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  • Review | Arrow – 7ª Temporada

    Review | Arrow – 7ª Temporada

    Após uma ótima sexta temporada, o seriado do Arqueiro Verde tinha a dura missão de, ao mínimo, manter a qualidade de sua temporada anterior, o que era bem difícil. Se a sexta temporada do arqueiro esmeralda foi ovacionada pela ousadia apresentada, o sétimo ano continuou ousando ainda mais, mas sem aquele resultado totalmente satisfatório.

    Lembrando um pouco da temporada anterior, tivemos a equipe de Oliver Queen/Arqueiro Verde (Stephen Amell) quebrada ao meio, com o herói voltando à carreira solo ao lado de Felicity Smoak/Observadora (Emily Bett-Rickards), enquanto John Diggle/Espartano (David Ramsey) aceita um cargo na A.R.G.U.S, e o restante dos companheiros da equipe, Curtis Holt/Sr. Incrível (Echo Kellum), Dinah Drake/Canário Negro (Juliana Harkavy) e Rene Ramirez/Cão Raivoso (Rick Gonzalez), passaram a atuar juntos em um novo bunker. Após Ollie ser desmascarado, o herói faz um acordo com o FBI e acaba sendo preso ao final da temporada em troca da liberdade de seus ex-colegas. Para piorar a situação, o pior vilão que a série já teve, o Dragão, Ricardo Diaz (Kirk Acevedo), conseguiu escapar, deixando a expectativa alta para a sétima temporada.

    Como dito, a sétima temporada continuou ousando e fez uma manobra arriscada: além do elenco principal, tivemos então a escalação de um segundo elenco, responsável por outra linha temporal bastante conhecida na série. Porém, com o final dos já costumeiros flashbacks que, vale lembrar, foram extintos na temporada passada, agora temos flashforwards, que mostram um futuro nada animador para os personagens. Então, além da trama principal da linha do presente, tivemos outra trama de suma importância com esses flashfowards do futuro, além das já tradicionais subtramas.

    Com Oliver Queen na prisão e com a lei anti vigilante em vigor, Curtis passa a trabalhar no serviço de inteligência da A.R.G.U.S junto com Diggle; Dinah é promovida capitã de polícia de Star City e Rene, que já teve um passado obscuro, continua burlando a lei por livre e espontânea vontade, atuando como o Cão Raivoso. Já Laurel Lance (Katie Cassidy) segue como promotora em Star City. Enquanto isso, Felicity e William (Jack Moore) tentam viver uma vida normal, mas não tão normal assim, já que a Observadora desenvolveu uma obsessão por segurança. Ou seja, tramas paralelas demais para toda a equipe de produção tomar conta e ainda nem falamos a respeito das tramas principais.

    Podemos começar com a trama do futuro, onde um William já adulto, vivido por Ben Lewis consegue chegar em Lian Yu, em busca de uma pista. Lá encontra um velho Roy Harper/Arsenal vivendo em exílio com o ator Colton Haynes retornando ao papel depois de anos. A pista sugere que havia sido deixada por Felicity, que foi supostamente assassinada. Roy e William partem diretamente para uma Star City completamente acabada, suja e corrupta e lá passam a investigar o suposto sumiço de Felicity juntamente com as Canários Dinah Drake e Zoe Ramirez (Andrea Sixtos), a filha de Rene, que até então, era uma criança. Quanto a Rene, ele é o atual prefeito do antigo bairro Glades que agora está separado de Star City por enormes muros de contenção. Aqui cabe uma crítica: o canal CW envelhece muito mal seus personagens e tudo soa muito brega quando os vemos em tela. Logo eles descobrem um plano diabólico para Star City ser tirada de vez do mapa e a investigação os coloca com outros dois novos personagens: um deles nem é tão novo assim. Trata-se de Connor Hawke, o filho adotivo de John Diggle, vivido por Joseph David-Jones. Connor já apareceu no Arrowverse sendo o Arqueiro Verde do futuro no pastelão Legends of Tomorrow e a outra personagem é de suma importância para a história do seriado: Mia Smoak, a filha de Oliver e Felicity, vivida por Katherine McNamara. Assim, juntos, todos eles tem a missão de interromper a destruição da cidade.

    Já no presente, o melhor da temporada, sem dúvida foi o tempo que Oliver Queen ficou na prisão. Muito antes do UCDC – Universo Cinemático DC surgir, tinha-se a ideia de um filme solo do Arqueiro Verde, onde a premissa seria colocar Oliver dentro da mesma prisão onde estariam diversos vilões que o herói ajudou a prender. Certamente, com o projeto cancelado, essa ideia pôde ser aproveitada na série, com Oliver tendo que lidar com carcereiros que o odeiam além dos vilões Tigre de Bronze, Brick e Derek Sampson, com os atores Michael Jay-White, Vinnie Jones e o lutador Cody Runnels retornando aos seus papéis.

    Mas com o anúncio do cancelamento do seriado, Oliver Queen não poderia passar sua última temporada completa dentro da prisão, então, logo ao sair, temos o mega crossover do canal, que desta vez traz o episódio Elseworlds, uma espécie de prelúdio para a Crise Nas Infinitas Terras. Saiba tudo sobre o episódio aqui.

    Ao retornar, Oliver precisa lidar com uma misteriosa personagem, Emiko (Sea Shimooka) que, na verdade, é um fechamento de um ciclo para a série, que explica diversos acontecimentos ao longo destes sete anos e principalmente o porquê de Oliver ter sofrido o naufrágio do iate junto de seu pai, Robert, logo no primeiro episódio da série. Obviamente, as ações de Emiko acabam colocando a equipe de certa forma junta novamente, ainda mais por causa da revogação da lei, que permite que os heróis voltem a atuar, desta vez com suas identidades expostas. Contudo, a dinâmica imposta parece não funcionar muito e as coisas se tornam cada vez mais desinteressantes, à medida que os episódios passam e o desfecho até chega a ser interessante, mas nem tanto. De qualquer forma, naquela altura, o elenco já sabia do cancelamento do seriado e as cenas ali começam a ter uma pegada mais emocional, principalmente por parte de Stephen Amell que não esconde as lágrimas em cena.

    Infelizmente, Arrow já fez a sua curva para a reta final. A série deve terminar em seu oitavo episódio, que será um dos capítulos do crossover Crise Nas Infinitas Terras. Os fãs esperam que o Arqueiro Verde tenha um final tão grandioso quanto o próprio personagem em si.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Review | Flash – 5ª Temporada

    Review | Flash – 5ª Temporada

    The Flash sempre foi uma promessa dentro do Canal CW. Seguindo os passos de Arrow, que é o atual carro chefe da emissora, principalmente no que diz respeito ao universo compartilhado, a série do velocista escarlate terá a dura missão de substituir o seriado do Arqueiro Verde quando seu final chegar. Se for por conta dos heróis em si, já sabemos muito bem que o Flash é um dos mais importantes heróis já criados por conta de sua habilidade única e por ótimas histórias vindas dos quadrinhos, mas quando se trata da qualidade dos seriados do universo da CW, a sua liderança é obrigatória, uma vez que Supergirl claramente demonstra ficar em sua sombra e nem vamos falar a respeito daquela “brincadeira” chamada Legends of Tomorrow, que não se leva nem um pouco a sério. Mas, como dito, Flash tem a dura missão de se manter no topo, já que sua qualidade vem caindo a cada temporada.

    Após derrotar o Pensador em sua quarta temporada, Barry Allen (Grant Gustin) ficou a estranha sensação de que foi ajudado a destruir Clifford DeVoe e que sem a ajuda, o vilão não teria sido derrotado. É aí que temos a revelação de que, de fato, Barry contou com um empurrãozinho que ninguém menos que Nora West-Allen (Jessica Parker Kennedy), a filha de Barry e Iris (Candice Patton), já adulta e que veio do futuro. Nora também é velocista e em seu tempo, ela é conhecida como a heroína XS, que vem da palavra excesso. Algum tempo depois, descobrimos o motivo desse nome. Apesar do choque e da felicidade dessa reunião familiar, Barry fica extremamente preocupado com o fato de Nora já estar há tanto tempo no ano de 2018, uma vez que ele a reconheceu nas diversas vezes que a moça cruzou seu caminho na última temporada. Por causa da viagem temporal de Nora e pelo tempo em que ela se encontra em 2018, a possibilidade dela ter esculhambado a linha do tempo é enorme e Barry só se preocupa em mandar a menina de volta para o ano de 2049.

