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  • The Last of Starks: Espera e Lágrimas – Análises e Teorias sobre Game of Thrones

    The Last of Starks: Espera e Lágrimas – Análises e Teorias sobre Game of Thrones

    O quarto episódio da última temporada de Game of Thrones, The Last of Starks, começa valorizando aqueles que tombaram em batalha, em especial com Khaleesi se despedindo de seu fiel escudeiro, Sor Jorah, que morreu em sacrifício por sua amada. Quem reclama da participação de Emilia Clarke não tinha noção do que esperaria por ela em outras situações do roteiro.

    Este início é bastante lento, demorado e anti-climático, mas contém bons momentos, como quando Sansa dá ao cadáver de Theon um brasão dos Stark, para que ao menos em sua despedida ele possa ter uma ligação maior com a família a que sempre serviu. Há um discurso inflamado de Jon Snow, e Kit Harrington coloca ali uma energia que há muito não se via. Essa energia poderia ter sido gasta preparando minimamente o exército contra os inimigos mortos-vivos, mas o que se viu não foi isso, e sim letargia e inabilidade.

    Tyrion funciona como a voz do público ao conversar com Sor Davos de que é preciso “enfrentar a nós mesmos”, ou seja, os homens (ou os Lannister). Isto abre a discussão sobre qual era a luta real, reforçando o argumento desta temporada de que o inimigo seja Cersei. Ainda que na temporada anterior tenha se vendido algo completamente diferente disso.

    O momento mais irritante deste episódio certamente mora na completa face inexpressiva de Bran. Durante todo o seriado se teorizou e discutiu sobre suas habilidades, e jamais foi explicado ou estabelecido quais eram seus limites. Se esperava muito que essa temporada traria à luz alguma informação a esse respeito, e tendo passado quatro sextos do seriado, não houve qualquer resposta sobre isso. O que se viu foi o personagem encarando as pessoas que chegavam ao vilarejo, e claro, a clarividência sobre qual seria o destino do Rei da Noite, não há com o que se importar, nem com seu destino, muito menos com o que ele pensa.

    A metade final do episódio contém muitos reencontros, a começar pelo encontro entre um dos vassalos mais carismáticos do original de George R.R. Martin, Bronn (Jerome Flynn) com os irmãos Lannister que estavam no Norte, e tal qual muitas teorias diziam, ele não cumpriu o combinado com Cersei por não saber o destino da guerra – e também por não confiar na rainha – também se confirmou outra “teoria”, de que os Targaryen costumam cometer incesto (dado que os cabelos deles são brancos e seria difícil manter a cor assim caso não houvesse casamento entre iguais), e essa discussão ocorre entre Tyrion e Lorde Varys (Conleth Hill), onde o eunuco diz que para ele isso pode ser comum entre o clã, mas no Sul seria mal visto, embora o mesmo se aplique para Cersei.

    A questão dos barcos de Euron Greyjoy utilizando a besta gigante em alto mar é uma tática de guerra muito inteligente, e Cersei se mostra mais estratégica e astuta que Snow e Daenerys juntos, demonstrando que não tem qualquer pudor em fazer prisioneiros e trair seus aliados. Nas discussões internas, alguns personagens falam o óbvio, que Daenerys perdeu o controle e não seria uma boa rainha. Enquanto isso, se pensa em qual será o destino de Cersei, uma vez que Jaime pode cumprir a profecia de ser mais uma vez um regicida (e obviamente faria sentido ele parar a mulher que sempre amou), mas há também sobre Arya Stark (Maisie Williams) a expectativa de que cumpra outra previsão, da bruxa Melisandre, de que mataria guerreiros de cores de olhos diferentes, entre eles azuis (Rei da Noite) e verdes (Cersei). Esta temporada que se atrapalha nas próprias pernas mantém viva poucas teorias, restando entre as principais a identidade do possível assassino de Cersei.

