Tag: Batwoman

  • Crítica | Batman: Sangue Ruim

    Crítica | Batman: Sangue Ruim

    Quarto filme de Jay Oliva na iniciativa de mostrar o novo universo animado da DC, Batman: Sangue Ruim continua os eventos de Batman vs Robin quase de maneira imediata. Sua ação começa com numa aventura conjunta do Morcego com a Batwoman, muito semelhante ao início do filme anterior, mas não baseado na relação de pai e filho, e sim na de equipe.

    O maior diferencial deste para outras adaptações do homem-morcego é o foco no Bat-Squad (ou Bat-Família). J.M. DeMatteis retorna ao roteiro, como foi no filme anterior, e os pontos positivos moram na interação entre os parceiros do Morcego, em especial nas piadas que a Batwoman faz com Batwing, ou o embate filosófico  entre Dick e Damian, não só como o legado de menino-prodígio, que ocorre entre os dois, mas também pela relação paterna deles com Batman/Bruce. Toda a questão de seguir como o herdeiro do manto do herói é tratada de maneira séria e adulta.

    De negativo, segue a queda de qualidade nas animações. Oliva conduz filmes visualmente bonitos, mas esbarra em movimentos artificiais. Há uma tentativa de traduzir Batman: Descanse em Paz e o arco de Batman e Robin escrito por Grant Morrison, mas aqui, não há nada lisérgico, e sim uma história bastante comum.

    O desfecho do filme é anti-climático, não há uma batalha tão empolgante quanto se esperava, e as questões relacionadas a teoria da conspiração envolvendo o da Liga das Sombras também não são bem exploradas. Batman: Sangue Ruim funciona para demonstrar a química da Bat-família, mas com pouca chance para que eles possam ser desenvolvidos.

  • Review | Flash – 5ª Temporada

    Review | Flash – 5ª Temporada

    The Flash sempre foi uma promessa dentro do Canal CW. Seguindo os passos de Arrow, que é o atual carro chefe da emissora, principalmente no que diz respeito ao universo compartilhado, a série do velocista escarlate terá a dura missão de substituir o seriado do Arqueiro Verde quando seu final chegar. Se for por conta dos heróis em si, já sabemos muito bem que o Flash é um dos mais importantes heróis já criados por conta de sua habilidade única e por ótimas histórias vindas dos quadrinhos, mas quando se trata da qualidade dos seriados do universo da CW, a sua liderança é obrigatória, uma vez que Supergirl claramente demonstra ficar em sua sombra e nem vamos falar a respeito daquela “brincadeira” chamada Legends of Tomorrow, que não se leva nem um pouco a sério. Mas, como dito, Flash tem a dura missão de se manter no topo, já que sua qualidade vem caindo a cada temporada.

    Após derrotar o Pensador em sua quarta temporada, Barry Allen (Grant Gustin) ficou a estranha sensação de que foi ajudado a destruir Clifford DeVoe e que sem a ajuda, o vilão não teria sido derrotado. É aí que temos a revelação de que, de fato, Barry contou com um empurrãozinho que ninguém menos que Nora West-Allen (Jessica Parker Kennedy), a filha de Barry e Iris (Candice Patton), já adulta e que veio do futuro. Nora também é velocista e em seu tempo, ela é conhecida como a heroína XS, que vem da palavra excesso. Algum tempo depois, descobrimos o motivo desse nome. Apesar do choque e da felicidade dessa reunião familiar, Barry fica extremamente preocupado com o fato de Nora já estar há tanto tempo no ano de 2018, uma vez que ele a reconheceu nas diversas vezes que a moça cruzou seu caminho na última temporada. Por causa da viagem temporal de Nora e pelo tempo em que ela se encontra em 2018, a possibilidade dela ter esculhambado a linha do tempo é enorme e Barry só se preocupa em mandar a menina de volta para o ano de 2049.

