A humanidade descobre um minério estranho chamado Orichalt, que gera muita energia. Isso possibilita explorar locais mais distantes no espaço, inclusive para buscar novas fontes de Orichalt. Nesse contexto, criou-se a profissão de mineradores, que utilizam uma ferramenta bem peculiar: as I-Machines. O minerador transfere sua consciência para esses grandes robôs humanoides, possibilitando seu controle. As I-Machines são as únicas formas de explorar e minerar ambientes perigosos e extremos.
A jovem Maya Mikuri tem grande destaque na academia formadora de mineradores e já executa missões supervisionadas. Em uma dessas missões, ocorre um acidente que deixa sua I-Machine à deriva no espaço. Ela não consegue voltar a consciência para seu corpo.
Maya encontra um grupo de mineradores clandestinos e tem como única saída se juntar a eles até encontrar um jeito de recuperar seu corpo para retornar sua consciência a ele.
ID-0, dirigido Gorō Taniguchi e escrito por Yōsuke Kuroda, tinha potencial para ser um bom anime, mesmo sem grandes inovações ou história marcante. Porém, ele tenta ser algo maior do que devia.
A trupe de mineradores clandestinos, por um motivo explicado posteriormente, ficam em tempo integral nas I-Machines, exceto pela filha do líder. Cada um tem uma personalidade bem distinta, e mesmo que estereotipadas, atendem às necessidades da narrativa. Existe um mistério em relação a Ido, que não tem lembranças de seu passado e não sabe dizer por que vai atrás de Orichalt.
A princípio, a trama se desenvolve em torno da tripulação procurando Orichalt e sendo perseguida pelas autoridades, uma vez que fazem um trabalho clandestino. Não há grandes momentos, nem acontecimentos memoráveis, apenas o suficiente para se divertir, o que não é um grande problema. A questão vem a partir da segunda metade do anime, por volta do episódio 7.
Houve uma tentativa de trazer alguns elementos mais complexos à trama, e alguns são até interessantes, principalmente o passado de Ido. Porém, se nos primeiros episódios a trama era bem focada em aventura, agora ela caminha para teorias da conspiração e motivações loucas. Até certo ponto funciona, mas depois o foco muda bastante e a reta final é bem fraca, especialmente o desfecho largado. Tinha potencial, boas ideias, personagens legais, e infelizmente não atingiu um bom resultado. Foi mal desenvolvido. Pelo menos uma coisa é inegavelmente positiva: a qualidade de animação, que tem boa fluidez, muitos detalhes e cores vivas.
O universo criado em ID-0 é bacana, existia potencial, inclusive, para fazer histórias soltas no estilo de Cowboy Bebop . Mas sinceramente, após a essa fraquíssima primeira temporada, não me parece promissor continuar essa história. E se continuarem, por favor mudem a música de encerramento, que é muito ruim, chata e precisa ser suportada para conferir a pequena cena pós-crédito de todos os episódios. OK, o anime está na Netflix, podemos simplesmente pular, mas ainda assim somos obrigados a lembrar que aquela música existe. Enfim, não recomendo ID-0 a ninguém. Mesmo não sendo a pior coisa do mundo, foi uma boa ideia mal executada.
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