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  • Resenha | O Livro da Lei: Liber Al Vel Legis – Aleister Crowley

    Resenha | O Livro da Lei: Liber Al Vel Legis – Aleister Crowley

    Em 1º de dezembro de 1947, Aleister Crowley morreu de bronquite crônica agravada por pleurisia e degeneração do miocárdio. Logo após seu falecimento, longas batalhas foram travadas sobre os direitos de publicação das obras do Profeta de Thelema. Porém, após 70 anos transcorridos de sua morte, suas obras finalmente caíram em domínio público.

    A edição de O Livro da Lei que tive a oportunidade de ler é a publicada pelo selo Chave, da editora Veneta, possui 208 páginas traduzidas por Marina Della ValleFernando Pessoa (sim, o poeta). Esta edição trata-se de um marco, visto que é a primeira a ser publicada legalmente desde que o período de domínio público das obras de Crowley se iniciou. Começo destacando novamente a beleza estética do livro, com grafismos em roxo e laranja na linda capa, distanciando-se das tradicionais capas vermelhas que as publicações tiveram ao longo dos tempos.

    No prefácio escrito por M.B., somos apresentados à importância que Crowley possui, tanto no âmbito do ocultismo quanto na cultura, seja ela pop ou não. Já na introdução assinada por Della Valle, temos um resumo da biografia de Crowley. A tradutora trata também sobre as peculiaridades da forma de como o livro foi escrito pelo mago e também dos desafios de sua tradução de uma forma bem didática e interessante. Ressalta-se o fato de que a edição respeita a exigência de que as traduções devem sempre vir acompanhadas dos escritos na língua original, um trabalho muito caprichado feito pela editora ao colocar os ditames originais numa página com a tradução em português na página seguinte.

    A editora esmerou-se para entregar um trabalho bem completo, pois o livro vem ainda com O Comento, o manuscrito original confeccionado pela Besta e de comentários do próprio Crowley, onde ele fala sobre o processo de transcrição do livro, suas condições pessoais e também convicções a época do fato, além de algumas análises sobre Liber Al Vel Legis. Ao final, somos apresentados por David Soares a um capítulo que relata o encontro do autor com o poeta português Fernando Pessoa, além de algumas situações curiosas sobre esse encontro e outras arquitetadas pelo mago. Ao final do livro, há ainda o Hino a Pã, com a forma original em que foi escrito e a tradução de Pessoa.

    Esta publicação da Editora Veneta foge do caráter estritamente religioso, ainda que contenha os ditames da doutrina Thelema. Tanto o prefácio quanto à introdução aguçam a curiosidade do leitor em se enveredar pelos ditames do Liber Al Vel Legis. O que vem depois, dos comentários do próprio Crowley até o texto de David Soares e a tradução de Pessoa, só enriquecem a experiência da leitura, tornando a publicação obrigatória para quem deseja compreender ou ao menos saciar a curiosidade a respeito do autor, sendo um bom complemento ao quadrinho biográfico Aleister Crowley, também publicado pela Veneta.

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  • Resenha | Aleister Crowley

    Resenha | Aleister Crowley

    Em algum momento da sua vida você já ouviu esse nome: Aleister Crowley. Seja na música de Ozzy Osbourne; na capa de Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles; nos quadrinhos de Neil Gaiman ou Grant Morrison; ou ainda no Brasil, no trabalho do escritor Paulo Coelho e do músico Raul Seixas, Crowley é frequentemente lembrado pela cultura pop. Ocultista, poeta, escritor, entusiasta do amor livre e das drogas, o ocultista ganha aqui uma biografia em quadrinhos, talvez a única mídia capaz de retratar com liberdade os eventos de sua vida.

    Em uma edição belíssima da Editora Veneta, somos apresentados aos primórdios do “homem mais perverso do mundo”, desde sua penosa infância e adolescência em escolas da aristocracia inglesa até o momento em que resolve se embrenhar pelo terreno da magia e do ocultismo. A história narra ainda como Crowley combatia os preceitos burgueses e sua vida de escândalos, que o fizeram com que se tornasse alvo predileto dos tablóides ingleses na época.

    A narrativa gráfica do quadrinho é bastante intrigante. Logo em seu início, somos apresentados à frase “Essa é uma ficção… baseada em fatos reais”. De fato, o roteiro de Martin Hayes tem alguns momentos delirantes, mas que sempre procura manter o pé no chão. De modo que, soa bastante interessante a forma como ele inseriu comentários reais sobre Crowley entrecortando cada capítulo com algumas frases famosas sobre o mago. De depoimentos do diretor da escola onde estudou a falas do próprio mago e ocultista inglês, além de trechos de artigos escritos sobre ele, a obra só faz aumentar o mito em torno do fundador da doutrina Thelema. A arte de RH Stewart é uma grande aliada da narrativa, pois seu traço por muitas vezes delirante ajuda na imersão do leitor na rica história.

    Além de esteticamente linda, a edição é bastante completa, contando com um belo prefácio de Richard Kaczynski, além de anotações do próprio roteirista Martin Hayes, tornando a leitura ainda mais rica.

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