Um garoto vai em busca de uma garota num lugar sombrio e perigoso. Isso é tudo que sabemos da história de LIMBO, um dos grandes expoentes da “Era de Ouro dos Jogos Indie” lançado em 2010.
O estilo visual chama muito a atenção. Tudo é preto, branco e cinza, cenários mesclando florestas e lugares industriais. Cada tela do jogo poderia se tornar facilmente o fundo de tela do seu PC ou celular, a parte visual realmente é muito interessante e bonita. A movimentação do personagem também é bem feita, você sente o peso do personagem, sai poeira dos pés a cada passo, enfim, são detalhes que a Playdead não poupou esmero.
Porém, apenas a parte visual é rica em detalhes. Todo o resto é simples e minimalista. Não há barras de life ou qualquer outra informação na tela. Trilha sonora bem pontual. A jogabilidade é bem simples (andar, pular, ativar alavancas, empurrar objetos), mas suficiente para resolver os quebra-cabeças que bloqueiam seu caminho. Neste quesito, o jogo também foi bem cuidadoso e trouxe soluções bem sacadas e interessantes, alguém exigindo precisão de tempo e até uso da física. Será preciso pensar e observar o cenário para ter aquele lampejo de ideia e resolver o enigma.
Um ponto negativo, mas nem tanto, é a dinâmica de alguns quebra-cabeças. Muitos te obrigam a morrer pelo menos uma vez e pedem alguma tentativa e erro para serem resolvidos. O problema não é a tentativa e erro, o problema é ter que morrer. E as mortes são especialmente brutais e detalhadas, trazendo aquela sensação de derrota (isso é normal em qualquer jogo, diga-se de passagem). As mortes constantes trazem uma sensação de derrota maior que o normal, e pior, você é obrigado a criar uma certa frieza quanto às mortes, o que tira a empatia com o personagem. Em certo ponto, somos obrigados a ver o garotinho como um simples boneco, pois as mortes são muito constantes e, por vezes, obrigatória. Talvez a intenção da Playdead foi chamar a atenção do jogo com as mortes, mas isso tira o brilho ao invés de aumentar.
A título de comparação, as mortes de Super Meat Boy são mais aceitáveis por se tratar de um personagem bem mais cartunesco e o jogo ser bem mais “arcade”. Além do que, a morte do Super Meat Boy é uma pequena e rápida microexplosão de carne num gráfico pixelado e pequeno. O jogo não quis criar uma atmosfera mais densa e intimista. Muito pelo contrário, é sátira o tempo todo. Já no LIMBO existe uma atmosfera mais densa, a sensação de solidão e perigo de uma forma mais… humana, talvez? Por isso que essa necessidade de querer te mostrar a morte do personagem acaba dando a impressão de que o jogo quis se vender, ao menos em partes, utilizando o aspecto da violência, o que é algo negativo, pois LIMBO tem coisas muito mais interessantes que isso. A construção dos ambientes e quebra-cabeças são o ponto forte.
Tendo em vista a simplicidade da proposta e a relativa complexidade da execução, LIMBO se mostrou um grande jogo. Apesar da curta duração, é um jogo que proporciona momentos satisfatórios e memoráveis. Houve um baita cuidado em aspectos mínimos que passariam despercebidos pela maioria dos jogadores, mas a Playdead fez questão de fazer. Se você ainda não jogou LIMBO, não há mais desculpas, pois ele está disponível em praticamente todas as plataformas (XBox 360, XBox One, Playstation 3, Windows, Mac, Linux, Android, iOS, Playstation Vita).
É muito difícil se destacar na indústria de jogos mobile. A quantidade de títulos produzidos é absurda, sendo uma grande parcela de qualidade duvidosa. Muitos jogos passam batidos pelo público, mas a Supercell sempre conseguiu destaque. Todos os seus jogos atingiram boa notoriedade, sendo Clash of Clans um dos maiores fenômenos. Aproveitando o carismático universo e personagens desse jogo, a Supercell criou uma nova proposta: Clash Royale.
Clash of Clans mescla administração e batalhas. Porém, se o jogador não estiver disposto a gastar dinheiro real, a progressão é extremamente lenta. Isso mudou em Clash Royale. Se o jogador tiver um mínimo de paciência e souber administrar seu tempo, poderá evoluir sem grandes problemas.
Clash Royale tem foco nas batalhas um contra um. Cada jogador ficará de um lado da arena e deverá proteger suas três torres durante três minutos. Ao final da partida, quem destruir mais torres vence. Destruindo a torre central, a partida acaba imediatamente.
Cada jogador deverá escolher oito cartas para entrar em batalha, sendo unidades, feitiços ou construções. Unidades são pequenas tropas ou um único combatente, podendo ser guerreiros, magos, arqueiros, monstros e diversos outros personagens já conhecidos de Clash of Clans, possuindo variedade de força e vida. Feitiços podem causar dano, aumentar a força, congelar e afins. Construções variam de torres de ataque a casinhas que geram unidades de tempos em tempos.
