Tag: Lanterna Verde

  • VortCast 101 | Diários de Quarentena XXI

    VortCast 101 | Diários de Quarentena XXI

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Bruno Gaspar (@hecatesgaspar), Bernardo Mazzei Jackson Good (@jacksgood) retornam para mais uma edição do “Diários de Quarentena” se reúnem para comentar sobre os últimos lançamentos do cinema, quadrinhos e TV.

    Duração: 91 min.
    Edição: Flávio Vieira e Rafael Moreira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira e Rafael Moreira
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • Resenha | DC: A Nova Fronteira (2)

    Resenha | DC: A Nova Fronteira (2)

    No mundo do entretenimento, a nostalgia vende e contagia, tal qual o medo e a desconfiança no teatro político. Atualmente, ninguém entende disso nas indústrias da informação melhor do que a Disney, ao promover infinitos remakes de animações que todos já amamos, e assim, garimpando mais dinheiro do que se pode contar – com exceção do live-action Mulan de 2020, mas essa é uma outra história. Nostalgia é apelativa, recorre a assuntos do coração sobre ideias que já somos apegados a gerações, e tão saudoso quanto princesas encantadas, na cultura pop, é o universo colorido e exagerado dos super-heróis, seus vilões e suas aventuras de planetas em perigo, pedras mágicas, caixas malucas e por ai vai. DC e Marvel sempre se orgulharam disso, e quase ao mesmo tempo, criaram um novo Olimpo quase sempre, não resiste a virar um playground onde deus e o diabo se enfrentam.

    Entre palhaços e monstros gigantes vindos do centro da Terra, a DC Comics (e sua eterna concorrente) alimenta há quase um século uma mitologia repleta de ícones mundialmente aclamados, figuras aladas e destemidas que nunca salvam o planeta, e sim, os Estados Unidos; a águia. E é justamente esse o motivo da minissérie A Nova Fronteira precisar existir: em 1952, todos os super-heróis foram proibidos de agir na América por serem um segundo poder não-oficial, fora de controle, e que muitas vezes só atraíam ameaças que só causavam transtorno. Tirando Superman e a Mulher-Maravilha, ninguém podia voar entre Nova York e Califórnia exceto quem se vendeu em prol da segurança nacional, e os agentes da Aeronáutica – como o famoso piloto de caças Hal Jordan, o futuro Lanterna Verde. Num país totalmente traumatizado pelo fim ainda muito recente da Segunda Guerra Mundial, minimizar perigos era uma cláusula pétrea que todos deveriam se submeter, em busca da liberdade. Mas tudo é político, e nada escapa do seu espectro.

    Com Superman e Mulher-Maravilha sendo mascotes militares do país que os acolheu (um vindo do espaço, e a outra de Themyscira), Batman é um mero marginal, e o Flash só corre para livrar sua namorada de um assalto. A Liga da Justiça ainda é um delírio distante na Parte 1, e o foco principal é em Hal Jordan, o ex-soldado de guerra e abalado com as mortes que fez, para sobreviver. Jordan é envolvido nos planos dos EUA em alcançar o espaço antes da União Soviética, sem jamais desconfiar do que o destino vindo do espaço lhe reserva – e que um marciano transmorfo já está na Terra, aprendendo escondido o comportamento do ser-humano pela TV, a mídia de massa que perpetua o american way of life desde 1954, quando ocorreu a primeira transmissão comercial pela NBC. Se só o que é americano é aceitável, o Caçador de Marte aprende isso na prática. A crítica a esse imperialismo ideológico é tão crua nas duas partes de A Nova Fronteira que impressiona, e nos faz pensar o que há por trás desses paladinos, ou seja, ferramentas de uma máquina de publicidade governamental.

    Talvez Alan Moore estava certo, e na vida real, o Dr. Manhattan iria servir a América feito um Deus azul que nasceu nesse solo. Através do entretenimento, esse patriotismo americano é polvilhado ao redor do mundo com grande facilidade (o chamado soft power, ou seja, uma conquista política que não precisa ser alcançada com armas), e nada melhor que os super-heróis para garantir a missão. Na ágil e dramática trama roteirizada e ilustrada por Darwyn Cooke e as cores de Dave Stewart, vivemos os anos embrionários para que a Liga da Justiça fique unida, afinal, enquanto mergulhamos de cabeça no que faz cada um dos seus ícones ser tão especial. Ironicamente, A Nova Fronteira é ousada o bastante para expor essas “entidades” como a grande contradição que elas são, tratando ainda de questões sociais pertinentes aos anos 50, como a paranoia do cidadão comum com medo de novas guerras, e a segregação racial no sul. Escravizados pelo governo e fadados a lutar contra monstros primitivos que os unem, na Parte 2, os heróis lutam pela liberdade como se esta fosse um conceito vazio para eles mesmos. Justo eles, os peões da nação Coca-Cola.

    Super-heróis não são a extensão do homem, como eram na Grécia antiga Zeus, Atena, Hércules e Poseidon, e sim a extensão do ‘homem americano’. Fruto direto do imperialismo dos Estados Unidos, não é à toa que o Homem de Aço ainda é um símbolo supremo do gênero (por mais que Batman e Homem-Aranha sejam mais legais que ele): o cara É a América, o país acolhedor dos campos de trigo, de uma gente esforçada e que nunca teve medo de enfrentar ninguém, nem mesmo os ingleses para garantir sua independência. Superman incorpora isso com perfeição, imbatível como a América cuja kriptonita (terrorismo, crises econômicas) quando lhe atinge, sempre consegue superar. Flash, Capitão América, Aquaman e X-Men: tudo uma propaganda política e das mais espertas, vale dizer. Quando os Vingadores partiram para cima de Thanos em Vingadores: Ultimato, e quando a Mulher-Maravilha entrou no campo de batalha contra os nazistas, não estávamos aplaudindo nossos ídolos: nós estávamos aplaudindo a águia.

    Compre: DC – A Nova Fronteira.

  • Resenha | Lanterna Verde #1 (2019)

    Resenha | Lanterna Verde #1 (2019)

    Grant Morrison fez historia nos quadrinhos britânicos ao ponto de ser exportado como uma nova promessa de roteirista na America, sua carreira e biografia são conhecidas mundialmente, e seu trabalho na DC Comics sempre foi muito elogiado, seja em seu arco na Liga da Justiça nos anos 90, na sua versão de Patrulha do Destino ou Homem Animal, ou nos mais recentes Batman, Crise Final ou Batman e Robin e também na Action Comics pós novos 52, onde fez varias versões do Super Homem. Para surpresa de muitos, ele assumiu o gibi do Lanterna Verde, em um arco chamado Policial Intergaláctico, e lançado pela Panini Comics no Brasil como Lanterna Verde#1.

    Dentro da publicação há capas variantes, de Rodolfo Migliari e Jim Cheung (muito bonitas por sinal), e a revista compila os originais Green Lantern 1 e 2, de janeiro e fevereiro de 2019. A arte de Liam Sharp é muito bonita, tanto na figura de Hal Jordan quanto nos cenários grandiosos, com os Guardiões de OA escolhendo e instruindo seus patrulheiros, e tem um dinamismo absurdo, que valoriza demais os confrontos e cenas de ação.

    Há aparições de Lanternas secundários, como Maxim Tox, que protagoniza uma cena bem violenta e lisérgica. A versão que Morrison traz aqui mostra ele sendo engraçado, e até gaiato, mas tal qual outros membros da Tropa, bem justo, e avesso a justiçamentos baratos. Aparece também Tru e Volk, e aqui se determina de maneira engraçada e pontual o código ético dos membros da Tropa,  que trazem equilíbrio a Galáxia, mas não se permitem recorrer a soluções fáceis. É curioso como os personagens são visualmente diferentes e como funcionam bem no traço de Sharp, ao passo que não são só personagens visualmente legais, eles tem tridimensionalidade, e isso é ótimo.

