Dirigido por Vítor Brandt, diretor da série Vida de Estagiário exibida pela Warner, esta comédia faz paródia com uma série de filmes nacionais, entre eles: Tropa de Elite, Bruna Surfistinha, Dois Filhos de Francisco, Se Eu Fosse Você, Nosso Lar, Minha Mãe é uma Peça e De Pernas Para o Ar.
O filme conta a história do capitão do BOPE Jorge Capitão (Marcos Veras), que passa de herói nacional a inimigo público número 1 após salvar o maior craque argentino de um sequestro às vésperas da Copa. Enquanto amarga a decepção por ter sido expulso da corporação e execrado pelo povo, fica sabendo por Bruno de Luca (ele mesmo) sobre a existência de um plano para assassinar o Papa durante a final da Copa. Para evitar o atentado, precisa reaprender a trabalhar em equipe e é auxiliado pela proprietária de um sex shop, Bia Alpinistinha (Julia Rabello); dois soldados, caricaturas de Matias e Neto de Tropa de Elite; um médium (Bento Ribeiro); além de sua mãe (Alexandre Frota).
Impossível não pensar no personagem Frank Drebin, interpretado por Leslie Nielsen, tentando salvar a rainha da Inglaterra no primeiro Corra Que a Polícia Vem Aí. Mas a semelhança acaba aí, pois a qualidade do humor escrachado deste filme está anos-luz à frente de Copa de Elite, assim como o carisma tanto do protagonista quanto do ator que o interpreta. Os personagens secundários quase conseguem ser tão marcantes quanto o batalhão de Drebin, com destaque para Julia Rabello e Rafinha Bastos (Haters gona hate), lógico, mas se o espectador não tiver birra contra o humorista poderá se divertir bastante toda vez que seu personagem, René Rodrigues, estiver em cena.
O roteiro nonsense consegue amarrar bem todas as referências aos filmes parodiados. Mesmo quem não assistiu a eles, entende as piadas. Logicamente que conhecê-los ou tê-los visto potencializa o efeito, apesar de não causar gargalhadas desbragadas no espectador. Em termos técnicos, a película não deixa nada a desejar para comédias americanas. Até mesmo os efeitos especiais conseguem não fazer (muito) feio.
Talvez o filme seja um bom indício de uma aproximação entre a produção youtuber e o cinema, uma tentativa de colocar num formato mais extenso o humor rápido e conciso dos canais de esquetes, como o Porta dos Fundos. Mas ainda há muito chão pela frente até conseguir arrancar gargalhadas do público com a mesma eficiência dos vídeos da internet.
Um parênteses: na cabine de imprensa, o único momento que fez a plateia rir para valer foi uma brincadeira com uma estatueta do Oscar “disfarçada” de Kikito. No restante do tempo, apenas uma ou outra risada esparsa.
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Texto de autoria de Cristine Tellier.
Tomara que você tenha visto isso em alguma cabine, porque pagar seria sacanagem demais.