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  • Resenha | Stormwatch – Volume 4

    Resenha | Stormwatch – Volume 4

    Stormwatch - Vol 4 - Warren Ellis

    A fase de Warren Ellis para a equipe Stormwatch chega ao fim revelando uma boa coesão narrativa em suas frontes. O roteirista soube conduzir o público a grandes histórias e iludi-lo com argumentos e ganchos, causando grande expectativa para quebrá-las de maneira brutal. Quando imaginávamos que estaríamos no início de uma grande saga, havia um desfecho simples ou um momento que se tornaria desimportante para a trama em geral. Há claramente um plano narrativo maior, o qual se desenvolve em sua passagem pelo título.

    Stormwatch – Volume 4 marca a ação em torno de dois novos personagens revelados ao público, bem como apresenta um importante recurso hoje inserido na cronologia da DC Comics: a Sangria. Ambos são importantes para o futuro da série e se apresentam de maneira eficiente para que novas histórias sejam apresentadas. Como parte fundamental do tecido que permeia as realidades, a trama espelha outra equipe semelhante a Stormwatch questionando sobre a importância do grupo e sua atuação: defender um mundo paralelo faz parte de suas funções?

    Sem medo de perder protagonistas ou futuros prováveis ganchos, a trama perde personagens, encerra situações sem nenhum pudor visando um argumento maior, sempre ampliando os conceitos anteriores. Assim, quando a revista se encerra, abre-se a possibilidade para grandes argumentos futuros, realinhando a equipe em uma dimensão cada vez mais épica e plausível dentro da proposta.

    Stormwatch, a revista, foi responsável pela criação de Authority, dando continuidade narrativa a esta história e demonstrando como o roteirista planejou a longo prazo o desenvolvimento da trama. Desde seu início, a série apresentou uma narrativa excelente e desenvolvia discussões pontuais sobre a política e o poder, centrados na figura do homem do tempo, e a análise entre necessidade e abuso de poder. Concebidos como uma trama heroica realista, os quatro volumes lançados no país, compondo toda a passagem de Warren Ellis pelo título, é um primor narrativo que, sem dúvida, situa-se como uma das melhores HQs publicadas da década de 1990.

    Stormwatch - vol 4 - 01

  • Resenha | Stormwatch – Volume 3

    Resenha | Stormwatch – Volume 3

    Stormwatch - Vol 3 - Warren Ellis

    De maneira estratégica, a Panini Comics optou por inserir neste terceiro volume encadernado de Stormwatch o último número do primeiro volume americano da série, ao invés de publicá-lo em Stormwatch – Volume 2. O argumento, que parecia ser o grande conflito a ser desenvolvido durante revistas futuras, é encerrado com qualidade logo na primeira história. O roteirista Warren Ellis demonstra que não tem medo do novo em sua série. Assim, apresenta novos desafios aos seus heróis, mata parte das personagens, reconfigura novamente a equipe e ainda acaba definitivamente com os planos alternativos do líder, Homem do Tempo.

    Encerrado o primeiro volume original das aventuras, uma edição única intitulada preview apresenta o novo Stormwatch. O destaque anterior dado a Jackson King, o Batalhão, é justificado nesta fase. Afinal, a personagem é o novo Homem do Tempo. Embora diferente em caráter, a vertente política ainda predomina na história e, com isso, o novo líder é obrigado a confrontar diretamente os problemas de seu antecessor, reconhecendo que, na prática, as leis de protocolo são delicadas quando há a necessidade de ações de contenção rápidas.

    Agora com maior atenção na mídia, o que garante para a equipe uniformes repaginados para uma representação ideal de heróis populares, o grupo lida com a denúncia de uma série de experiências genéticas conduzidas no interior dos Estados Unidos por alguém desconhecido que deseja criar novos super-seres. Não há nenhum vilão aparente, mas sim homens que representam esferas políticas ou grupos sociais que desejam o lucro diante de acontecimentos mundiais. A composição da narrativa é hábil em manter a tônica heroica sem perder a visão realista de conflitos mais delicados e obscuros do que a clássica batalha entre mocinho e vilão.

    Sem medo de inserir novos argumentos, a trama também revela um novo grupo de Stormwatch, mantido às escondidas por Henry Bendix e desenvolvido para tratar de assuntos não-oficiais, quando a ONU não seria capaz de intervir. Elementos que, mais uma vez, questionam o limite de autoridade e legalidade diante de um grupo heroico com personagens que serão fundamentais para o futuro da equipe, e desenvolvidos com maior destaque no último encadernado.

    Stormwatch – Volume 3 mantém a qualidade dos encadernados anteriores e, principalmente, se destaca pela capacidade de desenvolver novos argumentos e surpreender o leitor, sem perder a tônica de uma trama madura e realista.

