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  • Review | Arrow – 2ª Temporada

    Review | Arrow – 2ª Temporada

    arrow-2-seasonA segunda temporada de Arrow mostra que o Arqueiro Verde veio para ficar (leia nossa resenha sobre a 1ª temporada de Arrow). Devido ao sucesso da primeira temporada, os produtores alteraram aquilo que não funcionou e entregaram aos fãs uma temporada emocionante, complexa, cheia de aventura e levemente violenta. A nova trama se iniciou algumas semanas após os eventos que culminaram com o fim da temporada anterior.

    Diggle e Felicity (David Ramsay e Emily Rickards) rodam o mundo até encontrar um Oliver Queen (Stephen Amell) exilado e desolado por não ter conseguido salvar Starling City. Além das 500 pessoas que vieram a falecer devido ao terremoto causado por Malcom Merlyn (John Barrowman), já estabelecido como Arqueiro Negro, Ollie também não conseguiu salvar seu melhor amigo, Tommy.

    A mãe de Oliver, Moira (Susanna Thompson), está presa por ser cúmplice dos acontecimentos, assumindo ser parte da organização secreta liderada por Merlyn, sendo diretamente uma das responsáveis pela catástrofe. Com isso, as ações da empresa da família Queen, a Queen Consolidated, caíram consideravelmente, o que poderia levar a família à falência. Se aproveitando da situação, uma conhecida dos quadrinhos, Isabel Rochev (Summer Glau), tenta adquirir boa parte das ações, mas Oliver é “salvo” por Walter Steele (Colin Salmon), conseguindo se manter como CEO da Queen Consolidated.

    Paralelo a estes eventos, o vereador de Starling, Sebastian Blood (Kevin Alejandro), que nos quadrinhos é o vilão Brother Blood (mas que guarda algumas semelhanças ao vilão do Batman, Espantalho), anuncia sua candidatura a prefeito e, a partir daqui, uma ótima segunda temporada se inicia. Com o sumiço do arqueiro, Roy Harper (Colton Haynes) tenta seguir os passos de seu ídolo, além de uma nova vigilante, a Canário (Caity Lotz) começar a atuar na cidade.

    Ficou evidente que a principal mudança na série foi amarrar o passado de Oliver naufragado na ilha com os acontecimentos do presente. Assim, os flashbacks se tornaram muito mais interessantes e curiosos. Seguramente, o que aconteceu na ilha interferiu seriamente nos eventos da segunda temporada. O enredo é bem amarrado, com episódios memoráveis e as referências ao universo DC parecem ter duplicado, o que acrescenta ainda mais à série.

    Além da introdução à Isabel Rochev e Sebastian Blood (cada um sendo uma mistura de dois vilões da DC), o arqueiro, ainda conhecido como “capuz” ou “vigilante” enfrenta o Tigre de Bronze (Michael Jay White), Dollmaker (Michael Eklund), num episódio assustador e tenso, que chega a lembrar O Silêncio dos Inocentes, e o vilão The Mayor (Cle Bennet), personagem totalmente modificado em relação aos quadrinhos.

    O que merece um parágrafo a parte é a presença da Liga dos Assassinos em uma das sub tramas da temporada, inserindo o seriado num universo mais abrangente do que se imaginava. No episódio 5, a Canário é atacada por assassinos que usam uniformes idênticos ao do Arqueiro Negro. Oliver acaba descobrindo que ela é Sarah Lance, que havia voltado à Starling City para proteger sua família, uma vez ter abandonado a Liga dos Assassinos. E é nesse episódio que o nome de Ra’s Al Ghul é falado pela primeira vez. Ra’s enviou sua própria filha, Nyssa (Katrina Law) para buscar Sarah. Na primeira temporada, todos acreditavam que Sarah havia morrido no acidente em que Oliver foi o único sobrevivente, mas percebe-se que o próprio Ollie escondeu segredos até mesmo de seus aliados.

    Outro momento memorável foi a participação de Barry Allen (Grant Gustin) na série, que serviu como episódio experimental para o seriado do Flash que estreia ainda em 2014. O Barry Allen de Gustin é jovem, possui um humor muito parecido com o de Felicity e não esconde sua admiração pelo arqueiro. Esse é o primeiro passo da Warner/DC em criar um universo cinemático único. Além do crossover de personagens, cientistas dos laboratórios S.T.A.R. também fazem sua primeira participação. Assim, Oliver começa a usar uma máscara, como nos quadrinhos, que é cortesia de Barry Allen e foi desenvolvida pelos cientistas dos laboratórios S.T.A.R..

