O filme de Pierre Morel (B-13 – 13° Distrito), com guião de Luc Besson e Robert Mark Kamen (roteirista também das franquias Carga Explosiva e Karatê Kid) começa com uma gravação em Super 8, remetendo a um passado um pouco diferente da realidade contemporânea de Bryan Neills (Liam Neeson). Sua atual situação era a de estar empregado num serviço mecânico e com poucas variantes, é rejeitado pela ex-esposa – o que é ainda mais doloroso se tratando de Famke Janssen. Na primeira oportunidade de ação, Bryan demonstra uma habilidade incomum, não antes avisada, e graças a isso encontra uma alternativa para consertar a ausência que exerceu na vida de sua filha, mas obviamente fracassa.
A super-proteção que Bryan exerce sobre a filha logo é justificada com a viagem a Paris. A menina é raptada e o filme começa de verdade. O aposentado agente é forçado a voltar a ativa, mas ele é frio, calculista e nada enferrujado. Bryan ouve sucessivas vezes a gravação do antagonista desejando-lhe sorte – tudo para absorver a raiva e maximizá-la.
A direção de Morel aliada a produção de Besson dá a obra o típico rótulo de action movie francês, com muito mais violência que os últimos exemplares americanos do gênero. As cenas de perseguição lembram muito a câmera na mão de Paul Greengrass nos filmes de Jason Bourne.
-Estou aposentado, não morto! – Bryan não se sente como um homem velho, apesar do seu “retiro planejado”, quando o chamado à aventura vem, ele está pronto, suas habilidades não são somente o aprimoramento físico, mas também, talentos ligados a atuação, seu cuidado com as testemunhas é notório, restringindo o envolvimento destes a somente o necessário.
A motivação e as habilidades de Bryan são parecidas com as de John Matrix (herói de Comando para Matar), mas muito de seu comportamento lembra o protagonista de Desejo de Matar, Paul Kersey, tanto no intuito de vingança e perseguição de seus inimigos, quanto na improvisação com objetos caseiros.
Há até uma inteligência no roteiro, ainda que o foco não seja a discussão, o subtexto cita o tráfico de mulheres e a consequente prostituição das vítimas, além de envolvimento de ex-agentes corruptos, a abordagem aos temas não é suavizada, mas o que importa realmente é ver Bryan Neills em ação, invertendo o discurso presente em O Poderoso Chefão, considerando tudo pessoal.
O primeiro eu gosto, mas o 2 é uma bosta.
Pois é, o primeiro é tão legal…
O segundo é refresco com muita água!
É mesmo. Mas ainda assim tem partes legais. Mas toscamente legais. Tipo, siga a fumaça para saber onde estou.