    Meta-humanos começaram a ser cruelmente assassinados em Central City e a equipe começa a desconfiar de que há um caçador de metas na cidade. Infelizmente, todas as buscas que Cisco Ramon (Carlos Valdes) e Caitlin Snow (Danielle Panabaker) fazem usando os instrumentos e equipamentos do S.T.A.R. Labs, bem como a busca feita por Barry, Joe (Jesse L. Martin) e Ralph Dibny (Hartley Sawyer) no campo, são em vão, deixando a equipe, pela primeira vez de mãos atadas. Paralelo a isso, já podemos perceber que o desaparecimento do Flash durante uma crise mencionada numa manchete de jornal do futuro logo no primeiro episódio da primeira temporada é mais urgente do que nunca, já que é revelado que Nora nunca chegou a conhecer seu pai, Barry, por causa de seu desaparecimento na mencionada crise ocorrida no ano de 2024. Além disso, todas as coisas que Nora aprendeu sobre o Flash se deram por causa do famoso Museu do Flash, que é bastante retratado nos quadrinhos e que no seriado aparece pela primeira vez em flashfowards durante a temporada. Com o passar dos episódios, vemos que após o desaparecimento do Flash, a relação entre Iris e Nora fica bastante desgastada e é por isso que a jovem prefere ficar muito mais ao lado do pai, do que da mãe.

    Por motivos simplesmente de roteiro, é decidido que Nora ficará em 2018 para aproveitar seu pai ao máximo e para ajudar a equipe a pegar o assassino de meta-humanos que a esta altura já está estabilizado com o nome de Cicada, vivido pelo ator Chris Klein, porém, sem deixar pista alguma sobre sua identidade e paradeiro. Nora traz algumas informações importantes do futuro e revela que o Flash nunca consegue prender Cicada, o que aumenta ainda mais o desafio da equipe em solucionar essa questão. É quando resolvem recrutar o maior detetive do multiverso, Sherloque Wells (Tom Cavanagh), que já prendeu mais de 30 Cicadas em infinitas terras. Sherloque Wells, diferentemente do famoso Sherlock Holmes, é francês e obviamente é um dos milhões de Wells espalhados pelo multiverso e que possuem uma mente brilhante. Sherloque facilmente descobre a identidade do assassino (já que todos possuem a mesma identidade), contudo, a viagem temporal promovida por Nora, alterou a linha do tempo, alterando, também, a identidade de Cicada, dificultando as ações da equipe.

    A primeira parte da temporada é muito legal. A dinâmica imposta pelos produtores com o fato de Nora vir do futuro e contar informações interessantes sobre algumas coisas e o fato de Sherloque ser um viajante do multiverso, deixam as coisas muito divertidas, porém perigosíssimas, já que o detetive duvida muito das ações da velocista, sendo que, desconfiado, passa a investigar Nora às escondidas. Em contrapartida, Nora viaja constantemente no tempo em 2049 para fazer visitas ao seu mentor, o maior inimigo de Flash, o Flash Reverso/Eobard Thawne, vivido também por Tom Cavanagh. O problema é que a dinâmica da equipe com Cicada não funciona muito bem, sem contar que Iris se torna uma personagem insuportável, obviamente por causa da sua relação com a filha e o fato de que ela em breve, perderá seu marido.

    Como já é costume, logo na primeira metade da temporada tivemos o ótimo episódio Elseworlds, que fez parte do já tradicional mega crossover do canal CW, que juntou, novamente, o elenco de FlashSupergirlArrow e Legends of Tomorrow. Confira todos os detalhes desse encontro clicando aqui.

    As coisas melhoram um pouco. Primeiro porque temos episódios realmente bons e extremamente importantes para o seriado, como a criação de um soro capaz de curar meta-humanos, fazendo com que Cisco, que desenvolveu o antídoto, comece a duvidar sobre sua continuidade como Vibro. Segundo porque muito do passado de Caitlin Snow/Nevasca é mostrado e terceiro porque temos dois episódios com viagens no tempo que são sensacionais, sendo que, em um deles, vemos algo muito parecido com o que ocorre em Vingadores: Ultimato, onde o Flash parte para o passado visitando parte de episódios das temporadas anteriores. E aqui cabe uma nota: como Zoom (Teddy Sears) é assustador! Além disso, um novo e misterioso Cicada chega do futuro, mais destruidor que o primeiro, dificultando ainda mais aquilo que já era difícil.

    À medida que os episódios vão passando, podemos perceber o que a dinâmica dos personagens aliados e os vilões vão melhorando, enquanto a relação entre Nora e o restante do elenco vai entrando em colapso, principalmente quando Sherloque a desmascara e percebemos as reais intenções do Flash Reverso. A jovem XS não é má, mas ela é impulsiva, agindo em excesso (o que justifica seu nome). O legal é que Thawne ensina Nora da mesma forma que ensinou Barry, deixando esse déjà vu com um sabor mais especial. O Flash Reverso é um ótimo vilão, mesmo dentro de uma cela por todo o tempo. E se uma coisa que ele sabe fazer, além de manipular, é esperar, já que, ironicamente, ao contrário de Barry, o oposto do velocista escarlate sabe esperar e muito.

    A boa temporada fez com que Flash ganhasse o respiro que precisava. Afinal, após a triste notícia do cancelamento de Arrow, a série do velocista deverá assumir como a líder do Arrowverse, já que temos engatilhados dois novos shows, sendo um focado na Batwoman e posteriormente, um focado numa equipe de canários, provavelmente lideradas por Dinah Drake e Laurel Lance do seriado do arqueiro esmeralda.

    Aliás, a crise é iminente. As viagens recorrentes no tempo de Nora, que transitou diversas vezes entre os anos de 2018 e 2049, adiantaram em muito a data da manchete do desaparecimento do Flash. Assim, a Crise Nas Infinitas Terras, acontecerá já em 2019 e mudará para sempre o universo dos seriados, cujas novas temporadas estão sendo aguardadíssimas.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Review | The Flash – 4ª Temporada

    Review | The Flash – 4ª Temporada

    The Flash surgiu como um seriado promissor no Canal CW, após as ótimas primeira e segunda temporadas, a produção teve uma baixa na qualidade, entregando uma terceira temporada bastante regular. Contudo, é inegável que o Flash é um dos principais e mais poderosos heróis da DC Comics, além de ter um papel bastante fundamental e que interfere diretamente em todas as outras séries do canal que fazem parte do chamado “Arrowverse”.

    Ao derrotar Savitar na temporada anterior, deixando a Força de Aceleração completamente desestabilizada, o que faz com que Barry Allen (Grant Gustin) precise abandonar sua Terra, o team Flash, juntamente com Iris (Candice Patton) e Joe (Jesse L. Martin) unem forças para trazer Barry de volta. O plano funciona, mas Barry volta à Terra completamente estranho, como se ele não pertencesse a aquele local. Porém, a questão é rapidamente resolvida e já damos início à premissa principal desta temporada. A produção do seriado é expert em causar aos fãs anticlímax por resolverem rápido demais as questões deixadas em temporadas anteriores. Foi assim com relação à adaptação de Ponto de Ignição, cuja resolução se deu em apenas um episódio e foi assim com a questão da Força de Aceleração.

    Novos meta-humanos começam a aparecer em Central City e a equipe logo descobre que todos eles estavam dentro de um ônibus que foi atingido exatamente na mesma hora em que Barry Allen é resgatado da Força de Aceleração. Barry, obviamente, se sente responsável e somos apresentados a Ralph Dibny (Hartley Sawyer), um dos integrantes do ônibus. Dibny é um ótimo personagem. De início, sabemos que ele era um ex-policial em Central City e que após sua demissão, se tornou detetive particular. Acontece que ele é um cidadão asqueroso, especialista em deixar as pessoas desconfortáveis com suas piadas nojentas, que quase em sua maioria tem a ver com sexo, gases e coisas do tipo. Resumindo, o cara é o tio do pavê, mas possui o poder de se esticar. Acontece que Ralph Dibny, apesar de sua personalidade esquisita é um homem sozinho e não demora muito para começar a integrar a equipe de Barry como o Homem-Elástico.

    Com o sumiço dos metas que estavam dentro do ônibus, Barry (que é policial em Central City) e Joe passam a investigar o caso. Paralelamente a isso, Cisco Ramon/Vibro (Carlos Valdes), Caitlin Snow/Nevasca (Danielle Panabaker), Iris West e Harry Wells (Tom Cavanagh), usam de toda a tecnologia do S.T.A.R. Labs para chegar onde a polícia de Central City não consegue. Vale destacar que o Wells que ajuda a equipe nesta temporada é o Wells da Terra 2 e que já nos visitou na segunda temporada do seriado. Harry, embora tenha uma mente brilhante, assim como todos os Wells, é impaciente e bastante grosseiro e não se dá muito bem com Cisco.

