Tag: Keith Giffen

  • Resenha | Lobo Sem Limites

    Resenha | Lobo Sem Limites

    Lobo, o Maioral, o Flagelo da Galáxia, Aquele Que Devora Suas Entranhas e Se Diverte Com Isso, o Último Czarniano Vivo. Quem leu quadrinhos da DC Comics nos anos de 1990 deve estar familiarizado com esse nome. Lobo foi criado por Keith Giffen e Roger Sliffer em 1983 para a revista Omega Men, mas logo ganhou seu espaço próprio em aparições na série cômica da Liga da Justiça Internacional, especiais e minisséries até ganhar um título próprio em 1993 que durou 64 edições e foi encerrado em 1999 (por aqui, tivemos as primeiras 24 edições dessa revista publicadas em 12 números pela extinta editora Brainstorm). Lobo surgiu como uma paródia aos anti-heróis ultra violentos de sua época, mas cresceu tanto em popularidade que superou o escracho inicial e tornou-se importante dentro de seu nicho.

    Infelizmente, como tudo que é usado à exaustão, sua fórmula se diluiu e sua graça se perdeu em meio às revistas mensais. Lobo funciona bem como personagem esporádico, mas seu humor grotesco e politicamente incorreto não cabia mais nas páginas mensais, e acabou se tornando uma auto-paródia – principalmente ao rejuvenescer como Lobinho e integrar as fileiras da equipe Justiça Jovem. O vigor havia há muito se perdido.

    Foi então que em 2003 a DC lançou Lobo Sem Limites, uma minissérie em seis edições que tratava justamente disso: restabelecer o Maioral no Universo DC e resgatar aquilo que fez dele o que era: humor escrachado e violência gratuita! Para isso, Keith Giffen retornou ao roteiro (há tempos nas mãos de Alan Grant) e sugeriu ao ilustrador Alex Horley um visual parecido com o de Rob Zombie. Assim, o estilo que emulava o da banda Kiss ficou pra trás e temos um Lobo muito mais assustador e menos falastrão. Parece realmente que ele envelheceu durante esse período de ausência, e está com pouca paciência e muito mais rabugento do que antes. Logo ficamos sabendo que aconteceu algo a ele que tomou seu posto de “Maioral” da galáxia.

    Lobo é então contratado por “chatos” (os carrapatos, que na tradução da Panini tinham virado “caranguejos”, e a Eaglemoss consertou na nova tiragem) para fazer um serviço que lhe renderia meio bilhão de créditos. Ele deveria ir para o planeta Y’abbah Dhabba Dhu (sim, é isso mesmo!), uma sátira ao Oriente Médio, onde todos os habitantes são homens-bombas por nascimento e explodem ao acionar o detonador que é sua cabeça e pescoço. Ofensivo? Sim, bastante. É um gibi do Lobo, afinal. Nesse planeta, ele teria que matar o “nabob”, o rei local, para ganhar sua recompensa. Acontece que, pelas leis de Y’abbah Dhabba Dhu, quem mata o nabob assume irrevogavelmente seu lugar, e assim Lobo se naboba todo!

    Em paralelo, temos uma trama contada em flashback com arte totalmente diferente, mostrando a infância e adolescência do Maioral, além de uma história paralela do Besouro Bisonho. Conhecemos então Bling Bling, ex namorada do Lobo e rainha do hip-hop que derrotou o último czarniano e acabou com sua reputação ao matar e cozinhar seus preciosos golfinhos intergaláticos.

    Sim, existe uma trama por trás de toda violência gratuita do gibi, mas que os próprios artistas responsáveis fazem questão de ridicularizar. O importante aqui não é saber que Bling Bling é a verdadeira responsável pela situação “nabobesca” de Lobo, tampouco a nulidade do contrato de meio bilhão de créditos. O importante mesmo é rir das situações em que Lobo se encontra, seja ela uma clara referência à política norte-americana e suas relações com o Oriente Médio, seja o puro nonsense de uma raça de seres diminutos que emboscam o Maioral para cozinhar seu prepúcio! Lobo sem Limites é tudo que um gibi do Último Czarniano tem que ser: violento, agressivo, engraçado e (obviamente) sem limites!

  • Sai de cena Roger Slifer, cocriador do Maioral!

    Sai de cena Roger Slifer, cocriador do Maioral!

    Faleceu nessa segunda-feira 30 Roger Slifer, co-criador do personagem Lobo, a paródia da DC Comics aos personagens ultra-violentos dos anos 80/90.

    Lobo surgiu como personagem secundário, mas logo ganhou o respeito dos fãs por ser uma versão escrachada do Wolverine. Nos anos 90, teve sua revista mensal comandada por Alan Grant,  e teve seu traço definitivo desenhado por Simon Bisley.

    Slifer criou o Último Czarniano em parceria com Keith Giffen, que continuou escrevendo suas histórias por muito tempo.

    O autor sofreu um acidente de carro em 2012, e desde então mantinha-se vivo apenas com a ajuda de aparelhos. Sua vida foi marcada não só pela autoria de quadrinhos, mas também de animações como Transformers, Comandos em Ação (G.I. Joe) e Jem e as Hologramas.

  • Resenha | The Authority Vs. Lobo: Infeliz Natal!