    Meta-humanos começaram a ser cruelmente assassinados em Central City e a equipe começa a desconfiar de que há um caçador de metas na cidade. Infelizmente, todas as buscas que Cisco Ramon (Carlos Valdes) e Caitlin Snow (Danielle Panabaker) fazem usando os instrumentos e equipamentos do S.T.A.R. Labs, bem como a busca feita por Barry, Joe (Jesse L. Martin) e Ralph Dibny (Hartley Sawyer) no campo, são em vão, deixando a equipe, pela primeira vez de mãos atadas. Paralelo a isso, já podemos perceber que o desaparecimento do Flash durante uma crise mencionada numa manchete de jornal do futuro logo no primeiro episódio da primeira temporada é mais urgente do que nunca, já que é revelado que Nora nunca chegou a conhecer seu pai, Barry, por causa de seu desaparecimento na mencionada crise ocorrida no ano de 2024. Além disso, todas as coisas que Nora aprendeu sobre o Flash se deram por causa do famoso Museu do Flash, que é bastante retratado nos quadrinhos e que no seriado aparece pela primeira vez em flashfowards durante a temporada. Com o passar dos episódios, vemos que após o desaparecimento do Flash, a relação entre Iris e Nora fica bastante desgastada e é por isso que a jovem prefere ficar muito mais ao lado do pai, do que da mãe.

    Por motivos simplesmente de roteiro, é decidido que Nora ficará em 2018 para aproveitar seu pai ao máximo e para ajudar a equipe a pegar o assassino de meta-humanos que a esta altura já está estabilizado com o nome de Cicada, vivido pelo ator Chris Klein, porém, sem deixar pista alguma sobre sua identidade e paradeiro. Nora traz algumas informações importantes do futuro e revela que o Flash nunca consegue prender Cicada, o que aumenta ainda mais o desafio da equipe em solucionar essa questão. É quando resolvem recrutar o maior detetive do multiverso, Sherloque Wells (Tom Cavanagh), que já prendeu mais de 30 Cicadas em infinitas terras. Sherloque Wells, diferentemente do famoso Sherlock Holmes, é francês e obviamente é um dos milhões de Wells espalhados pelo multiverso e que possuem uma mente brilhante. Sherloque facilmente descobre a identidade do assassino (já que todos possuem a mesma identidade), contudo, a viagem temporal promovida por Nora, alterou a linha do tempo, alterando, também, a identidade de Cicada, dificultando as ações da equipe.

    A primeira parte da temporada é muito legal. A dinâmica imposta pelos produtores com o fato de Nora vir do futuro e contar informações interessantes sobre algumas coisas e o fato de Sherloque ser um viajante do multiverso, deixam as coisas muito divertidas, porém perigosíssimas, já que o detetive duvida muito das ações da velocista, sendo que, desconfiado, passa a investigar Nora às escondidas. Em contrapartida, Nora viaja constantemente no tempo em 2049 para fazer visitas ao seu mentor, o maior inimigo de Flash, o Flash Reverso/Eobard Thawne, vivido também por Tom Cavanagh. O problema é que a dinâmica da equipe com Cicada não funciona muito bem, sem contar que Iris se torna uma personagem insuportável, obviamente por causa da sua relação com a filha e o fato de que ela em breve, perderá seu marido.

    Como já é costume, logo na primeira metade da temporada tivemos o ótimo episódio Elseworlds, que fez parte do já tradicional mega crossover do canal CW, que juntou, novamente, o elenco de FlashSupergirlArrow e Legends of Tomorrow. Confira todos os detalhes desse encontro clicando aqui.

    As coisas melhoram um pouco. Primeiro porque temos episódios realmente bons e extremamente importantes para o seriado, como a criação de um soro capaz de curar meta-humanos, fazendo com que Cisco, que desenvolveu o antídoto, comece a duvidar sobre sua continuidade como Vibro. Segundo porque muito do passado de Caitlin Snow/Nevasca é mostrado e terceiro porque temos dois episódios com viagens no tempo que são sensacionais, sendo que, em um deles, vemos algo muito parecido com o que ocorre em Vingadores: Ultimato, onde o Flash parte para o passado visitando parte de episódios das temporadas anteriores. E aqui cabe uma nota: como Zoom (Teddy Sears) é assustador! Além disso, um novo e misterioso Cicada chega do futuro, mais destruidor que o primeiro, dificultando ainda mais aquilo que já era difícil.

    À medida que os episódios vão passando, podemos perceber o que a dinâmica dos personagens aliados e os vilões vão melhorando, enquanto a relação entre Nora e o restante do elenco vai entrando em colapso, principalmente quando Sherloque a desmascara e percebemos as reais intenções do Flash Reverso. A jovem XS não é má, mas ela é impulsiva, agindo em excesso (o que justifica seu nome). O legal é que Thawne ensina Nora da mesma forma que ensinou Barry, deixando esse déjà vu com um sabor mais especial. O Flash Reverso é um ótimo vilão, mesmo dentro de uma cela por todo o tempo. E se uma coisa que ele sabe fazer, além de manipular, é esperar, já que, ironicamente, ao contrário de Barry, o oposto do velocista escarlate sabe esperar e muito.