    Com a investigação que se avança, a primeira parte da temporada agrada aos olhos de quem assiste e é focada no fanatismo de Barry pelo professor Clifford DeVoe (Neil Sandilands), que está por trás dos desaparecimento dos metas que estavam no ônibus. Acontece que os álibis de DeVoe o isentam de qualquer tipo de acusação, principalmente pelo professor ser paralítico, o que, de certa forma, o impossibilitaria de cometer tais crimes. Mas Barry desacata até as ordens do capitão da polícia. Suas ações levam a encontrar o corpo de DeVoe e o herói acaba preso.

    Com a prisão de Barry, a equipe precisa lidar sozinha com os crimes na cidade, mas as coisas acabam não dando muito certo e Vibro, Nevasca e Homem-Elástico parecem não dar conta das questões que envolvem à segurança da cidade, principalmente com a vilã Amunet Black (Katee Sackhoff) ganhando força na cidade e atrapalhando os planos da equipe. Vale destacar que nos quadrinhos, a vilã é conhecida como Forja, mas esse nome, nunca foi usado no seriado.

    Como já é costume, logo na primeira metade da temporada tivemos o episódio Crise na Terra X, que fez parte do já tradicional mega crossover do canal CW, que juntou, novamente, o elenco de FlashSupergirlArrow e Legends of Tomorrow. Confira todos os detalhes desse encontro clicando aqui.

    A temporada passa a perder muita força quando Barry consegue sair da prisão e DeVoe passa a mudar sua forma física. O vilão, devidamente estabilizado como o Pensador, passa a absorver os poderes dos metas que sequestra com o objetivo de deixá-lo indefectível contra o velocista escarlate e sua equipe e também para dar seguimento ao seu maligno plano, e isso faz com que ele sempre esteja passos à frente da equipe. O problema é que os produtores optaram por não fazer uma linha contínua com a história principal, sempre interrompendo o ritmo para colocar episódios que, as vezes, não tem nada a ver com a trama principal, dando um pouco mais de atenção aos episódios conhecidos como fillers, indo de maneira contrária a que Arrow fez em sua sexta temporada. Assim, a temporada seguiu sem graça até o seu desfecho onde coisas interessantíssimas aconteceram nos episódios finais.

    Apesar dos últimos episódios terem sido bons, o que chamou a atenção não foi exatamente o desfecho da derrota Pensador, mas sim, o que aconteceu com a equipe e os sacrifícios que ela precisou fazer para começar a trilhar esse caminho de vitória. Como sempre digo, Tom Cavanagh é o melhor ator do elenco, seja como Eobard Thawne, seja como Harry Wells, ou H.R. Wells. A relação de Harry e Cisco evoluiu muito nessa temporada e Harry se tornou mais humano, mesmo abrindo mão de toda sua inteligência ao tentar replicar o dispositivo que multiplicou a inteligência de DeVoe. Ver Harry tentando solucionar questões e a cada dia estar menos inteligente e útil para a equipe foi algo bem doído de se ver. Méritos a Cavanagh que sempre dá show. Outro detalhe que chamou a atenção na temporada foi as participações esporádicas de uma jovem personagem, ainda sem nome, mas que, acredita-se que terá um papel fundamental na próxima temporada.

    Flash, talvez, tenha nos mostrado sua pior produção até então. Sua quinta temporada é aguardada com ansiedade, por causa da promessa de termos uma viajante do futuro que vai interferir diretamente na vida de Barry e Iris, mudando suas vidas para sempre.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

    https://www.youtube.com/watch?v=Rb6PycazVyA

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  • Review | Arrow – 6ª Temporada

    Review | Arrow – 6ª Temporada

    Desde sua criação e por toda a sua história, Arrow tem sido um seriado cheio de altos e baixos (mais baixos do que altos), o que é normal para uma série que está no ar há mais de cinco anos. Tivemos uma boa temporada de estreia, uma excelente segunda temporada, seguida de uma terceira temporada terrível e uma quarta e quinta temporada bem razoáveis, mas que trouxeram um pouco mais de respiro para o seriado.

    Se no desfecho da temporada anterior tivemos uma espécie de cliffhanger, o sexto ano do arqueiro esmeralda mostraria logo de cara o que de fato aconteceu com praticamente todos os integrantes do elenco, cujos personagens estavam na ilha de Lian Yu, após o vilão Prometheus explodi-la em quase sua totalidade. Logo nos primeiros episódios, tivemos flashbacks que responderam algumas das perguntas deixadas, mas a maioria delas foram sendo respondidas ao longo da temporada. Isso ajudou a responder também como seriam os flashbacks tão recorrentes na série, uma vez que, nas cinco primeiras temporadas, podemos acompanhar toda a jornada de cinco anos para que Oliver Queen pudesse se tornar o Arqueiro Verde. Porém, para a nossa surpresa, as vezes em que visitamos o passado, foram tão somente para responder às perguntas deixadas em Lian Yu, extinguindo assim, os já mencionados flashbacks. Uma decisão ousada, mas acertada em cheio, uma vez que Arrow entregou a mais audaciosa temporada de sua história.

    Oliver Queen (Stephen Amell), ainda prefeito de Star City, agora tem a custódia de seu filho, William (Jack Moore), que odeia o pai com todas as forças e para criar um laço entre os dois, o arqueiro decide se aposentar, deixando seu manto para seu braço direito, John Diggle (David Ramsey). Ocorre que Diggle sofreu uma grave lesão no nervo de sua mão enquanto estava em Lian Yu, que o está impedindo de usar armas com a habilidade que lhe era peculiar, colocando em risco mais de uma vez os heróis Cão Raivoso/Rene Ramirez (Rick Gonzalez),Sr. Incrível/Curtis Holt (Echo Kellum) e a Canário Negro/Dinah Drake (Juliana Harkavy), seus colegas de equipe, sob os olhos de Felicity Smoak, a Observadora (Emily Bett-Rickards).

    A temporada teve como premissa a aparição do cyber-terrorista Cayden James, vivido pelo ótimo Michael Emerson, mais conhecido por ter interpretado Benjamin Linus, em Lost. James logo no primeiro episódio expõe a identidade de Oliver Queen para o mundo todo, o que faz com que a arrogante e linha dura agente do FBI, Samanda Watson (Sydelle Noel) fique na cola do team Arrow, querendo prender todos. Vale destacar que o vilão é assessorado por um time de capangas liderados pela Sereia Negra, a Laurel Lance da Terra 2, que veio de Flash e novamente interpretada por Katie Cassidy e pelo impetuoso e cruel Ricardo Diaz, vivido brilhantemente por Kirk Acevedo e também por um velho amigo de Oliver, o russo Anatoly Kniazev (David Nykl).

    Pelo fato de Oliver Queen ter se aposentado como Arqueiro Verde, dificilmente o vemos em tela usando o uniforme, porém vemos bastante o personagem lidando com os problemas burocráticos de sua cidade, juntamente com o vice-prefeito, o ex-capitão Quentin Lance (Paul Blackthorne) e o assessor de Queen, Rene Ramirez, principalmente por conta da exposição causada por Cayden James.

    Porém, não demora muito para a temporada ter uma reviravolta, fazendo com que Ricardo Diaz se torne o melhor vilão da história do seriado (ganhando um episódio inteiro para si), se tornando também o melhor personagem em anos, tirando inclusive o protagonista do topo. Claro que os méritos também são de Kirk Acevedo que dá show. Logo no início desse texto, lhes foi dito que esta tinha sido a temporada mais audaciosa de Arrow. E vamos explicar o motivo.

    O modus operandi de Diaz fez com que a equipe do Arqueiro Verde fosse esmigalhada. A já cansativa história de que os métodos de liderança e de ação de Oliver são questionáveis, mais uma vez deu as caras por aqui. Só que dessa vez funcionou muito bem, a ponto de até John Diggle abandonar Oliver e virar um agente da A.R.G.U.S., após Cão Raivoso, Sr. Incrível e Canário Negro montarem a própria equipe, deixando o arqueiro sozinho, como no começo de sua história. Isso causou uma dinâmica interessantíssima para o decorrer do seriado. Embora os vigilantes tivessem o mesmo objetivo (capturar Ricardo Diaz), agora tínhamos três fronts praticamente rivais e que algumas vezes se enfrentaram, inclusive.

    Se tem uma das coisas que os fãs não podem reclamar é da ação. As cenas de luta (tão boas nas duas primeiras temporadas) deram às caras novamente e, sem dúvida, essa foi também a temporada mais violenta de Arrow, onde briga, tiros, flechadas, fraturas e muito sangue não foram poupados no orçamento. Vale destacar que parte da violência foi de autoria de Ricardo Diaz, cujos métodos causam arrepios até na Sereia Negra que aliás, falando na versão demoníaca da Canário Negro, passou a estreitar laços com Quentin Lance, uma vez que o Quentin desta Terra já não tinha mais sua filha Laurel e a Laurel da Terra 2 (a Sereia Negra) já não tinha mais seu pai. Isso foi bastante legal de se ver.

