para que o roteirista faça uso de um cenário que lhe seja familiar, usando Jorge Amado e a Bahia como exemplo bom, e o paraibano José Lins do Rego em sua obra Eurídice, que se passa no Rio de Janeiro, como exemplo ruim, apesar deste ter morado no Rio por muito tempo. Frisa também que não há fórmula de sucesso, claro que sem invalidar a cartilha de Joseph Campbell e sua jornada de herói, mas é importante focalizar a questão primordial de entender a qual público o roteiro se dirige. Outra boa é a discussão sobre a definição dos gêneros, que ajudam a formatar a ideia e torná-la mais universal, ao mesmo tempo não se tornando uma muleta ou um objeto restritivo de assuntos tratados na trama.

    A criação dos personagens também é focada de forma detalhada e muito bem explicitada, até indicando ao autor leitor que faça uma entrevista com seu protagonista, a fim de enriquecer seu background com detalhes. Marcos Rey até critica os heróis machos alfa por sua falta de dualidade e nuances, ainda que veja neles uma construção sólida e rígida de personalidade. O maniqueísmo já não deve prevalecer no protagonismo das aventuras modernas ou pós-modernas. Uma boa ressalva é a relação que o roteirista deve fazer com as imagens, pensando as ações não em palavras, mas em como elas ficariam diante das lentes das câmeras. Há também maior detalhamento a respeito das movimentações da câmera e planos de filmagem, apesar de estes movimentos, a priori, não constarem em roteiros, visto que esse tipo de indicação é bastante controversa. A definição que Rey faz de plano geral (long-shot) é muito boa, dizendo que este informa ONDE, enquanto os outros planos informam POR QUÊ, sendo o travelling o plano de ação que remove a monotonia.

    Além disso, o autor aponta a dicotomia e diferença de comportamentos entre o roteirista-artista que trabalha por prazer e tem tempo de sobra para o seu ofício, e o que atende um pedido comercial, como um operário, o qual tem um prazo apertado para gerar o seu trabalho.

    No imaginativo capítulo Entrevista ou (mero papo), o aprendiz de roteirista faz perguntas ao veterano. Há um diálogo entre as figuras de roteiristas, um experiente e outro ainda leigo, e um fato é demonstrado com muita frieza. Uma das perguntas é se um bom roteiro pode ter valor literário, e a resposta envolve que a possibilidade de encarar o script como arte só é possível se este for filmado, e que mesmo que seja, as glórias invariavelmente serão do diretor e prova disso é a pecha de “realizador” para o cargo. Essa máxima é quebrada eventualmente, vide os roteiros de Charlie Kaufman, Braulio Mantovani e outros, mas especialmente no Brasil a afirmação vale de verdade. As sugestões desta parte são ótimas e valem muito a pena serem seguidas, especialmente a que envolve a ida do possível escritor ao cinema na maior quantidade de vezes que este conseguir, e se ter em mãos o roteiro escrito, deve fazê-lo, até mesmo para ter o mesmo prazer de uma criança ao desmontar seu brinquedo e vê-lo por dentro.

    Um dos últimos capítulos é reservado para um roteiro, dos mais comuns, para a televisão, do próprio autor para mostrar o quão simples deve ser um roteiro para a TV, especialmente pela efemeridade do meio e pela reciclagem comum da negociação. Após isto, Rey fala sobre o que é, para ele, uma das piores heranças deixadas pela rádio e televisão, que são os diálogos das telenovelas, os quais têm origem nas radionovelas, tão populares na América-latina. Muitas tentativas foram feitas para mudar este fato, quase todas sem êxito, pois até os artistas estranhavam a mudança para a linguagem corrente à época e a verossimilhança, visto que, para eles, “a novela era justamente aquilo que o povo gostava, não o que nós (eles) gostávamos”, o que por si só já demonstra o quão subestimada é a inteligência do grande público.

    Ao final, o autor destaca um interessante vocabulário crítico para ajudar ainda mais o roteirista iniciante. A obra de Marcos Rey é das mais simples, mas ajuda muito a pessoa que se interessa pelo formato e que não possui nenhum conhecimento prévio.