Vale ressaltar que Clash Royale não é um jogo de cartas propriamente dito. As cartas são apenas uma representação das unidades, feitiços e construções que serão conjurados na arena de batalha.
Inicialmente, cada jogador poderá conjurar suas unidades e construções apenas em sua metade da arena. Ao destruir as torres inimigas, essa área se amplia para dentro do campo inimigo, facilitando a pressão sobre o adversário. Já os feitiços e algumas unidades específicas poderão ser lançados em qualquer ponto da arena a qualquer tempo.
Cada jogador terá apenas quatro cartas por vez. Ao usar uma, outra virá para sua mão. É possível saber qual é a próxima carta que virá, mostrada no canto inferior esquerdo da tela.Essa quantidade limitada de cartas na mão obriga o jogador a utilizá-las de forma estratégica. Vale dizer que as cartas são infinitas, ou seja, enquanto durar a partida, você irá recebendo novas cartas à medida que utilizá-las, porém nunca virá uma diferente daquelas oito que você escolheu previamente.
Outro ponto importantíssimo da estratégia é administrar os pontos de elixir, necessários para utilizar as cartas. Quanto mais poderosa a carta, mais elixir será necessário. Os pontos de elixir são recuperados gradativamente com o passar do tempo (cerca de um ponto a cada três segundos). Após dois minutos de batalha, a velocidade de recuperação de elixir dobra, deixando a batalha mais frenética. A música contribui bastante para dar esse clima. Aliás, vale destacar a parte sonora do jogo, com músicas legais e efeitos muito divertidos.
Já é possível notar que o jogador não pode simplesmente escolher cartas muito fortes e pronto. Deve haver um balanceamento entre cartas que consomem muito e pouco elixir, verificar as habilidades de cada unidade, feitiço ou construção e criar uma estratégia de jogo.
Todas as partidas são online, e seu oponente é encontrado quase que instantaneamente. O jogo possui uma espécie de rank onde cada jogador tem uma quantidade de troféus, que representam a pontuação. Cada vitória lhe garante uma quantidade de troféus. Cada derrota lhe tira alguns troféus. Com isso, o jogador será enquadrado em uma arena específica, e só enfrentará jogadores daquela arena, que possuem uma quantidade de troféus parecida com a sua.
As arenas não servem apenas para separar os jogadores de nível similar. Também servem para definir as recompensas auferidas com as vitórias. A cada vitória, você receberá, além dos troféus, uma pequena quantidade de dinheiro e um baú. O baú de prata é o mais comum e lhe dará pouco dinheiro e cartas mais comuns. Outros baús trarão mais dinheiro e cartas melhores. A cada nova arena alcançada serão liberadas novas cartas possíveis de aparecerem nos baús.
Aqui vem uma sacada excelente da Supercell: para abrir os baús, você precisa esperar uma quantidade de horas. O baú de prata demora 3 horas para ser aberto, enquanto o baú de ouro demora 8 horas. Outros chegam a pedir 12 ou 24 horas de espera. Se quiser abri-los imediatamente, basta gastar gemas, tal como no Clash of Clans. Tendo em vista que você só poderá acumular quatro baús, cabe a você decidir se vale a pena gastar gemas para abrir um baú e liberar vaga para um novo.
“Ah, então esse jogo é pagar-para-vencer, te obriga a gastar dinheiro real pra comprar gemas e ficar abrindo baús?”, você pergunta. Felizmente, não. Em momento algum o jogo te impede de jogar. Você poderá travar batalhas o dia todo, porém se todas as vagas de baús estiverem preenchidas, você ganhará apenas os troféus e dinheiro com sua vitória. Ou seja, apesar de limitar a aquisição de baús, o jogo não te impede de jogar, e isso é louvável. Além do que, você pode jogar algumas partidas, ir abrindo os baús ao longo do dia e depois jogar mais para ganhar novos baús.
Importante dizer que as gemas, além de serem compradas com dinheiro real (os preços são pouco convidativos), também aparecem nos baús permitem acumular uma quantidade razoável a longo prazo.
O jogo te permite abrir diversos baús ao longo de um dia, e a coisa fica ainda mais fácil por ser um jogo de celular: você poderá abri-lo em qualquer lugar que tenha wifi ou 3G, e não lhe tomará nem um minueto para abrir o baú. Então, mesmo que você esteja trabalhando ou estudando, é só dar uma olhada rápida e abrir o baú. Em alguns dias já será possível acumular bastante dinheiro, gemas e cartas.
OK, mas pra que serve o dinheiro dentro do jogo? Para comprar e evoluir suas cartas. Também será necessário acumular uma certa quantidade da mesma carta. Quanto maior o nível, mais cartas e dinheiro serão necessários. Para adquirir cartas, além dos baús e da compra direta na lojinha, poderão ser adquiridas mediante doação do seu clã. Você poderá se juntar a algum clã e pedir doação de cartas. Quem doa cartas recebe uma pequena quantidade de dinheiro e pontos de experiência para subir o nível das suas três torres, aumentando assim o ataque e vida delas.