    Da parte do protagonista, Hal Jordan está frustrado, por ter largado a função de piloto de testes para tentar uma profissão mais comum, representante de vendas externo de um fabricante de brinquedos. A intimidade dele é bem exposta, ele é mostrado fazendo sexo, de maneira explicita, com folhas cobrindo as partes íntimas, para logo depois aparecer como civil, sendo atacado por pessoas aparentemente inofensivas, mas que guardam segredos terríveis.

    É engraçado como a historia que Morrison narra consegue reunir e misturar bem tanto ares episódicos e quanto os de origem. Jordan já é Lanterna, mas sua narrativa tem elementos de despistes que fazem o leitor crer num primeiro momento que ele está se preparando para ser, entre outros fatores, por ele não ter a mão sua bateria,  que está em manutenção com os Guardiões.

    O número 2 dá vazão a uma trama que será explorada mais a frente (e que se chamará Senhores dos Escravos das Estrelas), e fala sobre uma estrela maligna e todo um estratagema meio enganoso, cujas únicas pistas que Hal tem,  são falas de testemunhas suspeitas, piratas espaciais. É engraçada a aproximação disso de um dos aspectos pouco explorados noa filmes de Star Wars, porque esses piratas lembram muito Dengar, Boba e Jango Fett, ou mesmo Han Solo. Essa edição também tem uma capa variante bela, de Francesco Mattina.

    Para que hajam maiores conclusões de arco, é preciso esperar, uma vez que só tem duas publicações, mas os elementos iniciais são ótimos, e aparentemente vale a pena acompanhar essa saga, muito por conta de toda a expectativa que envolve Grant Morrison, e por conta das pistas que já foram sugeridas, como a possibilidade até de um gêmeo do Mal. Policial Intergaláctico tem potencial para ser uma historia divertida e ao mesmo tempo, inteligente e seu começo é bastante animador.

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  • Resenha | Lanterna Verde: Crepúsculo Esmeralda

    Resenha | Lanterna Verde: Crepúsculo Esmeralda

    Era a década de 1990 e a DC Comics resolveu esculhambar de vez com seus maiores heróis. O Superman tinha morrido, Batman estava numa cadeira de rodas enquanto Azrael insanamente ocupava o seu lugar e, mais tarde, Diana perderia seu lugar como Mulher-Maravilha e Flash atravessaria todos os limites da Força de Aceleração. Mas havia ainda um herói para ser mais estragado ainda do que os demais: Hal Jordan, o Lanterna Verde. Assim, dentro de um tie-in da saga O retorno do Superman, o Lanterna Verde do setor espacial 2814 enfrenta o vilão Mongul, que havia ajudado o Superciborgue a transformar Coast City em uma cidade-motor, matando seus seis milhões de habitantes no processo.

    Esse foi o pontapé inicial para a saga que redefiniria o Universo DC de então. Crepúsculo Esmeralda foi publicada pela primeira vez no Brasil em formatinho pela editora Abril, mas também já foi republicada em encadernados pela Panini e Eaglemoss (em ambas com a continuação intitulada Novo Amanhecer). Escrita por Ron Marz e desenhado por Bill Willingham, Fred Haynes e Darryl Banks, a história começa logo após os eventos que levaram à destruição de Coast City, na cratera onde outrora ficava a cidade. Os heróis da Liga da Justiça resolveram afundar o que sobrou da Cidade-motor no oceano (tirando antes todas as impurezas que pudessem poluir o lar do Aquaman, claro) e ergueram um monumento para homenagear os mortos. Após a cerimônia, Jordan vê-se sozinho onde antes era o seu lar. Ainda com o braço quebrado pela batalha com Mongul e com o psicológico bastante alterado pelo momento de luto, o herói resolve trazer de volta todos os seus amigos e familiares que pereceram na cidade. Usando toda a sua força de vontade, o Lanterna Verde da Terra reconstrói a cidade com suas memórias e seu anel de poder, criando construtos altamente detalhados feitos de luz sólida. O protagonista então passeia pela cidade e encontra-se com suas criações representando as pessoas que ele mais amava. Quando Jordan e seu pai estavam finalmente conversando, o poder do anel se esvai e a ilusão se desfaz. Um guardião está em sua frente para adverti-lo e retomar seu anel, por tê-lo usado para benefício próprio.

    O herói não se intimida e ataca seu superior, sugando toda sua energia para si. Nesse momento, o Lanterna Verde percebe que não tem poder suficiente para salvar Coast City e sai em uma jornada pelo universo com um objetivo: mergulhar na bateria central de Oa e tomar todo seu poder para si. Assim, o Gladiador Esmeralda enfrenta toda a Tropa dos Lanternas Verdes, matando um a um seus antigos amigos e apossando-se de seus anéis. Uma das cenas mais emblemáticas foi sua luta com Killowog, seu antigo treinador, parceiro e amigo, a quem ele mata sem titubear. Porém, antes que ele alcance a bateria central, os Guardiões têm uma última arma: Sinestro é libertado para deter seu antigo pupilo. A luta entre os dois deveria ser justa e portanto, o responsável pelo setor 2814 se livra de todos os outros anéis, ficando apenas um contra um. Nem mesmo o maior vilão da Tropa foi páreo para o enlouquecido Hal Jordan e finalmente ele chega na bateria e absorve todo o seu poder. Surge então o maior vilão da DC dos anos 90.

    A saga toda tem um tom bastante massavéio, típico das HQs da época. Violência extrema, páginas duplas, personagem principal malvadão, tudo que estava na moda se encaixava ali. A trama em si é bastante simples, e suas páginas são ocupadas por briga após briga até Hal chegar na bateria e concretizar seu objetivo. Mas essa história aparentemente simplória serviu para pavimentar todos os rumos do Universo DC da época ao transformar em vilão um de seus maiores heróis, extinguir a Tropa dos Lanternas Verdes e os Guardiões do Universo. Seu desenrolar na revista mensal do Gladiador Esmeralda, Novo Amanhecer, apresenta o substituto de Hal e da Tropa inteira, Kyle Rayner, que seria o único Lanterna Verde durante muito tempo. Em suas primeiras histórias (reapresentadas nos encadernados da Panini e Eaglemoss), Rayner tem que aprender a usar os poderes do anel e enfrentar o Major Força, que o confunde com seu antecessor e mata sua namorada, esquartejando-a e guardando-a na geladeira. Esse começo de carreira bastante pesado fez com que Kyle amadurecesse mais rápido e, no mundo real, levou a vários questionamentos sobre o papel das mulheres nas revistas de heróis, sempre como vítimas que sofrem para que o arco heroico do protagonista homem se desenvolva. Gail Simone se destacou com o blog Women in refrigerator, que faz referência direta à essa cena tão impactante e violenta e hoje é uma das maiores roteiristas da indústria. Após esse trágico início, as histórias de Kyle Rayner passam a ter uma pegada mais leve e muito parecida com as do Homem-Aranha, da Marvel.

    Crepúsculo esmeralda tem muitas falhas, mas não deixa de ter sua importância histórica e editorial por ser o marco de uma época que só se encerraria dez anos depois, com a volta de Hal Jordan ao panteão de super-heróis da DC.

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  • Rebirth: O Renascimento da DC Comics – Parte 2

    Rebirth: O Renascimento da DC Comics – Parte 2

    Após a nossa análise da primeira parte de Rebirth – O Renascimento da DC Comics, com os volumes especiais com nome vinculado à saga, prosseguimos com os primeiros números de Liga da Justiça, Asa Noturna e Hal Jordan e os Lanternas Verdes, além de um interessante material extra de revistas mensais que corroboram este novo momento na editora.

