Tag: James Brolin

  • Crítica | Westworld: Onde Ninguém Tem Alma

    Crítica | Westworld: Onde Ninguém Tem Alma

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    Começando de modo bastante apelativo, emulando uma propaganda setentista de um parque temático, Westworld – Onde Ninguém Tem Alma tem em suas primeiras cenas uma explicação de como funciona a Delos, um lugar onde crianças, adultos e velhos pagam para ter a experiência do cinema em suas vidas tridimensionais, combatendo autômatos programados para perder para eles. Todo o preâmbulo é na verdade uma desculpa para referenciar o complexo de Frankenstein, apontado por Asimov como um aspecto mui negativo, por demonizar as máquinas, desviando normalmente o homem de suas próprias responsabilidades, pondo a culpa sobre elementos externos. Não é o caso do filme de Michael Crichton, ao menos não em sua premissa.

    O conceito de blockbuster ainda maturava no cinema hollywoodiano, de modo que a estética do filme representava essencialmente sua época, especialmente nos penteados do personagem de James Brolin, John Blane, e seu amigo Peter Martin (Richard Benjamin), dois homens que dividiam o mesmo quarto, dentro do resort de faroeste do complexo Delos. A imaginação visual dos anos 1880 é bastante fiel ao analisado nos westerns filmados ao modo de cinema de John Ford, incluindo até armas carregadas nos pacotes turísticos, de custo relacionado a mil dólares.

    A trama passa a ficar interessante ao apresentar as máquinas humanoides, que vão desde profissionais do sexo até assaltantes e pistoleiros, tendo no Gunsliger de Yul Brynner seu avatar mais amedrontador. A forma mecânica com que o famoso ator se retrata faz jus tanto ao seu papel em Sete Homens e Um Destino, pela figura de homem valoroso posterior à fase áurea do cinema de gênero faroeste, bem como remete a uma qualidade ímpar de retratar um ser frio e sem sentimentos, lembrando vagamente o seu papel de Ramsés de Os Dez Mandamentos. É em sua rotina que pousam as maiores discussões do roteiro de Crichton, que rediscute através das tomadas noturnas e nos laboratórios de manutenção, a mesma ação intempestiva e intervencionista do homem, que decide dar vida aos seus próprios desejos e anseios.

    O colapso inicia-se de modo bem lento, com pequenas ações hostis do maquinário, que põem a saúde dos hóspedes, isso já com metade do tempo decorrido. A revolta dos explorados acontece da maneira mais violenta possível, com uma curiosa complacência dos cientistas que somente observam passivos a loucura nos atos dos robôs, que atentam contra a vida alheia de modo hostil, viril e assassino.

    O avatar de Gunsliger representa a máquina assassina implacável, de fúria animalesca, semelhante ao perigo do tiranossauro Rex do filme Jurassic Park, que é baseado no livro do Crichton, assim como também reproduz o comportamento monstruoso do T800 de Schwarzenegger em O Exterminador do Futuro, inclusive utilizando a mesma aura de medo e a deformação via fogo como ponto fraco. A invulnerabilidade da criatura torna-o um algoz quase imortal, contemplando ao homem comum o conceito de presa fácil.

    A solução final é de cunho bastante sensacionalista, típica da abordagem de filmes B, ainda que o selo da Metro Goldwyn Mayer ateste a aposta de estúdio no filme, que entrega uma história interessante, datada, mas que ainda dialoga com os temas apreciados pela plateia aficionada pelo gênero sci-fi e pelo tema robótico, já que o protagonismo da fita é quase todo dedicado aos revoltados autômatos que se viram contra o seus criadores,  amadurecendo a questão em um nível além até dos filmes de sua época.

  • Crítica | Os 33

    Crítica | Os 33

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    Aposta do estúdio Fox para uma história emocionante, Os 33, filme da mexicana Patricia Riggen, adapta a história verídica dos aterrados chilenos, com um elenco estrelado (em ordem de menção na película) por Antonio Banderas, Rodrigo Santoro Juliette Binoche. O que se nota é uma essencial falta de cuidado ao escolher atores não chilenos para realizar um drama recente e muito ligado a identidade conhecida do país.

    A história começa  em uma interação festiva, acompanhando a rotina de Mario Sepúlveda (Banderas) e sua bela família, que comemoram jogando futebol e confraternizando o aniversário de 45 anos de trabalho de um dos mineradores. Aos poucos, os personagens são apresentados, com Maria Segovia (Binoche) vendendo lanches para providenciar sustento para si e para seus parentes, seguida por um montante de personagens que não têm sequer uma fala, além das comemorações que ocorrem. O apelo a dramas comuns acaba se tornando o ponto de partida do filme, gratuito desde o primeiro momento.