    Ao trono, segue a probabilidade maior e mais equilibrada de ascender Jon, ainda que nesse capítulo tenha acendido uma pequena chama ligada a Gendry (Joe Dempsey), o Baratheon bastardo e agora condecorado por Daenerys. Ao menos, David Nutter conseguiu segurar a tensão nos pouco mais de setenta minutos de exibição, de uma forma que os outros capítulos não conseguiram. Esse até agora foi o melhor episódio, contendo duas mortes significativas para a soberana Targaryen, e tornando uma briga que já era desrespeitosa em algo mais pessoal ainda. Só nos resta que Miguel Sapochnick consiga fazer um episódio de confronto entre Cersei e Daenerys mais digno e menos bobo do que foi Long Knight, ainda que fazer quaisquer previsões sobre a qualidade dos episódios venha sendo um esforço bobo e inútil, principalmente, se levar em consideração que os spoilers vazados tem acertado quase tudo.

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  • A Knight of the Seven Kingdoms: Letargia e Dificuldade em Seguir Destinos – Análise e Teorias sobre Game of Thrones

    A Knight of the Seven Kingdoms: Letargia e Dificuldade em Seguir Destinos – Análise e Teorias sobre Game of Thrones

    A HBO costuma lançar séries cuja expectativa de destino de personagens e tramas é enorme. Família Soprano, True Blood, Boardwalk Empire e até Westworld sofreram com isso, mas certamente nenhuma como Game of Thrones. Assim como no primeiro episódio, Winterfell, pouco acontece aqui, e mais uma se reforça a ideia dos ciclos de reencontros e revelações que não contém qualquer novidade para o público.

    Há quem defenda que toda essa contemplação, e o desenrolar emocional do episódio faz aumentar a expectativa para a real conclusão dos capítulos finais. A Knight of the Seven Kingdoms começa e termina com o freio de mão puxado, e não consegue sequer amarrar as pontas soltas do episódio anterior. Jaime Lannister é o primeiro enfocado pela câmera de David Nutter, mas ao contrário do que se pensou, ele não conversaria com Bran, e sim com o conselho que envolve Jon Snow, Daenerys Targaryen e Sansa Stark. Aqui, é desenvolvido um diálogo repleto de verdades jogadas à mesa, que teriam um grande impacto e importância se não fossem utilizadas apenas como clichês verbalizados.

    Jaime e Bran se encontram de novo e conversam, mas isso só ocorre com 10 minutos, e a expectativa mal se cumpre, pois a conversa poderia ou não ter ocorrido tamanha falta de importância da conversa entre eles. O personagem de Nikolaj Coster-Waldau parece estar ali apenas para reencontros, porque nem os confrontos com o fato dele ter sido incestuoso ou ser um regicida são tão importantes para ele quanto reatar boas relações com seu irmão e Brienne. Ao menos, não se pode reclamar da participação de Peter Dinklage e Gwendoline Christie, eles estão bem quando são exigidos, mesmo que suas cenas sejam exacerbadamente folhetinescas, e bem menos irritante que os confrontos entre Sophie Turner e Clarke por uma liderança de um exército que sequer entrou em campo de batalha.

    Este capítulo acontece praticamente todo nos bastidores da reunião de forças no Norte, explorando cada detalhe e meandro dos personagens que vivem sobre esse governo, e ao menos tem tempo para mostrar o drama do povo ao ser obrigado a não só viver na penúria, mas também a lutar por sua própria sobrevivência. Esses detalhes não são muito exploradas em batalhas épicas, nem na trilogia Senhor dos Anéis há tanto mergulho nessa situação, e aqui cabem elogios a esta parte dramática, assim como na valorização dos personagens comuns, entre eles a promoção simbólica de Brienne, que também teria mais impacto se não fosse a participação de Tormund (Kristofer Hivju), que segue falando inconveniências que o fazem parecer apenas um ruivo babão e carente em busca de atenção.

    Fora as resoluções de confrontos que ninguém pediu para ocorrer, o episódio dá vazão à crença da teoria de que em breve os personagens secundários devem perecer, afinal, tiveram muitas honrarias nesse meio tempo, foram saudados e valorizados demais. Cersei sequer apareceu, e talvez isso seja mais frequente, embora sua personagem seja uma das mais populares da trama, mesmo como figura de ódio. Ao menos os vilões finalmente chegaram, e o diretor será Miguel Sapochnik, que conduziu boa parte dos episódios com ação frenética, entre eles, o da batalha dos bastardos, na sexta temporada, e talvez esse valorize toda a construção de nostalgia estabelecida nesses dois primeiros episódios.

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