Clash Royale é simples e complexo ao mesmo tempo. Se por um lado é fácil de aprender a jogabilidade, por outro há uma grande profundidade na estratégia, evolução de cartas e afins. O jogo é muito bem feito e, na medida do possível, equilibrado. Quem estiver disposto a gastar dinheiro real terá maiores chances de evoluir com rapidez e adquirir cartas mais raras, porém os preços não ajudam. Felizmente, o jogo não te obriga a gastar dinheiro real e, diferente do Clash of Clans, a evolução não é tão lenta. Quem tiver paciência de olhar o jogo durante o dia, por alguns instantes, e abrir os baús ao longo das horas, conseguirá evoluir até rápido, e sem gastar um tostão. Só preciso fazer uma advertência: Clash Royale é extremamente viciante. Cuidado para não afetar sua produtividade. Disponível para Android e iOS.
A série Fallout, iniciada no PC com RPGs de moldes bem clássicos, posteriormente aumentou seu escopo e hoje é uma das referências em RPG de mundo aberto. Toda a ambientação pós-apocalipse nuclear, aliado a muito humor negro e ironia, dá um tom muito próprio à série. É interessante notar que todo o mundo de Fallout é uma espécie de anos 1940 com tecnologias futuristas-rústicas. Toda a cultura (música, vestimentas, propagandas) remete às décadas passadas, dando um contraste muito interessante entre o vintage e modernidade.
Em todos os jogos da série, o foco estava na ambientação e história. Agora, a Bethesda, atual produtora do jogo, resolveu mudar a dinâmica e focar na administração dos Vaults. E claro, a plataforma ideal para isso são os dispositivos móveis. Este é Fallout Shelter!
O jogo tem muita cara de mobile, a começar pelas interfaces e mecânicas. O velho sistema de ganhar dinheirinhos e itens para colecionar está lá. Entretanto, é um jogo que passa longe da proposta “pagar para ganhar”, até porque não há competição. É claro que existe a possibilidade de comprar itens do jogo utilizando dinheiro real, mas aqui não se mostra necessário caso queira manter uma jogatina casual.
O objetivo é montar um Vault, abrigo nuclear subterrâneo. Para isso, você deverá construir salas e receber os forasteiros que ali queiram ficar. Os recursos a serem produzidos são: energia, água e comida. Será necessário construir salas especializadas na produção desses recursos, bem como fazer alojamentos para os moradores. Também é possível produzir equipamentos, itens e recrutar pessoas utilizando uma estação de rádio.
Cada morador do Vault (os Dwellers) possui aparência e atributos próprios. Os atributos seguem o padrão S.P.E.C.I.A.L. da série: Strenght (Força), Perception (Percepção), Endurance (Resistência), Charisma (Carisma), Intelligence (Inteligência), Agility (Agilidade) e Luck (Sorte). Cada função do Vault demanda um atributo específico. Por exemplo, coloque seus dwellers mais fortes para trabalhar na geração de energia; quem tiver mais carisma, será um bom radialista para tentar recrutar novos dwellers para seu Vault; e assim por diante. Será possível treinar os atributos em salas especiais do Vault ou ainda equipar seus dwellers com roupas que aumentam determinados atributos.
E como vamos construir novas salas do Vault? Utilizando dinheiro, é claro! A moeda oficial do mundo de Fallout são as caps, tampinhas de garrafa do refrigerante mais famoso do mundo, a Nuka Cola. Para adquirir as preciosas tampinhas, realize pequenas tarefas ou suba o nível de seus dwellers, mais uma coisa bem comum de jogos mobile. Porém, a forma mais eficaz de conseguir caps é se aventurar fora do Vault.
Sim, é possível mandar seus dwellers para explorar as terras devastadas e correr perigos para encontrar itens e caps. A jornada não é fácil, equipe seus dwellers com boas armas e roupas para elevar os atributos. Você escolhe quanto tempo seu dweller ficará explorando o mundo exterior, mas cuidado, fique atento ao relatório da jornada de cada um e veja se ele não está muito ferido. Deixar o dweller muito tempo no exterior é perigoso e há grandes chances de morrer. Caso morra, poderá revivê-lo gastando algumas caps.
Seu Vault precisará de mão de obra para crescer e se sustentar. Não é sempre que forasteiros chegarão para morar no seu Vault. Como resolver o problema? Fazendo filhos! É possível que os dwellers “façam amor” e gerem filhos, que irão crescer e poderão trabalhar em algum setor do Vault. Além de gerar mais um morador para o Valut, o casal ficará com a felicidade no máximo!
Apesar de ter boa segurança, o Vault não é impenetrável. Por vezes ele será invadido por baratas gigantes, topeiras mutantes ou por saqueadores. Por isso, esteja preparado e arme seus dwellers. A mecânica de combate, apesar de extremamente simples, é uma das coisas mais fracas e chatas. Definitivamente, não é o foco do jogo, apesar de existir um modo em que o combate é mais frequente.