    Stormwatch - Volume 3

  • Resenha | Stormwatch – Volume 2

    Resenha | Stormwatch – Volume 2

    Stormwatch - Volume 2 - capa

    Após apresentar uma sólida versão da equipe criada no selo Wildstorm por Jim Lee, Brandon Choi, H. K. Proger e Ron Marz, o roteirista britânico Warren Ellis desenvolve, simultaneamente, um primeiro arco narrativo enquanto explora três histórias solo sobre personagens. A primeira aventura publicada no volume 1 desta coleção lançada pela Panini Comics apresentava uma reestrutura tanto da trama quanto dos personagens, inserindo novos integrantes e difundindo-as em três equipes distintas para trabalharem em frontes diferentes.

    Neste segundo volume, que compila as edições #43 a #49, o roteirista apresenta maior estrutura a dois de seus novos personagens: Jenny Sparks e Jack Hawksmoor, em histórias solos que apresentam o passado de um e a motivação de outro. Um aspecto fundamental para gerar identificação e para que os leitores da época compreendessem melhor tais membros inseridos na trama nesta nova fase. Ellis omite a origem de uma destes novos integrantes, Rose Tattoo, escondendo uma revelação posterior, porém amplia a atuação de Jackson King, o Batalhão, também em uma história solo.

    Do ponto de vista narrativo, duas histórias merecem destaque. A primeira inserida nas histórias solo sobre o passado de Jenny Sparks. Como um dos personagens mais antigos da equipe, nascida em 1900, o surgimento da heroína é anterior ao chamado Efeito Cometa, responsável por transformar parte da população em superseres. Ao narrar sua história, Sparks pontua estes acontecimentos situados em sua trajetória. Como a fase de Ellis é considerada o ponto de inicio definitivo da série – nem mesmo há compilados de fases anteriores – é coerente que o autor situe o público sobre a origem heroica da equipe.

    Enquanto este roteiro é bem desenvolvido entre o passado da personagem e a origem dos superseres, os desenhos acompanham a sequência evolutiva dos quadrinhos em estilos diferentes. Inicialmente, composto em preto e branco, para cores intensas até uma colorização contemporânea com sombreamentos e apoiada em um maior realismo. É interessante como as transformações visuais dos quadrinhos atravessam a história, promovendo uma ligação extratexto com o leitor.

    A segunda história de destaque apresenta uma missão da equipe, após três edições solo. Ellis demonstra inovação ao criar sua trama a partir de um relatório do Homem do Tempo, inserindo tanto seus comentários como transcrição dos áudios captados na comunicação durante a missão. A história utiliza somente este texto como narração e as imagens se representam em quadros ilustrativos, uma espécie de narrativa cinematográfica crua, como um story board. Como a equipe está em meio a um ataque, as breves informações textuais inseridas causam urgência na leitura.

    O primeiro grande arco da série é desenvolvido também neste volume, marcando a origem do grupo alternativo Autoridade que se contrapõe ao Stormwatch em ideologia. O roteiro conduz a dúvida, questionando se a perspectiva do grupo heroico central é válida e se a atuação da equipe é, de fato, coerente e legal do ponto de vista sócio-moral. A figura do Homem do Tempo, líder do grupo, se mantém ambígua e o surgimento desta outra equipe suscita a dúvida sobre a própria índole das personagens conhecidas. A trama suspende o conceito heroico e, provocativa, intenta implodir este conceito de um preto e branco relacionado a super-heróis, demonstrando que, em um universo envolvendo uma equipe que age de maneira político-mundial, nada é tão transparente.

    Stormwatch: Volume 2 revela um crescimento narrativo evidente que explicita a proposta de Ellis ao conduzir a equipe. No próximo encadernado, o Volume 1 da série original se encerra para, novamente, o grupo entrar em nova fase.

    Stormwatch - Volume 2

  • Resenha | Stormwatch – Volume 1

    Resenha | Stormwatch – Volume 1

    Stormwatch - Vol 1

    Criado na editora Wildstorm, selo independente de Jim Lee, em 1993, a série Stormwatch sofreu mudanças significativas quando Warren Ellis assumiu o roteiro na edição 37. O britânico deu nova estrutura ao conhecido grupo comandado pelo Homem do Tempo, acrescentando maior densidade em sua narrativa, permanecendo até o final do título quando a DC Comics adquiriu os direitos da obra e inseriu-a em seu universo.

    Lançado pela Panini Comics, Stormwatch – Volume 1 é o primeiro de quatro edições que reúnem toda a fase do roteirista à frente da revista, sendo este primeiro número uma compilação das seis primeiras histórias. Ao público que desconhece a origem do grupo, não é necessária nenhuma apresentação anterior. Na primeira história, as equipes são realinhadas, novos personagens surgem e antigos membros da equipe saem de cena ou ganham nova função, e a base necessária é apresentada de maneira enxuta: vivendo em um satélite na órbita da Terra, a equipe dos Stormwatch, criada pelas Organização das Nações Unidas, atende qualquer chamado para conter crises.