    A boa temporada fez com que Flash ganhasse o respiro que precisava. Afinal, após a triste notícia do cancelamento de Arrow, a série do velocista deverá assumir como a líder do Arrowverse, já que temos engatilhados dois novos shows, sendo um focado na Batwoman e posteriormente, um focado numa equipe de canários, provavelmente lideradas por Dinah Drake e Laurel Lance do seriado do arqueiro esmeralda.

    Aliás, a crise é iminente. As viagens recorrentes no tempo de Nora, que transitou diversas vezes entre os anos de 2018 e 2049, adiantaram em muito a data da manchete do desaparecimento do Flash. Assim, a Crise Nas Infinitas Terras, acontecerá já em 2019 e mudará para sempre o universo dos seriados, cujas novas temporadas estão sendo aguardadíssimas.

    Texto de autoria de David Matheus Nunes.

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  • Crítica | Batwoman (1968)

    Crítica | Batwoman (1968)

    1968, havia uma mania muito grande de exploração de historias de super heróis, a essa época a série do Batman de Adam West e Burt Wart fazia muito sucesso, e nesse sentido haviam imitações bem pitorescos do que fazia sucesso. Se na Itália, Sergio Leone, Sergio Corbucci e Sergio Sollima faziam seu Western Spaghetti, no México havia René Cardona, um diretor experiente que resolveu produzir e dirigir um filme diferenciado, La Mujer Morcielago, ou Batwoman como foi conhecido no resto do mundo, uma imitação obvia do homem morcego, protagonizado por uma mulher bonita e que anda de biquíni o tempo inteiro.

    O início desta pérola do cinema trash e obscuro começa mostrando cenas do mar, uma praia hora em movimento outras estática, acompanhado de uma música instrumental orquestrada por Leo Acosta. Não demora a aparecer dois personagens genéricos, inspetores do Serviço Secreto Mexicano, situados em Acapulco, que discutem a pressão que a imprensa faz sobre eles, acusando o país de não ter segurança básica. Nesse ínterim, eles falam da tal Mulher Morcego, uma senhora imensamente rica, que dedica sua fortuna a justiça e domina todos os esportes.

    Ela é vivida pela bela Maura Monti, e varia seu tempo livre entre as obrigações típicas das socialites, o combate ao crime e o treinamento contra outras mulheres que praticam luta livre. O antagonista da historia é um cientista louco, que por sua vez, rapta lutadores de luta livre – lucha libre – para roubar deles a glândula pineal, para enfim criar um homem peixe. Nada disso faz sentido e isso parece proposital, pois une o hobby da personagem principal ao intento do estranho bandido, e permite que ela se infiltre nesse metiê a fim de desbaratar mas esse ardiloso plano diabólico.

    Há pouco, se não nenhum esforço para que o filme soe como algo sério. As atuações, as lutas, cenários, figurinos, tudo é muito paupérrimo, feito a toque de caixa para aproveitar uma questão de explorar um tema que estava em voga, embora os produtores e Cardona não assumam o claro plágio. Ainda assim, o fato de ser tão sem vergonha faz o filme soar divertido e galhofeiro.

    Tudo que cerca o filme é bem fraco, os efeitos especiais inexistem e a caracterização dos monstros e vilões é ridícula com fantasias terríveis, assim como a solução final, envolvendo uma briga  generalizada, num ringue de Wrestler, findando a historia que o produtor e roteirista Alfredo Salazar (especialista esse em filmes com garotas com pouca roupa), e incrivelmente, por mais que tivesse problemas com direitos autorais – e por mais que também não houvesse qualquer ligação dessa Batwoman com qualquer uma das encarnações de Kathy Kane.

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  • Review | Batwoman (Episódio Piloto)

    Review | Batwoman (Episódio Piloto)

    A CW é um canal de grupo Warner, que entre muitos feitos positivos e negativos, conseguiu a proeza de trazer a luz algumas adaptações bem corajosas dos heróis da DC Comics, atingindo algum exito mesmo sem grandes medalhões como Batman e Superman, montando enfim  um universo compartilhado coeso, aliás, melhor engendrado até que o cinema comandado por Zack Snyder. Nesse ínterim, houveram claro referencias aos dois heróis, com versões inspiradas mas diferentes dos mesmos, ou aparições dos mesmos,  mas as historias seguiram sem eles, e a pretensão de Batwoman era não só essa, mas muitas outras.