    Outro momento que merece destaque é a aparição da agência A.R.G.U.S. na trama, que recruta Diggle para liderar uma equipe para resgatar uma de suas agentes. Tal equipe é composta por vilões que foram derrotados pelo Arqueiro, como, por exemplo, Deadshot (personagem incrivelmente carismático), Tigre de Bronze, entre outros. É a primeira vez que o Esquadrão Suicida retratado nos quadrinhos aparece. Na cena em que o esquadrão está sendo formado, é possível ouvir a voz de uma mulher, vinda de uma das celas, querendo fazer parte da equipe, oferecendo ajuda psiquiátrica aos membros do grupo. Trata-se de um easter egg bacana. A mulher é a Arlequina, a vilã e amante do Coringa.

    Em paralelo a estes acontecimentos, os flashbacks da ilha mostram que Oliver reencontra Sarah aprisionada em um cargueiro do cientista Anthony Ivo (Dylan Neal), também vindo dos quadrinhos. Ivo procura por um submarino japonês contendo um soro chamado mirakuru que pode ter sido usado na Segunda Guerra. O soro potencializa a habilidade do soldado tornando-o indestrutível, porém, com alguns efeitos colaterais.

    Oliver e Sarah conseguem fugir do navio e reencontram Slade Wilson e Shado (Manu Benett e Celina Jade) e todos eles passam por muitos problemas e sofrimento. Shado está com Oliver, mas Slade gosta dela e quando Ivo percebe isso, obriga Oliver a fazer uma escolha que muda pra sempre o destino de todos, fazendo com que Slade Wilson (que tem o soro correndo por suas veias) prometa algo a Oliver: acabar com a vida de todos aqueles que Oliver ama.

    Voltando ao presente, algumas pessoas de Starling começam a ser encontradas mortas, com os olhos sangrando. Elas aparentam ser vítimas de algum experimento que deu errado e Oliver acredita que o vereador Sebastian Blood está por trás destes experimentos, tentando recriar o soro injetado para salvar Slade. Com isso, os últimos 5 episódios da temporada pareceram ser um grande e único episódio.

    Não demora muito para Oliver descobrir que Slade Wilson está vivo e por trás das mortes dos jovens e que Blood trabalha para ele. O problema é que Slade ainda continua dotado de uma força e habilidade únicas e está sempre um passo à frente de Oliver. A cena em que Slade, trajado de Deathstroke (idêntico aos quadrinhos) invade o QG do arqueiro e derrota a Canário, Diggle e Oliver, é impressionante.

    Após conseguir estabilizar o soro, Deathstroke consegue libertar um ônibus de presos que estavam sendo transferidos. Os presos resolvem seguir seu libertador e todos eles passam a ter o soro correndo dentro deles. O passo para uma épica season finale havia sido dado.

    Se há um ator que merece destaque nessa temporada, este é Manu Bennet. Ele conseguiu fazer com que seu personagem fosse muito cruel. Chega a dar asco de Slade Wilson. E por estar sempre à frente de Oliver, ele o coloca na mesma situação de anos atrás, quando Oliver precisou escolher entre Shado e Sarah, só que, desta vez, ele tem que escolher entre sua mãe Moira e sua irmã Thea (Willa Holland). Talvez a cena mais dramática e triste de toda a temporada.

    O exército de Slade começa a invadir e a destruir Starling City, porém, Oliver consegue vantagem ao obter o antídoto em larga escala do soro desenvolvida pelos laboratórios S.T.A.R. e reúne um time para tentar lutar de igual pra igual. O “team Arrow” é composto pela Canário, Diggle, Felicity (que durante toda a temporada teve um papel semelhante ao da Oráculo, de Batman) e Roy Harper, que ganha de Ollie uma máscara vermelha. Com isso, a equipe ganha ajuda da A.R.G.U.S., do Esquadrão Suicida, da Polícia de Starling e da Liga dos Assassinos, liderada por Nyssa Al Ghul, que decide cooperar após Sarah concordar que se renderá a Ra’s Al Ghul. O episódio e épico e emocionante, com todo o elenco da série diretamente envolvido.

