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  • Resenha | Arqueiro Verde: Os Caçadores

    Resenha | Arqueiro Verde: Os Caçadores

    Os Caçadores é uma das histórias clássicas e mais elogiadas do Arqueiro Verde, junto à união dele com Hal Jordan em Lanterna Verde e Arqueiro Verde. Lançada em 1987, com roteiro e arte de Mike Grell, com o auxílio de Lurene Hainrd, e as cores de Julia Lacquement, resultando num trabalho visual e dramático sem igual.

    Em 1987, a mega-saga Crise nas Infinitas Terras já havia revolucionado a cronologia da DC, e as influências nas histórias e ontologias dos personagens já havia ocorrido. Batman: O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, abriu as portas para que obras com uma temática mais adulta pudessem ocorrer, e Os Caçadores vai nesse sentido, buscando temas pesados e discussões político-sociais.

    A riqueza da história mora em representar, através dos vilões, realidades muito fáceis de encontrar nas áreas urbanas de qualquer grande cidade do mundo. A abordagem busca algum nível de realismo, com questões abrangendo assassinatos, estupros, tráfico de entorpecentes, e isso se reflete na própria arte. Engraçado como há um número grande de semelhanças com Watchmen, não só na abordagem mais adulta de Alan Moore, mas também pelos desenhos, que remete ao traço de Dave Gibbons.

    Grell não esquece de referenciar os elementos clássicos do herói, toda a parte que relembra as histórias do Arqueiro e a introdução da Canário Negro é simplesmente deslumbrante, não só pela beleza de Dinah Lance, mas também por sua presença impor um respeito não apenas artístico, mas pelo texto e diálogos escritos. Além disso, o roteiro também lida com questões envolvendo o casal, como receio de qualquer relação duradoura, desde convivência, casamento, filhos, etc.

    O modo como o gibi lida com Shado, a vilã asiática é um conceito muito bem utilizado. Até na versão audiovisual de Arrow, que por acaso teve em Grell o desenhista das adaptações para os quadrinhos, ela também é bastante importante. Além disso, esta versão lembra bastante O-Ren-Ishii, personagem de Lucy Liu em Kill Bill, e não surpreenderia se Quentin Tarantino tivesse a usado como uma das fontes de inspiração para a personagem, uma vez que até o Superman foi referenciado por David Carradine no segundo volume.

    A contraposição de Shado e do Arqueiro produz quadros incríveis, é como se o traço tradicional do Superman de Curt Swan se encontrasse com o quadrinho marginal europeu. As flechas cortando os bandidos, banhadas em sangue dão um efeito gráfico interessante, e por um momento, colocam em cheque a honra do herói. Parte da essência do Arqueiro Verde é o fato dele perverter o uso de flechas para um alvo não letal. O arco e a flecha são armas ideais para acertar um inimigo forte, sem barulhos estrondosos e sem maiores consequências, mas ele as usa para atordoar, já Shado é o inverso, um anjo vingativo que sucumbe ao pecado da vaidade e da vingança, e essa comparação ajuda a compor todo o código ético do personagem. Queen passa por problemas, encara os bandidos como eles são, e ao ver o torpor de sentir que eles estão mortos e que pagaram por seus atos maus, ele sente um pouco do que é o prazer de ser o juiz, o juri e o carrasco, e isso envolve dilemas morais e éticos dentro da história.

    Muitos fãs gostam de afirmar que essa é o equivalente ao Cavaleiro das Trevas do Arqueiro Verde. Isso até soa reducionista, mas não é totalmente sem cabimento ao menos em um ângulo, dado que ambas tem um tom mais maduro que as histórias comuns de super-heróis e elevam para outro patamar esses personagens. Uma grande história para um grande personagem, que felizmente foi republicada na coleção de Graphic Novels da editora Eaglemoss, depois de mais de décadas fora do mercado, quando a editora Abril a publicou no distante ano de 1989 em três partes.

  • Resenha | Universo DC Renascimento: Arqueiro Verde – Volume 1

    Resenha | Universo DC Renascimento: Arqueiro Verde – Volume 1

    Umas das premissas da fase Renascimento da DC Comics é trazer seus personagens de volta às suas representações mais icônicas. Em Os Novos 52, o veterano personagem Arqueiro Verde foi modernizado, assumindo características mais próximas das suas versões live-action nos seriados Smallville e Arrow, onde ele é representado como um jovem milionário – algo bem próximo de suas primeiras histórias em quadrinhos, que tentavam emular o estilo dos gibis do Batman na época. Mas o Oliver Queen que mais se destaca na memória dos leitores de quadrinhos é o personagem da fase de Dennis O’Neil e Neal Adams, quando o herói apresenta ao Lanterna Verde os problemas reais da classe menos abastada dos Estados Unidos em uma road trip repleta de aventuras e críticas sociais. Um marco para os quadrinhos. Esse estilo foi muito bem retratado na animação Liga da Justiça – Sem Limites, onde ele se define como “um velho esquerdista”.

    Neste primeiro volume da fase Renascimento do Arqueiro Verde, vemos um retorno a essa caracterização. O “riquinho metido” dá lugar ao autoproclamado “Guerreiro da Justiça Social”, voltando inclusive a adotar o cavanhaque típico de Robin Hood. Seu relacionamento com a Canário Negro volta a ser ponto chave da trama, e muito do que foi estabelecido na fase anterior (principalmente seus laços de família) continua sendo explorado.

    O roteiro de Benjamim Percy, por vezes com boas ideias, peca pelo exagero e o cliché. Embora as caracterizações dos personagens estejam coerentes e os diálogos bem sacados (mesmo quando toscos), a narrativa que envolve uma sociedade secreta dominando o submundo – literalmente – de Seattle parece algo não muito condizente com o status de herói urbano do Arqueiro Verde. Embora enfrentar todo tipo de monstros não seja lá algo estranho ao velho Oliver, o teor místico do Nono Círculo (organização secreta que remete ao Inferno de Dante Alighieri) parece forçar a barra. Junte-se a isso a mudança abrupta do estilo de arte no meio do volume e a história parece não ser mais a mesma do início.

    Não que a arte seja ruim, muito pelo contrário! A primeira parte conta com a leveza e o dinamismo da arte de Otto Schmidt, que faz com que o texto de Percy flua de forma natural. Já o estilo da segunda parte – que ficou a cargo de Juan Ferreyra – lembra em muito o visual da série Os Caçadores, clássico do herói nos anos 1980. Apesar de um espetáculo visual, em alguns momentos a ação fica um tanto “truncada” e o ritmo se perde um pouco.

    A decisão da Panini em publicar esse arco – e os outros na sequência – em um volume encadernado está de acordo com a nova estratégia da editora de focar suas mensais nos títulos do Batman e do Superman, evitando os mixes de outrora que deixavam boas histórias perdidas no meio de outras medíocres. Contudo, faltou o conteúdo extra presente na edição americana na qual foi baseada a versão nacional. Embora não seja uma obra prima, esse primeiro volume pode ser, principalmente, um bom ponto de partida para leitores novos ou antigos que se afastaram nos últimos anos.

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  • Crise na Terra X | O Mega Crossover do Canal CW

    Crise na Terra X | O Mega Crossover do Canal CW

    Eis que chegou o tão aguardado crossover do Canal CW. Vale lembrar que a reunião dos maiores heróis do canal se deu anos atrás quando Barry Allen (Grant Gustin) apareceu em Arrow investigando a morte de sua mãe, ocorrida durante a sua infância e após o término do episódio, o jovem investigador é atingido por um raio, o que deu início ao seriado do Flash. O segundo encontro dos heróis se deu no ano seguinte, quando um participou do episódio do outro e o primeiro crossover propriamente dito, colocou tanto os heróis, quanto seus coadjuvantes para enfrentarem o vilão Vandal Savage, o que serviu para introduzir outra série do canal, intitulada Legends of Tomorrow. Com a inclusão de Supergirl no catálogo, o lance ficou de fato épico, ao adaptar a saga Invasão, da DC Comics e ainda que o resultado não tenha sido satisfatório, é sempre bom ver uma equipe de heróis reunidos em tela, seja de qualquer plataforma. No final de 2017, como de costume, a mega reunião ganhou mais um capítulo com a história Crise na Terra X.