Fallout Shelter é um bom passatempo casual para jogar alguns minutos entre uma tarefa e outra (o que não impede o jogador de perder um bom tempo interagindo com seu Vault). O visual carismático é o ponto mais divertido do jogo e irá cativar os fãs da série. Também é uma boa porta de entrada para conhecer Fallout e começar a entender aquele mundo futurista-vintage. Vai garantir uma boa diversão durante alguns dias. Disponível para iOS, Android e, em breve, para PC.
No ano de 2015, a internet abraçou de vez o financiamento da trash-metragem Kung Fury, um grande fenômeno que ganhou bastante notoriedade. Porém, um filme não é suficiente para demonstrar a grandiosidade desta obra. Tendo em vista que a estética do filme é praticamente um videogame, por que não lançar um jogo? Foi justamente o que aconteceu.
Kung Fury: Street Rage é uma grande homenagem à década de 1980, tal como foi a película. A começar pelo nome, uma descarada referência ao clássico do Mega Drive, Streets of Rage, este simples jogo emula os beat’em ups clássicos com uma mecânica extremamente simples, típicas de jogos de celulares. São apenas dois comandos: esquerda e direita. Apertando o respectivo comando, seu personagem fará um ataque para a direção escolhida. Cada personagem tem particularidades em seus ataques:
Kung Fury: o grande protagonista é o mais equilibrado. Possui life mediano e seus ataques têm um bom alcance.
Barbarianna: a bela viking-atiradora, após acertar quatro ataques consecutivos, poderá lançar uma poderosa rajada de tiros que eliminará todos que estiverem no caminho. Tem pouco life.
Triceracop: fiel companheiro de Kung Fury, o policial-dinossauro atira nos inimigos, porém recuará a cada disparo. Este recuo poderá deixá-lo mais vulnerável aos inimigos que vierem na retaguarda, por isso que ele possui muito life.
Hackerman: o mais estranho de se jogar, ele “marca” os inimigos para eliminá-los com poderosas rajadas. Tem pouco life.
O grande ponto do jogo é saber a hora certa de atacar. Seu personagem não anda (exceto nas batalhas de chefe), devendo o jogador medir a distância e prestar atenção no posicionamento do personagem após cada ataque. É uma mistura do timing dos jogos de luta com a dinâmica dos beat’em ups. Cada personagem possui uma quantidade variada de life e comportamentos diferentes ao ser atingido. Portanto, não basta atacar de maneira irresponsável, até porque errar o ataque lhe deixará alguns instantes sem poder reagir, deixando seu personagem bem vulnerável.
Quando o jogo foi lançado, só havia um personagem selecionável: o próprio Kung Fury. Também só havia um modo de jogo (Endless, onde você deve matar o máximo de inimigos até perder todo o seu life). No início deste ano, o jogo recebeu uma atualização bem interessante, onde foram inclusos outros três personagens (já mencionados acima), um modo história com batalhas de chefes e dublagem dos atores do filme.
Não é um jogo espetacular, mas garante um bom passatempo. A versão de celular não é muito bem otimizada e pode rodar lento em alguns dispositivos. Se quiser uma experiência sem problemas, jogue a versão de PC ou de PS4. Agora chega de papo e vá matar alguns ninjas nazistas!
Pokémon Shuffle traz os monstrinhos de bolso para a jogabilidade puzzle estilo “combine 3”, só que vai muito além disso. É necessário estratégia e, principalmente, escolher o tipo certo de Pokémon em cada partida.
O objetivo é formar linhas de três ou mais Pokémon iguais, sejam horizontais ou verticais (inclusive as duas ao mesmo tempo). Ao fazer a combinação, as linhas desaparecem e uma quantidade de dano é aplicada ao Pokémon “inimigo” da vez. Neste ponto, aplicam-se as vulnerabilidades e resistências: água é bom contra fogo, gelo é forte contra dragão e assim por diante, causando o dobro de dano.
As partidas geralmente são em turnos, sendo que o jogador possui um número limitado de jogadas para finalizar. Cada turno constitui uma jogada, na qual você deverá trocar a posição de dois Pokémon, formando obrigatoriamente uma linha de três ou mais iguais. Ao formar a linha, os iguais desaparecem, as fileiras de cima vão caindo preenchendo os espaços vazios e novos monstrinhos vão preenchendo as linhas superiores. Quanto maior a linha de iguais, maior será o dano. Nesta brincadeira, é possível fazer combos, em que espaços vazios serão preenchidos por Pokémons que farão novas linhas iguais, aumentando a quantidade de dano por turno. Isso é essencial para alcançar a vitória.
Nem sempre a tarefa é fácil. Muitas vezes a quantidade de turnos é muito baixa e o inimigo possui muita energia, exigindo que você faça combos eficientes para maximizar o dano em cada jogada. Alguns Pokémon inimigos jogarão obstáculos que dificultarão sua vida. Felizmente, seus Pokémon também possuem habilidades para dificultar a vida do inimigo. Escolha sabiamente os monstrinhos em cada partida, isso fará a diferença.
Após esgotar a energia do inimigo, você poderá capturá-lo. As chances aumentam se você terminar a partida com menos turnos. Se a primeira tentativa de captura falhar, utilize uma Great Ball e aumente suas chances.