    Sem maiores delongas, vamos aos reviews:

    Liga da Justiça – Renascimento #01

    Liga da Justica - Renascimento 01

    Esperada não só por ser a publicação do principal grupo de heróis da história, a publicação também era cercada de expectativas por ser escrita e desenhada por Bryan Hitch, que havia brilhado bastante nas publicações de Os Supremos e Authority. A história se passa em um ataque alienígena urbano, em que a equipe clássica – Flash, Batman, Mulher Maravilha, Cyborg – as exceções estão em missões paralelas, com Lanterna explorado na próxima revista e o Superman Clark Kent analisando a sua vida de casado com Lois Lane, estranhando sua atual rotina.

    O grupo se vê em dúvida em aceitar a aposentadoria do Azulão e abraçar a nova versão do último kriptoniano, uma vez que não confiam nele. Há uma leve semelhança entre a ameaça alienígena vista nesta e a criatura de Ozymandias em Watchmen, mas não parecida o suficiente para associá-la a um easter egg.

    Prós: Hitch desenha muito bem e consegue equilibrar texto e arte. O mesmo deverá deixar os desenhos a cargo de outrem, uma vez que tem um terrível histórico de atrasos. Interessante também é a utilização de Jessica Cruz e Simon Baz como os Lanternas Verdes da história.

    Contras: A revista não possui muitas conclusões, o que torna o arco um pouco capenga, deixando uma grande dúvida de quais perspectivas serão traçadas na linha regular da Liga.

    Hal Jordan e os Lanternas Verdes #01

    Hal Jordan e os Lanternas Rebirth

    A revista correspondente às aventuras do piloto que veste o manto do gladiador esmeralda começa mostrando a ação da Tropa Sinestro e de seu comandante, já bem idoso, variando entre o encantamento com a suposta vitória naquele setor espacial, já que a lanternas verde nada fazem, e a obsolescência programada que sofre, não aceitando qualquer mimo a si causado por sua saúde pouco abundante.

    No roteiro de Robert Venditti há uma repetitiva, porém interessante recontagem da origem de Jordan, atrelando seu destino a cada um dos terráqueos detentores do poderoso anel, bem como aponta novos rumos de rivalidade com Sinestro e Parallax. Essa talvez seja a revista mais inspirada até aqui, e a química entre a equipe criativa é enorme.

    Prós: Mais uma vez Ethan Van Sciver consegue êxito ao capturar um clima aventuresco e escapista mesmo em poucas páginas e em uma história introdutória. A chance que tem de destacar cada um dos representantes das tropas coloridas é plenamente cabível, e não se preocupa em termos de argumentos de explicar todas as ações.

    Contras: Há poucos defeitos, talvez o maior é a necessidade de sempre precisar mostrar Hal recebendo o anel de Abin Sur, fato que rivaliza com a morte dos Wayne e a destruição de Kripton como clichê mais repetido da editora.

    Asa Noturna – Renascimento #01

    Asa Noturna Rebirth

    A história de Tim Seeley começa com uma explicação sobre a alcunha do herói, ligando esta a uma lenda de Kripton, dos heróis Asa Noturna e Flamejante, para, mais tarde, mostrar Dick Grayson retomando sua relação com Damian Wayne. Há um cuidado em lembrar-se das histórias do herói órfão como Agente 37, inclusive dando uma finalização deste arco transitando para outro. O reencontro do herói com seu mentor soa frio mas não burocrático, repleto de emoções conflitantes, como se houvesse emoções ali guardadas, de um vigilante que quer provar aos outros e a si mesmo seu valor.

    Prós: A curiosidade em assistir a interação entre Grayson e o antigo análogo da Wildstorm para o Batman, e atualmente herói recorrente da DC, Meia-Noite, é bastante proveitosa, e gera no público a vontade de ver mais daquela interação. O desfecho dribla seus próprios defeitos e soa nostálgico ao finalmente retornar do herói ao seu clássico manto.

    Contras: O link com a Noite das Corujas – com a diferenciação nominal de Planalto das Corujas – soa muito longínqua da historia de Scott Snyder, por mais que faça sentido se lembrado.

    Aproveitando o hype, analisamos também algumas das revistas de linha, lançadas quinzenalmente. Abaixo, algumas opiniões sobre:

    Aquaman #01

    Aquaman - Rebirth

    A história começa com uma conversa franca e íntima entre Arthur Curry e Mera, em terra, após uma noite de prazer. A discussão envolve o assumir dos atlantes aos habitantes da superfície. A publicação, com roteiros de Dann Abnett, consegue harmonizar bem a importância que o Aquaman deveria ter no universo DC, com as pitadas de humor e escapismo necessárias para a boa fruição de uma simples história em quadrinhos. Esse é o início do arco Afogamento e mostra consequências bastante adultas para um ingresso de uma nova raça/espécie no cenário político mundial, com o acréscimo surpresa de um dos maiores vilões do rei atlântico. Os prós envolvem os desenhos inspirados de Brad Walker e a cobertura midiática do Planeta Diário, ainda que grande parte do que é aventado seja apenas um despiste e, até este momento, haja poucos defeitos neste pontapé inicial.

    Batman #01

    Batman 1

    Eu Sou Gotham começa na vista aérea da metrópole, observada por um infante, enquanto o Morcego se ocupa de tentar salvar um avião em chamas mesmo sem ter os poderes de seus companheiros de Liga, como o Lanterna Verde, Superman e afins. As tramas escolhidas pelo roteirista Tom King e desenhista David Finch soam harmoniosas com a historiografia do personagem, alem de contar com uma boa dose de heroísmo. O poder heroico do vigilante é emocionante, mas é interrompido por uma interferência externa que soa como o aspecto mais negativo da publicação, por utilizar um deus ex machina banalizado e que será trabalhado mais para frente.

    Flash #01

    Flash - Renascimento

    Joshua Williamson retorna aos roteiros para descortinar as consequências no cotidiano de Barry Allen, após o retorno de seu velho amigo Wally West e a consequente descoberta da perda geral de dez anos, para todos que habitam aquele universo. Apesar de levar em conta essas novas informações, o decorrer da história é morno, exceto pelo final que guarda um mistério sobre o uso da força da aceleração.

    Arqueiro Verde #01

    Arqueiro Verde - Renascimento

    A trama segue os eventos diretos de Arqueiro Verde – Renascimento #01, com  a mesma equipe criativa – roteiro de Benjamin Percy e arte de Otto Schmidt – com o Arqueiro e Canário enfrentando um grupo de assalto misterioso. Uma das artes de capa variante é assinada por Neal Adams, que mostra ainda estar afiado, apesar da distância temporal em que desenhava as aventuras de Oliver Queen. A despeito de toda ação escapista, o evento mais digno de nota na revista é a discussão que Dinah propõe, de que todas as relações de Olliver tem a ver com seu dinheiro, inclusive dos bandidos que enfrentaram em Seattle, os quais estavam atrás dos materiais da Companhia Queen, usando uma discussão normalmente relegada ao Batman como possível fonte do desequilíbrio social de sua respectiva cidade. O desfecho contém um cliffhanger interessante, que inclusive põe personagens presentes na primeira temporada de Arrow para conviver com esta versão do vigilante.

    Conclusão:

    Rebirth ainda não consegue mostrar a que veio, em um limbo entre reboot e retorno às origens. Ao menos, vale o intuito de reprisar origens dos personagens, além de resgatar de maneira inteligente o tom heroico clássico, que sempre foi a marca registrada do corpo de personagens da DC Comics.