    Para quem não está familiarizado com o universo dos quadrinhos ou da televisão, nosso universo é formado por infinitas Terras, onde nós existimos de maneira igual, diferente ou exatamente o oposto do que somos. A teoria (que é existente no mundo real) já foi explicada diversas vezes em The Flash e repassada para os outros seriados, tanto que é costumeiro vermos heróis e vilões de outras Terras. E é sobre exatamente isso que Crise na Terra X se trata.

    Durante o casamento de Barry Allen e Iris West (Candice Patton), os noivos e convidados são atacados por um exército de soldados nazistas liderados por um arqueiro tão bom quanto Oliver Queen (Stephen Amell), por uma mulher tão poderosa quanto Kara Danvers (Melissa Benoist) e por um velocista tão rápido quanto Barry. Não demora muito para os heróis descobrirem que o ataque veio de membros da Terra X, uma Terra controlada pelos nazistas desde sua vitória na Segunda Guerra Mundial. E não demora para sabermos também que o arqueiro e a mulher são Oliver Queen e Kara Danvers da Terra X, aliados com Eobard Thawne, o Flash Reverso da Terra 1, aqui vivido, novamente por Tom Cavanaugh, que interpreta, também o professor Harry Wells. Um fato curioso é que Oliver Queen, além de líder dos nazistas, é casado com Kara.

    O episódio tem bons momentos, principalmente quando as versões malignas dos heróis estão em cena. O Oliver Queen nazista, por exemplo, não é uma versão tão diferente do que o Oliver Queen que conhecemos foi nas duas primeiras temporadas de Arrow, mas o destaque ficou para uma trama paralela (uma das diversas ali presentes) que envolvia o herói Firestorm, formado pela fusão do Dr. Martin Stein (Victor Garber) e Jefferson Jackson (Franza Drameh). Infelizmente, Victor Garber precisou deixar o seriado e os produtores deram um final emocionante para a dupla, o que interferiu diretamente na resolução da trama principal. Crise na Terra X também marca o retorno de Wentworth Miller, desta vez interpretando Cidadão Frio, que é a versão heroica da Terra X para o Capitão Frio, devidamente trajado como nos quadrinhos, deixando registrada a homenagem, além da estréia do herói Ray, interpretado por Russel Tovey. Apesar do excesso de personagens em tela, muitos deles ficam completamente esquecidos em cena por conta da necessidade de focar os acontecimentos nos personagens principais, mas é sempre bom acompanhar os heróis interagindo entre si, principalmente quando Onda Térmica (Dominic Purcell) está em cena.

    Enquanto Legends of Tomorrow se encontra em seu final de temporada, Supergirl, Flash e Arrow entram na reta final de suas respectivas temporadas. Qual será o tema do próximo crossover? Aguarde notícias em breve.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

    https://www.youtube.com/watch?v=HmVBRdqCOHg

  • Review | Arrow – 5ª Temporada

    Review | Arrow – 5ª Temporada

    Após uma boa temporada de estreia (Arrow – 1ª Temporada), uma ótima segunda temporada, seguida por um dos maiores fiascos da história do Canal CW, a quarta temporada de Arrow precisou provar que a série ainda merecia seu lugar no canal para manter o já estabelecido arrowverse. Com muita dificuldade, a temporada que começou fraquíssima se reergueu firmando a série, livrando-a de um possível cancelamento. Parte disso se deu por algumas cobranças da estrela da série, o ator e intérprete de Oliver Queen/Arqueiro Verde, Stephen Amell, que tem uma ligação direta com os fãs. A cobrança de Amell deu resultado e Arrow ganhou um bom respiro em sua quinta temporada, se tornando a melhor temporada desde a segunda aventura do Arqueiro Verde nas telas da TV.

    Após a morte de Laurel Lance/Canário (Katie Cassidy) e após Thea/Speedy (Willa Holland) e John Diggle/Espartano (David Ramsey) aposentarem seus uniformes (mas ainda sendo personagens principais), o Arqueiro Verde busca recrutar novos heróis para dar continuidade ao legado de Lance e é assim que passa a trabalhar com Rene Ramirez, o Cão Raivoso (Rick Gonzalez), que há tempos vinha sendo um vigilante em Star City, Evelyn Sharp, a Artemis (Madison McLaughlin) e um velho conhecido dos fãs e da série, o cientista Curtis Holt, que assume o nome de Sr. Incrível (Echo Kellum), que junto de Felicity Smoak (Emily Bett Rickards), agora estabilizada como a Observadora, divide o núcleo cômico da série. Enquanto Oliver Queen não veste o capuz do Arqueiro Verde, ele é o prefeito da cidade, sendo o ex-capitão de polícia, Quentin Lance (Paul Blackthorne) seu vice prefeito, enquanto Thea vira sua assessora e Diggle retoma à sua função original de segurança de Oliver. Junta também ao elenco o novo e ótimo promotor da cidade, Adrian Chase (Josh Segarra), que na primeira metade da temporada parecia mais ser um Christian Bale genérico do que qualquer coisa, mas que depois, se mostrou um ótimo personagem, inclusive quando se tratava de entraves políticos/jurídicos que foram constantes nessa temporada.

    A quinta temporada de Arrow teve como premissa aparição do perigoso e violento Tobias Church, vivido por Chad L. Coleman, o Tyrese de The Walking Dead e logo de início, o team Arrow passa a ter sérios problemas com Church, principalmente porque a equipe é completamente desengonçada e não sabe trabalhar unida, o que acaba trazendo sérios problemas a Oliver, que passa a ter um temperamento extremamente explosivo, inclusive, dando surras severas nos membros do time durante os treinamentos. Logo sabemos que Church é apenas uma pequena peça de um quebra cabeça muito maior, cuja peça principal é o vilão Prometheus, um rival que possui habilidades idênticas ou até melhores que o próprio Arqueiro Verde e a caçada ao vilão foi um dos pontos altos dessa temporada. O problema ficou por conta da revelação de sua identidade, já que mais uma vez os produtores resolveram esconder a informação, assim como fizeram sobre a revelação de quem havia morrido na temporada passada, contudo, as coisas ficaram melhores após o vilão parar de usar uma máscara. Acontece que, mesmo após usarem um artifício chato, desta vez houve um motivo plausível.

    Algo que surpreendeu nessa temporada foi o enredo dos tradicionais flashbacks da série, que mostram a jornada de Oliver Queen desde que se tornou um náufrago até seu retorno para a casa, cinco anos depois. Como esta foi a quinta temporada, os flashbacks convergiram com os acontecimentos dos primeiros episódios da série. Aqui, Oliver busca cumprir a promessa feita à Taiana na temporada anterior: matar Konstantin Kovar, vivido por Dolph Lundgren que faz um líder da máfia e do crime organizado russo e que gosta de ir para a porrada. Para combater Kovar, Oliver se alia a um velho conhecido, Anatoly Kniazev (David Nykl) e finalmente podemos ver respondidas várias perguntas sobre a estreita relação do herói com os russos e com a organização chamada Bratva, algo que já foi mostrado por diversas vezes ao longo desses cinco anos.