As possibilidades aumentam com a megaevolução. Alguns Pokémon poderão evoluir durante a partida, basta formar linhas com ele até encher a barra da megaevolução. A partir daí, este Pokémon terá uma habilidade especial ao formar linhas.
Quando terminar a partida, os participantes ganharão experiência e, com isso, poderão subir de nível e aumentar a força de seus ataques. O nível máximo de cada um é 10, e eles não evoluem com isso. Lembrando que a megaevolução só ocorre em casos específicos, é necessário adquirir uma Mega Stone no próprio jogo. Vá deixando os Pokémon mais fracos de lado, aproveite a experiência das partidas para fortalecer aqueles que causam mais dano e que possuem habilidades interessantes.
Existem três segmentos no jogo: Main (principal), Special e Expert. O jogo “normal” ocorre no Main. Você deve vencer a última fase para liberar a seguinte. À medida que você completa as fases, serão liberados desafios no Expert, onde teremos Pokémon mais fortes e difíceis, geralmente em partidas com tempo, e não em turnos. Neste caso, a partida é mais frenética, devendo o jogador fazer linhas ininterruptamente, sem esperar a animação das linhas desaparecerem.
A parte Special é dinâmica, com desafios diários e variáveis. É um incentivo para jogar todos os dias e conferir alguns Pokémons raros e diferentes. O jogo também te dá 500 moedas todos os dias, basta abrir o jogo e estar conectado à internet. Aliás, o jogo só funciona online.
Falando em moedas, aqui surge uma das primeiras limitações do jogo. Por mais que não seja necessário gastar um centavo para jogar, às vezes o jogador se vê encurralado. A moeda interna do jogo é adquirida diariamente (bastando entrar no jogo) e ao vencer as partidas. Porém, os itens são caríssimos. Uma Great Ball, por exemplo, custa 3500 moedas, o que impossibilita o jogador de usá-la constantemente. Os itens que auxiliam nas partidas são mais caros ainda, e algumas vezes vencer sem utilizá-los é bem difícil. De vez em quando o jogo te presenteia com algum item, mas quem não comprá-los com dinheiro real não poderá utilizá-los com frequência.
A quantidade de partidas diárias também são limitadas. O jogador tem cinco corações, e cada partida gasta um. Após esgotá-los, deverá esperar algumas horas para ganhar outros. Ao vencer algumas partidas específicas, você também ganha corações. Por mais que exista essa limitação, é uma quantidade boa para jogar algumas partidas diariamente e manter a jogatina por longo prazo (é possível jogar, em média, de 15 a 20 partidas diariamente, quantidade bem satisfatória). Se estiver disposto, gaste dinheiro e compre corações, mas sinceramente não é necessário. Gastar dinheiro real para comprar moedas também não é necessário, basta ter um pouco de paciência e juntá-las no próprio jogo.
Pokémon Shuffle é muito bem-feito, com mecânicas interessantes e nível de desafio equilibrado. A limitação de corações e moedas poderá te prender numa fase por alguns dias, mas basta ter paciência. Se travar em alguma fase no Main, vá para o Special ou Expert e tente novos desafios. Ou jogue novamente contra adversários já vencidos para ganhar experiência e fortalecer seu time. A vida útil do jogo é longa para quem joga dentro das limitações. Lançado originalmente no Nintendo 3DS e 2DS, agora disponível gratuitamente para Android e iOS.
Quem viveu os anos 1990 no Brasil e jogou videogame certamente conhece Top Gear. O querido jogo de corrida com uma das melhores trilhas sonoras já feitas ficou na memória de todos nós. A série caiu no ostracismo, mas jamais foi esquecida. Tanto é que o estúdio brasileiro Aquiris decidiu reviver as boas memórias dos jogos de corrida arcade dos anos 1980 e 1990, especialmente o supramencionado Top Gear. Eis que, em 2015, o mundo dos games é brindado com a pérola Horizon Chase.
O visual do jogo é bem estilizado, com gráficos poligonais simples. Foi um acerto do estúdio, que manteve o jogo leve e bonito. Os cenários são bem legais e remetem a cada país e cidade. Os belos efeitos climáticos trazem variedade aos cenários. A jogabilidade não poderia ser mais simples: acelerador, virar à esquerda e direita e o nitro. Apenas isso. Para frear, basta soltar o acelerador (faça isso nas curvas mais acentuadas). Horizon Chase é minimalista, porém funciona de uma forma perfeita.
Para vencer as dezenas de pistas, você precisará de estratégia, escolhendo o carro e a melhoria ideal para cada circuito. Sim, temos uma boa variedade de carros, com atributos diferentes entre si, e antes da corrida é possível equipar uma melhoria para aumentar atributos específicos. Numa pista com muitas curvas, prefira aquele carro com melhor controle. Caso contrário, vá naquele que atinge altíssima velocidade. Mas cuidado, fique de olho no combustível. Haverá ícones vermelhos que encherão parte de seu tanque, permitindo continuar a corrida sem maiores preocupações. Não há pit stop, o que é bom para manter o ritmo frenético da corrida.