  • Resenha | O Reino do Amanhã

    Resenha | O Reino do Amanhã

    O Reino do Amanhã - capa

    A Era de Ferro dos Quadrinhos

    A década de 1990 foi um período conturbado para as hqs de heróis. Uma verdadeira explosão de comic shops nos Estados Unidos levou um grande público a consumir cada vez mais revistas novas, com heróis que fugiam dos padrões morais das décadas anteriores. Resultado direto de uma nova visão de mercado adotada dez anos antes, as editoras perceberam que séries fechadas poderiam render boas cifras. Além disso, o público havia tomado conhecimento da raridade de exemplares “número um” e seus valores astronômicos atingidos (uma cópia de Action Comics nº 1, com a primeira aparição do Superman, pode chegar hoje a 1 milhão e meio de dólares). Assim, uma grande especulação fez com que qualquer exemplar com o número 1 estampado na capa vendesse horrores, na esperança de que um dia aquilo valeria alguma coisa. Na ânsia de capitalizar em cima dessa tendência, as editoras despejaram nas comic shops cada vez mais “primeiras edições” de revistas com qualidade duvidosa. Essa tendência, junto com a necessidade dos autores e artistas de terem maior poder criativo sobre seus personagens, levou ao surgimento de editoras independentes, sendo a Image Comics a principal delas.

    As histórias de super-heróis de então tiveram seus maiores artistas criando cada vez mais novos personagens, que não estavam diretamente ligados a nenhuma cronologia pré-existente. O impacto visual das páginas passa a ser mais importante do que as histórias, e assim vários desenhistas começaram a roteirizar seus próprios quadrinhos. Extremamente violentos, com musculatura exagerada e armados até os dentes, os heróis do fim do milênio não eram tão diferentes dos vilões que enfrentavam. O bom-mocismo estava, definitivamente fora de moda. As duas maiores editoras, Marvel e DC Comics, incorporaram essa tendência em suas páginas também. Vimos então histórias mais violentas, roteiros menos elaborados e arte exagerada – com direito a mulheres sendo representadas pura e simplesmente como objetos sexuais. Um herói que não matasse seu inimigo – de preferência, da pior forma possível – não merecia ser chamado de herói. Da mesma forma, um desenhista que entendesse minimamente de anatomia não teria seu lugar ao sol no mercado de hqs.

    Até que chegou Alex Ross.

    Retorno à Era de Prata

    Em 1993, Ross tinha ilustrado a belíssima minissérie Marvels. Com um estilo bastante realista e um retorno às origens da Casa das Ideias, Marvels lançou o jovem pintor no mercado de forma magistral. Pouco tempo depois, Alex Ross teria ido à Distinta Concorrência apresentar um novo projeto. Ele que cresceu com os personagens da editora, lendo seus gibis e assistindo seus desenhos animados, queria ilustrar uma história que retratasse sua paixão pela Era de Prata dos quadrinhos, um tempo no qual heróis eram heróis “de verdade”. Para não cair no risco de deixar uma obra de tamanha magnitude ser roteirizada pelo próprio desenhista (algo bastante em voga na época), o editor Dan Raspler convidou Mark Waid para a empreitada. Waid era famoso por seu conhecimento enciclopédico do Universo DC, e era talentoso o bastante para encarar tamanho desafio. Assim, com os esboços e anotações originais de Ross em mãos, e após várias reuniões de criação, Mark Waid criou uma história fantástica que ao mesmo tempo que criticava o cenário da época, reverenciava os maiores personagens de todos os tempos. Alex Ross teve bastante liberdade na criação, e sua ideia original (a história deveria se chamar A Era Heroica) teve bastante coisa aproveitada.

    Assim, em 1996, Reino do Amanhã é publicado, na forma de uma minissérie em quatro partes. O sucesso foi estrondoso. Uma grande campanha de marketing antecipou o lançamento, com pôsteres e cards colecionáveis. Desde então, a história tem sido republicada frequentemente, com edições de luxo, materiais extra, esboços… E a trama, embora um registro histórico da época em que foi escrita, continua relevante nos dias de hoje.

    Verdade, Justiça e Quadrinhos Americanos

    O primeiro capítulo apresenta como está o mundo após a aposentadoria dos maiores heróis do UDC. Através do ponto de vista de um ser humano comum, o Reverendo Norman McCay, Waid e Ross nos apresentam esse futuro pessimista e muito parecido com o que estava acontecendo nas outras editoras. Os meta-humanos se consideravam superiores ao resto do planeta, e suas brigas mesquinhas e egocêntricas ofereciam mais riscos do que segurança à população. Os vilões não são mais um grande problema, e sim os próprios autoproclamados heróis. Wesley Dodds, o Sandman original, está num leito de hospital, em seus últimos momentos da vida. Norman McCay presencia sua morte e acaba herdando as visões do Armagedom que Sandman tinha em vida. Ao fim de um culto, Norman recebe a inesperada visita do Espectro, o Fantasma da Vingança, que anuncia ao pastor sua missão no fim do mundo. McCay e Espectro iniciam uma jornada no plano etéreo na qual presenciam os grandes fatos que levará ao Apocalipse de suas visões.

    Assim, vemos um Superman isolado em sua Fortaleza da Solidão em um holograma que simula fielmente a Fazenda Kent. Clark está mais velho, de barba e cabelos grisalhos, e seu semblante demonstra o peso do mundo que carrega em seus ombros. Ele demonstra não saber do incidente que ocorreu há pouco tempo no Kansas, uma explosão nuclear causada pela morte do Capitão Átomo pelas mãos de Magog. Diana, a Mulher-Maravilha chega para avisá-lo de que o mundo precisa dele novamente, aparentemente sem sucesso. Espectro então leva Norman para conhecer o que restou da antiga Liga da Justiça. Descobrimos que o Flash se fundiu à Força de Aceleração, e agora praticamente pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo, inclusive em outras dimensões da realidade. Gavião Negro se tornou uma entidade da natureza, Lanterna Verde orbita solitariamente a Terra em uma base espacial que ele mesmo construiu com seu anel. E Gotham City é governada por uma legião de drones controlada pelo Batman, que adota uma estratégia de tolerância zero ao crime. O fim do primeiro capítulo mostra o Superman finalmente retornando à ativa e trazendo consigo novamente a esperança de tempos melhores.

    No segundo capítulo, vemos o ressurgimento da Liga da Justiça da América. O retorno do Superman inspirou outro heróis de sua época a juntarem-se às suas fileiras. Flash, Lanterna Verde, Poderosa, Ray, Mulher-Maravilha, Gavião Negro e Robin Vermelho são os primeiros. Com o tempo, a inspiração faz com que mais heróis saiam da sombra. Menos, claro, o Batman, que continua recluso em sua caverna, controlando os drones e monitorando, como um Grande Irmão, sua cidade. Seu estado físico encontra-se debilitado, mas suas habilidades mentais estão melhores do que nunca. Bruce Wayne se recusa a voltar para a Liga da Justiça, por não concordar com os métodos que o Superman adota. Após o diálogo entre os dois gigantes, descobrimos que o Homem-Morcego tem sua própria rede de vigilantes, em sua maioria jovens e filhos dos heróis do passado. Isso reforça a tradição do Cavaleiro das Trevas de influenciar e arrebanhar jovens pro seu exército particular. Dick Grayson, o primeiro Robin, não está ao seu lado. Como Robin Vermelho e conhecendo seu antigo mentor, ele prefere juntar-se ao kryptoniano, mas sua filha não pensa da mesma forma e engrossa as fileiras do Batman (uma subtrama que, infelizmente, se perdeu e só ficamos sabendo devido ao material extra). Ao lado do Batman, temos também grandes figurões como o Arqueiro Verde, Besouro Azul, Canário Negro entre outros.