    Outro ponto positivo dessa temporada foi que todos os personagens secundários tiveram suas respectivas tramas paralelas, mesmo que elas não tenham contribuído com o desenrolar da trama principal, o que passa despercebido por terem sido muito bem encaixadas. Os destaques ficam para a história de Rene, que teve um episódio próprio e o porquê dele ter se tornado o Cão Raivoso e sua estrita relação quase paterna dele com Quentin Lance, haja vista que, quem acompanha o seriado sabe que, assim como Rene, Lance viveu um inferno em sua vida. Também teve destaque a história da ex-policial Dinah Drake (Juliana Harkavy), que foi afetada pela explosão do colisor de partículas de Harrison Wells na primeira temporada de Flash, enquanto fazia uma investigação com seu parceiro que faleceu no acidente. Dinah é a primeira meta humana a integrar o elenco de Arrow, se não considerarmos as várias participações dos personagens de Flash já feitas até então. Os poderes de Drake são exatamente os mesmos da vilã Sereia Negra, a Laurel Lance (também, Katie Cassidy) da Terra 2 e que também passou a integrar o elenco na temporada. Por enquanto só fica a pergunta: teria Dinah Drake alguma relação de parentesco com Tim Drake?

    Como já é costume, logo no início da temporada tivemos o episódio que adaptou a saga Invasão, da DC Comics, que fez parte do já tradicional mega crossover da CW, que juntou, desta vez, o elenco de Flash, Supergirl, Arrow e Legends of Tomorrow. Confira todos os detalhes desse encontro clicando aqui.

    Assim, como na terceira temporada de Flash, houve uma diminuição considerável dos episódios chamados de monstros da semana, que foram incluídos dentro da história principal, fazendo com que o episódio seguinte sempre complementasse o anterior, seguindo assim, praticamente, do início ao fim da temporada. Mas apesar de toda a trama envolvendo Prometheus, os jogos políticos que Oliver precisou enfrentar na prefeitura, as tramas paralelas de todos os personagens que integraram o elenco, ainda sobrou espaço para que os produtores colocassem um novo e sanguinário vigilante diversas vezes em cena, muitas vezes combatendo os heróis que são totalmente contra à maneira de agir do cara. A propósito, sua identidade ainda permanece um mistério.

    Com essa quinta temporada, Arrow conseguiu o respiro que precisava, se firmando, novamente, como a principal série de seu universo dentro da CW e se firmando de vez como uma série auto suficiente, sendo que sua sexta temporada parece ser muito promissora e provavelmente manterá o mesmo nível da temporada que passou. É muito provável que seja renovada para uma sétima temporada e por que não, uma oitava.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Rebirth: O Renascimento da DC Comics – Parte 2

    Rebirth: O Renascimento da DC Comics – Parte 2

    Após a nossa análise da primeira parte de Rebirth – O Renascimento da DC Comics, com os volumes especiais com nome vinculado à saga, prosseguimos com os primeiros números de Liga da Justiça, Asa Noturna e Hal Jordan e os Lanternas Verdes, além de um interessante material extra de revistas mensais que corroboram este novo momento na editora.

    Sem maiores delongas, vamos aos reviews:

    Liga da Justiça – Renascimento #01

    Liga da Justica - Renascimento 01

    Esperada não só por ser a publicação do principal grupo de heróis da história, a publicação também era cercada de expectativas por ser escrita e desenhada por Bryan Hitch, que havia brilhado bastante nas publicações de Os Supremos e Authority. A história se passa em um ataque alienígena urbano, em que a equipe clássica – Flash, Batman, Mulher Maravilha, Cyborg – as exceções estão em missões paralelas, com Lanterna explorado na próxima revista e o Superman Clark Kent analisando a sua vida de casado com Lois Lane, estranhando sua atual rotina.

    O grupo se vê em dúvida em aceitar a aposentadoria do Azulão e abraçar a nova versão do último kriptoniano, uma vez que não confiam nele. Há uma leve semelhança entre a ameaça alienígena vista nesta e a criatura de Ozymandias em Watchmen, mas não parecida o suficiente para associá-la a um easter egg.

    Prós: Hitch desenha muito bem e consegue equilibrar texto e arte. O mesmo deverá deixar os desenhos a cargo de outrem, uma vez que tem um terrível histórico de atrasos. Interessante também é a utilização de Jessica Cruz e Simon Baz como os Lanternas Verdes da história.

    Contras: A revista não possui muitas conclusões, o que torna o arco um pouco capenga, deixando uma grande dúvida de quais perspectivas serão traçadas na linha regular da Liga.

    Hal Jordan e os Lanternas Verdes #01

    Hal Jordan e os Lanternas Rebirth

    A revista correspondente às aventuras do piloto que veste o manto do gladiador esmeralda começa mostrando a ação da Tropa Sinestro e de seu comandante, já bem idoso, variando entre o encantamento com a suposta vitória naquele setor espacial, já que a lanternas verde nada fazem, e a obsolescência programada que sofre, não aceitando qualquer mimo a si causado por sua saúde pouco abundante.

    No roteiro de Robert Venditti há uma repetitiva, porém interessante recontagem da origem de Jordan, atrelando seu destino a cada um dos terráqueos detentores do poderoso anel, bem como aponta novos rumos de rivalidade com Sinestro e Parallax. Essa talvez seja a revista mais inspirada até aqui, e a química entre a equipe criativa é enorme.

    Prós: Mais uma vez Ethan Van Sciver consegue êxito ao capturar um clima aventuresco e escapista mesmo em poucas páginas e em uma história introdutória. A chance que tem de destacar cada um dos representantes das tropas coloridas é plenamente cabível, e não se preocupa em termos de argumentos de explicar todas as ações.

    Contras: Há poucos defeitos, talvez o maior é a necessidade de sempre precisar mostrar Hal recebendo o anel de Abin Sur, fato que rivaliza com a morte dos Wayne e a destruição de Kripton como clichê mais repetido da editora.

    Asa Noturna – Renascimento #01

    Asa Noturna Rebirth

    A história de Tim Seeley começa com uma explicação sobre a alcunha do herói, ligando esta a uma lenda de Kripton, dos heróis Asa Noturna e Flamejante, para, mais tarde, mostrar Dick Grayson retomando sua relação com Damian Wayne. Há um cuidado em lembrar-se das histórias do herói órfão como Agente 37, inclusive dando uma finalização deste arco transitando para outro. O reencontro do herói com seu mentor soa frio mas não burocrático, repleto de emoções conflitantes, como se houvesse emoções ali guardadas, de um vigilante que quer provar aos outros e a si mesmo seu valor.

    Prós: A curiosidade em assistir a interação entre Grayson e o antigo análogo da Wildstorm para o Batman, e atualmente herói recorrente da DC, Meia-Noite, é bastante proveitosa, e gera no público a vontade de ver mais daquela interação. O desfecho dribla seus próprios defeitos e soa nostálgico ao finalmente retornar do herói ao seu clássico manto.

    Contras: O link com a Noite das Corujas – com a diferenciação nominal de Planalto das Corujas – soa muito longínqua da historia de Scott Snyder, por mais que faça sentido se lembrado.

    Aproveitando o hype, analisamos também algumas das revistas de linha, lançadas quinzenalmente. Abaixo, algumas opiniões sobre:

    Aquaman #01

    Aquaman - Rebirth

    A história começa com uma conversa franca e íntima entre Arthur Curry e Mera, em terra, após uma noite de prazer. A discussão envolve o assumir dos atlantes aos habitantes da superfície. A publicação, com roteiros de Dann Abnett, consegue harmonizar bem a importância que o Aquaman deveria ter no universo DC, com as pitadas de humor e escapismo necessárias para a boa fruição de uma simples história em quadrinhos. Esse é o início do arco Afogamento e mostra consequências bastante adultas para um ingresso de uma nova raça/espécie no cenário político mundial, com o acréscimo surpresa de um dos maiores vilões do rei atlântico. Os prós envolvem os desenhos inspirados de Brad Walker e a cobertura midiática do Planeta Diário, ainda que grande parte do que é aventado seja apenas um despiste e, até este momento, haja poucos defeitos neste pontapé inicial.