    A segunda temporada de Arrow foi de grande excelência, com exceção da motivação de Slade Wilson em destruir Oliver e Starling ter sido pífia. O curioso é que, além das inúmeras referências ao universo DC Comics, esse Arqueiro Verde se aproximou (ainda mais) de Batman. Felicity praticamente faz o papel de Oráculo, o detetive Quentin Lance (Paul Blackthorne) se torna um aliado do Arqueiro, assim como o Comissário Gordon; Oliver Queen fica praticamente pobre, após Isabel Rochev conseguir a maioria das Ações da Queen Consolidated e se revelar como a Ravager, aqui no Brasil conhecida como Devastadora.

    Além das sub tramas mencionadas, existiram muitas outras, como o drama vivido por Laurel Lance (Katie Cassidy) ao se tornar uma alcoólatra, assim como a dor sofrida por Thea Queen ao saber que Malcom Merlyn é seu pai. Malcom Merlyn, este que ressurgiu das cinzas, o que talvez possa ser uma referência ao Poço de Lázaro, de Ra’s Al Ghul, que ressuscita os mortos. Vale lembrar que Merlyn, na série, é o Arqueiro Negro e membro da Liga dos Assassinos.

    Há um tempo, diziam que, devido ao sucesso do seriado, havia grandes chances do Oliver Queen de Stephen Amell ser aproveitado no cinema, ao lado de Henry Cavill, Ben Affleck e Gal Gadot, mas os rumores foram negados recentemente. O próprio Stephen, em sua página do Facebook (bastante legal, por sinal), posta alguns mistérios, mensagens subliminares e coisas do tipo, sugerindo, inclusive, uma participação do Asa Noturna na série. Ele também gosta de postar vídeos com seus treinamentos e sessões de perguntas e respostas, ao vivo, com os fãs. Amell está de férias, porém, cultiva um cavanhaque bastante simbólico pra quem conhece o Arqueiro Verde dos quadrinhos e dos desenhos. As expectativas para a terceira temporada são as melhores possíveis.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Review | Arrow – 1ª Temporada

    Review | Arrow – 1ª Temporada

    arrow-season-1Quando foi anunciado que o Arqueiro Verde ganharia uma série para a TV, foi impossível não comparar a Smallville, As Aventuras do Superboy. A série que contava parte da adolescência do Superman se alongou demais, e por isso, deixou de agradar muita gente. Nem mesmo a tentativa de aproximar a trama do universo da DC tradicional a fez ficar interessante.

    O Arqueiro Verde é um dos poucos heróis da DC que, assim como o Batman, não possui poderes, e ao assistir a primeira temporada, ficou claro que, por alguma razão, várias das situações vividas pelo jovem milionário Oliver Queen (Stephen Amell) foram inspiradas em pequenas passagens dos quadrinhos do homem morcego. E isso não é necessariamente ruim, como será demonstrado.

    É fácil notar a influência que o trabalho de Christopher Nolan teve no desenvolvimento do seriado, mostrando como seria se o Arqueiro Verde realmente existisse nos dias de hoje. Nessa primeira temporada não há super poderes, não há mutações e nenhuma influência do mundo extraterreno, bastante recorrente no universo DC.

    Misturando de forma inteligente flashbacks e os dias atuais, Oliver Queen, antes dado como morto, ficou desaparecido por 5 anos, sendo o único sobrevivente de um naufrágio que resultou na morte de sua namorada, Sarah e de seu pai, Robert. Ao ser resgatado, Queen retorna à sua cidade, Starling, cheio de habilidades especiais e com o propósito de limpar do mapa pessoas consideradas ruins e que estão presentes numa misteriosa lista entregue por seu pai antes de morrer.

    Ocorre que, ao voltar, “Ollie” precisa lidar com os problemas de sua irmã, Thea (Willa Holland), que, por conta da perda do pai e do irmão, se afundou nas drogas, o que é interessante, porque, na série, Oliver chama sua irmã de Speedy, apelido, que nos quadrinhos é exclusivo de Roy Harper, que aqui no Brasil ficou conhecido como Ricardito e que se torna o Arsenal, o arqueiro vermelho. O “speedy” Roy fora acolhido por Queen e tinha sérios problemas com drogas, como ilustra abaixo a chocante capa de Lanterna Verde, nº 85.

