Batman: Arkham Knight é uma dramatização do jogo homônimo mais aguardado de 2015. Escrito por Marv Wolfman, a história segue Batman em sua tentativa de frustrar os planos do Espantalho, um dos mais famosos criminosos de sua galeria de vilões. Ao mesmo tempo em que se vê assombrado pelo o fantasma do falecido Coringa, além de ser perseguido por um novo vilão intitulado Cavaleiro de Arkham.
A pungente história começa com Espantalho fazendo uma oferta pelo o controle de Gotham City, logo após a cremação do Coringa. Batman, o eterno protetor de Gotham, está no caso, com ajuda de Barbara Gordon, conhecida como Oráculo e Lucius Fox, CEO da Wayne Enterprises.
Infelizmente, o livro sofre por ser uma adaptação. Com frequência enquanto estamos lendo-o, reconhecemos quais momentos eram originalmente uma cena de luta ou uma cut-scene do jogo. As vezes, senti como se a narrativa fosse mais uma transcrição do que um produto novo contendo um enredo. Se compararmos com outras obras adaptadas, observamos que a elaboração de uma história a partir de um material existente não é tarefa fácil. A maioria dos autores falha por apenas descrever o que foi apresentado nas telas. Os melhores autores, no entanto, são capazes de expandir e aprofundar a experiência do original, levando os leitores a outros lugares além daqueles vistos no jogo.
Outra falha do livro é a falta de aprofundamento em outros vilões da vasta galeria do morcego. Tanto a trama desta história quanto a do jogo é genérica e não explora-os adequadamente. Porém, muitos vilões ao menos são citados no livro, enquanto no jogo se apresentando somente em missões secundárias. Resultando em uma história confusa em que, por exemplo, Duas-Caras e Pinguim aparecem abruptamente e desaparecem de maneira rápida. Hera Venenosa é parte integrante da ação mas também é deixada de lado mesmo sendo um personagem importante.
Outros vilões são mencionados no início do livro, como Falcone e Moroni, mas depois nunca mais são citados no decorrer da história. Até mesmo o vilão que dá nome ao livro, nome mantido no original, Arkham Knight, é pouco explorado. A identidade do vilão é fraca, sendo possível descobri-la sem muito esforço.
Mesmo que consideremos que o livro é baseado em jogo de videogame, era possível realizar uma narrativa melhor, ainda mais em um mundo rico como o universo do Homem-Morcego e a franquia rentável dos jogos da série Arkham. Infelizmente, o resultado é confuso e frustrante para quem deseja uma boa história com grande vilões sendo derrotados pelo Cavaleiro das Trevas.
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Texto de autoria de Tiago Cesar.
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