    Batman #01

    Batman 1

    Eu Sou Gotham começa na vista aérea da metrópole, observada por um infante, enquanto o Morcego se ocupa de tentar salvar um avião em chamas mesmo sem ter os poderes de seus companheiros de Liga, como o Lanterna Verde, Superman e afins. As tramas escolhidas pelo roteirista Tom King e desenhista David Finch soam harmoniosas com a historiografia do personagem, alem de contar com uma boa dose de heroísmo. O poder heroico do vigilante é emocionante, mas é interrompido por uma interferência externa que soa como o aspecto mais negativo da publicação, por utilizar um deus ex machina banalizado e que será trabalhado mais para frente.

    Flash #01

    Flash - Renascimento

    Joshua Williamson retorna aos roteiros para descortinar as consequências no cotidiano de Barry Allen, após o retorno de seu velho amigo Wally West e a consequente descoberta da perda geral de dez anos, para todos que habitam aquele universo. Apesar de levar em conta essas novas informações, o decorrer da história é morno, exceto pelo final que guarda um mistério sobre o uso da força da aceleração.

    Arqueiro Verde #01

    Arqueiro Verde - Renascimento

    A trama segue os eventos diretos de Arqueiro Verde – Renascimento #01, com  a mesma equipe criativa – roteiro de Benjamin Percy e arte de Otto Schmidt – com o Arqueiro e Canário enfrentando um grupo de assalto misterioso. Uma das artes de capa variante é assinada por Neal Adams, que mostra ainda estar afiado, apesar da distância temporal em que desenhava as aventuras de Oliver Queen. A despeito de toda ação escapista, o evento mais digno de nota na revista é a discussão que Dinah propõe, de que todas as relações de Olliver tem a ver com seu dinheiro, inclusive dos bandidos que enfrentaram em Seattle, os quais estavam atrás dos materiais da Companhia Queen, usando uma discussão normalmente relegada ao Batman como possível fonte do desequilíbrio social de sua respectiva cidade. O desfecho contém um cliffhanger interessante, que inclusive põe personagens presentes na primeira temporada de Arrow para conviver com esta versão do vigilante.

    Conclusão:

    Rebirth ainda não consegue mostrar a que veio, em um limbo entre reboot e retorno às origens. Ao menos, vale o intuito de reprisar origens dos personagens, além de resgatar de maneira inteligente o tom heroico clássico, que sempre foi a marca registrada do corpo de personagens da DC Comics.

  • Review | Arrow – 4ª Temporada

    Review | Arrow – 4ª Temporada

    Arrow-Season-4-Poster

    A péssima terceira temporada de Arrow, de fato, foi um divisor de águas para a produção do show. Se os produtores da CW não apresentassem ao espectador uma obra no mínimo convincente, as chances de um eventual cancelamento seriam praticamente inevitáveis.

    E não foi o que aconteceu. Sinceramente, imagino que Arrow só se mantém no ar por conta do universo compartilhado criado, se apoiando no sucesso de The Flash, além de agora contar com Legends Of Tomorrow e com a recém-chegada Supergirl. Com tantos personagens, a série somente convenceu numa de suas subtramas, que justamente contou a parte final da história de John Diggle (David Ramsey) que, desde a primeira temporada, buscava saber quem causou a morte de seu irmão, Andy. Aliás, a dica já havia sido dada na temporada anterior pelo Pistoleiro e confirmada nessa temporada. A C.O.L.M.E.I.A. estava por trás de tudo.

    Justamente a C.O.L.M.E.I.A., liderada por Damien Darhk (Neal McDonough), que foi a maior ameaça da temporada tirando Oliver Queen (Stephen Amell) da aposentadoria. O herói deixou a agora chamada Star City nas mãos de sua equipe, Laurel Lance/Canário Negro (Katie Cassidy), Thea Queen/Speedy (Willa Holland) e John Diggle (que ganhou um uniforme e o nome de Espartano), mas descobriu que Felicity (Emily Bet Rickards), sua futura esposa ainda trabalhava com o “Team Arrow”. Não demorou muito para a jovem convencer Oliver a voltar à ativa com um novo uniforme preparado por Cisco Ramon, personagem de The Flash e cientista responsável por quase todos os trajes do universo.

    O problema é que todas as medidas tomadas nos roteiros de Arrow são incrivelmente preguiçosas, uma vez que, na temporada passada, para preservar a identidade de Queen como O Arqueiro, Roy Harper, o Arsenal (que fez uma breve participação nessa temporada) se entregou usando o uniforme do Arqueiro, sendo que, mais tarde, forjou sua própria morte. Com isso, Oliver Queen retorna a Star City usando o nome de Arqueiro Verde para preservar o legado do arqueiro original. Isso chega a ser uma falta de respeito com o personagem como um todo. Porém, ainda assim, a equipe precisa enfrentar Damien Darhk e a C.O.L.M.E.I.A., uma organização extremamente poderosa, enquanto Oliver Queen, candidato a prefeito de Star City precisa enfrentar nas urnas sua rival, Ruvè Adams, a esposa de Darhk.

    arrow, black canary and john constantine

    Como dito, a C.O.L.M.E.I.A. é poderosíssima e cerca quase tudo entre nós. Ela possui informantes no governo, na polícia e está sempre um passo à frente de tudo e de todos, o que seria mais do que suficiente para a equipe do Arqueiro Verde ser esmagada. Além do mais, um ponto realmente importante na série é que, pela primeira vez, a magia foi introduzida, o que até então não existia no universo. Tivemos esse primeiro contato na primeira parte da temporada durante os flashbacks, que sempre foram tradicionais no programa. Queen, a serviço da A.R.G.U.S., foi deixado na ilha em que naufragou e lá passa a ter contato com uma organização militar que tem muito interesse no local, sendo que, num determinado ponto, acaba por ajudar um certo homem chamado John Constantine (Matt Ryan), que como forma de agradecimento “transfere” uma tatuagem para o corpo de Queen. A magia persistiu por toda a temporada, uma vez que o próprio Damien Darhk possui consigo um ídolo que lhe dá muito poder. Vale ressaltar que é pelo mesmo ídolo que a organização tem interesse na ilha. E nesse ponto, a produção pecou, pois, como dito, não havia como Oliver e sua equipe competirem com Darhk. Ainda que o confronto com Darhk por toda a temporada tenha provocado muita dor para o time, como a baixa de uma importante personagem. O vilão poderia ter causado o fim de muito mais personagens, já que por diversas vezes teve a oportunidade de acabar com o próprio Arqueiro Verde.

    De qualquer forma, a temporada não foi um desastre.

    Durante a segunda temporada de The Flash, ocorreu a estreia da personagem Kendra Saunders (Ciara Renee). Sua aparição na série serviu para dar origem ao crossover com o Velocista Escarlate e Legends Of Tomorrow. Desta vez, podemos dizer que a reunião dos heróis foi completa, uma vez que Vandal Savage (Casper Crump) tenta assassinar Saunders, a Mulher-Gavião, o que obriga o “Team Flash” a pedir ajuda ao Arqueiro Verde e sua equipe, desta vez contando com todos os personagens das duas séries mais o Gavião-Negro (Falk Hentschel). Esse episódio serviu como aquecimento para a já citada série Legends Of Tomorrow.