    A trama segue pautada na cafonice, usando uma moralidade baixa para dar liga à tentativa de resgate dos mineradores sobreviventes. Além de fazer uso de atores estrangeiros para fazer os papéis importantes dentro do filme, ainda se cai no terrível erro de somente dar uma faceta talentosa para um dos trinta e três mineiros. À exceção de outras celebridades, desde Santoro, que vive Laurence Golborne, até Gabriel Byrne, que faz Andre Sougarret, não há qualquer outro ator que consiga dialogar com Banderas no lugar soterrado.

    Mesmo com os artistas renomados, há uma terrível personificação, primeiro por este drama não significar absolutamente nada para eles – mesmo com toda a comoção mundial e empatia das nações estrangeiras – além de seguir-se uma direção desimportante, que mais aparenta ter a abordagem de um telefilme do que um produto cinematográfico blockbuster.

    Nenhuma das intenções em relação à importância tanto com os soterrados quanto com os que visam libertá-los é bem construída. A proeza que foi a resistência dos chilenos é apresentada sob uma estética pueril e descaracterizada, como a visão de alguém de fora sobre uma situação bastante local, livre de qualquer emoção que poderia fazer do longa algo tocante, o que é uma lástima, considerando o potencial dramatúrgico do drama real dos sobreviventes.

  • 10 atores que poderiam ter sido James Bond

    10 atores que poderiam ter sido James Bond

    Com o sucesso de Skyfall, nada melhor do que algumas notícias, matérias e curiosidades sobre o agente secreto mais famoso do mundo. Dessa vez, uma singela lista de 10 nomes que em algum momento foram cogitados para interpretar 007 nas telonas.

    10. Richard Burton

    Richard burton poderia ser 007

    Richard Burton, ator galês que atuou em clássicos como Cleópatra e tem sete indicações ao Oscar, entre melhor ator e ator coadjuvante (apesar de não ter vencido nenhum). Também fez o papel de O’Brien no filme 1984. Pois bem, o criador da série de livros de James Bond, Ian Fleming, foi quem indicou Richard Burton como o seu preferido para o papel quando a primeira adaptação ao cinema foi sugerida, no final dos anos 50. Em uma carta escrita por Fleming em 1959, ele declara que Burton seria de longe o melhor James Bond.

    9. Cary Grant

    Cary Grant foi considerado para ser o primeiro James Bond

    Cary Grant, ator inglês, com um currículo de mais de 70 filmes na carreira, além de duas indicações ao Oscar e de um Oscar honorário. Foi considerado para o papel de James Bond para o primeiro filme da série. 007 Contra o Satânico Dr. No. O ator, porém, não queria assinar com os Cubby Broccoli e Harry Saltzman para várias sequências do personagem. Com isso, tivemos o icônico Sean Connery, como o primeiro – e melhor – agente 007.

    8. Adam West

    Adam West como James Bond

    Santo Batman, dentre todos dessa lista, o que me deixou mais chateado por não ter sido um Bond foi o Adam West. Imagine se tivéssemos dois personagens icônicos com um só ator. West foi considerado para dar continuidade ao 007 depois de 007 – Os diamantes são eternos, substituindo Sean Connery. E, caso você não saiba, Adam West é quem dava vida ao Batman na clássica série dos anos 1960. Agora imagine a situação que poderíamos ter, um crossover entre feira da fruta e Viva e deixe morrer – prefiro nem me arriscar a algum trocadilho óbvio fazendo sacanagem com o nome.

    7. Michael Billington

    Michael Billington possível james bond

    O ator britânico mais conhecido pela série de ficção científica dos anos 1970, UFO, é o ator com mais testes para filmes do James Bond até hoje, com testes para os seguintes: Viva e deixe morrer (1973), 007 contra o Foguete da Morte (1979), Somente para Seus Olhos (1981) e 007 Contra Octopussy (1983). Ele ainda fez uma participação como um agente soviético que James Bond mata no início de O Espião que Me Amava (1977). Eu não tenho certeza, mas acho que Michael Billington deve encarar o Roger Moore como o seu grande nêmesis da vida.

    6. James Brolin

    James Brolin um dos possíveis James Bond

    Pai do ator Josh Brolin, fez tester para interpretar Bond em 007 Contra Octopussy, que acabou tendo o retorno de Roger Moore para o papel. Porém, os testes feitos por James Brolin podem ser vistos nos extras da coleção recentemente lançada, Bond 50.

