Tag: Queen

  • Crítica | Bohemian Rhapsody

    Crítica | Bohemian Rhapsody

    A produção da cinebiografia do Queen é antiga, passou por inúmeros cineastas, intérpretes e depois de uma produção conturbada, finalmente chega aos cinemas o filme que começou com Bryan Singer conduzindo, mas teve filmagens adicionais de Dexter Fletcher que aqui assina como produtor executivo. Bohemian Rhapsody acaba por ser a oportunidade perfeita para Rami Malek interpretar Freddie Mercury, com um pequeno aceno para a história da banda que tinha o descendente de paquistaneses como frontman.

    Ao longo das duas horas e 14 minutos, a história de Anthony McCarten e Peter Morgan passa de maneira didática, de certa forma até rasa, a trajetória da banda. O fator que faz o filme soar sério é a performance de Malek, que apesar de soar um tanto caricatural graças a dentadura e perucas que utiliza, consegue trazer à luz uma versão bastante fiel do que era o fenômeno à frente do Queen.

    Por outro lado, as passagens de tempo são problemáticas, ainda que bastante críveis todas as relações de Freddie, e apesar do filme todo girar ao seu redor, os personagens secundários tem boas participações. Tanto o primeiro amor do cantor, Mary Austin (Lucy Boynton) quanto a banda inteira tem seus momentos de brilho, Ben Hardy que faz Roger Taylor (baterista) sobretudo funciona perfeitamente como a pessoa que bate de frente ao ególatra que protagoniza o filme, assim como Gwilym Lee parece demais Brian May (guitarrista) e Joseph Mazzelli também encarna fidedignamente o tímido baixista John Deacon. Além disso, a trilha com as músicas do Queen ajudam a tornar toda a experiência algo apoteótico, emulando em alguns momentos o estilo Opera Rock tão familiar ao grupo.

    Se a montagem acerta nos pontos onde entram as músicas, embalando o espectador aficionado pelo conjunto musical britânico, o mesmo não se pode dizer das relações carnais de Mercury. Ao mesmo tempo em que há um acerto em mostrar o vazio emocional do personagem, se peca por só mencionar os exageros que o homem por trás do mito praticava. Se fala sobre as festas com anões, com palhaços, artistas circenses e crossdressers, e há alguns momentos em que isso aparece mas sem qualquer peso dramático ou atenção maior. Isso é problemático demais, pois parece quase uma autocensura e dado todos os problemas da produção é difícil identificar o maior culpado disso, se foi o estúdio, Singer ou Fletcher – ou um pouco de cada um.

    Em se tratando de um filme que demorou tanto a ser filmado e finalizado e com tantos detalhes negativos de bastidores, Bohemian Rhapsody se mostra como uma cinebiografia que apesar de não fazer jus a complexidade de seus biografados, ao menos é divertida. Um passatempo sem dúvida divertido e que seria melhor apreciado se não fosse tão conservador em sua fórmula.

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  • Resenha | Arqueiro Verde: Ano Um

    Resenha | Arqueiro Verde: Ano Um

    Arqueiro-Verde-Ano-Um

    A história todos já sabem: jovem rico não quer nada com a vida, até que naufraga e vai parar numa ilha onde aprende a sobreviver com arco e flecha, quando volta pra civilização se torna um herói. A origem de alguns personagens da DC já é banal e muito conhecida, então recontar e atualizar essas histórias sempre é um desafio.

    E este desafio dessa vez caiu para Andy Diggle, no roteiro, e Jock, nos desenhos, na HQ Arqueiro-Verde: Ano Um. Para recontar ele coloca Oliver Queen como um viciado em emoção, criando assim algo para diminuir a estranheza de ele ter força e destreza, afinal para fazer algumas coisas isso é necessário. O roteiro é bem simples e linear, não tem reviravoltas nem surpresas, mas nem por isso deixa de ser agradável, embora algumas vezes você sinta um diálogo mais forçado.

    Os desenhos de Jock são muito bons, a composição de quadros e estilo dão a obra algo prazeroso de se ler. Páginas com muito branco não incomodam. Elas ajudam você a gostar da revista.

    Arqueiro-Verde-Ano-Um-Jock

    São poucos os personagens na história, já que ela é realmente focada no Queen. Além dele o personagem que mais aparece é seu segurança Harcket, que o acompanha nas aventuras e depois o trai por dinheiro. Oliver é carismático, e você sente esse carisma. Não é difícil se apegar a esse protagonista, além de ser o narrador, ele te conquista nas situações que passa. E por isso você não sente falta de outros personagens, ali é pra vermos a construção do arqueiro verde, e é isso 100% do tempo, não importam outros pontos de vista, importa apenas ele.

    Simplicidade, é o que define essa HQ, uma simplicidade em tudo, no roteiro, no desenho, nos personagens. Mas isso não faz dela ruim, recomendado para os que gostam do personagem, ou querem saber mais sobre ele, ou apenas querem ler algo sem conexão com o resto, sem necessidade de ler algo antes.

    Texto de autoria de André Kirano.