    E os crossovers não pararam. Ainda tivemos o sensacional episódio de Legends of Tomorrow que se passou na Star City do futuro, onde temos um Oliver Queen grisalho e barbudo, como no seu visual clássico, mas totalmente diferente daquele que conhecemos. Se pudermos comparar, digamos que ele lembra muito o Batman de Ponto de Ignição. Além do mais, tivemos Diggle e sua esposa, Lyla (Audrey Marie Anderson) fazendo uma participação em Flash, além da versão vilanesca  da Terra 2 de Laurel Lance, como a Dark Siren, uma versão alternativa da Canário Negro, mas que possui os poderes exatamente como nos quadrinhos.

    O final da temporada causou ódio naqueles que gostam da série. Por sorte, por conta dos eventos ocorridos no final da segunda temporada de The Flash, que deverá adaptar Ponto de Ignição, nem tudo está perdido e tudo poderá ser consertado. O curioso é a vida imitando a arte, pois geralmente é o Flash quem salva o dia nas histórias em quadrinhos. Só nos resta saber se será The Flash que salvará Arrow de um cancelamento.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Review | Arrow – 3ª Temporada

    Review | Arrow – 3ª Temporada

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    A terceira temporada de Arrow foi alvejada por tiros de metralhadora por dois motivos, sendo um interno, o mais importante, e outro externo. O primeiro motivo foi que os próprios produtores e roteiristas, por conta da hype causada pela segunda temporada, decidiram aumentar ainda mais o chamado fan service. Embora seja ótimo se deparar com diversas referências e homenagens ao Arqueiro Verde e aos demais heróis e vilões da DC Comics, a produção não convenceu os admiradores da série, que receberam uma temporada interessante de início, mas que perdeu o fôlego antes mesmo de chegar à sua metade por conta de uma história fraca. A sorte é que no decorrer dos 23 episódios podemos encontrar aqui e ali alguns bons momentos, além dos três episódios finais que, ao menos, conseguiram livrar a temporada do fracasso. O segundo motivo foi o seriado do Flash, que teve uma ótima estreia, o que contrastou ainda mais com a qualidade desta terceira temporada.

    O Team Arrow conta agora com a presença de Roy Harper como Arsenal (Colton Haynes), devidamente caracterizado e mais performático que o Arqueiro, o qual ainda está longe de ganhar Verde em seu nome. Mas, por tudo o que o Arqueiro fez à cidade ao salvar a população do ataque terrorista organizado por Slade Wilson ao final da segunda temporada, o agora capitão de polícia Quentin Lance (Paul Blackthorne) passa a apoiar o Arqueiro e sua equipe, inclusive em ações em conjunto. Por tal motivo, nomes como Capuz e Vigilante foram deixados de lado.

    Oliver Queen (Stephen Amell) está falido e ainda busca por investidores para continuar como CEO da empresa de sua família. Contudo, os conselheiros recebem um investidor, o cientista e milionário Ray Palmer (Brandom Routh), que apresenta um projeto não só para reconstruir a empresa, sob o nome Palmer Technologies, mas também para reconstruir a cidade que ganharia o tradicional e conhecido nome, Star City. Palmer é como se fosse uma versão masculina de Felicity Smoak (Emily Bett Rickards), inclusive para apimentar os triângulos amorosos que o Canal CW tanto ama. A adição de Brandom Routh ao elenco ajuda a engrandecer o seriado, porém, é quase latente o desespero do estúdio em criar seu próprio Homem de Ferro: engraçado, carismático, sarcástico e também gênio, bilionário, playboy e filantropo.

    Após o período de calmaria que mudou com a chegada de Palmer, Oliver, que já tinha perdido sua irmã, Thea (Willa Holland), que foi embora e começou a ser treinada por Malcolm Merlyn (John Barrowman), Sara Lance, a Canário (Caity Lotz) é brutalmente assassinada, o que deixa a equipe a ponto de se desfazer. Assim foi formada a premissa que perdurou pela temporada.

    Por conta dos acontecimentos acima e da ameaça, que na teoria é muito maior, o número de vilões foi bem reduzido em relação às temporadas anteriores. Aqui, a galeria contou com poucos antagonistas, sendo os mais descartáveis, Komodo (Matt Ward), num primeiro momento, principal suspeito da morte de Sara, e a bela Cupido (Amy Gumenick). São dois personagens que poderão aparecer novamente no futuro, como já ocorreu com a “apaixonada das flechas com pontas de coração”, que fez parte da nova formação do Esquadrão Suicida.

    Falando em Esquadrão Suicida, tivemos pela primeira vez na série um episódio dedicado a um vilão, que no caso foi o Pistoleiro, vivido pelo carismático Michael Rowe, que interrompe o casamento de John Diggle (David Ramsey), escalando-o junto com sua noiva, a agente da A.R.G.U.S, Lyla (Audrey Marie Anderson), para uma missão. Durante a incursão, o episódio apresenta flashbacks que mostram como Floyd Lawton se tornou o Pistoleiro. Uma maneira forçada pelo estúdio em fazer uma homenagem a um vilão querido pelos fãs da série, mas que precisava sair dos holofotes por conta do filme do Esquadrão Suicida que está em desenvolvimento e que tem Will Smith no papel do Pistoleiro.

    E se na temporada passada John Diggle tinha ganhado um episódio para si, foi a vez de conhecermos a história de Felicity. Seu episódio, diferentemente do dedicado a Diggle, cujo passado influencia o cânone, é totalmente descartável e que esteve ali apenas para preencher uma lacuna, com um tradicional “monstro da semana”.

    Laurel Lance (Katie Cassidy) poderia muito bem ter sua história melhor aproveitada, como na temporada passada, quando enfrentou sérios problemas com o alcoolismo. A motivação em querer substituir sua irmã morta é justa, mas mal trabalhada. Em seus primeiros dias como Canário Negro, ela toma uma surra de um bandido qualquer, tal como Kick-Ass, e nesse decorrer as cenas em que aparece em ação chegam a ser constrangedoras. Uma heroína toda torta e sem habilidade nenhuma, digna de Os Trapalhões. Isso muda com a boa participação de Ted Grant, o Pantera (J.R. Ramirez), que começa a treinar Laurel.

    O arco do Pantera é curto, mas bem interessante, uma vez que ele foi o primeiro justiceiro da cidade, quando Oliver Queen ainda era um playboy festeiro. Se Oliver não gosta de Ted pelo fato dele treinar Laurel, o Arqueiro não gosta dele, pois ele está sendo investigado por um assassinato ocorrido em uma academia, o que coloca os dois em confronto, numa luta sensacional, com um momento mais sensacional ainda, quando o Arqueiro nocauteia o Pantera com uma flecha cravada numa luva de boxe. Sem dúvida, um momento clássico.

    E é nesta fase que acontece um dos grandes momentos da série, quando o vilão Brick, muito bem interpretado por Vinnie Jones, entra em cena e tenta tomar para si o Glades, um dos principais bairros de Starling. O brutamonte se aproveita que o Arqueiro está desaparecido e passa a liderar todos os bandidos presos por Oliver que foram soltos ante o seu não comparecimento às sessões para depoimento no tribunal. Assim, as prisões feitas pela polícia perderam toda sua eficácia. O momento lembra muito o final da temporada passada quando o Team Arrow passa a ter o auxílio da população, desta vez liderada pelo Pantera, que enfrenta Brick de igual pra igual.

