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  • Crítica | The King Of Fighters: A Batalha Final

    Crítica | The King Of Fighters: A Batalha Final

    The King 1

    Se valendo da figura pseudo-famosa de Maggie Q, laureada ao extremo pela popularidade do seriado Nikita, o filme Gordon Chan não demora muito para apresentar sua faceta involuntariamente trash, já demonstrando uma briga completamente descaracterizada da obra original. The King Of Fighters não poderia ter um subtítulo brasileiro mais genérico e condizente com seu caráter,  coincidindo A Batalha Final com seu primo noventista Street Fighter.

    Q interpreta a voluptuosa Mai, que nas versões em árcade era uma lutadora mortal, cujo busto chamava mais atenção que suas habilidades de luta. Apesar da bela aparência da atriz, seu tipo físico não casa com a da personagem nem de longe, mas a não semelhança passa longe de ser o principal fato execrável de filme. Em cenários que mais lembram os de produções pornográfica softcore, o lugar onde uma palestra sobre um torneio de lutas é permeado por cores gritantes, com assentos de cor roxa, postos ali somente para combinar com as vestes de Mai.

    Os diálogos, de uma pobreza poucas vezes vista, tenta dar uma sobriedade ao texto que não condiz em nada com a pompa de sabedoria da mistura esdruxula de artes marciais,games e ficção cientifica. O discurso conciliatório vem de Iori Yagami, também mal caracterizado (nem ruivo o rapaz é) por Will Yun Lee. O salão é invadido pelo perigoso Rugal, que nos quadrinhos é um gigante, e é interpretado por Ray Park, um ator hábil em artes marciais, conhecido por ter a altura equivalente a de um gnomo.

    A grande ameaça do pretenso “chefão” é a de levar um revolver a um hall, escondido até da segurança e dos detectores de metal, tudo para ter em mãos, para então se auto ferir, fazendo de seu flagelo o início da maldição dos mocinhos ser pior ainda com o roubo que faz de algumas relíquias sagradas tão genéricas quanto todo o entorno.

    Ao longo da fita, Rugal vai mostrando toda sua malignidade, convocando lutadores para enfrenta-lo em ambientes extremamente coloridos, em interações completamente risíveis, que emulam cenas de desenho animado, onde o pretenso guerreiro de veste com estilos misturados, variando entre um jogador de hockey e um skatista. Seus golpes, contam com o elemento fogo, o que na prática só serve para pôr em tela CGIs modorrentos, de chamas alaranjadas saindo de seus pés e mãos.

    A variação de comportamento entre os personagens ultrapassa a já asquerosa caracterização baseada em clichês, apresentando também um sem número de fetiches mal arquitetadas, que além de ofender severamente qualquer dos grupos retratados, ainda reforça a idéia machista de facetas sexuais ligadas a homossexualidade feminina. O arquétipo apresentado exacerba o voyeurismo.

    Para o espectador é difícil escolher qual é o aspecto mais irritante, entre a canastrice de Rugal/Park e a pretenso incorporar de poder de Iori, executado em cenas de cunho vergonhoso, sem qualquer grafismo nas lutas ou verossimilhança de espaço. A régia de Gordon Chan se assemelha demais a vista em programas infantis do Discovery Kids, ainda que Hi-Five e Lazy Town sejam produtos feitos com conteúdo infantado propositalmente.

    A batalha final envolve alguns atores fantasiados de personagens clássicos dos jogos da SNK, mas que não tem qualquer semelhança maior com Kyo, Terry Bogard ou qualquer outro. Mesmo os cosplays baixa renda vistos em convenções de fãs de anime conseguem ser mais parecidos com as péssimas caracterizações vistas em tela, tanto em semelhança física quanto em essência, já que nenhum dos ditos heróis tem o mínimo comportamento inspirador, não abarcando nem o arquétipo paladino e nem o do anti-herois. The King of Fighters não consegue sequer divertir na base do deboche, como havia sido com Mortal Kombat e Street Fighter, no fim é só um exercício de paciência e irritação.

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  • Crítica | Terremoto: A Falha de San Andreas

    Crítica | Terremoto: A Falha de San Andreas

    Terremoto Falha de San Andreas3

    O nome brasileiro, demasiadamente extenso, busca uma incessante vontade de esticar a falta de conteúdo do filme a partir de seu título. Na primeira cena, o grafismo da catástrofe é mostrado, com um deslizamento leve em uma montanha, que remonta a perícia de Brad Peyton em assinalar imagens visualmente deslumbrantes. Ray é o chefe da equipe de resgate, sendo a rocha que fundamenta a equipe, comprovada pelos músculos de Dwayne Johnson. A tônica do filme é intimamente ligada à verossimilhança moderada do serviço de auxílio, incluindo a ação intempestiva do chefe, que não resiste a uma cena de ação e já se lança rumo a momentos de adrenalina extrema.

    A vida pessoal de Ray é bagunçada: enfrentando um difícil divórcio, o rompimento com Carla Gugino (Emma), e um forçado afastamento de sua filha Blake, vivida por Alexandra Daddario, o que já demonstra a maravilha genética em que o personagem esteve envolvido. Qualquer remorso é pouco. O ressentimento piora ao perceber que Emma se mudará para a casa de seu novo namorado. A tramoia rivaliza tempo e importância com a premonição de terremotos feita por Lawrence Hayes (Paul Giamatti) e Kim Park (Will Yun Lee), um advento interessante que revela uma tragédia ainda pior que a prevista anteriormente.

    O heroísmo repleto de clichês não é exclusividade de Ray, pois a maioria dos que envolvem Blake age impulsivamente querendo salvá-la de qualquer modo, especialmente os que têm pretensão de pleiteá-la como par romântico. No entanto, ainda cabe a Ray os resgates gerais, mesmo com ajudas eventuais de personagens genéricos, que demonstram talentos incomensuráveis do mero acaso. O letreiro de Hollywood novamente destruído é o clichê que representa o intenso fim da indústria cinematográfica repetitiva, vista em espécimes como Terremoto.

    O brutamontes super avantajado segue sua trajetória de tosca evolução apolínea, repleta de julgamentos morais e justiçamento a quem merece punição, fazendo uma valorização absurdamente moralista por tabela. As preces a deus, feitas por cientistas, fazem lembrar o quão pueril e contraditório é o roteiro, que atrela a tragédia natural  ao trauma comum da perda de um ente querido, pondo as  duas celeumas em níveis de igualdade, piorado pelo recente retorno do casal estabelecido. A espiral de pieguice ganha mais força ao demonizar a ação dos covardes, tratando o desespero como algo totalmente maniqueísta.

    Os relatos do futuro Adão Negro não poderiam ser mais cafonas. É assustador como um filme que reúne Gugino e Daddario em poses moderadamente provocantes consegue não entusiasmar seu público, nem com o decréscimo das roupas das duas. Terremoto: A Falha de San Andreas não serve nem como conteúdo de inspiração para “amor próprio”, tampouco faz afeiçoar pelos personagens e seus dramalhões, e sequer faz rir.

    O antigo The Rock é tão gigantemente poderoso que revela ao final poderes extra sensoriais, chegando a ponto de ressuscitar sua filha na marra, mostrando que a esperança é a base da vida, e, claro, que deus é pai, e não padrasto. O disparate só não é pior que a imbecil propaganda estadunidense, com a bandeira tremulando, fator que eleva a pieguice a níveis estratosféricos, destruindo qualquer hype em relação ao filme catástrofe de Peyton.