    Superman continua seu recrutamento e vai atrás dos novos heróis, impondo sua vontade através da força. Os que recusam são presos em um Gulag projetado pelo Senhor Milagre, impossível de escapar (uma clara referência ao sistema de encarceramento e trabalhos forçados da extinta União Soviética). Alex Ross concebeu a arquitetura da prisão com o design clássico do QG da Legião do Mal, do desenho Superamigos. A ideia do Superman é que o Gulag seja uma espécie de colônia de reabilitação, e hologramas são projetados para educar os internos a usarem seus poderes com responsabilidade. Infelizmente, as coisas não são tão simples como ele gostaria.

    Nesse capítulo ficamos também sabendo o motivo pelo qual Superman se aposentou. Com a chegada de novos heróis, a opinião pública passou a não confiar mais nos métodos considerados antiquados do protetor de Metrópolis. Após um ataque do Coringa que resultou na morte de Lois Lane, Magog – um dos novos heróis – assassina o Palhaço do Crime e é preso pelo Superman, que o leva a julgamento. Seguindo a ideia de que “bandido bom é bandido morto”, o júri absolve Magog que desafia Superman para uma luta. Ao ver que isso não levaria a nada, o Azulão abandona sua cidade, seus protegidos e sua “batalha sem fim”, entregando esse novo mundo aos heróis do novo tempo. Seu isolamento então mostra-se uma forma de abandonar tudo, menos seus ideais, pois ele ainda está convencido de que está certo. Ao voltar, enfrenta Magog e o prende para a reabilitação.

    Além dos dois grupos de heróis, vemos ainda nesse capítulo os humanos mais ricos do mundo, liderados por Lex Luthor, formando uma Frente de Libertação da Humanidade. Os maiores vilões do passado se mostram preocupados com o destino dos humanos comuns frente a tanto poder concentrado nas mãos de tão poucos. Esta cena reflete em muito a noção de que magnatas e grandes corporações são quem realmente governam o mundo. Luthor e seus aliados podem até usar a desculpa de que estão protegendo a humanidade, mas na verdade estão apenas protegendo seus próprios interesses e garantindo os privilégios da elite capitalista. Qualquer semelhança com qualquer magnata da vida real (principalmente alguém que porventura almeja o cargo de presidente dos Estados Unidos) não me parece mera coincidência. Novamente, os quadrinhos americanos refletem a sociedade na qual são produzidos.

    Ponto de ebulição

    No terceiro capítulo, tudo dá errado. O Gulag não funciona como reabilitação, e cada vez mais os prisioneiros se rebelam. A população, que havia voltado a acreditar no Superman, passa a olhá-lo novamente com desconfiança. A Mulher-Maravilha então começa a pressionar Superman para que ele tome atitudes mais severas. Como uma guerreira, ela acredita que força letal deve ser usada contra os mais resistentes. Superman não concorda por achar isso uma atitude fascista, e a Princesa Amazona insiste que ele deva assumir de uma vez seu papel como líder mundial. Vemos um Superman dividido entre a vontade de tomar as rédeas do poder e a ideia de justiça e democracia que ele sempre defendeu e acreditou. Enquanto isso, Bruce Wayne une-se a Lex Luthor para garantir o protagonismo à humanidade. Luthor tem em suas mãos uma arma secreta: o jovem adulto Billy Batson, que sofreu lavagem cerebral desde criança e pode tornar-se o Capitão Marvel e agir à favor do magnata.

    O capítulo fica cada vez mais tenso quando vemos o rompimento da Mulher-Maravilha com o Superman. Decidida a derrubar a prisão sobre as cabeças dos presos rebeldes caso necessário, Diana segue para o Gulag com os heróis que a apoiam. Enquanto isso, Bruce Wayne revela que nunca esteve realmente do lado de Luthor, que manda o capitão Marvel derrubar a prisão. É a batalha do Homem de Aço contra o Mortal Mais Poderoso da Terra.

    kingdom come batman vortex

    No quarto e último capítulo, o Armagedom chega à Terra. Durante a luta entre Superman e Capitão Marvel, a ONU resolve mandar uma bomba nuclear sobre o local, eliminando a ameça sobre-humana de uma vez por todas. Batman e seus aliados juntam-se finalmente aos seus antigos amigos para combater os prisioneiros. Enquanto isso, os jatos dos Falcões Negros chegam com a bomba, que é lançada no coração dos Estados Unidos. Superman e Capitão Marvel parecem finalmente ter chegado a uma trégua no embate, e enquanto a bomba cai, o Espectro finalmente dá a Norman McCay a ordem para cumprir seu papel no fim do mundo: julgar. Cabe ao velho pastor decidir quem deve pagar pelos pecados do mundo, os super-humanos ou a humanidade.

    A explosão da bomba – e a morte e sacrifício de vários heróis –  faz com que Superman perca o juízo e decida acabar de uma vez por todas com os responsáveis. Com fúria nos olhos, voa para o prédio das Nações Unidas decidido a derrubá-lo. Nesse momento, Norman McCay pede ao Espectro para que ele possa interferir. Como um bom pastor, o reverendo MacCay aconselha o ensandecido kryptoniano e firmemente o trás à razão. Superman então percebe que a paz não pode ser imposta pela força, e que um novo mundo mais justo só é possível com a união entre humanos e super-homens.

    A história então termina com a redenção dos meta-humanos e sua reinserção na sociedade, de uma forma bastante inspiradora e positiva após tantas tragédias. Superman volta a acreditar na humanidade e isso fica representado em seu retorno à identidade de Clark Kent, ao colocar os óculos na última página.

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    O Reino Hoje

    Anos após a publicação original, duas novas cenas foram acrescentadas à trama, em edições encadernadas de luxo. A primeira é o encontro do Super com Órion, em Apokolips, que tomou o lugar de seu pai Darkseid como ditador do planeta, e a conversa com Senhor Milagre, que projetaria a prisão. A segunda é o epílogo, onde vemos que Clark e Diana não só estão juntos como anunciam para Bruce Wayne que ele será o padrinho do bebê que está no ventre da Mulher-Maravilha. Uma cena bastante emocionante, diga-se de passagem.

    O tempo também nos mostrou o quão acertada foi a decisão de Dan Raspler em convocar Mark Waid para o roteiro. Embora a ideia de Alex Ross fosse excelente, é muito provável que o resultado não seria o mesmo caso o próprio ilustrador assumisse o roteiro. Prova disso é a maxi-série Justiça, escrita por Jim Krueger e ilustrada  por Ross, que foi muito maior (12 capítulos!) e não teve o mesmo êxito que o Reino. Vinte anos depois de sua publicação original, Reino do Amanhã ainda tem muito o que dizer. A Edição Definitiva apresenta, além dos esboços de Alex Ross para cada personagem, um guia para cada easter egg presente na hq, além de toneladas de textos explicativos, pôsteres e a sensação de que cada material extra é realmente relevante. Reino do Amanhã não é apenas uma história da Liga da Justiça. É uma epopeia atual, que mostra os super-heróis como deuses vivos da mitologia moderna andando entre nós. Se o Superman é o protagonista da história, Norman McCay é o “pé-no-chão” que nos conecta a ela. Norman representa cada leitor ou leitora que já se admirou com essas lendas e, por um motivo ou outro, virou as costas pra ela. A narrativa bíblica, presente em versículos do Apocalipse de São João nas visões do reverendo, dá o tom grandioso da história. O conflito ideológico entre Batman e Superman, além das inserções da Mulher-Maravilha, nunca estiveram tão presentes no mundo moderno quanto hoje em dia. Ao mesmo tempo, a escalação dos personagens remonta claramente à época em que foi escrita. O Lanterna Verde por exemplo, é Alan Scott porque Hal Jordan tinha morrido nas publicações da época e a Tropa dos Lanternas Verdes não existia mais.