    Sem dúvida, o pior momento de Arrow e que perdurou por toda a terceira temporada foi o arco principal de Ra’s Al Ghul. O ator Matt Nable está isento de qualquer responsabilidade. Ra´s já havia sido mencionado na segunda temporada e desta vez deu as caras buscando o assassino de Sara Lance, dando 48 horas para que Oliver Queen (que não mata mais) entregasse aquele que tirou a vida de Sara. Até mesmo o primeiro embate entre Oliver e Ra´s, ainda que tenha sido uma ótima luta, que culminou com a derrota de Queen, não causou emoção e isso não só refletiu nos aliados do Arqueiro desaparecido, mas refletiu no quanto a performance do elenco foi ruim. Foi difícil aguentar as caras de tristeza promovidas por Emily Bett Rickards, Colton Haynes, Katie Cassidy e David Ramsey.

    Oliver está vivo e, segundo a lenda, aquele que sobrevivesse à espada de um Ra´s Al Ghul deveria ser treinado para ser o próximo Ra´s. Por conta disso, Oliver acaba sendo coagido a aceitar a oferta que poderia custar a vida de sua irmã e de seus amigos, e para tanto, arquiteta um plano secreto que o deixa insuportável para os outros personagens e para o telespectador. Amores foram desfeitos, amizades foram rompidas e inimigos viraram aliados. Mas nada ali convence. Nem o Poço de Lázaro e o renascimento de Thea Queen, que mais tarde se transforma na heroína Speedy. Até mesmo o aparecimento do Flash, que com o perdão do trocadilho, foi rápido demais, soou razo.

    Porém, pela primeira vez os flashbacks do passado de Queen (muito melhores aqui do que nas duas primeiras temporadas) convergiram com os dias atuais, algo que influenciou diretamente em parte dos acontecimentos que culminaram nos três últimos episódios. Sendo resgatado da ilha em Lian Yu por Amanda Waller (Cynthia Addai-Robinson), Oliver passa a ser treinado pelo agente da A.R.G.U.S., Maseo Yamashiro (Karl Yune) que, a contragosto, precisa ensinar Oliver a interrogar prisioneiros, nem que tenha que torturá-los para obter informações. Waller precisa, a todo custo, encontrar uma arma química chamada Omega, e para despistar a A.R.G.U.S. coagiu Maseo ameaçando matar sua esposa, Tatsu, que vem a se tornar a Katana (Rila Fukushima) e seu filho Akio (Brandom Nomura), atribuindo a Oliver culpa pela morte da família do japonês caso haja fracasso na missão.

    Já o melhor momento foi o crossover com Flash. O Velocista Escarlate (Grant Gustin) já havia aparecido somente como Barry Allen na temporada passada e acabou por ajudar Oliver a enfrentar o Capitão Bumerangue, que havia cometido crimes em Starling. Esse episódio em particular serviu para colocar no eixo a relação de Barry e Oliver, e que estava abalada após os dois se enfrentarem em um episódio do Flash pelo fato de Oliver ser metódico ao extremo e não concordar com o modus operandi desleixado de Barry e por Barry não concordar nem um pouco com os métodos violentos de Oliver. E, também, personagens do elenco dos dois seriados trocaram de ares por um episódio ou outro. Cisco Ramon, dos Laboratórios S.T.A.R. fez uma máscara para o Arqueiro, além de sutis upgrades em seu uniforme, e acabou também por amplificar o dispositivo sônico da Canário Negro, que agora é acoplado ao pescoço de Laurel por meio de uma gargantilha. É realmente sensacional a primeira vez que ouvimos o Grito da Canário. E por último, o Arqueiro ajuda Flash numa missão importantíssima que conta com a força da nanotecnologia desenvolvida por Ray Palmer, àquela altura já como Atom, que inclusive teve seu traje melhorado nos Laboratórios S.T.A.R.

    Infelizmente, a terceira temporada de Arrow deixou a desejar. Não adianta agradar aos fãs se o roteiro não for bom o suficiente para se sustentar por 23 episódios. E isso chega a ser latente, inclusive no desempenho dos atores, que foi muito fraco. E vale mencionar, também, duas importantes baixas no elenco, já que os atores Colton Haynes e J.R. Ramirez optaram por não renovar contrato.

    A série precisará se reerguer muito e, se algo não for feito, haverá grandes chances de vermos o seu cancelamento antes mesmo do término da quarta temporada.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Review | Arrow – 2ª Temporada

    Review | Arrow – 2ª Temporada

    arrow-2-seasonA segunda temporada de Arrow mostra que o Arqueiro Verde veio para ficar (leia nossa resenha sobre a 1ª temporada de Arrow). Devido ao sucesso da primeira temporada, os produtores alteraram aquilo que não funcionou e entregaram aos fãs uma temporada emocionante, complexa, cheia de aventura e levemente violenta. A nova trama se iniciou algumas semanas após os eventos que culminaram com o fim da temporada anterior.

    Diggle e Felicity (David Ramsay e Emily Rickards) rodam o mundo até encontrar um Oliver Queen (Stephen Amell) exilado e desolado por não ter conseguido salvar Starling City. Além das 500 pessoas que vieram a falecer devido ao terremoto causado por Malcom Merlyn (John Barrowman), já estabelecido como Arqueiro Negro, Ollie também não conseguiu salvar seu melhor amigo, Tommy.

    A mãe de Oliver, Moira (Susanna Thompson), está presa por ser cúmplice dos acontecimentos, assumindo ser parte da organização secreta liderada por Merlyn, sendo diretamente uma das responsáveis pela catástrofe. Com isso, as ações da empresa da família Queen, a Queen Consolidated, caíram consideravelmente, o que poderia levar a família à falência. Se aproveitando da situação, uma conhecida dos quadrinhos, Isabel Rochev (Summer Glau), tenta adquirir boa parte das ações, mas Oliver é “salvo” por Walter Steele (Colin Salmon), conseguindo se manter como CEO da Queen Consolidated.

    Paralelo a estes eventos, o vereador de Starling, Sebastian Blood (Kevin Alejandro), que nos quadrinhos é o vilão Brother Blood (mas que guarda algumas semelhanças ao vilão do Batman, Espantalho), anuncia sua candidatura a prefeito e, a partir daqui, uma ótima segunda temporada se inicia. Com o sumiço do arqueiro, Roy Harper (Colton Haynes) tenta seguir os passos de seu ídolo, além de uma nova vigilante, a Canário (Caity Lotz) começar a atuar na cidade.

    Ficou evidente que a principal mudança na série foi amarrar o passado de Oliver naufragado na ilha com os acontecimentos do presente. Assim, os flashbacks se tornaram muito mais interessantes e curiosos. Seguramente, o que aconteceu na ilha interferiu seriamente nos eventos da segunda temporada. O enredo é bem amarrado, com episódios memoráveis e as referências ao universo DC parecem ter duplicado, o que acrescenta ainda mais à série.

    Além da introdução à Isabel Rochev e Sebastian Blood (cada um sendo uma mistura de dois vilões da DC), o arqueiro, ainda conhecido como “capuz” ou “vigilante” enfrenta o Tigre de Bronze (Michael Jay White), Dollmaker (Michael Eklund), num episódio assustador e tenso, que chega a lembrar O Silêncio dos Inocentes, e o vilão The Mayor (Cle Bennet), personagem totalmente modificado em relação aos quadrinhos.

    O que merece um parágrafo a parte é a presença da Liga dos Assassinos em uma das sub tramas da temporada, inserindo o seriado num universo mais abrangente do que se imaginava. No episódio 5, a Canário é atacada por assassinos que usam uniformes idênticos ao do Arqueiro Negro. Oliver acaba descobrindo que ela é Sarah Lance, que havia voltado à Starling City para proteger sua família, uma vez ter abandonado a Liga dos Assassinos. E é nesse episódio que o nome de Ra’s Al Ghul é falado pela primeira vez. Ra’s enviou sua própria filha, Nyssa (Katrina Law) para buscar Sarah. Na primeira temporada, todos acreditavam que Sarah havia morrido no acidente em que Oliver foi o único sobrevivente, mas percebe-se que o próprio Ollie escondeu segredos até mesmo de seus aliados.

