Após a primeira edição, Morri Para o Mundo, apresentando a premissa básica da série, iZombie cresce neste segundo encadernado, compilando os número #6 a #12. O início, didático ao extremo, fundamentava o conceito da trama, apresentando as personagens e sua breve mitologia, alinhando diversos monstros em um universo distinto, sem nenhum grande momento.
Neste novo compilado lançado pela Panini Comics, duas histórias são focadas em personagens específicos. Tal fato aprofunda melhor os dramas internos, fugindo um pouco da vertente juvenil de uma zumbi adolescente em crise. Gwen, a personagem central da trama, pouco evolui, apenas constatando que seu desenvolvimento zumbi a faz perder cada vez mais as memórias quando viva. A história, criada a partir do ponto de vista da garota, exagera ao tentar emular as falas de uma adolescente, criando um registro anacrônico de um roteirista que não parece, de fato, integrado com sua figura central. A internalização de seu drama, exposto pela narrativa, é repetido a cada edição sem nenhuma evolução aparente.
Em contrapartida, os dois amigos da zumbi crescem nestas referidas histórias solos. O terrieomem Spot tem maior desenvolvimento ao narrar a história do avô, ganhando sua improvável companhia descarnada agora incorporado em um macaco, uma faceta mais bem-humorada da história e que funciona bem; e a fantasma Ellie retoma seu passado, apresentando um breve panorama de sua vida quando viva e o primeiro encontro com Gwen, além de situá-la com outros fantasmas do cemitério. Duas histórias solos que ampliam a dimensão das personagens de apoio.
Dentro da narrativa central, surge um inimigo simbolizando o primeiro vilão da trama. Ainda que a história esteja desenvolvendo sua grande trama e alinhando o que parece ser uma batalha para impedir o ressurgimento de uma entidade, duas linhas paralelas são desenvolvidas simultaneamente, a primeira com Gwen e a segunda sobre os caçadores milenares da corporação. Mesmo que Chris Roberson falhe ao compor uma personagem central interessante e bem delineada, o autor produz ritmo na narrativa ao alternar estas duas frontes. O universo ao redor da zumbi, bem como os outros personagens, são mais interessantes do que ela.
Apesar de uma leve melhora, destacada pelas histórias solos, o segundo volume termina ainda sem apontar ao leitor se a trajetória de Gwen levará a uma trama maior ou se permanecerá apoiada somente em pequenas tramas cotidianas, explorando conflitos mínimos de personagens que, embora monstruosos, se desenvolvem em uma dinâmica adolescente sem nenhuma novidade.