Tag: Sprague Grayden

  • Crítica | Atividade Paranormal 3

    Crítica | Atividade Paranormal 3

    Atividade Paranormal 3 A

    Localizado também em Carlsbad California, registrando os momentos antes do nascimento de Hunter, a câmera registra as irmãs Katie (Katie Featherston) e Kristi (Sprague Grayden) interagindo enquanto encontram fitas cassetes antigas, que revelariam partes importantes dos passados delas, inclusive sobre a origem de suas assombrações.

    É interessante como a premissa já incabível nos anos 2000 já era moda em 1988, inclusive com sextapes expositivas, que punham o casal Dennis (Christopher Nicholas Smith) e Julie (Lauren Bittner), que não são motivo de constrangimento para as irmãs que assistem juntas os VHS. O artefato de muito menos tecnologia consegue registrar detalhes como silhuetas de pseudo espíritos, coisas ainda não vistas nos filmes anteriores. A direção agora é por conta da dupla Henry Joost e Ariel Schulman, ainda iniciantes na feitoria de longas-metragens, sendo este seu segundo produto, logo após a adaptação de Catfish para o cinema.

    Apesar dos muitos rolos de filmes – artigo caríssimo mesmo para profissionais do ramo – serem gastos, há um avanço considerável em termos de novidade, especialmente quando mostra-se a pequena Katie (Chloe Csengery) conversando com as entidades, em claras alusões a tantos outros filmes de terror, que exploram a mediunidade infantil e a sensibilidade com relação a inocência com o mundo espiritual.

    O roteiro compreende fenômenos paranormais que variam de falsos sustos até sustos inexistentes, com atitudes primárias e figuras simbólicas envolvendo até lençóis, manipulando uma tentativa vã de reverenciar um clichê típico dos anos oitenta, mas sem qualquer impacto experimental.

    A entidade, chamada de Toby pelas crianças pouco faz, além de mover lençóis, puxar pés e deslocar móveis de maneira violenta, curiosamente se deixando letárgico quando lhe é conveniente, gerando a pergunta do porquê ele permaneceu sem agir por tanto tempo, como se a maldição adormecesse.

    Apesar de a premissa ser muito menos desagradável neste Atividade Paranormal 3, pouco se evolui, já que nenhuma drástica mudança de perspectiva ocorre. Os pontos de vista e neuroses são os mesmos, só mudando o tempo delas para se investigar o passado de personagens completamente desinteressantes. A formula de fazer filmes baratos em que o talento não é exigido da parte nem da produção e nem do elenco se mostra preguiçosa e restritiva, aparentando ser somente a cópia da cópia da cópia, que insiste em se repetir, o pânico é tão intenso que precisa ser registrado em lentes vivas, frutos de um bobo medo de forças ocultas, que jamais justificam em tela todo esse receio.

    O limiar entre nada mostrar e ser completamente expositivo quando se acomoda o terror demonstra visualmente o quão errôneo é o roteiro de Christopher Landom. O fato do público ter abraçado a franquia só demonstra o quão carente está o circuito para filmes de horror mainstream, onde se valorizam peças pobre e franqueadas em detrimento de propostas experimentais, que mesmo sendo trash, tem mais a acrescentar do que tantos objetos genéricos.

  • Crítica | Atividade Paranormal 2

    Crítica | Atividade Paranormal 2

    Atividade Paranormal 2 A

    Localizado em Calsbad na California, Atividade Paranormal 2 começa focando nas filmagens que Daniel (Brian Boland) faz para o seu recém nascido filho, como forma de documentar a vida da família antes do seu nascimento. O show de mostras do cotidiano absolutamente desnecessárias segue firme, com muitos detalhes em escadas, portas, porões e demais situações genéricas, pioradas ainda pela condição de um sistema de segurança, que de certa forma intensifica as possibilidades de sustos já que qualquer situação seria registrada pelos sistemas, mesmo as incessantes falhas de sistema elétrico e de iluminação.

    A mesmíssima rotina de Atividade Paranormal é vista entre o casal de protagonistas, exceção feita a presença de filhos de casamentos diferentes, gerando uma óbvia química diferenciada já que ocorre o drama com a família. Logo é mostrado que Katie (Katie Fatherston) é irmã da personagem que protagonizava a anterior, Kristi (Sprague Grayden), o que ratifica a obviedade do mal agouro que se aproxima.

    Como era esperado, o substituto de Oren Peli (agora produtor executivo), Tod Williams, repete os mesmos clichês do episódio original, emulando em tela os mesmos tropeços da produção, que até a escolha do cineasta, havia recebido algumas recusas. A estranha escolha pelo diretor não se faz justificada, uma vez que sua filmografia era mais focada em dramas do que em terror. A trama segue ressaltando as estranhezas que se assemelham a poltergeists, piorando as circunstâncias quando a empregada supersticiosa Martine (Vivis Cortez) é demitida, após assustar seus patrões com pequenos ritos que visavam expulsar a possibilidade de espíritos maléficos.

    A aleatoriedade das cenas faz perguntar se Williams realmente seguia o roteiro de Michael R. Perry ou se um robô apertava alt tab entre imagens de estúdio, reprisadas a todo momento, como se o público não tivesse capacidade cognitiva para identificar a intensa repetição de conceito, tanto no texto quanto no visual. O enfado se torna a sensação maior do público, uma vez que não há qualquer possibilidade de surpresas ou sustos.

    A tentativa de emular a realidade segue intensa, com passagens de tempo durante a fita sofrendo uma aceleração contínua para mostrar que a ação que ocorre com a família de Kristi e Katie há tanto tempo. A jovem Ali levanta uma teoria da possibilidade dos acontecimentos estranhos que ocorrem com sua madrasta, temendo pela segurança especialmente de Hunter, que é o primeiro herdeiro homem da família desde os anos 30, sendo o alvo perfeito para o sacrifício de um possível pacto satânico dos antepassados.

    A obstinação em seguir filmando o azar familiar só não é maior que a pretensa facilidade em encontrar exorcistas despreparados em meio ao cotidiano. O campo de superstições faz com que o patriarca apele para uma ação mais enérgica, que sofre uma ação externa extremamente ligada a o que ocorreu com Micah no primeiro filme, trazendo a tona a vilã possuída da primeira parte, para enfim seguir com o cumprimento da questão envolvendo a maldição ligada ao sangue, impulsionando o texto que já era fraco para algo ainda pior, que geraria ainda mais filhotes bastardos.

    Compre: Dvd | Blu Ray