    Outro momento memorável foi a participação de Barry Allen (Grant Gustin) na série, que serviu como episódio experimental para o seriado do Flash que estreia ainda em 2014. O Barry Allen de Gustin é jovem, possui um humor muito parecido com o de Felicity e não esconde sua admiração pelo arqueiro. Esse é o primeiro passo da Warner/DC em criar um universo cinemático único. Além do crossover de personagens, cientistas dos laboratórios S.T.A.R. também fazem sua primeira participação. Assim, Oliver começa a usar uma máscara, como nos quadrinhos, que é cortesia de Barry Allen e foi desenvolvida pelos cientistas dos laboratórios S.T.A.R..

    Outro momento que merece destaque é a aparição da agência A.R.G.U.S. na trama, que recruta Diggle para liderar uma equipe para resgatar uma de suas agentes. Tal equipe é composta por vilões que foram derrotados pelo Arqueiro, como, por exemplo, Deadshot (personagem incrivelmente carismático), Tigre de Bronze, entre outros. É a primeira vez que o Esquadrão Suicida retratado nos quadrinhos aparece. Na cena em que o esquadrão está sendo formado, é possível ouvir a voz de uma mulher, vinda de uma das celas, querendo fazer parte da equipe, oferecendo ajuda psiquiátrica aos membros do grupo. Trata-se de um easter egg bacana. A mulher é a Arlequina, a vilã e amante do Coringa.

    Em paralelo a estes acontecimentos, os flashbacks da ilha mostram que Oliver reencontra Sarah aprisionada em um cargueiro do cientista Anthony Ivo (Dylan Neal), também vindo dos quadrinhos. Ivo procura por um submarino japonês contendo um soro chamado mirakuru que pode ter sido usado na Segunda Guerra. O soro potencializa a habilidade do soldado tornando-o indestrutível, porém, com alguns efeitos colaterais.

    Oliver e Sarah conseguem fugir do navio e reencontram Slade Wilson e Shado (Manu Benett e Celina Jade) e todos eles passam por muitos problemas e sofrimento. Shado está com Oliver, mas Slade gosta dela e quando Ivo percebe isso, obriga Oliver a fazer uma escolha que muda pra sempre o destino de todos, fazendo com que Slade Wilson (que tem o soro correndo por suas veias) prometa algo a Oliver: acabar com a vida de todos aqueles que Oliver ama.

    Voltando ao presente, algumas pessoas de Starling começam a ser encontradas mortas, com os olhos sangrando. Elas aparentam ser vítimas de algum experimento que deu errado e Oliver acredita que o vereador Sebastian Blood está por trás destes experimentos, tentando recriar o soro injetado para salvar Slade. Com isso, os últimos 5 episódios da temporada pareceram ser um grande e único episódio.

    Não demora muito para Oliver descobrir que Slade Wilson está vivo e por trás das mortes dos jovens e que Blood trabalha para ele. O problema é que Slade ainda continua dotado de uma força e habilidade únicas e está sempre um passo à frente de Oliver. A cena em que Slade, trajado de Deathstroke (idêntico aos quadrinhos) invade o QG do arqueiro e derrota a Canário, Diggle e Oliver, é impressionante.

    Após conseguir estabilizar o soro, Deathstroke consegue libertar um ônibus de presos que estavam sendo transferidos. Os presos resolvem seguir seu libertador e todos eles passam a ter o soro correndo dentro deles. O passo para uma épica season finale havia sido dado.

    Se há um ator que merece destaque nessa temporada, este é Manu Bennet. Ele conseguiu fazer com que seu personagem fosse muito cruel. Chega a dar asco de Slade Wilson. E por estar sempre à frente de Oliver, ele o coloca na mesma situação de anos atrás, quando Oliver precisou escolher entre Shado e Sarah, só que, desta vez, ele tem que escolher entre sua mãe Moira e sua irmã Thea (Willa Holland). Talvez a cena mais dramática e triste de toda a temporada.

    O exército de Slade começa a invadir e a destruir Starling City, porém, Oliver consegue vantagem ao obter o antídoto em larga escala do soro desenvolvida pelos laboratórios S.T.A.R. e reúne um time para tentar lutar de igual pra igual. O “team Arrow” é composto pela Canário, Diggle, Felicity (que durante toda a temporada teve um papel semelhante ao da Oráculo, de Batman) e Roy Harper, que ganha de Ollie uma máscara vermelha. Com isso, a equipe ganha ajuda da A.R.G.U.S., do Esquadrão Suicida, da Polícia de Starling e da Liga dos Assassinos, liderada por Nyssa Al Ghul, que decide cooperar após Sarah concordar que se renderá a Ra’s Al Ghul. O episódio e épico e emocionante, com todo o elenco da série diretamente envolvido.

    A segunda temporada de Arrow foi de grande excelência, com exceção da motivação de Slade Wilson em destruir Oliver e Starling ter sido pífia. O curioso é que, além das inúmeras referências ao universo DC Comics, esse Arqueiro Verde se aproximou (ainda mais) de Batman. Felicity praticamente faz o papel de Oráculo, o detetive Quentin Lance (Paul Blackthorne) se torna um aliado do Arqueiro, assim como o Comissário Gordon; Oliver Queen fica praticamente pobre, após Isabel Rochev conseguir a maioria das Ações da Queen Consolidated e se revelar como a Ravager, aqui no Brasil conhecida como Devastadora.

    Além das sub tramas mencionadas, existiram muitas outras, como o drama vivido por Laurel Lance (Katie Cassidy) ao se tornar uma alcoólatra, assim como a dor sofrida por Thea Queen ao saber que Malcom Merlyn é seu pai. Malcom Merlyn, este que ressurgiu das cinzas, o que talvez possa ser uma referência ao Poço de Lázaro, de Ra’s Al Ghul, que ressuscita os mortos. Vale lembrar que Merlyn, na série, é o Arqueiro Negro e membro da Liga dos Assassinos.

    Há um tempo, diziam que, devido ao sucesso do seriado, havia grandes chances do Oliver Queen de Stephen Amell ser aproveitado no cinema, ao lado de Henry Cavill, Ben Affleck e Gal Gadot, mas os rumores foram negados recentemente. O próprio Stephen, em sua página do Facebook (bastante legal, por sinal), posta alguns mistérios, mensagens subliminares e coisas do tipo, sugerindo, inclusive, uma participação do Asa Noturna na série. Ele também gosta de postar vídeos com seus treinamentos e sessões de perguntas e respostas, ao vivo, com os fãs. Amell está de férias, porém, cultiva um cavanhaque bastante simbólico pra quem conhece o Arqueiro Verde dos quadrinhos e dos desenhos. As expectativas para a terceira temporada são as melhores possíveis.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Review | Arrow – 1ª Temporada

    Review | Arrow – 1ª Temporada

    arrow-season-1Quando foi anunciado que o Arqueiro Verde ganharia uma série para a TV, foi impossível não comparar a Smallville, As Aventuras do Superboy. A série que contava parte da adolescência do Superman se alongou demais, e por isso, deixou de agradar muita gente. Nem mesmo a tentativa de aproximar a trama do universo da DC tradicional a fez ficar interessante.

    O Arqueiro Verde é um dos poucos heróis da DC que, assim como o Batman, não possui poderes, e ao assistir a primeira temporada, ficou claro que, por alguma razão, várias das situações vividas pelo jovem milionário Oliver Queen (Stephen Amell) foram inspiradas em pequenas passagens dos quadrinhos do homem morcego. E isso não é necessariamente ruim, como será demonstrado.

