Resenha | Nick Raider: A Quarta Testemunha

Criado por Cláudio Nizzi no ano de 1988, Nick Raider é considerado por muitos uma espécie de Tex urbano e contemporâneo. Detetive idealista, Raider é praticamente uma ilha de honestidade em um ambiente um tanto quanto corrupto, o Departamento de Polícia da cidade de Nova York. Sua concepção é até um tanto clichê, visto que o personagem dirige um Pontiac Firebird com a placa NYC 777. Lendo dessa forma, pode até parece um quadrinho ruim, mas está longe disso. É muito divertido.

Nesse A Quarta Testemunha, volume 1 lançado pela Editora Mythos, escrito por Giuseppe Ferrandino e desenhado por‎ Gustavo TrigoNick se vê às voltas em uma colaboração com o FBI. O detetive é encarregado de transportar uma bela testemunha de Nova York para Los Angeles para que ela se pronuncie no julgamento do mafioso Joe Bonsanto. Porém, a tarefa não será nada fácil, já que o meliante já conseguiu eliminar outras três testemunhas que poderiam provar sua culpa.

A história se desenrola como um road movie que em vários momentos me fez lembrar de Fuga à Meia-Noite, clássico oitentista estrelado por Robert De Niro e Charles Grodin. O roteiro é ágil e cheio de situações empolgantes, mas que em certos momentos parecem se resolver de forma apressada. A trama apresenta pontos muitos semelhantes com vários filmes e outras histórias, porém o roteirista pega esses clichês e faz ótimo uso deles. Um ponto muito positivo é colocar a personagem Alice Wilson como uma mulher inteligente que complementa Raider na história ao invés de ser somente a donzela em perigo. Os autores ainda homenageiam Marilyn Monroe e Robert Mitchum, protagonistas de O Rio das Almas Perdidas, o que acaba provocando uma sensação muito gostosa no coração dos cinéfilos saudosistas. Os coadjuvantes amigos do tira Nick também são clichês ambulantes, mas são divertidíssimos e funcionam muito bem na história. Além disso, a classuda arte de Mario Rossi provoca a imersão do leitor na história, já que em certos momentos parecemos estar diante de um caprichado storyboard de um filme.

Não fosse o ritmo demasiadamente excessivo em vários momentos, esta “A Quarta Testemunha” seria um clássico instantâneo, mas ainda que não seja, é um grande cartão visitas do personagem nessa nova fase das publicações da Mythos.

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