    Como já é costume, logo na primeira metade da temporada tivemos o episódio Crise na Terra X, que fez parte do já tradicional mega crossover da do canal CW, que juntou, novamente, o elenco  de FlashSupergirlArrow e Legends of Tomorrow. Confira todos os detalhes desse encontro clicando aqui.

    Assim como na temporada passada, tivemos menos ainda aqueles episódios conhecidos como fillers, ou monstros da semana, que não costumam ter nenhuma relevância com o enredo principal, mas ainda assim pudemos destacar dois episódios onde tivemos o retorno de Manu Bennett como Slade Wilson/Exterminador em busca de seu filho. Apesar dos produtores não terem mais planos para com o personagem (por causa do Universo Cinemático DC – UCDC), é sempre bom ver Bennett e Amell juntos em cena, independente de qual lado Slade Wilson está.

    A reta final da temporada foi de tirar o fôlego e pela primeira vez podemos dizer que apesar das tradicionais mortes que costumamos ver em diversos seriados, Oliver Queen e os demais heróis não saíram vitoriosos e isso trouxe diversas consequências para os personagens que terão suas vidas mudadas para sempre. Não houve final feliz e ainda perdemos um querido personagem.

    O saldo da sexta temporada do arqueiro esmeralda é mais que positivo. A produção entregou, como dito anteriormente, sua temporada mais audaciosa e me arrisco a dizer que talvez seja a melhor temporada do seriado. O sétimo capítulo será aguardado com muita ansiedade.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Review | Aquaman (Piloto Cancelado)

    Review | Aquaman (Piloto Cancelado)

    Há muito tempo, no ano de 2006, quase como um spin off de Smallville que jamais deu certo, Aquaman seria adaptado para as telinhas, contando com Justin Hartley no papel principal, começando por um acidente estranho, envolvendo uma criança e sua mãe e depois a sobrevivência do garoto, salvo por baleias e outros bichos. Nessa parte, o aqua-baby era interpretado por Graham Bentz.

    Curiosamente, Hartley não havia feito o herói no seriado do Superboy, lá Arthur Curry era vivido por Alan Ritchson, ou seja, Jason Momoa não é nem o segundo intérprete do personagem. Hartley viveu o Oliver Queen no programa de Alfred Gough e Milles Millar, mas não seguiu para a série Arrow.

    O clima dessa versão do herói dos mares da DC é de verão total, e a história se passa na beira da praia perto do Triângulo das Bermudas, local onde sua mãe desapareceu. Os dias de Arthur são ocupados com brincadeiras com golfinhos, fato que o faz ser preso, já que ele libertou golfinhos de um parque aquático, e logo percebe-se que o rapaz tem habilidades especiais.

    As cenas dele nadando em alta velocidade são artificiais, e a pós produção não salva em nada, pois Smallville tinha momentos toscos mas não tanto quanto aqui. A série não foi para frente porque na época em que estrearia, a rede de televisão da Warner estava se fundindo com a UPN, formando então a CW, e o projeto não parecia firme o suficiente para estrear.

    Há muitos elementos dos quadrinhos alardeados, como a proximidade do herói com golfinhos – em algumas versões ele foi criado pelos mamíferos aquáticos – e o aparecimento de um atlante clamando por Oren. Outra coincidência curiosa é que Nadia, a sirena/sereia que atacou Arthur e que também matou sua mãe é interpretada por Adrianne Palicki, que mais tarde viria a gravar o piloto de Mulher-Maravilha, que também foi cancelado.

    Esta versão é bem menos boba que a de Mulher-Maravilha, há um tom mais sóbrio, mas nada sombrio como viria a ser a estética que Zack Snyder empregaria no cinema. Há aquele uso infantil de figurinos que remetem as roupas de super-heróis, com Hartley sempre utilizando blusa laranja e shorts verdes. Apesar dos efeitos terríveis e dos personagens caricatos, a sensação que fica ao se assistir atualmente esse especial é de um coito interrompido, de uma proposta que poderia dar certo como Smallville, uma gênese que não pôde ser desenvolvida por desinteresse de quem produziu, reunindo em si as mesmas condições tórridas que Smallville tinha e que Arrow e Flash teriam, mas com um investimento menor e atuações claramente menos carismáticas.

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  • Review | The Flash – 3ª Temporada

    Review | The Flash – 3ª Temporada

    Quando o Flash derrotou o vilanesco Zoom ao término de sua 2ª temporada, tivemos uma pequena cena pós-créditos em que Barry Allen, desolado pela morte de seu pai, toma a impensada atitude de voltar ao passado no dia em que sua mãe havia sido morta, salvando-a e derrotando o Flash Reverso, mudando, portanto, o mundo inteiro daquela data em diante. A cena em questão era o prenúncio de uma das histórias mais aclamadas do Velocista Escarlate, intitulada Ponto de Ignição, o que prometia uma terceira temporada sensacional, causando ansiedade nos fãs de todo o conhecido “arrowverse”. Afinal, que mudanças Barry causaria em Arrow, Supergirl e Legends of Tomorrow?

    Nos quadrinhos e na animação, com participação significativa do Batman e demais membros da Liga da Justiça, após salvar sua mãe, Barry Allen vira o mundo de cabeça para baixo, causando o maior dos efeitos borboletas. Os Atlantis estão em guerra com as Amazonas. Alguns vilões sse tornam boas pessoas e, no caso do Batman, o menino Bruce Wayne acabou sendo morto no beco, fazendo com que sua mãe desenvolvesse problemas psiquiátricos sérios se tornando a Coringa daquela linha temporal e seu pai, Thomas, se tornando o Batman, mas um morcego mais amargurado e que usa, além da violência excessiva, armas de fogo. Obviamente, o desenvolvimento a ser abordado na série passaria longe da ousadia dos quadrinhos, a julgar pelos mais variados fatores. Contudo, o canal CW deixou muito a desejar, com um início de temporada extremamente chato e mal desenvolvido, algo que mudou na segunda metade da temporada. Devemos lembrar que nos quadrinhos, o Ponto de Ignição se encerra com o Batman matando o Flash Reverso e Barry restaurando a linha do tempo, dando início a uma nova fase do universo da DC Comics, chamada de Os Novos 52.

    Por conta da trama principal, o que vimos nesta 3ª temporada foi uma diminuição considerável dos episódios chamados de monstros da semana, que foram incluídos dentro da história principal, fazendo com que um episódio seguinte sempre complementasse o anterior, seguindo assim, praticamente, do início ao final da temporada.

    No primeiro episódio da tempora, após retornar no tempo e salvar sua mãe, Barry Allen (Grant Gustin) vive uma vida feliz ao lado de seus pais, Nora (Michelle Harrison) e Henry (John Wesley Ship). Wally West (Keiynan Lonsdale), o Kid Flash, é o velocista guardião de Central City, sendo que tanto Wally, quanto dos demais personagens que integram o elenco, Joe (Jesse L. Martin) e Iris (Candice Patton), o agora bilionário e egocêntrico Cisco (Carlos Valdes) e Caitlin Snow (Danielle Panabaker), assumindo a alcunha de Nevasca, não conhecem Barry, que foi alertado por Eobard Thawne (Matt Letscher), agora preso, do tamanho erro que cometeu ao voltar no tempo, algo que Barry só passa a reconhecer quando começa a experimentar perda da memória da linha temporal anterior, o que poderá causar também a perda de seus poderes, esquecendo-se de quem ele foi um dia. Após Wally ser gravemente ferido pelo seu maior oponente, o velocista Rival (Todd Lasance), Barry decide soltar Eobard para que ele cumpra seu destino de assassinar Nora Allen e restabelecer a linha temporal anterior. Sim, o Ponto de Ignição só durou um único episódio, o que causou a ira e a decepção de muitos.

    Mas o verdadeiro ponto de ignição da 3ª temporada, na verdade, se dá quando Barry restabelece a linha do tempo original. Linha do tempo bastante modificada, mexendo com alguns personagens e localidades. Os Laboratórios S.T.A.R., por exemplo, estão com novas e melhores instalações. Porém, Joe e Iris não se dão bem e não olham um na cara do outro. Além disso, o irmão de Cisco, Dante, não está vivo e o jovem cientista culpa Barry por não salvá-lo. E para piorar ainda mais a situação, o velocista tem um parceiro no departamento de polícia, o irritante Julian, vivido por Tom Felton, uma ótima contratação para o elenco.