    5. Sam Neill

    Sam Neill como possível James Bond

    O norte-irlandês Sam Neill, mais conhecido pelo seu trabalho em Jurassic Park, já interpretou um espião na série de TV Reilly, Ace of Spies. Por seu papel nessa minissérie, foi cotado para interpretar 007 no cinema. Neill falou em outubro de 2012 ao Belfast Telegraph sobre o assunto: “Felizmente, não me ofereceram o papel. Havia muitas outras pessoas que seriam melhores para ele, e eu não teria gostado de atuar como James Bond.”

    4. Mel Gibson

    Mel Gibson um dos possíveis James Bond

    De acordo com o roteirista de Viva e Deixe Morrer, Tom Mankiewicz, era forte a ideia de Mel Gibson para interpretar Bond dentro da produtora United Artists. Mankiewicz disse em 2009: “Alguém me disse o seguinte, ‘Fale para Cubby Broccoli (produtor da franquia) que o Mel Gibson seria ótimo para o papel’. Então, ao conversar com Cubby, ele me disse, ‘Eu não quero fazer um filme do Mel Gibson, quero fazer um filme de James Bond’.”

    Se Adam West foi o que mais me gerou decepção ao saber desses possíveis Bond’s, Mel Gibson com certeza é o segundo colocado. Consigo até imaginar James Bond com a cara do Mel Gibson, em algum deserto asiático, perseguindo um soviético vestido apenas de tanguinha e se autoproclamando o aiatolá dos vermelhos.

    3. Hugh Jackman

    Hugh Jackman possível James Bond

    O eterno Wolverine Hugh Jackman foi cotado para substituir Pierce Brosnan depois de Um Outro Dia Para Morrer. Mas ele saiu do páreo justamente por estar interpretando Wolverine. “Eu recebi uma ligação do meu agente dizendo, ‘Há um possível interesse para você interpretar James Bond, o que acha?’ No momento eu não tinha interesse, estava para começar as filmagens de X-Men 2 e o Wolverine já marcaria demais minha carreira. Eu não queria fazer dois personagens tão icônicos ao mesmo tempo”, disse Hugh Jackman para a Press Association em 2011.

    Eu acho que Hugh Jackman seria uma boa escolha para o Bond, ainda mais se houvesse alguma possibilidade de crossover de papéis. Imagine só, 007 sacando suas garras de adamantium para enfrentar um vilão de 3 metros de altura e dentes de aço. Tenho a impressão que seria uma galhofa inacreditavelmente boa.

    2. James Purefoy

    James Purefoy possível James Bond

    O ator que depois viria a interpretar Marco Antonio na série Roma, James Purefoy, foi um entre tantos os atores que os rumores envolviam para representar James Bond depois de Pierce Brosnan. Alguns outros nomes eram Jude Law, Heath Ledger, Eric Bana e até Orlando Bloom (uma risada longa e exagerada, pelo nome de Orlando Bloom como Bond). Voltando ao ator em questão, Purefoy, no programa Good Morning America em 2004, quando perguntado se ele praticava a atuação para James Bond em frente ao espelho, respondeu: “Apenas quando estou sozinho em casa”. Funny Guy esse James não é. Mas no fim das contas, o que aconteceu é que, no treinamento do MI6, o Daniel Craig sentou a porrada em todo mundo, e só para ele foi concedida a licença para matar. Tomar martinis batidos, não mexidos. E algumas Bond Girls.

    1. Idris Elba

    Idris Elba possível James Bond

    A estrela de Skyfall, Naomie Harris, recentemente disse que Idris Elba conversou com a produtora da série, Barbara Broccoli, sobre a possibilidade de atuar como 007. Elba, no entanto, disse que são apenas rumores. Mas também disse que ser o primeiro Bond negro seria uma grande honra.

    0,5. Paulo César Pereio

    Mas e se houvesse uma versão à brasileira de James Bond? Quem seria o mais indicado para o papel? Eu votaria com certeza em Paulo César Pereio. Um Bond decadente, gordo, desgostoso com a vida. De bar em bar, no centro de São Paulo tomando cachaça pura porque acabou o dinheiro pros martinis. Lembrando de seus bons tempos, com alguma Bond Girl de respeito – Sonia Braga, Matilde Mastrangi, Helena Ramos. Ou até mesmo quando era expulso das surubas por mau comportamento. Não sei se seria um bom filme de ação, muito menos um filme de 007. Mas provavelmente seria uma ótima pornochanchada. E se tivesse alguma frase narrada pelo próprio Pereio, concorreria a filme do ano.