As pistas estão divididas em países. Cada país tem pistas normais e uma especial. Ao completar a pista especial em terceiro lugar, você ganha uma melhoria para os carros. Se vencer em primeiro lugar, além do prêmio anterior, você ganha um novo carro. Se vencer todas as pistas de um país em primeiro lugar, um novo carro ficará disponível. É um bom incentivo para o jogador conseguir o troféu de ouro em todas as pistas.
A cereja do bolo vem agora. Para compor a trilha sonora de Horizon Chase, o estúdio Aquiris contratou ninguém mais, ninguém menos que Barry Leitch, o compositor original de Top Gear. O músico também foi responsável por outros jogos clássicos de corrida (Lotus TC, Rush) e fez um trabalho espetacular em Horizon Chase. As músicas são empolgantes, belíssimas e dão um ânimo extra ao jogador para correr em cada pista. Foi uma sacada genial chamarem Barry Leitch para trilhar este jogo que é uma grande homenagem a Top Gear e tantos outros jogos de corrida clássicos. Ao finalizar o jogo, há uma opção de mudar a trilha sonora para… enfim, não vou estragar a surpresa. Confira com seus próprios ouvidos.
Horizon Chase foi uma das grandes revelações do ano passado. O jogo tem um qualidade absurda, e podemos dizer com orgulho que foi produzido por brasileiros. O estúdio Aquiris está de parabéns, é diversão garantida para quem gosta o mínimo de jogos de corrida. No momento, está disponível para dispositivos móveis iOS e Android, e em breve estará nos consoles e PC. Baixe de graça no celular para testar as primeiras pistas.
Nero corre loucamente para chegar à apresentação de Kyrie, que está cantando para a Order of the Sword. No caminho, o jovem de cabelos brancos e vestindo um sobretudo (isso lhe é familiar?) se depara com criaturas bizarras e as destrói sem dó, mostrando habilidades sobre-humanas. O rapaz consegue chegar a tempo de assistir ao final da apresentação. Kyrie o vê e fica feliz, mas um susto abate a todos no local: uma figura desconhecida, de cabelos brancos e sobretudo vermelho adentra o local quebrando a cúpula de vidro no teto e ataca Vossa Santidade a sangue frio. Os cavaleiros da Order of the Sword ali presentes tentam atacar o assassino de seu líder, mas são derrotados com muita facilidade. Nero decide enfrentar o desconhecido de cabelos brancos e com isso se inicia um combate frenético. Nero sai vitorioso, mas o assassino consegue ir embora. E antes de sair, mostra a Nero que os guardas mortos eram, na verdade, demônios.
Quem conhece um mínimo da franquia Devil May Cry já sabe que o tal assassino de cabelos brancos é Dante, protagonista dos jogos anteriores. Neste quarto e último jogo da franquia original, a história gira em torno de Nero, um jovem caçador de demônios que trabalha para a Order of the Sword. Ele precisará ir atrás de Dante para impedi-lo de realizar outras atrocidades. E ao longo da jornada, descobrirá coisas obscuras sobre a Order. Assim começa a aventura de Devil May Cry 4 (DMC4).
A franquia nasceu em 2001 no Playstation 2 com a ideia inicial de ser um novo jogo de Resident Evil. Porém, o formato mudou tanto que decidiram criar uma nova série. Hoje, Devil May Cry é um dos principais títulos da Capcom e do estilo hack’n slash. E apesar de não ser o primeiro título da série, DMC4 pode ser jogado sem problemas, uma vez que a história não é um primor, tampouco o foco deste jogo.
O game tem aquela estrutura padrão do estilo hack’n slash: seguir em frente, matar toneladas de inimigos e resolver puzzles. A jogabilidade é excelente, fluida e relativamente simples de dominar. Ao longo da jornada, Nero poderá evoluir suas habilidades para ganhar novos combos e poderes. O jogador é incentivado a realizar combos mirabolantes para ganhar um ranking. Quanto maior a média de seu ranking, mais almas você ganhará no final da fase para evoluir suas habilidades. Uma forma muito funcional de incentivar o jogador a sair da repetição de combos e ser criativo, trazendo uma diversidade dentro da mesmice.
Estamos falando de um game japonês onde a estética segue os padrões orientais. Portanto, teremos personagens andróginos, cabelos malucos, ação exagerada, armas gigantes, roupas bizarras e mais ação exagerada. Quem se incomoda com esse tipo de estética deve passar longe deste jogo. Quem curtir vai se deleitar. Uma pena que as cutscenes mostram algumas ações que não podem ser feitas pelo jogador. Aqueles exageros em prol da cinematografia da coisa. Os cenários góticos, aliados aos inimigos de aspecto demoníaco, dão uma atmosfera bem legal. Tudo isso ao som de heavy metal. Aliás, boas músicas, só faltou uma variedade maior.