    E ainda temos o excelente Tom Cavanagh, interpretando sua terceira versão do Dr. Harrison Wells, agora vindo da Terra 19. Cavanagh que na 1ª temporada fez um Wells frio e calculista, na 2ª temporada fez um Wells da Terra 2 completamente sem paciência, nestaentregou um personagem extremamente bem humorado e sempre positivo, polido, educado e aficionado por café, já que na Terra 19, café é um produto quase extinto. Novamente podemos saber um pouco mais do passado desse querido Wells, que foi desmascarado tempos depois, uma vez que ele, na verdade, é um escritor em sua terra, que veio pra Terra 1 foragido, em busca de conseguir escrever a maior aventura já escrita. A fuga de Wells é aproveitada para introduzir uma nova heroína na série, a Cigana (Jessica Camacho), que possui os mesmos poderes de Cisco, que viaja pelas terras do Multiverso perseguindo foragidos.

    A primeira parte da terceira temporada, como dito, foi extremamente arrastada e chata, principalmente porque o elenco tentava descobrir a identidade do vilão Alquimia, que estava concedendo poderes para aqueles que eram meta humanos na linha temporal do ponto de ignição em troca da cabeça do Flash,. Essa parte teve pouquíssimos bons momentos, como o episódio Invasion, que fez parte do já tradicional mega crossover da CW, que juntou, desta vez, o elenco de Flash, Supergirl, Arrow e Legends of Tomorrow.

    As coisas começam a melhorar, quando o team Flash descobre que Alquimia, na verdade, é apenas um assecla do perigosíssimo Savitar, o Deus da Velocidade, tido como o primeiro, mais poderoso e rápido velocista. Em uma tentativa de derrotar Savitar, Barry é jogado meses no futuro e acaba por ver Iris sendo morta pelo demoníaco velocista. Começa, então, uma corrida contra o tempo, onde Barry tenta mudar o presente, buscando alterar o futuro e a morte de Iris. E o que se vê a partir daqui são alguns dos melhores episódios da temporada e, por que não, de toda a série.

    Um desses episódios, na verdade um evento duplo, mostra que o Wells da Terra 2 foi capturado pelo Gorila Grodd na Cidade dos Gorilas, o que obriga o team Flash a ir resgatá-lo, causando uma invasão dos gorilas em Central City. Também tivemos um ótimo encontro musical entre os personagens de Supergirl e Flash, com a introdução de um bom vilão, que futuramente poderá incluir o elenco do arrowverse em outros episódios do estilo, além de apresentar um dos vilões mais perigosos mostrados em cena: Abra Kadabra, que veio de muitos séculos do futuro e que causa sérios danos em Caitlin, obrigando a cientista a se transformar em definitivo na heroina Nevasca.

    Mas, sem dúvida, o ponto mais alto da temporada é a revelação de quem é Savitar, na verdade, é o próprio Barry Allen, trazendo ao público outro conceito da física e da ficção científica, chamado de o Paradoxo da Predestinação, utilizado em O Exterminador do Futuro, por exemplo, quando John Connor, diversas vezes, manda Kyle Reese para o passado para que ele conheça Sarah Connor, com o intuito de fazê-la gerar John, o líder da resistência no futuro. Aqui, o Barry que se tornou Savitar é um dos remanescentes do tempo (algo já explicado nas temporadas anteriores) que foram criados para derrotar vilão. Durante a batalha, Savitar eliminou todos os remanescentes, exceto um (ele mesmo), que ao tentar se reintegrar a seus amigos, foi completamente ignorado porque aquela linha do tempo já tinha um Barry Allen. Então, imagine que você foi duplicado por você mesmo, só que seus melhores amigos, sua mulher e tudo que o cerca convive com o outro você, te ignorando por completo. É exatamente isso que aconteceu. Uma decisão bastante ousada e acertada dos produtores. E com os planos de Savitar frustrados graças a genialidade e bom coração do Wells da Terra 19, vimos uma emocionante batalha de todos os heróis da série contra o velocista.

    Tanto Flash, quanto as outras séries da CW, tiveram suas temporadas renovadas e se encontram em filmagem neste exato momento. Sempre soubemos que um dia a ótima série do velocista iria passar por maus momentos, mas percebe-se que essa 3ª temporada, embora tenha ganhado um certo respiro em sua etapa final, serviu de aviso aos produtores que, a partir de então, deverão tomar cuidado para que o show não passe pelos mesmos problemas que Arrow deixando-o à beira de um cancelamento.

    De qualquer forma, a 4ª temporada de Flash, que irá ao ar a partir de outubro de 2017,  parece promissora e pela primeira vez os produtores não usarão um velocista como vilão principal da temporada. Acredita-se que o arqui inimigo de Barry será Clifford DeVoe, o Pensador, um vilão que promete dar muito trabalho ao Flash e os demais heróis, uma vez que seu nome foi mencionado algumas vezes pelos personagens do futuro que apareceram nessa temporada.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Flash e Supergirl: O Crossover Musical

    Flash e Supergirl: O Crossover Musical

    Os crossovers entre os seriados do chamado arrowverse, que é basicamente o universo da DC Comics na televisão criado em Arrow, tiveram início ainda na 2ª temporada da série do arqueiro esmeralda com a participação de Barry Allen, que culminou com o seu acidente que o transformou em Flash. Desde então, os heróis de Arrow, Flash, Supergirl e Legends of Tomorrow se reúnem para enfrentar alguma ameaça realmente perigosa, como a primeira vez que enfrentaram Vandal Savage ou combateram uma invasão alienígena que adaptou a saga Invasão, da DC Comics. Fora essas reuniões que duram mais de um episódio, existem outras menores onde os personagens do universo compartilhado sempre aparecem ao menos uma vez nas outras séries e foi assim que Flash conheceu Kara Zor-El, a Supergirl.

    Devido a um intercâmbio entre os canais CW, que produz as séries do universo compartilhado e o canal CBS, que cuidava de Supergirl, o velocista escarlate, durante um treinamento para derrotar o vilão Zoom, acabou por cair sem querer na Terra 3 e assim, ajudou a última filha de Krypton a derrotar uma ameaça. A parceria deu certo comercialmente e os produtores resolveram arriscar ainda mais, desta vez, trazendo a Supergirl para o seriado do Flash. E foi fantástico.

    Tanto Grant Gustin, quanto Melissa Benoist faziam parte do cast do premiado seriado musical, Glee, e, por conta desse passado, os produtores decidiram que o encontro do dois seria em formato de musical. Com isso, se aproveitaram da situação atual de ambas as séries, onde os protagonistas se encontravam em situações semelhantes em suas vidas e trouxeram o vilão Mestre da Música, vivido pelo também ator de Glee, Darren Criss, para ensinar uma lição a Barry e Kara.

    O episódio começa com Mon-El (Chris Wood) e J’onn J’onzz (David Harewood), atravessando o portal e chegando aos Laboratórios S.T.A.R, em Central City, com a Supergirl em coma, pedindo ajuda, ao mesmo tempo que o Mestre da Música invade o local e coloca Barry no mesmo estado de Kara. Ao acordar, Barry percebe que está numa espécie de boate noir, onde Kara é a cantora. Não demora para os dois perceberem que estão presos num musical e que, para escapar da transe, teriam que seguir o roteiro passo a passo.

    Assim como em qualquer musical, tudo é muito bonito e alegre e é realmente satisfatório ver os atores de todo o universo compartilhado cantando e dançando, sendo que a escolha de seus representantes foi muito bem acertada. Como o episódio era do Flash, todo seu cast estava lá, mas somente Barry, Iris (Candice Patton), Joe (Jesse L. Martin) e Cisco (Carlos Valdes) participaram da viagem atribuída pelo Mestre da Música, assim como Kara, Mon-El e Winn (Jeremy Jordan) representando a série da Supergirl. Vale destacar que os veteranos Dr. Martin Stein (Victor Garber), que é uma das metades do herói Nuclear, representou Legends of Tomorrow e Malcolm Merlyn, o Arqueiro Negro (John Barrowman), representou Arrow. A título de curiosidade, todo o background de formação artística de Barrowman foi feito na Broadway, fazendo com que o ator seja mais que competente para sua participação, em vez de qualquer outro personagem de Star City.

    O episódio em si foi muito dinâmico, deixando aquela sensação de que passou muito rápido e isso se deve à boa trama do musical, aliada à trama paralela daquilo que acontecia nos Laboratórios S.T.A.R. No que diz respeito ao musical, este totalmente ambientado na máfia noir da primeira metade do século XX, somente Barry e Kara eram eles mesmos e o restante do elenco, apesar de estarmos familiarizados com os atores e seus personagens, interpretavam outras pessoas com nomes diferentes. Merlyn, por exemplo, é um dos chefões da máfia e dono da boate onde Barry, Kara, Cisco e Winn trabalham. Já Joe e Stein chefiam outra facção da máfia e são inimigos mortais de Merlyn, sendo que ambos os criminosos estão atrás de seus filhos, Iris, que é filha de Joe e Stein (sim, é isso mesmo) e Mon-El, filho de Merlyn.