    A história serviu ainda de base para muitas publicações futuras da DC, mas nenhuma delas se equipara à grandiosidade e maestria dessa saga sobre deuses e mortais, sobre o Bem e o Mal, sobre homens e super-homens.

    Compre: Reino do Amanhã (Edição Definitiva)

  • Resenha | Liga da Justiça: Os Sete Sinistros

    Resenha | Liga da Justiça: Os Sete Sinistros

    JLA - Os Sete Sinistros

    Em um tempo anterior a distribuição da Marvel e DC Comics pela Panini Comics, uma geração de leitores foi formada através dos formatinhos lançados pela Editora Abril. Edições que ainda hoje despertam nostalgia e foram significativas para os quadrinhos no país, ainda que a qualidade e o tamanho influenciavam na leitura. Em paralelo a estes lançamentos, a Mythos Editora publicava diversas edições especiais em um formato maior daquele vigente, entre o formatinho e o americano. Como a editora principal adquiria os direitos somente das revistas mensais e de certos especiais, havia espaço para concorrentes publicarem edições fechadas e arcos que a Abril considerava impopular.

    Muitos destes lançamentos eram atraentes ao público devido ao formato diferenciado e ao fato de tais histórias serem fechadas, uma justificativa que motivava o leitor que reconhecia que a cronologia original necessitava, normalmente, da leitura de muitas histórias anteriores. Diversas aventuras alternativas e releituras foram publicadas no país neste conceito e, sem duvida, ajudou a Mythos a estabelecer o laço editorial que proporcionou a parceria para editar as revistas da Panini Comics.

    Liga da Justiça – Os Sete Sinistros é uma dessas pérolas lançadas pela editora em 2002. Com roteiro e arte de Dan Brereton, autor de Batman: Pulp Fictiona trama se desenvolve a partir de uma mitológica história de sete reis pré-históricos que retornam a Terra tentando dominá-la. Após ser derrotada em uma primeira investida contra tais seres, a Liga da Justiça decide aceitar a ajuda de dois espíritos irmãos também oriundos de uma época antiga.

    A história breve de 52 páginas é superficial e se vale das diferenças entre os integrantes da Liga para causar um conflito inicial, marcado por frases de efeito rasteiras. Superman é o único personagem que deseja descobrir a origem dos vilões e adentra um mundo onírico para descobrir sua história, uma dessas antigas lendas de traição e poder. Com a ajuda de um espírito gêmeo que alerta os heróis sobre a destruição da humanidade, a equipe aceita um presente que seria capaz de destruí-los. Sem nenhuma justificativa do que significa o artefato, as personalidades dos integrantes se invertem, tornando-os malignos e, assim, combatendo o mal com um mal maior. A trama se apoia na carga de efeito desta transformação que, assim como foi realizada, se encerra sem nenhum drama profundo.

    Os traços de Brereton são rapidamente identificados com um estilo de pintura distorcida que mais transformam as personagens em caricaturas do que compõe bonitas páginas. Todos seus personagens parecem carregar expressões exageradas, como se faltasse nuance na arte e certo senso de proporção estética. Dando-nos a impressão de que a história mais parece um exercício de um fã do que propriamente um produto oficial e licenciado pela DC Comics.

    Ainda que os personagem sejam os conhecidos heróis do público, Liga da Justiça – Os Sete Sinistros é o tipo de material cuja leitura mais funciona como história absurda e motivo de riso involuntário do que uma trama para ser levada a sério mesmo como aventura, uma daquelas edições que somente leitores assíduos manterão em sua coleção.

  • Resenha | Liga da Justiça: Torre de Babel

    Resenha | Liga da Justiça: Torre de Babel

    Liga da Justiça - Torre de Babel - capa

    Quarto lançamento da recém-lançada coleção de Graphic Novels da DC Comics pela Eaglemoss, Liga da Justiça – Torre de Babel apresenta uma elogiada história publicada originalmente no país pela Editora Abril em uma época que tentaram renovar os quadrinhos e, abandonando o formatinho, lançaram edições em estilo americano, fase conhecida como premium. Um interessante projeto que não se adaptou ao mercado naquele período.

    Escrita por Mark Waid e desenhada por Howard Potter, a história envolve os membros da Liga da Justiça mas se destaca devido ao Batman e um de seus grandes vilões, Ra´s Al Ghul, com um elaborado plano para derrotar a equipe. A trama estruturava um aspecto conflitante na personagem do Homem-Morcego que se tornaria definitiva em anos posteriores e fundamental para causar atrito entre a comunidade heroica, nas futuras grandes sagas da DC Comics: um herói de alta inteligência, precavido e paranoico, desenvolvendo planos de contingência para derrotar cada um de seus colegas, caso necessário. Planos que são furtados pela Liga dos Assassinos e executados por Ra´s ao lado de um sistema que inibe a compreensão da fala, fato que justifica o mito bíblico da Torre de Babel do título.

    A personalidade do Morcego é definida diante destas duas vertentes. Ao mesmo tempo que demonstra engenhosidade em estudar os pontos fracos de cada um de seus colegas, a preocupação de Bruce Wayne soa exagerada, e assume que, diante de adversidades, somente ele seria um personagem incorruptível. Se os planos ressaltam sua inteligência, também apontam uma falta de confiança na equipe, motivo que lhe faria desenvolver um satélite espião, parte fundamental do conflito em Crise de Identidade e Crise Final.

    O argumento de um Bruce Wayne metódico e preparado para qualquer adversidade foi utilizado na revista do Morcego na saga Jogos de Guerra, quando um plano para fazer o alterego Fosforos Mallone se tornar o chefão de Gotham é interceptado pela Salteadora e colocado em prática, resultando em uma guerra entre gangues no local. Ressalta-se, novamente, a vertente controladora di personagem, talvez por ele reconhecer intimamente que, mesmo sendo herói com muitos recursos, é ainda humano diante de toda uma equipe formada por super-seres. Wayne insere a dúvida dentro de uma equipe que deveria ser coesa, demonstrando que, mesmo com um senso nítido de moral heroica, há desvios que favorecem um bem maior em detrimento de um plano e paranoia pessoais.

    Como Batman se torna simultaneamente o herói e uma espécie de vilão, a figura de Ra´s Al Ghul funciona para aplicar seus planos de contingência, roubados da Batcaverna, para destruir a liga enquanto desenvolve o sistema que inibe a compreensão da linguagem. Mesmo como um coadjuvante catalisador do conflito, o vilão se apresenta fiel a sua personalidade, desejando uma nova ordem no mundo diante de uma condição global desoladora. A filha Talia também se destaca e é personagem principal de uma das partes da aventura que apresenta o roubo dos dados na Batcaverna.

    Os desenhos da história são o elemento mais destoante. A princípio, em comparação com o padrão atual, soam menos sombrios e menos realistas, fato que não diminui em nada a história a não ser pela composição exagerada de muitas expressões que desequilibram a densidade e um certo senso de realidade que o roteiro de Waid tenta impor.

    A edição da Eaglemoss apresenta também a primeira história da Liga da Justiça, momento em que os heróis se reuniram para lutar contra o vilão Starro. Uma visão bem diferente da maneira pela qual os heróis são descritos atualmente, mas interessante por tratar-se de material histórico de quando os quadrinhos eram somente um divertimento de primeira linha.

    Torre de Babel expande a composição do heróis, focando no medo de cada um, principalmente no de Bruce Wayne, em uma carga realista que demonstra o medo e apreensão de um mundo dominado por vilões e da validade de qualquer medida externa para evitar que isto ocorra. Sem dúvida, uma história que aflora mais o lado humano do que heroico das personagens, o que seria o conflito principal das futuras sagas mencionadas.