Devil May Cry 4 pode ser o título de início aos novos jogadores da série. Conforme dito anteriormente, o foco do jogo não é a história. Se você souber quem é o Dante, isso já é mais que suficiente para se divertir. As mecânicas funcionam bem, a parte gráfica é muito bonita (lembrando que é um jogo de 2008), a dublagem é bacana, enfim, o conjunto da obra ficou bom. Uma coisa que pode incomodar são as repetições de chefes e cenários, que têm uma justificativa, mas soa um pouco preguiçoso. Entretanto, na reta final, você jogará com outro personagem e as mecânicas de combate e variedade de armas mudarão significativamente. No final das contas, é um bom jogo. Disponível para Xbox360, Xbox One, Playstation 3, Playstation 4, PC e iOS.
Existem inúmeros jogos do estilo tower defense, mas Unstoppable Gorg consegue se diferenciar em diversos aspectos. O primeiro deles é na temática “invasão alienígena estilo filmes dos anos 50”. O segundo é na própria jogabilidade.
A estética do jogo é espetacular, sendo que no modo Story existem pequenos vídeos entre as missões, todos em preto e branco, com imagem granulada. Isso sem contar a qualidade de som e estilo musical, simulando os filmes daquela longínqua década. Ed Wood ficaria orgulhoso!
O objetivo de Unstoppable Gorg é proteger um planeta, satélite ou qualquer outra coisa que flutua no espaço. Para isso, o jogador precisa alocar satélites de ataque, suporte e defesa para conter a ofensiva dos alienígenas. E aqui começa um dos diferenciais: nos tower defense clássicos, as armas são construídas em um local fixo, e de lá não podem ser movidas. Neste jogo, você posiciona os satélites em pontos de órbitas pré-definidos, e é possível girar essas órbitas. Lembra bastante aquele modelo clássico do Sistema Solar que aprendemos na escola. Os satélites poderão se mover dentro de sua órbita, o que é essencial, pois a rota dos inimigos muda constantemente.
Um outro elemento importante são os tipos de ataque. Alguns inimigos possuem vulnerabilidade, então o jogador deve ficar atento ao satélite que irá atacá-los. O design dos inimigos é muito divertido (destaque para os cérebros gigantes).
A essência do game não foge muito dos tower defense clássicos, uma vez que é possível evoluir os satélites, ganhar novos com o decorrer das fases, usar algum tipo de moeda/recurso para construí-los etc. O grande diferencial é a divertidíssima temática, que foi cuidadosamente trabalhada e dá um charme especial ao jogo. Recomendadíssimo aos amantes do gênero tower defense, aos apreciadores do cinema antigo e, por que não, àqueles que pretendem conhecer esse estilo de jogo. Disponível para PC, Mac e iOS.
Sucesso na plataforma PC, o jogo Minecraft foi recentemente expandido para ser jogado também em dispositivos Android e iOS. O resultado dessa expansão foi considerado “fenomenal” pela produtora responsável pelo game, a Mojang. O jogo chegou à incrível marca de 21 milhões de unidades vendidas. No entanto, sua jogabilidade é confusa e boa parte dos que compram o jogo desanima ao iniciar as aventuras no game.
Assim como a versão para PC, o Minecraft Pocket Edition se baseia na sobrevivência. O jogador é um personagem largado numa floresta e deve escapar de criaturas e animais perigosos. Com a ajuda de alguns itens e blocos, você tem apenas esse objetivo: sobreviver. Existe um modo free game no qual é possível fazer o que bem entender, como construir casas, castelos e outras coisas.
Os gráficos são satisfatórios se pensarmos em plataformas móveis. Texturas, blocos e demais equipamentos são bonitos e vibrantes, tais como vistos no computador. Quanto testamos, o jogo não gerou nenhum lag, mesmo na hora que efeitos de fumaça — aqueles que davam crashes no PC — apareciam.
Por se tratar de um jogo originário do PC, a versão Pocket do Minecraft no Android é pesada e pode não rodar em processadores com arquitetura ARMv6 e menos de 512 MB de RAM. Ele foi otimizado para o XPERIA Play da Sony, e alguns usuários do Samsung Galaxy Tab deverão atualizar seu tablet para a versão mais atual para conseguir alcançar um desempenho melhor.
O jogo também está disponível para iPhone, iPod Touch e iPad, os quais requerem o iOS 4.3 ou superior. Além disso, a versão móvel está otimizada para o iPhone 5. Para iOS, o jogo pesa algo em torno dos 4.5 MB.
Apesar das qualidades, a jogabilidade é seu ponto fraco. Com botões extremamente grandes, a dificuldade em pular e ir para frente ao mesmo tempo é um desafio para o jogador. A confusão continua quando o game é rodado no modo multiplayer. Em uma tela de toque, fica completamente difícil, para não dizer impossível, jogar com outros jogadores em dispositivos móveis. Além disso, o multiplayer só está disponível na sua rede wireless. Logo, não existe a possibilidade de haver duelos com pessoas de outros países. Esses fatores contribuíram para o grande número de desistentes de Minecraft, que desanimam por causa da jogabilidade.