    Enquanto Barry e Kara, com seus poderes drenados, tentam seguir o roteiro, Wally West/Kid Flash (Keiynan Lonsdale), Cisco Ramon/Vibro e J’on J’onzz, devidamente transformado no Caçador Marciano, perseguem o Mestre da Música por Central City. Aqui cabe um destaque porque os três heróis trabalham de maneira cooperativa semelhante aos X-Men na abertura do filme Dias de Um Futuro Esquecido.

    Como dito, o ótimo episódio pareceu muito curto (mesmo tendo o tempo regular característico), fazendo com que certas resoluções tivessem seus desfechos de forma um pouco mais urgente. De qualquer forma, o Mestre da Música é um ótimo vilão e realmente seria muito legal se ele retornasse, aparecendo nos demais seriados, já que o antagonista atinge exatamente determinado ponto da mente daqueles que são afetados. Seria muito interessante ver a mente deturpada e sofrida de Oliver Queen ambientada num musical que se passa na 2ª Guerra Mundial, por exemplo.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Resenha | iZombie: vcvampiro – Volume 2

    Resenha | iZombie: vcvampiro – Volume 2

    IZombie - Vol 2 - vcvampiro - capa - Panini Comics

    Após a primeira edição, Morri Para o Mundo, apresentando a premissa básica da série, iZombie cresce neste segundo encadernado, compilando os número #6 a #12. O início, didático ao extremo, fundamentava o conceito da trama, apresentando as personagens e sua breve mitologia, alinhando diversos monstros em um universo distinto, sem nenhum grande momento.

    Neste novo compilado lançado pela Panini Comics, duas histórias são focadas em personagens específicos. Tal fato aprofunda melhor os dramas internos, fugindo um pouco da vertente juvenil de uma zumbi adolescente em crise. Gwen, a personagem central da trama, pouco evolui, apenas constatando que seu desenvolvimento zumbi a faz perder cada vez mais as memórias quando viva. A história, criada a partir do ponto de vista da garota, exagera ao tentar emular as falas de uma adolescente, criando um registro anacrônico de um roteirista que não parece, de fato, integrado com sua figura central. A internalização de seu drama, exposto pela narrativa, é repetido a cada edição sem nenhuma evolução aparente.

    Em contrapartida, os dois amigos da zumbi crescem nestas referidas histórias solos. O terrieomem Spot tem maior desenvolvimento ao narrar a história do avô, ganhando sua improvável companhia descarnada agora incorporado em um macaco, uma faceta mais bem-humorada da história e que funciona bem; e a fantasma Ellie retoma seu passado, apresentando um breve panorama de sua vida quando viva e o primeiro encontro com Gwen, além de situá-la com outros fantasmas do cemitério. Duas histórias solos que ampliam a dimensão das personagens de apoio.

    Dentro da narrativa central, surge um inimigo simbolizando o primeiro vilão da trama. Ainda que a história esteja desenvolvendo sua grande trama e alinhando o que parece ser uma batalha para impedir o ressurgimento de uma entidade, duas linhas paralelas são desenvolvidas simultaneamente, a primeira com Gwen e a segunda sobre os caçadores milenares da corporação. Mesmo que Chris Roberson falhe ao compor uma personagem central interessante e bem delineada, o autor produz ritmo na narrativa ao alternar estas duas frontes. O universo ao redor da zumbi, bem como os outros personagens, são mais interessantes do que ela.

    Apesar de uma leve melhora, destacada pelas histórias solos, o segundo volume termina ainda sem apontar ao leitor se a trajetória de Gwen levará a uma trama maior ou se permanecerá apoiada somente em pequenas tramas cotidianas, explorando conflitos mínimos de personagens que, embora monstruosos, se desenvolvem em uma dinâmica adolescente sem nenhuma novidade.

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  • Resenha | iZombie: Morri Para o Mundo – Volume 1

    Resenha | iZombie: Morri Para o Mundo – Volume 1

    I Zombie - Capa - Vol 1

    Lançado em 2010 a 2012 no selo Vertigo, iZombie foi lançado no país em quatro edições encadernadas pela Panini Comics, atendendo a uma demanda de leitores que pediam novas publicações do selo concomitantemente ao relançamento de histórias clássicas e aclamadas pelo público. Criada por Chris Roberson e Michael Alfred, a HQ chega em sintonia com a série lançada pela CW.

    Ainda que identificados em diversas culturas como parte de seu universo mítico, os zumbis se tornaram representantes do panteão de monstros lendários,  sendo a visão de George Romero e sua crítica à sociedade fundamental para o alcance desta figura. Como personagens que sempre atraem o público, independente do estilo narrativo, os mortos-vivos se mantêm sempre em destaque. Recentemente, a série The Walking Dead e paródias como Zumbilândia e Como Sobreviver a um Ataque Zumbi comprovam esta afirmação.

    O primeiro compilado da série apresenta os cinco primeiros números mais uma edição extra publicada dentro de um especial da Vertigo para apresentar as personagens. A trama alinha em uma mesma narrativa diversas personagens do universo de terror como fantasmas, vampiros, zumbis e uma organização responsável por caçá-los durante séculos. O ambiente é semelhante àquele desenvolvido por Alan Ball em True Blood, adaptação da série de livros de Charlotte Harris, que inseriu lendas diversas em uma mesma narrativa para reestruturar e apresentar uma nova visão a partir dela.

    A trama acompanha a outrora adolescente Gwendolyn “Gwen” Dylan, a qual revela aos leitores ter se transformado em zumbi. Como personagem principal, a garota narra os acontecimento e apresenta seus amigos, tanto aqueles de origem monstruosa, quando os parceiros do trabalho como coveira. O primeiro arco apresenta os diversos personagens definindo contornos para os vilões, diante de um mundo em que algumas regras tradicionais sobre estes seres monstruosos serão redefinidas.

    A história falha em sua composição, sendo mais didática do que narrativa ao desenvolver as personagens e o universo sem um primeiro ato bem definido. Baseando-se somente na leitura, não é possível saber se a história é paródica ou não, mas é preponderantemente mais suave do que as narrativas maduras popularizadas pela Vertigo. Os personagens são inseridos em uma rotina normal como se não fossem monstruosos, um recurso interessante para fugir do estereótipo de personagens trágicos. Porém, a tônica juvenil é incapaz de apresentar qualquer bom personagem, neste primeiro momento.

    Nada parece, de fato, inédito, mas sim apoiado em uma tradição de narrativas de referência que foram mais bem-sucedidas em sua composição. O apelo juvenil é tão aparente que a série adaptada foi desenvolvida para este público como uma alternativa possível do mesmo argumento mas sem a temática séria – e soporífera – da história baseada na HQ de Robert Kirkman. Diante de tantos lançamentos de quadrinhos no país, o primeiro número de iZombie não carrega força suficiente para conquistar o leitor em definitivo. Se observamos somente os lançamentos Vertigo no país, os clássicos ainda valem mais pelo custo-benefício.

    Izombie

  • Review | The Flash – 1ª Temporada

    Review | The Flash – 1ª Temporada

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    A boa aceitação da primeira temporada de Arrow, produzida pelo canal estadunidense CW, permitiu que a DC Comics e a Warner alçassem voos maiores em suas produções sobre super-heróis que até então estavam desacreditadas por conta de Smalville – As Aventuras do Superboy. Aliado a isso, os estúdios precisavam correr atrás da Marvel Comics, considerada anos luz à frente no que diz respeito ao mais novo selo chamado de “universo cinemático”. Assim, antes de mesmo de existir o seriado do Flash, Barry Allen (Grant Gustin) foi testado em dois episódios da segunda temporada do arqueiro esmeralda e que culminou no acidente que o tornou no velocista escarlate, sendo sua aceitação muito positiva, fazendo com que o pequeno crossover já ganhasse sinal verde para a produção do seriado solo.

    Assim como nos começos dos episódios de Arrow, onde Oliver Queen conta sua história, o simpático Barry Allen diz a seus espectadores que é o homem mais rápido que existe e que, desde pequeno, sempre acreditou no impossível e que as circunstâncias o transformaram no impossível e isso contrasta (talvez de forma proposital) com Arrow, um seriado com maior influência na realidade. Em Flash, o impossível é levado muito a sério, sem medo de ser brega ou confuso, não só por conta de um dos mais legais super-heróis já criados, uma vez que, quase sempre, o Flash é o responsável por alterações temporais e transições entre os mais diversos universos existentes nas HQ’s da DC Comics, mas também por conta do ótimo elenco carismático que acabou por entregar uma ótima temporada de estreia, com mais altos do que baixos, dando indícios de que permanecerá nas telas por muito mais tempo do que sua primeira tentativa de vingar na televisão nos anos 90.