    Resenha | The Authority Vs. Lobo: Infeliz Natal!

    Authority x lobo - infeliz natal

    Dezembro, mês de Natal e confraternizações. Para isso, nosso querido Lobo, retorna na continuação do já clássico, Lobo Versus Papai Noel. De novo Lobo? É, de novo. Mas vou explicar a razão de duas resenhas sobre “O Maioral” em um espaço de tempo tão curto. The Authority Vs. Lobo: Infeliz Natal! vem como uma pseudo-continuação e com algumas maluquices a acrescentar na história.

    Jenny Quantum, uma pirralha de 3 anos, filha de Apollo e Meia-Noite (O Batman e o Superman da Wildstorm), está entediada na véspera de Natal, se vê sem a atenção das pessoas ao redor, e acaba encontrando um livro para ler, que nada mais é que uma edição de (aposto que a essa altura todos sabem, mas vamos lá, façam cara de surpresa) Lobo Paramilitary Christmas.

    Agora começa a piração típica das histórias do Lobo. Após Jenny ler a história, ela altera a realidade inconscientemente e traz o universo da revista do Lobo para o seu, e exige que o grupo mate o “Palhaço Mau”, o homem que matou o Papai Noel. Em contrapartida, Lobo é contratado por um grupo de alienígenas para acabar com o Authority.

    A história se desenvolve com base nesse plot e está repleta dos elementos da história clássica onde o Lobo dá cabo do Papai Noel, em dado momento, o Authority vai até o Pólo Norte descobrir o que houve com o Papai Noel e se depara com um massacre de duendes, renas mortas e outros seres fantásticos que só o Lobo é capaz de fazer, ou quando a Fada do Açúcar; O boneco de Neve e Elliot, o Elfo tentam fazer uma emboscada para se vingar do assassino do Bom Velhinho. Pra quem conhece o Lobo, já sabe o que esperar com uma história dessas, certo?

    O roteiro é cheio de ótimas tiradas, culpa de Keith Giffen e Alan Grant, dignas das melhores histórias do Lobo. Os desenhos são de Simon Bisley, desenhista clássico do Lobo. Um time já mais do que entrosado. A história tem tudo que agrada os leitores do Lobo: Um plot nonsense, mulheres nuas, piadinhas infames, e claro, muita porradaria e sangue.

    Infeliz Natal foi lançado pela Panini, através do selo da Wildstorm e é o penúltimo encontro do Czarniano com a equipe criada por Warren Ellis até o momento. Fiquem de olhos que em breve, publicarei a última parte dessa maluquice.

  • Resenha | Lobo Versus Papai Noel

    Resenha | Lobo Versus Papai Noel

    lobo x papai noel

    Aproveitando a deixa que o Natal está aí, nada melhor do que escrever sobre esta divertida história, que não é conhecida pela maioria das pessoas e espero que corram atrás disso, pois vale muito a pena.

    Publicada nos EUA no longínguo ano de 1991 com o título Lobo ParaMilitary Christmas Special, e que só foi aparecer por aqui apenas em 1999. O criador do personagem Keith Giffen ficou a cargo dos roteiros e também rascunhou o grosso dos desenhos, quem deu continuidade ao trabalho de arte foi Simon Bisley e os diálogos que finalizam o pacote ficaram a cargo de Alan Grant.

    Só para situar a galera que não conhece. O Lobo é um personagem da DC Comics, criado por Giffen em 1983. Nascido no planeta Czárnia, planeta esse conhecido como um modelo de paz em toda a galáxia, onde seus habitantes viviam em plena harmonia. Tudo isso até o nascimento de Lobo, que era completamente diferente dos demais. Logo após o nascimento já arrancou os dedos da parteira e assassinou seus médicos. Após se tornar adulto, Lobo simplesmente exterminou todos os seres vivos de seu planeta natal, se tornando o último czarniano vivo. Encontrou seu objetivo de vida, ao se tornar um caçador de recompensas, unindo sua sede por sangue e desejo por dinheiro. É legal lembrar que Lobo é um personagem praticamente imortal, tem força sobre-humana e fator de cura. Ele inclusive, derrotou o Superman enquanto estava bêbado (!!!).

    Após essa rápida história do personagem, fica evidente que Lobo é o personagem mais “chuta-bundas” dos quadrinhos, mas aqui o buraco é mais embaixo. O Czarniano é contratado pelo Coelhinho da Páscoa para executar o Papai Noel, pois, de acordo com ele, os outros feriados já não tinham a mesma importância do Natal, e o bom velhinho (nessa história nem tanto…rs) andava se gabando demais por isso. Após fechado o acordo (que para Lobo vale ferro, pois mantém sua palavra, custe o que custar), Lobo vai ao encalço do Papai Noel e deixa seus rastro de sangue por onde passa, matando até mesmo duendes e renas pelo caminho.

    A história não tem frescuras, afinal, é uma história do Lobo, rapá!  Repleta de humor negro e muito sangue, é impossível não se divertir. Essa HQ foi que corroborou para uma visibilidade maior do Maioral pelo Mundo, só por isso, já é recomendadíssima. Como aqueles filmes dos anos 80 que nos amarrávamos em assistir, saca?

    Muita violência, sangue e politicamente incorreto.

    PS: Abaixo, deixo vocês com o fanfilm dessa história.