    Compre: Liga da Justiça – Torre de Babel

    Liga da Justiça - Torre de Babel - capa 2

  • Resenha | DC: A Nova Fronteira (1)

    Resenha | DC: A Nova Fronteira (1)

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    Escrita em 2004, DC: A Nova Fronteira tem uma estrutura narrativa cinematográfica, com uma base de três quadros largos por página e variando de acordo com a necessidade dentro dessa mesma estrutura, gerando uma leitura fluida e agradável. Qualidade essa que se destaca em conjunto com o trabalho consistente de Darwyn Cooke nos desenhos, os quais lembram, muitas vezes, um storyboard pela simplicidade do traço e a imersão que as cores de Dave Stewart trazem à revista.

    Acredito que a intenção original seja um exercício de estrutura próximo do que outro roteirista, Alan Moore, trazia na construção de seus roteiros: condensar em crescente o universo DC como um todo, contextualizando historicamente eventos reais em conjunto com o nascimento da Trindade, a origem do Lanterna Verde, Flash, Caçador de Marte, Elektron, os Homens Metálicos, entre outros.

    E não apenas isso, Nova Fronteira, certamente, é a primeira revista que une não só todos os heróis DC numa mesma origem, mas também grupos militares como os Perdedores e Blackhawks, e outros pouco conhecidos, como os Desafiadores do Desconhecido e o Esquadrão Suicida. A história preocupa em manter uma constante de datas e resumir alguns dos eventos principais como o registro dos Super-Heróis pelo governo americano com manchetes de jornal e fotos simulando o efeito de retícula em cima de algumas ilustrações (ao mesmo tempo pra justificar a ausência de alguns seres místicos como Capitão Marvel, Zatanna e Doutor Destino dos eventos em que se passa a história). Esse preciosismo com o contexto histórico é tamanho que vemos inclusive transições nos uniformes do Super-Homem e Batman.

    A HQ passa até um pouco mais da metade encaixando muitos personagens e introduzindo novos. A impressão que você pode ter é que o ritmo dela é arrastado por isso. Em compensação, temos uma grande cena de ação no desfecho da revista, com direito a vermos quase todos os heróis agindo em conjunto. Apesar das 300 e poucas páginas, divididas em dois volumes pela Panini Comics, a leitura acaba passando mais rápido do que parece, com quadros dinâmicos e praticamente sem balões de pensamento ou narração em off, com exceção do emocionante discurso no final escrito por John Kennedy.

    Hal Jordan é com certeza o protagonista da história. É através dele que uma grande parte da narrativa é contada, deixando também espaço para o Flash e o Marciano John Johnz (que tem por sinal uma das narrativas mais contextualizadas nos anos 50, se passando por um detetive do departamento de Gotham), mas é possível ver o carinho especial dado a ele e, mais adiante, a toda a era de prata da DC. Em contraponto, só vemos a Trindade pouquíssimas vezes na história toda. Quem sabe essa seria a grande mensagem final de Cooke para os leitores, roteiristas e toda a indústria de quadrinhos? Deixar grandes medalhões no seu lugar e dar espaço a novas histórias, personagens e lugares para alcançar!?

    A ameaça final representa essa liberdade que os roteiros mais antigos possuíam de não necessitarem de grandes plots, conspirações e reviravoltas. Essa última, bem contextualizada, é utilizada em função do que “voltar pra casa” significa em Nova Fronteira: é o voltar para o real espírito de aventura que tais histórias perderam durante os anos. A edição é uma ótima introdução ao universo DC nos quadrinhos, tirando qualquer mérito das séries animadas por Bruce Tim e roteirizadas por Paul Dini e dando espaço à leitura de uma boa HQ.

    Compre aqui: DC: New Frontier (Deluxe Version)

    Texto de autoria de Halan Everson.

    Dc - Nova Fronteira 03

  • Agenda Cultural 30 | Os Mastodontes na Terra da Árvore Melancólica Esmeralda

    Agenda Cultural 30 | Os Mastodontes na Terra da Árvore Melancólica Esmeralda

    Bem Vindos à bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Levi Pedroso (@levipedroso), Rafael Moreira (@_rmc), Jackson (@jacksgood), o chapa branca Carlos Tourinho (@touroman) e Mario Abbade (@fanaticc) embalam seu retorno definitivo, para a alegria de uns e desgosto de tantos outros. Longo e enfadonho, ou divertido e dinâmico. Superficial, filosófico, artístico, nostálgico ou previsível. A verdade é que a Agenda Cultural está de volta com toda a sua miríade de temas e discussões. Temas que fazem jus à própria história do nosso singelo podcast…confira!

    Duração: 126 mins
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Pauta Livre News

    Quadrinhos

    Homem-Aranha: Noir
    Justiceiro Max Especial – As Meninas de Vestido Branco

    Literatura

    Footsteps in the Fog: Alfred Hitchcock’s San Francisco

    Música

    Mastodon – Live At The Aragon
    John Mellencamp – No Better Than This

    Séries

    New Girl

    Games

    Duke Nukem Forever

    Cinema

    Quero Matar Meu Chefe
    Os Smurfs
    A Árvore da Vida
    Melancolia
    Super 8
    Dylan Dog e as Criaturas da Noite
    Balada do Amor e do Ódio
    Lanterna Verde
    Amor à Toda Prova
    O Homem do Futuro
    Apollo 18

    Produto da Semana

    Doces em Formato Sexuais

  • Crítica | Lanterna Verde

    Crítica | Lanterna Verde

    green lantern

    Dois meses de atraso para estrear e uma avalanche de críticas negativas acabam com qualquer hype que um filme poderia ter. E com o produto final revelando-se, de fato, ruim, chega a ser melancólico comentar a estréia de Lanterna Verde, que finalmente chegou ao Brasil no dia 19 de agosto, ficando na, hã… lanterna dentre os filmes de super-herói que saíram em 2011. Tanto na ordem de lançamento quanto na qualidade.

    Dessa vez conhecemos Hal Jordan, um piloto de testes da Ferris Aeronáutica, muito bom no que faz, porém irresponsável e meio babaca. Hal vive ao mesmo tempo inspirado pela figura do pai, também piloto, e assombrado por sua morte num acidente. Completa o quadro um caso mal resolvido com Carol Ferris, sua colega e filha do chefe. Sua vida muda quando ele encontra uma nave caída com um alienígena roxo moribundo, que lhe entrega um anel e diz que Jordan foi escolhido como seu substituto na Tropa dos Lanternas Verdes. Mas o que raios é isso? Uma força policial intergaláctica criada pelos Guardiões do Universo, seres muito antigos, sábios e poderosos, a Tropa é composta por 3600 membros que patrulham todo o cosmo. Cada um armado com um anel capaz de manipular a energia verde da Força de Vontade e criar construtos limitados apenas pela imaginação do usuário. Agora, porém, todos estão sobre a ameaça do terrível Parallax. Inclusive a Terra.

    Por essas poucas linhas, percebe-se que o Lanterna Verde tem um universo e mitologia muito ricos, que se fosse bem trabalhados poderiam render bastante na adaptação para o cinema. Infelizmente não foi o que aconteceu. O roteiro escrito por Greg Berlanti, Michael Green, Marc Guggenheim e Michael Goldenberg é raso, mal desenvolvido e cheio de furos. Somando isso à direção apenas burocrática de Martin Campbell e atuações pouco inspiradas, o resultado é um filme fraco, desinteressante, e que não empolga em nenhum momento.