    Quando criança, Barry presencia o cruel assassinato de sua mãe por algo inexplicável, um homem de amarelo se movendo extremamente rápido. Seu pai, Henry (John Wesley Shipp, o Flash/Barry Allen dos anos 90), o maior suspeito de cometer o ato, é julgado e condenado a passar o resto de sua vida no presídio de Iron Heights. Desta forma, Barry tem como objetivo provar que algo de errado havia naquela noite para, enfim, fazer justiça e tirar seu pai da prisão. Assim, ele entra para a polícia de Central City e vira um perito forense, muito semelhante aos que encontramos em seriados como CSI, com o intuito de juntar o maior número de provas possível e comprovar que, de fato, o impossível existe. Com a morte de sua mãe e a prisão de seu pai, Barry foi criado pelo detetive Joe West (Jesse L. Martin), crescendo junto com Iris (Candice Patton), filha de Joe, por quem tem um amor platônico.

    Ao voltar de Starling City, Barry Allen, um fanático por ciência, é atingido por um raio vindo da explosão de um acelerador de partículas criado pelo Dr. Harrison Wells (Tom Cavanagh), fundador dos Laboratórios S.T.A.R. e após passar meses em coma, Barry acorda extremamente bem, porém, com a habilidade de se movimentar em velocidades difíceis para o olho humano acompanhar. Assim Barry passa a ser estudado por Wells e seus dois ajudantes, Cisco Ramon (Carlos Valdes) e Caitlin Snow (Danielle Panabaker), os dois únicos cientistas que ficaram ao lado do exilado Wells, tido pela população como o responsável pelo acidente que vitimou muitas pessoas. Mas a vontade de Wells em querer ajudar Barry, sendo seu mentor, ajudando-o ao lado de Cisco e Caitlin, é motivadora, o que demonstra de certa e errônea forma sua motivação de querer dar a volta por cima. Wells tem suas próprias motivações para querer ajudar Barry, e o final do episódio piloto já planta uma interrogação na cabeça do espectador.

    Muitas das pessoas dadas como mortas ou desaparecidas, assim como Barry, foram afetadas diretamente pelo acidente com o acelerador de partículas, o que nos remete diretamente a Smallville, onde alguns dos personagens foram afetados pela chuva de meteoros que trouxe Kal-El ao planeta. Essa decisão arriscada de usar o acelerador de partículas como “catalisador” transformando pessoas comuns em heróis e vilões em Central City deu muito certo, principalmente da maneira inteligente em que essas pessoas com super-poderes, os meta-humanos, como são chamados, foram integradas às subtramas. O desfile de vilões com super poderes foi alto, em torno de 17, sem contar o Capitão Bumerangue que estava agindo em Central City, mas fez parte do crossover com a terceira temporada de Arrow e o Rei Relógio, que apareceu pela primeira vez na segunda temporada do vigilante de Starling City. Assim, podemos dizer que muito da primeira temporada de Flash foi feito no já conhecido formato de “monstros da semana”, mas sem comprometer nem um pouco a trama principal que foi discutida praticamente em todos os 23 episódios. Com tantos vilões “descartáveis”, poucos se destacaram, porém com apresentações memoráveis, entre eles Prisma (Ladrão Arco-Íris), responsável por mexer com a cabeça do Flash, colocando-o diretamente em combate com o Arqueiro Verde; a dupla Capitão Frio e Onda Térmica, reeditando a parceria de Wentworth Miller (extremamente caricato e carismático) e Dominic Purcell, os astros de Prison Break; os dois Mago do Tempo, Trapaceiro (novamente e brilhantemente vivido por Mark Hamill), Gorila Grodd (assustador e em CGI) e, claro, o Flash Reverso.

    O Flash Reverso, Eobard Thawne, é o principal vilão da primeira temporada: guarda uma sinistra relação com o Dr. Wells e está sempre um passo a frente de Barry Allen. Vindo do futuro, mas enfrentando Flash há séculos, ficou preso no final do século XX no dia em que a mãe de Barry morreu, e procura desesperadamente voltar para seu tempo. Durante as suas aparições, fica muito claro que ele odeia o Flash com todas as suas forças, mas sem explicar o motivo, o que adiciona ainda mais mistério à trama.

    Como previsto, também houve pequenas participações dos personagens de Arrow durante o decorrer da primeira temporada. Felicity Smoak (Emily Bett Rickards) apareceu, algumas vezes, assim como Oliver Queen/Arqueiro (Stephen Amell), Ray Palmer/Átomo (Brandom Routh), Laurel Lance (Katie Cassidy) e Quentin Lance (Paul Blackthorne).

    Mas o seriado não teria sucesso sem o elenco principal, que é realmente competente. Além de Grant Gustin, Tom Cavanagh, Candice Patton, Jesse L. Martin, Carlos Valdes e Danielle Panabaker, ainda conta com Rick Cosnett interpretando Eddie Thawne, um personagem conhecido dos fãs dos quadrinhos, mas que aqui (ao menos por enquanto) é apenas o parceiro de Joe na polícia e noivo de Iris, além, de obviamente, ser um parente muito distante de Eobard Thawne, o Flash Reverso. Grant Gustin possui uma ótima química com todos os atores que estão com ele em tela, principalmente quando está sozinho com Tom Cavanagh, John Wesley Shipp e Jesse L. Martin, sempre responsáveis por cenas muito emotivas. Além do mais, a dupla Caitlin e Cisco são os alívios cômicos do seriado, cabendo a Cisco, principalmente, um nerd “nato”, ser o responsável por referências a filmes cult ou de ficção científica, além de fazer ótimas sacadas na hora de dar nome aos heróis e vilões da série. O lado mais fraco do elenco fica por conta de Candice Patton, que trouxe uma Iris completamente sem sal e sem um pingo de carisma, algo que chega a ser unânime entre os fãs.

    Fica registrado, portanto, que a primeira temporada de Flash foi uma ótima surpresa, com ótimos momentos e muito mistério em torno das motivações do Dr. Wells e Barry Allen. Nesse aspecto, o episódio mais memorável da primeira temporada, sem dúvida foi o “mítico” episódio 15, que teve uma ótima cara de season finale, culminando em Flash correndo tão rápido que conseguiu, sem querer, viajar algumas horas ao passado, exatamente no ponto em que o episódio se iniciou, o que alterou, pelo menos um pouco, a realidade, criando sua primeira linha paralela, mas não o suficiente para alterar o futuro. E o finale propriamente dito foi ótimo, porém aberto, que terá resolução somente no primeiro episódio da segunda temporada. Se pudermos fazer um paralelo com Lost, a escotilha foi aberta, e agora só em outubro saberemos o que tem lá dentro. Uma dica: o capacete de Jay Garrick já espirrou para dentro desta Terra.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

  • Review | Arrow – 3ª Temporada

    Review | Arrow – 3ª Temporada

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    A terceira temporada de Arrow foi alvejada por tiros de metralhadora por dois motivos, sendo um interno, o mais importante, e outro externo. O primeiro motivo foi que os próprios produtores e roteiristas, por conta da hype causada pela segunda temporada, decidiram aumentar ainda mais o chamado fan service. Embora seja ótimo se deparar com diversas referências e homenagens ao Arqueiro Verde e aos demais heróis e vilões da DC Comics, a produção não convenceu os admiradores da série, que receberam uma temporada interessante de início, mas que perdeu o fôlego antes mesmo de chegar à sua metade por conta de uma história fraca. A sorte é que no decorrer dos 23 episódios podemos encontrar aqui e ali alguns bons momentos, além dos três episódios finais que, ao menos, conseguiram livrar a temporada do fracasso. O segundo motivo foi o seriado do Flash, que teve uma ótima estreia, o que contrastou ainda mais com a qualidade desta terceira temporada.

    O Team Arrow conta agora com a presença de Roy Harper como Arsenal (Colton Haynes), devidamente caracterizado e mais performático que o Arqueiro, o qual ainda está longe de ganhar Verde em seu nome. Mas, por tudo o que o Arqueiro fez à cidade ao salvar a população do ataque terrorista organizado por Slade Wilson ao final da segunda temporada, o agora capitão de polícia Quentin Lance (Paul Blackthorne) passa a apoiar o Arqueiro e sua equipe, inclusive em ações em conjunto. Por tal motivo, nomes como Capuz e Vigilante foram deixados de lado.

