10 anos após um grande, mas realmente grande, terremoto no Japão (e essa história foi criada antes do terremoto lá) o país está se reconstruído, e uma das medidas para isso é a construção de uma prisão: Deadman Wonderland.
Deadman Wonderland não é um mangá simples, criado por Jinsei Kataoka e Kazuma Kondou, que também escreveram o mangá de Eureka Seven. Ele conta a história de Ganta Igarashi, um jovem que vê todos seus amigos serem mortos por um homem vestido de vermelho que está voando pela janela, é culpado pelo assassinato e vai parar na prisão de Deadman Wonderland.
Deadman Wonderland não é uma prisão simples, ela foi feita para parecer um parque de diversão macabro onde os presos seriam a atração principal, todo dia teriam atrações, como corridas, lutas e outros, para satisfazer a vontade de sangue dos expectadores, que acham que tudo não passa de um show. Como o nome já diz, a prisão só tem presos sentenciados à morte, e para assegurar o bom estado lá dentro há algumas regras:
– No máximo a cada 3 dias um preso deve comer algo que eles chamam de “Doce”, um pequeno antídoto pra um veneno que é injetado via coleiras mecânicas, se não tomarem eles morrem.
– Ganhar a corrida, ou mesmo sobreviver, lhe dá créditos, que são quase um dinheiro dentro da prisão, com isso você pode comprar quase tudo, indicam que você também pode comprar sua liberdade por um preço muito alto.
A vida nessa prisão já não seria tão fácil assim, junte isso a descobrir que você tem um poder esquisito, você controla seu próprio sangue, no caso do Ganta ele atira balas de sangue. Com isso ele vira uma aberração e é maltratado. Mas ai é que o mangá começa, pois vamos para o setor secreto da prisão, aonde acontece o Carnival Corpse (eu não curto a tradução “Carnaval de Corpos”), a batalha dos reais Deadman, pessoas infectadas com o Ramo do Pecado (essa eu concordo, para Branch of Sin) que é a habilidade de controlar o sangue, só que em cada uma isso acontece de forma diferente.
Em termos de poderes uma coisa que eu gosto é que, embora não seja uma Sci-Fy, eles tentam explicar o que acontece e os efeitos dos poderes. O Ganta ao atirar muito fica anêmico por falta de sangue, uma faz uma luva de sangue que fica dura por causa do Carbono… E por ai vai, algumas explicações são um tanto quanto fantasiosas, mas dentro da lógica DELES faz sentido.
Os traços não incomodam nem são bagunçados, mas eu também não acho genial, existe mangás com traços melhores por ai (Blade of the Immortal que o diga) mas não atrapalha, não vi pessoas dizendo por ai que não leriam por não gostarem do traço, como já vi falando de One-Piece e Berserk. Mas deve se ressaltar, há imagens violentas, não são gore pesado, cheio de tripas como em Berserk, mas ainda assim tem umas cenas mais pesadas.
A trama acompanha Ganta aprendendo a usar o poder e tendo uma série de crises, embora seja o personagem principal eu não consigo realmente gostar dele, é muito cheio de mimimi e com muitas crises à toa, é como se fosse uma pessoa que gosta de sofrer por nada. Tudo bem, é um adolescente, mas ainda assim há certas horas que chega a ser irritante o drama que ele faz por nada. Mas após as crises, você vê o que há realmente por trás de Deadman Wonderland, o que tecnicamente originou o ramo do pecado, quem é o Wretched Egg (eu não sei se é Ovo Miserável que foi chamado na tradução) e outros grandes mistérios daquele mundo ali, incluindo o terremoto. Pois todos os que são infectados com o ramo do pecado tem uma historia significativa com o terremoto.
E quanto a personagens, embora o principal deixe a desejar temos uma gama de personagens muito melhores e divertidos, a começar por Shiro, que é uma garota louca que tecnicamente não se machuca e é simplesmente feliz. Senji que é o Cool Guy do mangá e cumpre MUITO bem esse papel, e até uma Drag chamada Masaru. Os personagens secundários valem mais a pena e são melhores do que o personagem principal, mas a escada que eles fazem para o Ganta acaba funcionando muito bem.
No final, Deadman Wonderland é um mangá de traço mediano, com uma excelente história que acaba surpreendendo, bons personagens secundários e uma excelente trama com mistérios e reviravoltas que não deixam a desejar. E um mangá sem coragem de tentar apostar na epicidade e conseguir algum lucro disso. Pra quem curte uma história um pouco mais sombria, vale à pena.
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Texto de autoria de André Kirano.
Comparar com o traço de Blade of the Immortal é covardia, hein hehehe
Só assisti ao anime, e gostei bastante, apesar de terminar repentinamente. Seria bom ter uma nova temporada.
A atitude/personalidade do Ganta é compreensível, afinal ele é um moleque que foi jogado num coliseu maluco. A Shiro, sem dúvidas, é a mais carismática.
A ideia do anime/mangá é bacana. É praticamente uma versão japonesa pro Running Man.