    Oliver retorna com sua vida normal de playboy festeiro, mas nem todos estão felizes com sua volta. O detetive de polícia Quentin Lance (Paul Blackthorne) odeia os Queen e os acusa de desgraçar sua família porque a namorada de Ollie, morta no acidente, era sua filha mais nova, Sarah, que, na verdade, era amante, pois sua outra filha, a promotora de justiça Laurel Lance (Katie Cassidy) era a namorada oficial de Oliver.

    Assim foi montada, portanto, uma premissa bastante interessante e convincente para sustentar a primeira temporada. Logo no segundo episódio, Oliver fica sabendo que Laurel corre risco de morte ao processar um bandido que tem ligações com a Tríade chinesa. Tal bandido está presente na misteriosa lista, o que põe Queen (devidamente trajado de uniforme verde, capuz, arco e flecha, ainda sem máscara) em confronto com a primeira vilã do universo DC na série, a China White.

    E não para por aí. Diversos vilões do Arqueiro Verde e do universo DC aparecem até o fim da temporada e fica difícil não vibrar com as aparições de Deadshot (Michael Rowe), Huntress (Jessica De Gouw), Conde (Seth Gable, sensacional) e Arqueiro Negro (John Barrowman) que aqui é o principal antagonista da primeira temporada.

    O padrão estabelecido é bem parecido com o que se vê em Batman, com Oliver Queen (conhecido como capuz ou vigilante) combatendo o crime e sendo perseguido pela polícia.

    Ademais, desde o início, personagens do universo do Arqueiro Verde vão surgindo, como a mãe de Oliver, Moira Queen (Susanna Thompson), seu melhor amigo, Tommy Merlyn (Colin Donnell), e personagens como Walter Steele, vivido elegantemente por Colin Salmon, a apaixonante Felicity Smoak (Emily Rickards), cujo personagem é tão carismático que se tornou parte do cast principal e o ladrão Roy Harper (Colton Haynes), que se torna fã do vigilante que salvou sua vida.

    Oliver também precisa conviver com seu motorista e guarda costas, John Diggle (David Ramsey). No começo, os dois têm uma relação conturbada, pois Diggle não sai do encalço de Queen, o que resulta em momentos engraçados. Mas depois, Oliver percebe que realmente precisa dele ao seu lado. Curiosamente, há uma passagem em que Diggle precisa se vestir de arqueiro para que o vigilante e Oliver possam aparecer ao mesmo tempo no mesmo local. Os mais fanáticos lembrarão que o mordomo Alfred já se vestiu de Batman para que o morcego pudesse aparecer ao mesmo tempo que seu patrão Bruce Wayne.

    Ainda no que diz respeito a John Diggle, percebe-se que o aliado de Oliver também é um dos donos das sub tramas que o seriado possui. Diggle lutou no Afeganistão e perdeu o seu irmão, assassinado misteriosamente pelo Deadshot.

    No geral, o saldo é bem satisfatório, sendo que a parte mais chata fica por conta dos maçantes flashbacks que mostram Oliver, no meio da vida selvagem, tendo que matar animais para comer, tudo isso sob o olhar de seu primeiro mentor, Yao Fei (Byron Mann), que, aparentemente, está numa missão misteriosa, envolvendo militares e mercenários na enorme ilha. Essa parte só melhora com a entrada de Slade Wilson (Manu Bennet) na trama.

    A primeira temporada se resume na motivação de Oliver Queen em limpar as ruas de Starling, “eliminando” as pessoas que estão na lista entregue por seu pai, porém, ao longo dos seus 23 episódios, percebe-se que o problema é muito mais sério do que se imaginava e que até sua família pode estar envolvida num plano que pretende acabar com a cidade, o que resultaria num ótimo e doloroso final de temporada.

    Por fim, Arrow não é um seriado primoroso. Tecnicamente, não se pode esperar muito de um seriado que possui mais de 20 episódios por temporada, 19 diretores e 18 reteiristas (incluindo Geoff Johns, da DC Comics), já que esse tipo de formato exige muita rapidez da produção, porém, como dito, o saldo é bem satisfatório pra uma estreia.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.