    Vamos chutar cachorro morto e detalhar os problemas. Spoilers a seguir, continue lendo por sua conta e risco. Começando pelo protagonista, a escolha de Ryan Reynolds foi bastante criticada, apesar de ele já ter mostrado que sabe atuar em filmes como Enterrado Vivo. Aqui ele trabalha no limite entre mediano e ruim, claramente mais a vontade nas cenas cômicas. Mas nem o melhor ator do mundo se sairia bem com esse roteiro. A famosa “jornada do herói” é feita de forma pífia. Hal é apresentado como alguém que sempre foge quando a situação fica difícil, e basta um discursinho meia-boca por parte de Carol pra que ele mude da água pro vinho. Aliás, na questão de desistir é que houve o maior atentado contra o personagem dos quadrinhos. No filme, Jordan tem seu momento mimimi e resolve abandonar o treinamento da Tropa na primeira lição de moral que ouve de Sinestro. Quem conhece as hq’s sabe que ele jamais faria isso, ia é partir pra porrada.

    Puxando o gancho de Sinestro e da Tropa em si, lamentável o pouco espaço em tela que eles têm. Sejamos sinceros, eles não fazem NADA no filme! Tudo bem, vemos a arrogância aristocrática de Sinestro, numa boa atuação de Mark Strong (apesar dos olhos bizarra e desnecessariamente aumentados). Mas ele limita-se a proferir alguns discursos, e pior, o roteiro não desenvolve em nada sua visão mais dura e praticamente fascista do papel da Tropa, o que seria vital para o novo status quo que o personagem deve ter em futuras continuações. Dos demais Lanternas, Tomar Re é um figurante com falas, e Kilowog é Kilowog, ou seja, FODA. Com seus míseros segundos em cena, ele é a melhor coisa do filme.

    Talvez o que tenha prejudicado uma melhor apresentação que a Tropa poderia ter, foi a grande parte da narrativa passada na Terra. Peter Sarsgaard é um bom ator, mas a presença de Hector Hammond como subvilão poderia ter sido facilmente limada, com Hal enfrentando alguma ameaça espacial menor como parte do treinamento. Em vez disso temos muita atenção em cima de um personagem insosso e uma tentativa patética de triângulo amoroso. Aliás, Blake Lively é uma gracinha, mas sua Carol Ferris passou longe da mulher forte e decidida dos quadrinhos.

    Também como ponto negativo, tudo envolvendo Parallax. Aqui ele não é a Entidade Amarela, manifestação viva do Medo, e sim um Guardião corrompido por essa energia. E em certo momento os Guardiões decidem que a melhor forma de combate-lo é utilizando a energia amarela do medo. Tipo… HEIN?! Fora o visual clichêzão de nuvem de fumaça com rosto ameaçador. E nem vou falar da Tropa não fazendo NADA, Hal tendo que enfrenta-lo sozinho, e uma solução besta e anticlimática pra derrotar um inimigo mega poderoso (Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado mandou um abraço).

    Enfim, o filme não tem pontos positivos? Já falei do Kilowog, né? E por mais legal que seja ver os Lanternas usando vários construtos energéticos, os efeitos visuais e as cenas de ação ficaram apenas ok, nada demais. Saldo final: um filme não ofensivamente ruim, mas muito decepcionante, tendo em vista o potencial desperdiçado. Mesmo com a bilheteria fraca, o estúdio já declarou o interesse em fazer uma seqüência. Esperemos que a lição seja aprendida e a Warner/DC consiga provar que pode ter vida inteligente no cinema além do Batman (ou melhor, além do Nolan). Até lá, a Marvel segue reinando soberana…

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • VortCast 07 | Os Novos Rumos da DC Comics

    VortCast 07 | Os Novos Rumos da DC Comics

    Bem Vindos à bordo. Nesta edição, Flávio Vieira (@flaviopvieira), André Kirano (@kiranomutsu), Jackson (@jacksgood), Tourinho (@Touroman), Breno (@brenocs), Daniel HDR (@danielhdr) e Malandrox se reúnem em um papo de bar para discutir sobre os novos rumos da DC Comics. Ouça a discussão acalorada sobre o reboot da editora, o que muda e o que permanece, e qual o impacto disso tudo para as outras mídias.

    PS: Em princípio, este podcast seria apenas um bloco de quadrinhos dentro da Agenda Cultural, mas devido ao conteúdo apresentado, preferimos lançar como um episódio único. Portanto, encarem-o como um bônus e parem de reclamar sobre o tema =)

    Duração: 72 mins.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Pauta Livre News
    Filmes Com Legendas
    Toscochanchada
    Melhores do Mundo
    Artilharia Cultural
    Curso de Quadrinhos | ARGCast

  • Agenda Cultural 15 | Predadores e Doutores Interplanetários. Não entre em Pânico!

    Agenda Cultural 15 | Predadores e Doutores Interplanetários. Não entre em Pânico!

    Sincronize suas Agendas! O colorista e podcaster do Mundo Rod, Papo de Artista e Universo Who, Rod Reis (@RodReis) foi o convidado desta semana. Ao lado de Flávio Vieira (@flaviopvieira), Amilton Brandão (@amiltonsena), Carlos Voltor (@CarlosVoltor) e Mario Abbade (@Fanaticc) muita discussão sobre tendências da moda no mundo dos super heróis, tudo sobre caroneiros e predadores espaciais, e uma Pandora bem diferente de Avatar. Para fechar, a dica da semana nos fez perguntar: What is wrong with those people?!

    Duração: 82 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Quadrinhos

    The Brightest Day
    Uniforme do Lanterna Verde apresentado na Comic Con
    Namor: Profundezas

    Literatura

    O Guia do Mochileiro das Galáxias

    Games

    Borderlands

    Música

    Arcade Fire – The Suburbs

    Cinema

    Vencer
    O Bem Amado
    Predadores

    Produto da Semana

    Camisinhas Japonesas

    Comentados Nessa Edição:

    Ganhador Bolão Podcast BR – NerdExpress
    Promoção Conn Iggulden – Os Ossos das Colinas

    Conn Iggulden na Bienal de SP 2010

    Piratacast 21 com Flávio: Dicas para as Férias:
    Parte 1 | Parte 2 | Parte 3

  • Agenda Cultural 04 | O Mundo Imaginário do Viking Metal

    Agenda Cultural 04 | O Mundo Imaginário do Viking Metal

    Na quarta edição da Agenda Cultural, contamos com o nosso primeiro convidado aqui no Vortex! Daniel HDR (@danielhdr) do Argcast / HDR se junta ao time habitual Flávio Vieira (@flaviopvieira), Amilton Brandão (@amiltonsena) e Mario Abbade (@fanaticc) se reúnem para comentar tudo o que está rolando no circuito cultural dessa semana, com as principais dicas em cinema, teatro, quadrinhos e cenário musical. Além das dicas recorrentes, há uma uma discussão sobre a ‘revolução’ editorial da Panini Comics. Não perca tempo e ouça agora o seu guia da semana.

    Duração: 54 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Literatura

    Belas Maldições – Terry Pratchett & Neil Gaiman

    Quadrinhos

    Blue Dragon
    Lanterna Verde – Prelúdio Para a Noite Mais Densa
    Daniel HDR – Site Oficial

    Música

    Chuck Berry – Crítica Show Chuck Berry por Mário Abbade [2008]
    Gamma Ray
    Manowar
    Manowar in 16 Languages!
    Manowar cantando em Português
    Capas Manowar

    Séries

    Spartacus – Blood and Sand

    Cinema

    A Hora do Pesadelo
    Crítica O Inferno de Henri-Georges Clouzot
    Luzes na Escuridão
    Missão Quase Impossível
    O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus
    Querido John
    Polícia, adjetivo
    Segurança Nacional

    Evento da Semana

    Rave Inaugural do Sexo