Nero corre loucamente para chegar à apresentação de Kyrie, que está cantando para a Order of the Sword. No caminho, o jovem de cabelos brancos e vestindo um sobretudo (isso lhe é familiar?) se depara com criaturas bizarras e as destrói sem dó, mostrando habilidades sobre-humanas. O rapaz consegue chegar a tempo de assistir ao final da apresentação. Kyrie o vê e fica feliz, mas um susto abate a todos no local: uma figura desconhecida, de cabelos brancos e sobretudo vermelho adentra o local quebrando a cúpula de vidro no teto e ataca Vossa Santidade a sangue frio. Os cavaleiros da Order of the Sword ali presentes tentam atacar o assassino de seu líder, mas são derrotados com muita facilidade. Nero decide enfrentar o desconhecido de cabelos brancos e com isso se inicia um combate frenético. Nero sai vitorioso, mas o assassino consegue ir embora. E antes de sair, mostra a Nero que os guardas mortos eram, na verdade, demônios.
Quem conhece um mínimo da franquia Devil May Cry já sabe que o tal assassino de cabelos brancos é Dante, protagonista dos jogos anteriores. Neste quarto e último jogo da franquia original, a história gira em torno de Nero, um jovem caçador de demônios que trabalha para a Order of the Sword. Ele precisará ir atrás de Dante para impedi-lo de realizar outras atrocidades. E ao longo da jornada, descobrirá coisas obscuras sobre a Order. Assim começa a aventura de Devil May Cry 4 (DMC4).
A franquia nasceu em 2001 no Playstation 2 com a ideia inicial de ser um novo jogo de Resident Evil. Porém, o formato mudou tanto que decidiram criar uma nova série. Hoje, Devil May Cry é um dos principais títulos da Capcom e do estilo hack’n slash. E apesar de não ser o primeiro título da série, DMC4 pode ser jogado sem problemas, uma vez que a história não é um primor, tampouco o foco deste jogo.
O game tem aquela estrutura padrão do estilo hack’n slash: seguir em frente, matar toneladas de inimigos e resolver puzzles. A jogabilidade é excelente, fluida e relativamente simples de dominar. Ao longo da jornada, Nero poderá evoluir suas habilidades para ganhar novos combos e poderes. O jogador é incentivado a realizar combos mirabolantes para ganhar um ranking. Quanto maior a média de seu ranking, mais almas você ganhará no final da fase para evoluir suas habilidades. Uma forma muito funcional de incentivar o jogador a sair da repetição de combos e ser criativo, trazendo uma diversidade dentro da mesmice.
Estamos falando de um game japonês onde a estética segue os padrões orientais. Portanto, teremos personagens andróginos, cabelos malucos, ação exagerada, armas gigantes, roupas bizarras e mais ação exagerada. Quem se incomoda com esse tipo de estética deve passar longe deste jogo. Quem curtir vai se deleitar. Uma pena que as cutscenes mostram algumas ações que não podem ser feitas pelo jogador. Aqueles exageros em prol da cinematografia da coisa. Os cenários góticos, aliados aos inimigos de aspecto demoníaco, dão uma atmosfera bem legal. Tudo isso ao som de heavy metal. Aliás, boas músicas, só faltou uma variedade maior.
Devil May Cry 4 pode ser o título de início aos novos jogadores da série. Conforme dito anteriormente, o foco do jogo não é a história. Se você souber quem é o Dante, isso já é mais que suficiente para se divertir. As mecânicas funcionam bem, a parte gráfica é muito bonita (lembrando que é um jogo de 2008), a dublagem é bacana, enfim, o conjunto da obra ficou bom. Uma coisa que pode incomodar são as repetições de chefes e cenários, que têm uma justificativa, mas soa um pouco preguiçoso. Entretanto, na reta final, você jogará com outro personagem e as mecânicas de combate e variedade de armas mudarão significativamente. No final das contas, é um bom jogo. Disponível para Xbox360, Xbox One, Playstation 3, Playstation 4, PC e iOS.
Gosto muito desse Almighty. Não pude encostar ainda na SE pra saber como eles encaixam o Virgil mas algum dia!