A DC/Warner tem investido bastante em seus novos produtos para televisão. Com Titãs e Patrulha do Destina houve uma bela dedicação em produção, elenco e direção de arte. Por mais que ambas não sejam perfeitas, há méritos em ambas, e não poderia ser diferente com o Monstro do Pântano, em Swamp Thing, seriado de horror que adapta a criação de Len Wein, e posteriormente, imortalizada por Alan Moore.
O piloto se inicia bastante sombrio, com pessoas sendo atacados num barco. Dirigido por Len Wiseman, diretor e criador de Underworld e realizador de Duro de Matar 4.0. Sua carreira recente é mais frequente em produções de TV, e apesar de seus longa-metragens não terem tanto sucesso, a condução aqui é bastante correta. O maior mérito certamente é o equilíbrio da fotografia com elementos digitais.
Há um bocado de influências visuais de James Wan (diretor de Aquaman e um dos produtores da série), Tobe Hooper (Massacre da Serra Elétrica) e Wes Craven (Pânico) – esse último responsável pela péssima adaptação para os cinemas de 1982. O episódio é contemplativo em seu início e introduz paulatinamente os personagens, como Abigail Arcane (Crystal Reed) e Alec Holland (Andy Bean). A introdução de Holland mistura elementos de horror e gore que se espera nessa produção.
No entanto, há uma “barriga” no roteiro. A parte “humanizada” é demasiado longa e pouco desenvolvida, soando forçada em muitos momentos, embora seja fundamental algum aprofundamento, ainda que as partes de horror compensem todo o restante. Mesmo as cenas escuras são muito bem trabalhadas e os efeitos não deixam nada a desejar às produções de cinema recentes.
O pecado mora na trilha, bastante expositiva, antecipando quase todas as sensações dos personagens. A criatura é bem construída e funciona visualmente, ao menos nesse pequeno vislumbre. O texto é bastante óbvio dentro dessa construção, abrindo possibilidades para que absolutamente qualquer coisa possa ser exibida ao longo dos dez episódios que estarão nessa primeira temporada, podendo dar vazão a histórias mais genéricas ou clássicas, como já vem sendo feito em Patrulha do Destino. Há potencial para algo grandioso, mas a sensação primária é de que será algo mais genérico, com potencial para melhorar tal qual ocorreu com Preacher. É esperar para ver.