Após a fase de Grant Morrison à frente dos mutantes no gibi Novos X-Men, Joss Whedon e John Cassaday foram responsáveis pelo próximo passo da equipe, em um título que se tornou continuação direta da publicação pelo uso das mesmas personagens na equipe, porém com uma proposta diferente daquela abordada pelo escocês.
Whedon resgata a vertente aventureira do X-Men como um grupo heroico realizando missões ao redor do globo, e traz de volta o uniforme clássico dos mutantes, modificado para o couro na época da primeira trilogia cinematográfica, um destes recursos para aproximar ambas as artes e demonstrar a influência de uma sobre a outra. Como a maioria de novas revistas ou de equipes criativas, este primeiro arco busca definir as estruturas para as próximas aventuras. Mesmo inserido na cronologia, Superdotados é um bom ponto de início de leitura e não à toa foi o segundo encadernado lançado pela Salvat para a coleção Graphic Novels (A coleção também publicou o arco seguinte, Perigoso e, até o momento, o primeiro da fase de Morrison).
Kitty Pride retorna ao Instituto Xavier para tornar-se parte do corpo docente. Entre os problemas internos da equipe, Lince incomodada com Emma Frost no comando e Wolverine em brigas com Ciclope, uma geneticista anuncia uma cura mutante e defende o gene não como uma evolução natural do homem, mas sim como uma doença a ser destruída. Além disso, um novo vilão vindo do futuro surge com uma previsão apocalítica de que um mutante destruirá seu planeta natal. São estas as bases que sustentam esta nova fase dos mutantes, mostrando a união do grupo em meio aos meandros sociais de sua raça como um vírus a ser exterminado, enquanto, do lado mais aventureiro, o vilão tenta destruí-los.
Com esta história de apresentação, Whedon desenvolve as bases necessárias para fundamentar sua visão narrativa sobre os mutantes ao mesmo tempo que produz um bom argumento aventureiro, criando um novo vilão para a equipe. Conhecido por realizar bons diálogos que trazem cenas cômicas e irônicas, o roteirista também pontua com precisão boas cenas de luta, tanto as com o vilão Ord, líder do Grimamundo, vindo do futuro, quanto as relativas a eventuais discussões acaloradas entre membros mutantes, em traços bem desenhados por Cassiday.
A abordagem científica retoma o questionamento social, que desde a origem do grupo está presente nas histórias. Demonstra a intolerância mundial diante do diferente e, sem uma definição completa do que é o gene mutante, ora trata-o como uma evolução, ora como vírus ou doença, dilemas próximos da realidade vista no cotidiano mundial.
Superdotados apresenta uma boa elogiada fase dos mutantes, que manteve por 24 edições a parceria entre Whedon e Cassiday até Warren Ellis e Phil Jimenez assumirem a criação.
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