E Robert Rodriguez está de volta com seu cinema mexicano e trash. Após muito medo por parte das distribuidoras, que adiou a data de estréia umas 3 vezes, FINALMENTE Machete chega aos cinemas brasileiros. Com El Gigante Danny Trejo como Machete, policial federal mexicano incorruptível que prefere usar facas (machete) e grande elenco, entre eles, Robert De Niro interpretando um político corrupto e Steven Seagal como um traficante de drogas de cartel que usa espadas… Nada poderia ter uma premissa tão épica.
O filme começa em estilo impactante mostrando a que veio em sua primeira grande cena. Machete e seu parceiro estão em seu carro indo resgatar uma jovem que foi presa por traficantes, enquanto isso, seu chefe os manda não fazerem nada, e é claro, é completamente ignorado. Machete entra com carro e tudo na casa do traficante e seu parceiro já morre aí. Os próximos minutos são recheados de facadas e cabeças voando até o momento em que o protagonista é pego na armadilha e sua família é morta.
Não é um roteiro original, passa longe de ser um dos melhores roteiros que você verá por aí, mas não se vai ao cinema ver um filme do Rodriguez, principalmente se tratando de Machete, esperando algo grandioso. Machete é um filme trash e se assume como tal, não poupa esforços para fazer com que o expectador não se esqueça disso. Os clichês estão inseridos nas cenas, diálogos, personagens; TUDO vai às raízes do trash e torna o filme extremamente divertido. Jéssica Alba como policial latina da imigração e Lindsay Lohan como a filha drogada de um traficante são provas das piadas que esse filme pode contar.
Bom, as atuações não são excelentes, não há nada de incomum ali, exceto alguns poucos exemplos, como do De Niro fora do piloto automático, por exemplo. Já Michele Rodriguez faz a machona de sempre, Danny Trejo não sai muito de suas caras e bocas tradicionais, Jeffrey Frahey (a.k.a Frank Lapidus) também não sai de seu personagem.
Porém, o filme exagera em determinados momentos. Certas cenas perdem o propósito e soam forçadas até para os filmes do Rodriguez, parecem ter sido postas ali apenas por parecerem legais e acabam não sendo. Além dos efeitos parecerem MUITO falsos em determinados momentos, o que pode ter sido feito propositalmente para que não esqueçamos de quão trash o filme quer mostrar ser.
No final Machete é um filme de Robert Rodriguez, que vem repetindo a fórmula filme após filme. O que não o torna menos divertido, ele paga cada centavo que você gasta com nossos caros cinemas em diversão. E se você sair do filme reclamando dele, você não é um macho de verdade. No mais Machete don’t text.
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Texto de autoria de André Kirano.
Tropa de Elite nada, eu quero é machete!
HUAHAHAHAHA
Gostei da cena do intestino! Esse vai ficar na história do cinema! Eu sou suspeito pra falar pq adoro esses filmes trashs, É diversão garantida.
Filmão!
Achei que o review ficou devendo em relação a chapação do Rodriguez.
Abçs
Baixei em HDTV o seriado no http://leu-meu-email.blogspot.com/.
Machete nos apresenta quase que uma nova forma de cinema, que na realidade de nova não tem nada pois é de tempos atrás. A questão é que nos trazer uma fotografia tão suja e sem cuidados, que faz sentir o espírito do cinema de um tempo que passou, mas no presente, é totalmente novo. O que faz com que a concepção de Robert Rodriguez seja explêndida, tornando também um filme totalmente alternativo, underground. E arrisco, por que não, cult. O fato desse diretor nos trazer em 2010 um filme que parece ter sido feito nos anos 70/80 é extremamente cativante, mas isso não é tudo. Deixando um recado para gerações posteriores se situarem na época em que foi feito o filme (e pra nós também não nos sentirmos amplamente perdidos) ele coloca diversos elementos totalmente atuais e modernos no meio da película suja e old style. Smartphone, aparelhos da apple, web cam, carros modernos, armas extremamente modernos, tudo isso nos deixa em um grau de insanidade elevado, pois é um filme que parece ser totalmente antigo mas com elementos simplesmente atuais. Se você assistir Machete e ficar em uma confusão mental sobre isso que com certeza absoluta é proposital, imagine algo que pode ser ainda pior. Tente imaginar a sensação de um ser humano no ano 2030 analisando obras de cinema, como hoje nós fazemos com Alfred Hitchcock e Bresson, tentando entender como um filme com a qualidade de Avatar foi lançado em 2009 e uma obra tão teoricamente mal feita é mais nova, 2010. Isso vai ser um conflito enorme, e motivos de estudo.