    Oliver Queen (Stephen Amell) está falido e ainda busca por investidores para continuar como CEO da empresa de sua família. Contudo, os conselheiros recebem um investidor, o cientista e milionário Ray Palmer (Brandom Routh), que apresenta um projeto não só para reconstruir a empresa, sob o nome Palmer Technologies, mas também para reconstruir a cidade que ganharia o tradicional e conhecido nome, Star City. Palmer é como se fosse uma versão masculina de Felicity Smoak (Emily Bett Rickards), inclusive para apimentar os triângulos amorosos que o Canal CW tanto ama. A adição de Brandom Routh ao elenco ajuda a engrandecer o seriado, porém, é quase latente o desespero do estúdio em criar seu próprio Homem de Ferro: engraçado, carismático, sarcástico e também gênio, bilionário, playboy e filantropo.

    Após o período de calmaria que mudou com a chegada de Palmer, Oliver, que já tinha perdido sua irmã, Thea (Willa Holland), que foi embora e começou a ser treinada por Malcolm Merlyn (John Barrowman), Sara Lance, a Canário (Caity Lotz) é brutalmente assassinada, o que deixa a equipe a ponto de se desfazer. Assim foi formada a premissa que perdurou pela temporada.

    Por conta dos acontecimentos acima e da ameaça, que na teoria é muito maior, o número de vilões foi bem reduzido em relação às temporadas anteriores. Aqui, a galeria contou com poucos antagonistas, sendo os mais descartáveis, Komodo (Matt Ward), num primeiro momento, principal suspeito da morte de Sara, e a bela Cupido (Amy Gumenick). São dois personagens que poderão aparecer novamente no futuro, como já ocorreu com a “apaixonada das flechas com pontas de coração”, que fez parte da nova formação do Esquadrão Suicida.

    Falando em Esquadrão Suicida, tivemos pela primeira vez na série um episódio dedicado a um vilão, que no caso foi o Pistoleiro, vivido pelo carismático Michael Rowe, que interrompe o casamento de John Diggle (David Ramsey), escalando-o junto com sua noiva, a agente da A.R.G.U.S, Lyla (Audrey Marie Anderson), para uma missão. Durante a incursão, o episódio apresenta flashbacks que mostram como Floyd Lawton se tornou o Pistoleiro. Uma maneira forçada pelo estúdio em fazer uma homenagem a um vilão querido pelos fãs da série, mas que precisava sair dos holofotes por conta do filme do Esquadrão Suicida que está em desenvolvimento e que tem Will Smith no papel do Pistoleiro.

    E se na temporada passada John Diggle tinha ganhado um episódio para si, foi a vez de conhecermos a história de Felicity. Seu episódio, diferentemente do dedicado a Diggle, cujo passado influencia o cânone, é totalmente descartável e que esteve ali apenas para preencher uma lacuna, com um tradicional “monstro da semana”.

    Laurel Lance (Katie Cassidy) poderia muito bem ter sua história melhor aproveitada, como na temporada passada, quando enfrentou sérios problemas com o alcoolismo. A motivação em querer substituir sua irmã morta é justa, mas mal trabalhada. Em seus primeiros dias como Canário Negro, ela toma uma surra de um bandido qualquer, tal como Kick-Ass, e nesse decorrer as cenas em que aparece em ação chegam a ser constrangedoras. Uma heroína toda torta e sem habilidade nenhuma, digna de Os Trapalhões. Isso muda com a boa participação de Ted Grant, o Pantera (J.R. Ramirez), que começa a treinar Laurel.

    O arco do Pantera é curto, mas bem interessante, uma vez que ele foi o primeiro justiceiro da cidade, quando Oliver Queen ainda era um playboy festeiro. Se Oliver não gosta de Ted pelo fato dele treinar Laurel, o Arqueiro não gosta dele, pois ele está sendo investigado por um assassinato ocorrido em uma academia, o que coloca os dois em confronto, numa luta sensacional, com um momento mais sensacional ainda, quando o Arqueiro nocauteia o Pantera com uma flecha cravada numa luva de boxe. Sem dúvida, um momento clássico.

    E é nesta fase que acontece um dos grandes momentos da série, quando o vilão Brick, muito bem interpretado por Vinnie Jones, entra em cena e tenta tomar para si o Glades, um dos principais bairros de Starling. O brutamonte se aproveita que o Arqueiro está desaparecido e passa a liderar todos os bandidos presos por Oliver que foram soltos ante o seu não comparecimento às sessões para depoimento no tribunal. Assim, as prisões feitas pela polícia perderam toda sua eficácia. O momento lembra muito o final da temporada passada quando o Team Arrow passa a ter o auxílio da população, desta vez liderada pelo Pantera, que enfrenta Brick de igual pra igual.

    Sem dúvida, o pior momento de Arrow e que perdurou por toda a terceira temporada foi o arco principal de Ra’s Al Ghul. O ator Matt Nable está isento de qualquer responsabilidade. Ra´s já havia sido mencionado na segunda temporada e desta vez deu as caras buscando o assassino de Sara Lance, dando 48 horas para que Oliver Queen (que não mata mais) entregasse aquele que tirou a vida de Sara. Até mesmo o primeiro embate entre Oliver e Ra´s, ainda que tenha sido uma ótima luta, que culminou com a derrota de Queen, não causou emoção e isso não só refletiu nos aliados do Arqueiro desaparecido, mas refletiu no quanto a performance do elenco foi ruim. Foi difícil aguentar as caras de tristeza promovidas por Emily Bett Rickards, Colton Haynes, Katie Cassidy e David Ramsey.

    Oliver está vivo e, segundo a lenda, aquele que sobrevivesse à espada de um Ra´s Al Ghul deveria ser treinado para ser o próximo Ra´s. Por conta disso, Oliver acaba sendo coagido a aceitar a oferta que poderia custar a vida de sua irmã e de seus amigos, e para tanto, arquiteta um plano secreto que o deixa insuportável para os outros personagens e para o telespectador. Amores foram desfeitos, amizades foram rompidas e inimigos viraram aliados. Mas nada ali convence. Nem o Poço de Lázaro e o renascimento de Thea Queen, que mais tarde se transforma na heroína Speedy. Até mesmo o aparecimento do Flash, que com o perdão do trocadilho, foi rápido demais, soou razo.

    Porém, pela primeira vez os flashbacks do passado de Queen (muito melhores aqui do que nas duas primeiras temporadas) convergiram com os dias atuais, algo que influenciou diretamente em parte dos acontecimentos que culminaram nos três últimos episódios. Sendo resgatado da ilha em Lian Yu por Amanda Waller (Cynthia Addai-Robinson), Oliver passa a ser treinado pelo agente da A.R.G.U.S., Maseo Yamashiro (Karl Yune) que, a contragosto, precisa ensinar Oliver a interrogar prisioneiros, nem que tenha que torturá-los para obter informações. Waller precisa, a todo custo, encontrar uma arma química chamada Omega, e para despistar a A.R.G.U.S. coagiu Maseo ameaçando matar sua esposa, Tatsu, que vem a se tornar a Katana (Rila Fukushima) e seu filho Akio (Brandom Nomura), atribuindo a Oliver culpa pela morte da família do japonês caso haja fracasso na missão.

    Já o melhor momento foi o crossover com Flash. O Velocista Escarlate (Grant Gustin) já havia aparecido somente como Barry Allen na temporada passada e acabou por ajudar Oliver a enfrentar o Capitão Bumerangue, que havia cometido crimes em Starling. Esse episódio em particular serviu para colocar no eixo a relação de Barry e Oliver, e que estava abalada após os dois se enfrentarem em um episódio do Flash pelo fato de Oliver ser metódico ao extremo e não concordar com o modus operandi desleixado de Barry e por Barry não concordar nem um pouco com os métodos violentos de Oliver. E, também, personagens do elenco dos dois seriados trocaram de ares por um episódio ou outro. Cisco Ramon, dos Laboratórios S.T.A.R. fez uma máscara para o Arqueiro, além de sutis upgrades em seu uniforme, e acabou também por amplificar o dispositivo sônico da Canário Negro, que agora é acoplado ao pescoço de Laurel por meio de uma gargantilha. É realmente sensacional a primeira vez que ouvimos o Grito da Canário. E por último, o Arqueiro ajuda Flash numa missão importantíssima que conta com a força da nanotecnologia desenvolvida por Ray Palmer, àquela altura já como Atom, que inclusive teve seu traje melhorado nos Laboratórios S.T.A.R.

    Infelizmente, a terceira temporada de Arrow deixou a desejar. Não adianta agradar aos fãs se o roteiro não for bom o suficiente para se sustentar por 23 episódios. E isso chega a ser latente, inclusive no desempenho dos atores, que foi muito fraco. E vale mencionar, também, duas importantes baixas no elenco, já que os atores Colton Haynes e J.R. Ramirez optaram por não renovar contrato.

    A série precisará se reerguer muito e, se algo não for feito, haverá grandes chances de vermos o seu cancelamento antes mesmo do término da quarta temporada.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.