Resenha | O Jardim das Palavras
O Jardim das Palavras (Kotonoha No Niwa) é um média-metragem de animação dirigido pelo aclamado diretor japonês Makoto Shinkai (leia nossa crítica aqui). Posteriormente, a obra foi adaptada em mangá. É sobre esta adaptação que iremos falar hoje.
O colegial Takao Akizuki tem o sonho de se tornar um sapateiro. Obstinado por seu objetivo, chega a trabalhar em vários bicos para conseguir dinheiro para comprar materiais e seguir com seus projetos. Em um dia chuvoso, Takao resolve cabular aula e vai a um calmo parque sentar-se em um banco, cercado de natureza. Naquele mesmo local está sentada uma mulher cerca de 12 anos mais velha bebendo cerveja.
Aparentemente ela está faltando trabalho. Os dois iniciam uma conversa tímida e, por diversos outros dias, irão se reencontrar naquele mesmo local em dias chuvosos. Aos poucos, Takao começa a nutrir um sentimento por aquela mulher. Não sabemos se a recíproca é verdadeira. Mas os dois ficam cada vez mais próximos. E a chuva sempre presente.
É preciso salientar a enorme beleza da arte do mangá. Para quem assistiu ao filme, sabe que o aspecto visual é de cair o queixo, algo comum nos filmes de Shinkai. O traço de Midori Motobashi honra essa qualidade com folga. Além dos personagens muito bem retratados, os cenários recebem um cuidado excepcional. E mais, não se poupou esforços para que grande parte dos quadros tivesse cenário, ponto muito positivo. O cuidado e delicadeza da arte fazem jus à história em si, que retrata de forma bonita e sóbria o relacionamento de duas pessoas comuns. E ao longo da obra, podemos conhecer um pouco mais a história daquela mulher desconhecida.
O mangá optou por ter poucos balões de fala em cada quadro, mantendo um ritmo fluido de leitura para se aproximar do filme. Mesmo que sua leitura seja rápida, ela provavelmente será interrompida inúmeras vezes para admirar os belíssimos quadros que Motobashi desenhou com tanto esmero.
O cerne da história é simples, consistindo em um relacionamento. Porém, a habilidade de Shinkai em trazer histórias simples com diversos elementos interessantes e alto nível de sensibilidade dão um charme todo especial à obra. Os dois personagens centrais são muito bem retratados, cada um em seu nível de maturidade, problemas pessoais e aspirações futuras. Takao será uma espécie de luz na vida dela, que há tempos perdeu a motivação profissional.
Esta adaptação em mangá mostrou-se um excelente produto que vale a pena ser conhecido, mesmo por quem já assistiu ao filme. Publicado no Brasil pela NewPOP em volume único, papel branco de ótima qualidade e páginas iniciais coloridas.
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