    É fácil notar a influência que o trabalho de Christopher Nolan teve no desenvolvimento do seriado, mostrando como seria se o Arqueiro Verde realmente existisse nos dias de hoje. Nessa primeira temporada não há super poderes, não há mutações e nenhuma influência do mundo extraterreno, bastante recorrente no universo DC.

    Misturando de forma inteligente flashbacks e os dias atuais, Oliver Queen, antes dado como morto, ficou desaparecido por 5 anos, sendo o único sobrevivente de um naufrágio que resultou na morte de sua namorada, Sarah e de seu pai, Robert. Ao ser resgatado, Queen retorna à sua cidade, Starling, cheio de habilidades especiais e com o propósito de limpar do mapa pessoas consideradas ruins e que estão presentes numa misteriosa lista entregue por seu pai antes de morrer.

    Ocorre que, ao voltar, “Ollie” precisa lidar com os problemas de sua irmã, Thea (Willa Holland), que, por conta da perda do pai e do irmão, se afundou nas drogas, o que é interessante, porque, na série, Oliver chama sua irmã de Speedy, apelido, que nos quadrinhos é exclusivo de Roy Harper, que aqui no Brasil ficou conhecido como Ricardito e que se torna o Arsenal, o arqueiro vermelho. O “speedy” Roy fora acolhido por Queen e tinha sérios problemas com drogas, como ilustra abaixo a chocante capa de Lanterna Verde, nº 85.

    Oliver retorna com sua vida normal de playboy festeiro, mas nem todos estão felizes com sua volta. O detetive de polícia Quentin Lance (Paul Blackthorne) odeia os Queen e os acusa de desgraçar sua família porque a namorada de Ollie, morta no acidente, era sua filha mais nova, Sarah, que, na verdade, era amante, pois sua outra filha, a promotora de justiça Laurel Lance (Katie Cassidy) era a namorada oficial de Oliver.

    Assim foi montada, portanto, uma premissa bastante interessante e convincente para sustentar a primeira temporada. Logo no segundo episódio, Oliver fica sabendo que Laurel corre risco de morte ao processar um bandido que tem ligações com a Tríade chinesa. Tal bandido está presente na misteriosa lista, o que põe Queen (devidamente trajado de uniforme verde, capuz, arco e flecha, ainda sem máscara) em confronto com a primeira vilã do universo DC na série, a China White.

    E não para por aí. Diversos vilões do Arqueiro Verde e do universo DC aparecem até o fim da temporada e fica difícil não vibrar com as aparições de Deadshot (Michael Rowe), Huntress (Jessica De Gouw), Conde (Seth Gable, sensacional) e Arqueiro Negro (John Barrowman) que aqui é o principal antagonista da primeira temporada.

    O padrão estabelecido é bem parecido com o que se vê em Batman, com Oliver Queen (conhecido como capuz ou vigilante) combatendo o crime e sendo perseguido pela polícia.

    Ademais, desde o início, personagens do universo do Arqueiro Verde vão surgindo, como a mãe de Oliver, Moira Queen (Susanna Thompson), seu melhor amigo, Tommy Merlyn (Colin Donnell), e personagens como Walter Steele, vivido elegantemente por Colin Salmon, a apaixonante Felicity Smoak (Emily Rickards), cujo personagem é tão carismático que se tornou parte do cast principal e o ladrão Roy Harper (Colton Haynes), que se torna fã do vigilante que salvou sua vida.

    Oliver também precisa conviver com seu motorista e guarda costas, John Diggle (David Ramsey). No começo, os dois têm uma relação conturbada, pois Diggle não sai do encalço de Queen, o que resulta em momentos engraçados. Mas depois, Oliver percebe que realmente precisa dele ao seu lado. Curiosamente, há uma passagem em que Diggle precisa se vestir de arqueiro para que o vigilante e Oliver possam aparecer ao mesmo tempo no mesmo local. Os mais fanáticos lembrarão que o mordomo Alfred já se vestiu de Batman para que o morcego pudesse aparecer ao mesmo tempo que seu patrão Bruce Wayne.

    Ainda no que diz respeito a John Diggle, percebe-se que o aliado de Oliver também é um dos donos das sub tramas que o seriado possui. Diggle lutou no Afeganistão e perdeu o seu irmão, assassinado misteriosamente pelo Deadshot.

    No geral, o saldo é bem satisfatório, sendo que a parte mais chata fica por conta dos maçantes flashbacks que mostram Oliver, no meio da vida selvagem, tendo que matar animais para comer, tudo isso sob o olhar de seu primeiro mentor, Yao Fei (Byron Mann), que, aparentemente, está numa missão misteriosa, envolvendo militares e mercenários na enorme ilha. Essa parte só melhora com a entrada de Slade Wilson (Manu Bennet) na trama.

    A primeira temporada se resume na motivação de Oliver Queen em limpar as ruas de Starling, “eliminando” as pessoas que estão na lista entregue por seu pai, porém, ao longo dos seus 23 episódios, percebe-se que o problema é muito mais sério do que se imaginava e que até sua família pode estar envolvida num plano que pretende acabar com a cidade, o que resultaria num ótimo e doloroso final de temporada.

    Por fim, Arrow não é um seriado primoroso. Tecnicamente, não se pode esperar muito de um seriado que possui mais de 20 episódios por temporada, 19 diretores e 18 reteiristas (incluindo Geoff Johns, da DC Comics), já que esse tipo de formato exige muita rapidez da produção, porém, como dito, o saldo é bem satisfatório pra uma estreia.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Resenha | Arqueiro Verde: Ano Um

    Resenha | Arqueiro Verde: Ano Um

    Arqueiro-Verde-Ano-Um

    A história todos já sabem: jovem rico não quer nada com a vida, até que naufraga e vai parar numa ilha onde aprende a sobreviver com arco e flecha, quando volta pra civilização se torna um herói. A origem de alguns personagens da DC já é banal e muito conhecida, então recontar e atualizar essas histórias sempre é um desafio.

    E este desafio dessa vez caiu para Andy Diggle, no roteiro, e Jock, nos desenhos, na HQ Arqueiro-Verde: Ano Um. Para recontar ele coloca Oliver Queen como um viciado em emoção, criando assim algo para diminuir a estranheza de ele ter força e destreza, afinal para fazer algumas coisas isso é necessário. O roteiro é bem simples e linear, não tem reviravoltas nem surpresas, mas nem por isso deixa de ser agradável, embora algumas vezes você sinta um diálogo mais forçado.

    Os desenhos de Jock são muito bons, a composição de quadros e estilo dão a obra algo prazeroso de se ler. Páginas com muito branco não incomodam. Elas ajudam você a gostar da revista.

    Arqueiro-Verde-Ano-Um-Jock

    São poucos os personagens na história, já que ela é realmente focada no Queen. Além dele o personagem que mais aparece é seu segurança Harcket, que o acompanha nas aventuras e depois o trai por dinheiro. Oliver é carismático, e você sente esse carisma. Não é difícil se apegar a esse protagonista, além de ser o narrador, ele te conquista nas situações que passa. E por isso você não sente falta de outros personagens, ali é pra vermos a construção do arqueiro verde, e é isso 100% do tempo, não importam outros pontos de vista, importa apenas ele.

    Simplicidade, é o que define essa HQ, uma simplicidade em tudo, no roteiro, no desenho, nos personagens. Mas isso não faz dela ruim, recomendado para os que gostam do personagem, ou querem saber mais sobre ele, ou apenas querem ler algo sem conexão com o resto, sem necessidade de ler algo antes.

    Texto de autoria de André Kirano.