Tag: Universo Hanna-Barbera

  • Crítica | Scooby!

    Crítica | Scooby!

    O longa, de Tony Cervone busca algo audacioso, não só recontar de maneira carismática a história de Scooby e sua turma, mas também dar uma gênese a iniciativa da Hanna-Barbera em um universo compartilhado de personagens, filmes e aventuras.

    A história se passa na atualidade, mas resgata o passado de Scooby-Doo e Salsicha quando se conhecem e se tornam amigos. Este resgate é interessante, pois demonstra o rapaz como alguém solitário, que precisa de amigos. A partir dali começa uma amizade inesperada, baseada no velho clichê de amor incondicional entre um garoto e seu animal de estimação, com direito até a fantasia de Halloween, de Falcão Azul e Dinamite, o Bionicão, dois heróis da Hanna-Barbera, que são exemplos para a dupla.

    Aos poucos, os outros personagens são introduzidos, e dá-se a ideia de que estariam juntos desde crianças. Visualmente, o filme acerta bastante, já que a animação mistura elementos de 2d e 3d de uma forma fluída. Há algum excesso com referências. O que realmente irrita é o excesso com piadas físicas, aparentemente as animações da Illumination deixaram um péssimo legado, de idiotização dramática,  presente em obras como Meu Malvado Favorito, e piorada e muito em Minions. Essa simplificação dramática é bastante vista aqui.

    O que mais ajuda a descaracterizar a obra de Cervone, é que a turma que dirige a Máquina de Mistério são coadjuvantes no próprio longa de estréia. O universo da turma do Scooby Doo é tão rico que não precisa de outros elementos, pelo contrário, as outras encarnações de personagens deveriam ser reféns de si. Aqui há uma grande necessidade de iniciar algo maior, uma trama que envolva personagens que podem se misturar.

    Se o filme não apelasse tanto para aparições de famosos, para referências a empresas que fazem sucesso ou para as próprias franquias da Warner, ainda daria para acreditar que seu intuito sempre foi o de entreter por meio do humor infantil, mas claramente não é. Talvez se o filme não tivesse tantas preocupações em ser o marco de uma iniciativa, poderia funcionar melhor como aventura escapista, como era os curtas de Joseph Hanna e Will Barbera.

  • Resenha | Universo Hanna-Barbera: Corrida Maluca

    Resenha | Universo Hanna-Barbera: Corrida Maluca

    Parte da iniciativa da DC Comics de reimaginação das criações dos estúdios Hanna-Barbera, Corrida Maluca caiu nas mãos do roteirista Ken Pontac do ilustrador argentino Leonardo Manco. Pontac é conhecido por variar entre shows infantis como Lazytown e desenhos animados de humor negro como Happy Tree Friends e seu spin off Kapow!, enquanto Manco foi desenhista de vários quadrinhos da Marvel e da DC Comics, com trabalho destacado em Hellblazer e a união dos dois criou algo bem interessante, ainda que irregular, para essa releitura de Corrida Maluca.

    Situada em um futuro apocalíptico, Corrida Maluca conta uma nova história para os velhos personagens. Aqui, Dick Vigarista, Muttley, Penélope Charmosa e toda aquela galeria de personagens do desenho da produtora Hanna-Barbera, estão numa corrida capitaneada pela Locutora, uma misteriosa personagem que em algum ponto salvou os personagens apenas para coloca-los em carros dotados de inteligência artificial e batalharem até que somente um competidor reste vivo. Podemos dizer que é basicamente uma mistura de Mad Max com Corrida Mortal.

    O roteiro de Ken Pontac se destaca não pela corrida em si, mas pela história criada para cada um dos personagens. A exposição dos seus passados rende os melhores momentos desse encadernado que reúne as seis primeiras edições da HQ, com destaque especial para o trágico passado de Penélope Charmosa e para as histórias das duplas Muttley e Dick Vigarista e Tio Tomás e Ursão (talvez o melhor momento de todo o volume). Entretanto, quando vai para o presente e relata o que ocorre durante e depois das corridas, a inspiração de Pontac cai um pouco, com uma narração bem padrão e situações um tanto quanto previsíveis. Outro ponto que não tem tanta atenção do roteirista é a inteligência artificial dos veículos. Apesar de possuírem personalidade, esse aspecto não é bem explorado na história.

    Já as ilustrações de Leonardo Manco é um tanto irregular. O desenhista consegue excelentes quadros e produz designs inspirados para os bólidos dos personagens, mas peca nos momentos de maior ação, com transições confusas e uma certa poluição visual que acaba por diluir a tensão da história. Uma sequência em especial exemplifica bem isso: na corrida em que os competidores são atacados por nano robôs, as ilustrações não conseguem transmitir devidamente a ameaça da situação e toda a tensão acaba sendo diluída.

    Enfim, apesar de ser um quadrinho um pouco irregular, Corrida Maluca é bastante divertido e demonstra bastante potencial nessas primeiras edições. Espero que as edições seguintes consigam elevar o padrão e tornar essa história tão divertida quanto era o desenho animado.

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