Minecraft Pocket Edition tem versões que custam entre US$ 8 e US$ 15. Cuidado ao baixar o jogo de fontes desconhecidas, pois, de acordo com a Psafe, cópias maliciosas do jogo já estão se espalhando pela internet. Mantenha seu aparelho atualizado com antivírus e evite acessar links suspeitos. Para garantir sua segurança, baixe o jogo apenas das lojas oficiais para Android e iOS.
O jogo também tem versões para os consoles Playstation 3 e Xbox360.
Defina Limbo em uma palavra. Um pesadelo. Mas no bom sentido, é claro. E assim vamos para mais esse belíssimo trabalho de uma produtora independente. A Playdead, dinamarquesa, fundada por Arnt Jensen e Dino Patti. Que por enquanto conta no seu curriculum apenas com Limbo, lançado em 2010 com exclusividade de mais ou menos um ano, para Xbox Live Arcade. E o que eu posso dizer deles é, que baita começo de carreira.
Limbo é o que eu considero mais um daqueles jogos artísticos, que citei num anterior review de Machinarium. Nesse caso, muito em função de um visual e até sonorização, minimalista e simples, que encaixa perfeitamente com a proposta do jogo como um todo.
Você não tem introdução, créditos iniciais, tutorial. Você não tem nada, apenas um mundo preto, branco, granulado e esfumaçado. Um clima de filme Noir tenso. Em que, aparentemente você acaba de acordar. Logo de início além do visual, já vem um primeiro estranhamento, não existe música de fundo. Todos os sons são muito sutis e a trilha sonora, só é colocada em momentos chave, para criar o clima ideal para cada situação do jogo, e é incrível como um jogo preto e branco, com pouquíssimos detalhes, consegue criar um clima tão tenso em certos momentos.
E você acha que vai ser mais um jogo de plataforma, com um visual maneiro. Mas Limbo é muito mais que isso. Logo de início, o primeiro puzzle, pra valer, já mostra o que virá pela frente. Assim que você encontra o primeiro local com água, o game designer, claramente brinca com um clichê nesse tipo de jogo, em que o personagem não sabe nadar. Ele te induz a pensar da forma “mais fácil”, que seria a mais comum, a ficar tentando o obvio, até que você para pra pensar, e realmente consegue resolver o problema. Que era qualquer coisa, menos o óbvio. E Limbo vai te fazer fazer passar por isso do começo ao fim. Eu não consigo me lembrar de outro jogo, que tenha brincado tanto com o jogador, em induzi-lo ao erro, tão bem quanto Limbo.
A jogabilidade, é extremamente simples, movimento, salto e ação, que incluir, pegar, apertar botões. O jogo não exige que você seja o mestre da coordenação motora, apertando mil botões por segundo. Você só precisa ter uma estratégia correta para cumprir os desafios. Que inclusive seguem uma curva de aprendizado e dificuldade, quase que perfeita, não há um grande salto, ele começa relativamente fácil, aumentando o grau cenário a cenário e no final eles são realmente difíceis.
A história de Limbo, talvez seja a parte mais controversa do jogo, parte da crítica, a avaliou como inexistente. O que pra mim é uma bobagem sem tamanho. Como disse no começo, eu classificaria Limbo como um pesadelo. E o motivo é que, num pesadelo ou sonho, você não tem controle dos seus atos e nem do ambiente, você é conduzido através de uma narrativa, que foi criada por sua própria mente e apesar disso o máximo que você tem a fazer é acompanhar, não há controle, só existe sensações. Depois que acaba, muitas vezes de forma abrupta, sem seguir uma curva de roteiro comum. Você só tem lembranças, muitas vezes vagas, que você acaba preenchendo à sua vontade e imaginação, para que aquilo faça sentido ou que você possa partir para alguma interpretação.
A meu ver, o plot de Limbo é justamente isso. Enquanto alguns consideram que não há plot, a meu ver, tudo em limbo faz parte da história e da imersão. A história que, principalmente, você vai construir e preencher as lacunas com o que você tem de informações, ou pra onde sua cabeça achar melhor. Toda a arte visual, monocromática, minimalista, com detalhes que você não sabe exatamente o que representa. A trilha sonora em momentos chave e um quase estado de silêncio em outros. Eventos e situações estranhas, desencontradas, impossíveis de se acontecer na nossa realidade. Contrastando com a fragilidade física do próprio personagem. E pra fechar, o próprio final do jogo, que não vou contar, mas termina também de forma abrupta, como num sonho. Portanto a história de Limbo pra mim, provavelmente terá significados diferentes para cada jogador que se dispuser a pensar um pouco, e realizar,que ele não está vendo um filme do Stallone e sim, um jogo autoral.
Para finalizar, Limbo é uma obra prima, um daqueles jogos em que eu queria poder dar nota numérica aqui no Vortex, porque seria um 10 com louvor, em todos os quesitos. Um dos poucos jogos de plataforma que me senti imerso pra valer em todo o jogo. Puzzles eficientes. Duração ideal. Trilha sonora e toda a parte gráfica do jogo, impecáveis. Enfim, jogue Limbo, porque nada do que eu falar aqui, vai reproduzir a verdadeira experiência do jogo.