Quando foi lançado em 2010, o primeiro Kick-Ass assumiu ares de um pequeno cult. Parodiando super-heróis com humor negro, visual e trilha sonora marcantes e a direção competente de Matthew Vaughn (responsável depois pelo ótimo X-Men: Primeira Classe), o filme surpreendeu e agradou aos desavisados. Mas pra quem havia lido a HQ de Mark Millar e John Romita Jr., o resultado foi até interessante, mas inegavelmente uma versão suavizada da escrotidão existente na mídia original. Dessa forma, se o segundo volume da saga nos quadrinhos já se mostrou repetitivo e menos inspirado, no cinema o prejuízo foi ainda mais evidente.
Nesta nova aventura, Dave/Kick-Ass (Aaron Taylor-Johnson) junta-se a um grupo de vigilantes mascarados chamado Justiça Eterna, cujo líder é o ex-mafioso e hoje cristão Coronel Estrelas e Listras (Jim Carrey). Mindy/Hit-Girl (Chloe Grace Moretz) vive em conflito entre continuar o legado de seu falecido pai e trucidar marginais, ou respeitar o desejo de seu atual guardião e viver como uma adolescente normal. E o ex-Red Mist e agora MotherFucker (Christopher Mintz-Plasse) usa o dinheiro de sua família mafiosa pra formar uma equipe de supervilões e buscar vingança.
Ainda que Dave e Mindy tenham algumas divertidas interações (como a garota deixando claro quem é o “Robin” da dupla), na maior parte da história os três protagonistas seguem em tramas paralelas, o que enfraquece a narrativa. Fica a impressão de ser um seriado de tv mal planejado, que não consegue juntar os personagens e investe em encheção de linguiça até o final da temporada. E por incrível que pareça, o vilão acaba sendo o mais interessante. Enquanto Kick-Ass e seus colegas oferecem um sonolento mais do mesmo e a Hit-Girl embarca num dispensável clichê teen/high school, os melhores momentos do filme são com o McLovin. De início ele paga para ter um treinamento ninja hardcore, se achando um Batman do mal (com direito a um “Alfred” vivido por John Leguizamo), mas naturalmente não aguenta o tranco, e resolve contratar outros para lutar por ele – afinal, o dinheiro é seu super-poder.
Porém, a narrativa entrecortada não é o único, nem o principal, problema do filme. Com Vaughn apenas como produtor, a direção e o roteiro ficaram com o inexpressivo Jeff Wadlow. Ele se limita a emular, sem a mesma habilidade, o estilo do original, enquanto adapta com grande fidelidade a HQ Kick-Ass 2 (e usa também elementos da minissérie solo da Hit-Girl). E com isso, escancara as falhas de Millar. Além da perda do fator novidade, o escritor resolveu exagerar mais, tentando um tom mais grandioso. Tanto o quadrinho quanto o filme se perderam completamente, indecisos entre fazer piadas ou se levar a sério.
O caso é que no gibi fica mais fácil ignorar isso e se divertir com os absurdos, pensando algo como “ah, é uma história de super-herói, que venham os clichês”. Mas no filme fica muito mais perceptível a ruptura com o conceito inicial de “realismo”. Ao tentar incluir momentos dramáticos, mortes, sofrimento, consequências para a vida pessoal de um mascarado, a violência deixa de ser engraçada e se torna incômoda. O humor não passa mais nem como negro/politicamente incorreto, fica apenas mal-colocado. Até é possível fazer graça com qualquer absurdo, desde que se mantenha o tom de zoeira constante. Aqui, a chave é desligada em algumas cenas, para tentar incluir um peso dramático, e quando é ligada de novo, a estranheza é chocante.
Chega a ser irônico que a “culpa” maior de Kick-Ass 2 seja sua fidelidade ao material original. Pelo menos fica o exemplo de que na transposição de mídias, a adaptação precisa ser feita com mais cuidado.
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Texto de autoria de Jackson Good.
É triste lembrar que esse filho-da-puta do Miller já foi uma promessa da indústria dos quadrinhos nos anos 2000. Agora que ele desistiu de escrever, temos que ficar aturando adaptações de seus arremedos de trabalho para o cinema.
Eu espero que ninguém queira fazer uma adaptação de “Nemesis” ou “Superior”… Kickass é fichinha diante dessas atrocidades narrativas.
Correção: Millar.
Se bem que o Frank Miller também está no mesmo caminho faz algumas décadas.
Superior não li, apesar de ter ouvido falar bem.
Agora Nemesis, putaquepariu. Uma idéia até legal, execução meia boca e o pior final já visto na história da humanidade. O Millar tem fama de não saber finalizar suas histórias, mas essa supera qualquer coisa. É tipo cagar pelado rebolando no meio da rua, esfregar a bosta na cara e sair correndo e gritando.
O pior que costumam apontar que o Nemesis não é nenhum primor de originalidade, A proposta de um “anti-Batman”, um criminoso que se dedicou a ser o ápice da luta contra a Justiça, a forças da lei e ordem, lembra em muito o Prometheus da DC Comics criado por Grant Morrison em sua passagem pela LJA,
Não se engane Jackson, Superior é uma merda… No meio da trama, quando descobrimos que o vilão na verdade é um demônio que armou tudo só pra conseguir 1 alma de um garotinho aleijado… Porra. É tão idiota, tão clichê, que essa HQ me deixou na dúvida se Millar é ou não retardado.
E Nêmesis é o supra-sumo da idiotice. Acho que o “melhor” momento daquela HQ é quando o médico diz que ele não pode fazer nada porque o Nêmesis colocou UMA ARMADILHA NA VAGINA DA MENINA!(???) Essa foi, definitivamente, a coisa mais idiota que eu já li na minha vida.
Me lembro que haviam anunciado Joe Carnahan diretor de “Esquadrão Classe A” como futuro diretor de “Nemesis” (que anteriormente seria dirigido por Tony Scott, que cometeu suicídio).
Até gosto do Joe Carnahan como diretor. Ele sabe como fazer uma história divertida de ação… Talvez se ele ignorar toda a “história” da HQ e fizer o seu filme, saia algo de bom. Mas eu duvido.
A única coisa que vale a pena nesse filme é a Mãe Rússia
Ri demais
Mesma coisa que pensei sobre o filme, que mulher gostosa, eu comia e chupava ate a rola dela.