    A historia gira em torno de Kate Kane, que é feita por Ruby Rose, uma atriz que ganhou fama recente por seus papéis como mulher forte, decidida e que não tem receio em explorar sua sexualidade, normalmente encarada como bi ou homossexual mesmo. Foi assim em Orange is The New Black, Triplo X Reativado, Megatubarão, John Wick 2 e Resident Evil 6, e nessa versão de Gotham City, abandonada pelo Morcego há pelo menos três anos.

    Há uma tentativa bem válida em tentar tornar Kate em uma personagem de caráter épico, suas primeiras cenas envolvem um mergulho em águas cuja superfície é congelada, e em meio ao desespero em sair, ela lembra de sua infância, quando sua família inteira pereceu, em um salvamento malfadado, feito pelo cruzado encapuzado. O chamado a aventura começa quando ela recebe uma ligação, de  uma amiga, afirmando que Sophie Moore (Meagan Tandy), sua ex, desapareceu. É nesse momento que ela relutantemente decide voltar a cidade, onde encontra o Jacob Kane (Dougray Scott), seu pai, que é  o chefe do departamento de segurança da cidade, afinal, nesta realidade, esse setor foi terceirizado.

    O desenrolar desse piloto está longe da perfeição, em alguns momentos é sentimental ao extremo, chegando ao cúmulo de fazer uso de cenas em flashback onde sobra pieguice, com luz chapada piorando a fotografia, acompanhado de uma trilha manipuladora e que remete a cenas de separação de casais. Tudo soa estranho, as series do canal são normalmente brega, mas não nesse sentido. O lado ruim dessas séries é o exagero com os uniformes dos heróis, e não a carga dramática dos casais ou ex-casais, embora Arrow seja especialista em formar e desfazer pares. Nem ela é tão complicada assim

    Os personagens secundários são um bocado caricatos, a maioria só é apresentado, não tem muita importância, como as amigas sino-americanas dela, ou  o clássico estereotipo do negro sábio. Até a vilã, Alice (Rachel Skarsten) e mostrada de maneira um bocado apressada, não há demora alguma em perceber as intenções dessas pessoas, em uma representação tão genérica e arquetípica que faz a serie se aproximar mais de Super  Amigos que de qualquer outro produto recente da DC.

    Tudo é muito rápido, o chamado a aventura e a tomada de decisão por tentar fazer justiça com as próprias mãos se dá muito artificialmente, assim como a chegada da moça a bat-caverna. Impressionante como ela é astuta o suficiente para encontrar o compartimento secreto da mansão, mas não chega a conclusão de que Bruce Wayne e Batman que estão desaparecidos há tanto tempo poderiam ser a mesma pessoa, mesmo com a proximidade parental dos dois – ela é prima do bilionário.

    A transformação da mulher que treinou para e tornar uma vigilante numa vigilante de fato, que utiliza os aparatos do herói original é muito rápida. As cenas de ação não são ruins, mas  as falas  dos vilões beiram o ridículo, é tudo bastante caricato e genérico, e a primeira ação da Batwoman a faz parecer apenas uma imitação barata do antigo justiceiro. Mesmo que Batman Ano Um o herói também tropece  em suas próprias pernas, aqui nada disso é justificado ou  trabalhado. Os produtores Caroline Dries e Greg Berlanti episódios para desenvolver melhor isto, ainda que ao se recordar os primeiros capítulos de Flash, Raio Negro e até Legends of Tomorrow.

    Neste, se vê pouco de Gotham, pouco dos personagens secundários e até de Kate, e até o apelo as questões de parentescos soam demasiado bobas, mesmo para um programa de super heróis e a expectativa para o futuro é que Batwoman encontre sua própria identidade, e consiga rechear seus textos com as temáticas progressistas que foram prometidas para ela, pois mesmo a questão LGBT é bem jogada dentro da trama, o que é uma pena, pois todo material de divulgação parece primar por algo diferente. Impressionantemente, a heroína conseguiu soar mais épica e forte no crossover Elseworlds do que neste episodio.

    https://www.youtube.com/watch?v=BDEd0G-2Znc

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