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  • Resenha | Frank Einstein e o Motor Antimatéria – Jon Scieszka

    Resenha | Frank Einstein e o Motor Antimatéria – Jon Scieszka

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    Frank Einstein e o Motor Antimatéria, primeiro livro de uma coleção, conta a história do menino Frank Einstein, um mini-gênio de 10 anos de idade, que usa a garagem do avô para colocar suas ideias e experiências em prática. Frank constrói e tenta dar vida ao Robôgente numa noite de tempestade. O experimento não dá certo, mas tem um efeito colateral inesperado – dois robôs, Klink e Klank – uma dupla bem no estilo Pinky e Cérebro, um muito inteligente e o outro meio tonto e estabanado. Frank e seu amigo Watson querem ganhar o Prêmio de Ciências de Midville. Os robôs os ajudam nessa empreitada e também ajudam a derrotar o arqui-inimigo de Frank, T. Edison, um colega de classe que quer roubar sua invenção.

    Apesar de infanto-juvenil, a história não é “bobinha”. Lógico que os personagens seguem arquétipos bem definidos e que a trama segue fielmente a jornada do herói – é necessário que seja assim para atingir o público-alvo. Mas o autor é um nerd no que se refere a ciência e consegue rechear o livro de informações sem ser chato ou professoral demais. Certamente, há coisas ali que mesmo alguns adultos não sabem, ou não lembram. Para dar uma mãozinha, há um glossário no final do livro. Os diagramas que acompanham as explicações são divertidos, bem criativos e, na medida do possível, muito fiéis às definições científicas a que se referem.

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    (ilustrações: Brian Biggs)

    A trama é bem construída, apesar de o tema ser bem comum – o coleguinha de escola invejoso que usa estratégias escusas para levar vantagem. Mas não só de ação e ciência é feita a história. O lado emocional é bem trabalhado, tanto com o relacionamento de Frank com o avô quanto com a amizade entre Frank e Watson.

    Como bom nerd científico, o autor faz referências óbvias a vários cientistas e estudiosos – reais ou fictícios. Tanto o nome do protagonista quanto o experimento que abre a história são uma referência óbvia ao Dr. Frankenstein e sua criatura – do livro Frankenstein, de Mary Shelley. Seu sobrenome remete a Albert Einstein. Watson, certamente refere-se ao companheiro de aventuras de Sherlock Holmes, criação de Conan Doyle, que, além de detetive, era cientista amador. T. Edison, refere-se a Thomas Edison, inventor americano que registrou dezenas de patentes, entre elas a da lâmpada elétrica. Essas são as mais óbvias, mas há outras, divertido é encontrá-las.

    O autor conseguiu usar termos científicos sem ser chato ou pedante e a combinação de ciência com humor funcionou muito bem. Leitura para agradar pais e filhos.

    Texto de autoria de Cristine Tellier.

  • Resenha | Foras da Lei…

    Resenha | Foras da Lei…

    Você vai curtir essa coisa maluca (no ótimo sentido da palavra): Foras da lei barulhentos, bolhas raivosas e algumas outras coisas que não são tão sinistras, quem sabe, dependendo de como você se sente quanto a lugares que somem, celulares extraviados, seres vindos do espaço, pais que desaparecem no Peru, um homem chamado Lars Farf e outra história que não conseguimos acabar, de modo que talvez você possa quebrar esse galho. O candidato a livro com titulo mais extenso é uma compilação de 11 contos contemporâneos da editora Cosac Naify.

    Um livro estranho com trabalho gráfico lindo e duas capas (uma delas destacável). A capa fixa tem apenas a foto de um monstrengo verde numa convenção perdida de cosplayers falidos. A destacável tem este imenso título ordenado em cores brilhantes e, na parte interna, um mini conto incompleto do autor Lemony Snicket (Desventuras em SérieQuem Poderia Ser a Uma Hora Dessas?), convidando (provocando) o leitor a completar a trama (na própria capa) e enviar para a editora (algo que não sei se funciona, já que o livro foi lançado em 2012).

    Dito isso, a tônica é infanto-juvenil, mas tem um pé adulto e peludo no desenrolar dos contos fantásticos. Pudera, com esse time: Clement FreudGeorge SaundersJames KochalkaJeanne DuprauJon ScieszkaJonathan Safran FoerLemony SnicketNeil GaimanNick Hornby e Sam Swope. Todos equipados com convidados ilustradores pra dar um toque imagético entre as páginas.

    Não basta o diferente na parte física do livro, alguns dos contos têm também propostas visuais inusitadas, como uma história em quadrinhos maluca de James Kochalka e um miniconto de Jon Scieszka feito todinho com slogans de produtos norte-americanos.

    Destaco o conto de Neil Gaiman: O pássaro-do-sol. Se o ler e não o amar, você está morto por dentro. Leitura de diversão que flutua por pouco mais de 3 horas. Se você estiver saindo de algum livro denso, use este como refresco, certamente não se arrependerá. Colecionadores de conto: saiam um pouco das antiguidades e constatem a qualidade de quem vive e escreve no agora.

    Então, a partir de hoje, após pensar muito em como resenhas são chatas e, às vezes, longas e líricas (!?!), inauguro com esta minha proposta de analisar apenas livros de contos, de forma rápida e tentando acrescentar algo diferente. Blargh… Vamos em frente. Beijos, beijos.

    Texto de autoria de Sergio Ferrari.