Aposta do estúdio Fox para uma história emocionante, Os 33, filme da mexicana Patricia Riggen, adapta a história verídica dos aterrados chilenos, com um elenco estrelado (em ordem de menção na película) por Antonio Banderas, Rodrigo Santoro e Juliette Binoche. O que se nota é uma essencial falta de cuidado ao escolher atores não chilenos para realizar um drama recente e muito ligado a identidade conhecida do país.
A história começa em uma interação festiva, acompanhando a rotina de Mario Sepúlveda (Banderas) e sua bela família, que comemoram jogando futebol e confraternizando o aniversário de 45 anos de trabalho de um dos mineradores. Aos poucos, os personagens são apresentados, com Maria Segovia (Binoche) vendendo lanches para providenciar sustento para si e para seus parentes, seguida por um montante de personagens que não têm sequer uma fala, além das comemorações que ocorrem. O apelo a dramas comuns acaba se tornando o ponto de partida do filme, gratuito desde o primeiro momento.
A trama segue pautada na cafonice, usando uma moralidade baixa para dar liga à tentativa de resgate dos mineradores sobreviventes. Além de fazer uso de atores estrangeiros para fazer os papéis importantes dentro do filme, ainda se cai no terrível erro de somente dar uma faceta talentosa para um dos trinta e três mineiros. À exceção de outras celebridades, desde Santoro, que vive Laurence Golborne, até Gabriel Byrne, que faz Andre Sougarret, não há qualquer outro ator que consiga dialogar com Banderas no lugar soterrado.
Mesmo com os artistas renomados, há uma terrível personificação, primeiro por este drama não significar absolutamente nada para eles – mesmo com toda a comoção mundial e empatia das nações estrangeiras – além de seguir-se uma direção desimportante, que mais aparenta ter a abordagem de um telefilme do que um produto cinematográfico blockbuster.
Nenhuma das intenções em relação à importância tanto com os soterrados quanto com os que visam libertá-los é bem construída. A proeza que foi a resistência dos chilenos é apresentada sob uma estética pueril e descaracterizada, como a visão de alguém de fora sobre uma situação bastante local, livre de qualquer emoção que poderia fazer do longa algo tocante, o que é uma lástima, considerando o potencial dramatúrgico do drama real dos sobreviventes.