    A visão mundial da época do lançamento original das edições demonstra variáveis em relação a percepção contemporânea. Tal afirmativa advém tanto da concepção do roteiro quanto da arte. Distante da era da informática em que o mundo se mantém conectado, a visão de uma equipe centralizadora e vigilante parecia mais urgente do que hoje. A personagem do Homem do Tempo, mesmo líder do grupo, adquire contornos dúbios como alguém além de um mero observador. Ainda que realize ações de contenção e viva sob um protocolo heroico, a personagem demonstra ganância diante da contenção de tanto poder e informação. Uma característica que parecia proeminente para um vilão da ficção mas que hoje soa profético devido ao fato de grandes países guardarem informações sobre seus próprios cidadãos, e a internet mantida sob vigia constante. Alguns aparatos tecnológicos especulados na época soam datados, mas funcionam dentro do conceito ficcional da trama.

    Da mesma forma, a arte de Tom Raney mantém também o marco temporal, representando o ápice do estilo Image de personagens estilizados em corpos perfeitos e cenários com poucas sombras e excesso de informação e cores. Embora algumas cenas de ação sejam perceptivelmente mal realizadas, sem uma continuidade possível de ser interpretada, os traços mantêm coerência com a narrativa e, mesmo causando possível estranhamento no leitor que não acompanhava quadrinhos na época, são bem delineados nesta vertente.

    As seis histórias que acompanham este primeiro encadernado contêm histórias fechadas, fundamentando as três equipes Stormwatch criadas por Ellis: Prime, Red e Black, cada uma voltada a um tipo de apoio diferente, difundindo frontes diversas e ampliando a possibilidade do autor desenvolver tramas diferentes com formações distintas. É evidente que há uma trama que perpassa as histórias com um viés político, apresentando uma crítica à possível ideologia totalitária de vigilância de países. Ao mesmo tempo, nascia nesta revista – em edições posteriores –  o conceito da Sangria, fundamental também na história do Planetary e que hoje faz parte do tecido que permeia o espaço interdimensional multiverso da DC Comics, a editora a qual reintegrou a equipe.

    Bem-sucedida desde seu lançamento, Stormwatch é uma grande história, demonstrando a qualidade costumeira de Ellis em compor, a partir dos quadrinhos, uma narrativa densa cuja aventura se desenvolvia em paralelo a temas mais profundos, sem perder força em nenhuma destas vertentes.

    Stormwatch - Volume 1

  • Resenha | Batman e Planetary: Edição de Luxo

    Resenha | Batman e Planetary: Edição de Luxo

    Batman Planetary

    Criado em 1998 pela dupla Warren Ellis e John Cassaday, Planetary surgiu dentro do selo criado por Jim Lee nos anos 1990, Wildstorm, que a princípio integrou as editoras independentes que vieram a formar a Image Comics. Posteriormente, o selo veio a ser adquirido pela DC Comics no final dos anos 1990, e foi ali onde as histórias dos arqueólogos do impossível vieram a ser publicadas e conhecidas ao grande público de quadrinhos.

    Nos idos de 2003, após um longo hiato nas publicações de Planetary, a DC percebeu que seria melhor alguma estratégia comercial e editorial para promover o retorno da série. Para tanto, decidiu utilizar o seu carro-chefe, Batman. O crossover realizado entre o morcego e os arqueólogos se deu em uma edição especial escrita e desenhada por Ellis e Cassaday, respectivamente, e trazia a organização Planetary à caça de um assassino paranormal.

    Com a investigação em curso, Snow, Jakita e Baterista partem para Gotham City em busca do suposto assassino. Ocorre que, na linha temporal da organização, Gotham não possui vigilantes, muito menos um Cavaleiro das Trevas que seja responsável pela segurança da cidade. Contudo, ao se depararem com o assassino, a equipe descobre que ele possui um poder fora de controle de manipular realidades, alterando a linha temporal em curso e os colocando frente a frente com outras versões de Gotham, e claro, do cruzado encapuzado.

    Partindo de um argumento simples, Ellis desenvolve o roteiro numa pequena história envolvendo suas criações e diversas facetas do Batman ao longo de sua história, aliás, são esses “Batmen” de diversas linhas temporais o grande diferencial da trama e a forma como o autor escreve cada uma delas é de admirar. Apesar de poucas páginas, a trama é competente e consegue criar um ótimo crossover que vai além do costumeiro embate entre protagonistas para que depois se unam para enfrentar o verdadeiro antagonista da trama. Logicamente, Batman / Planetary está longe do nível de complexidade empregado pelo autor quando à frente de suas criações, mas entendendo a proposta do material é louvável o que nos é apresentado.

    Se o roteiro de Ellis trabalha muito bem com a simplicidade do argumento que tem em mãos, Cassaday extrapola. Tendo poucas personagens e um cenário mínimo, a história se passa quase que exclusivamente em um beco de Gotham, Cassaday desenha as diversas versões do Batman criadas por diversos artistas, como seu criador, Bob Kane, e também Neal Adams, Frank Miller e até mesmo um versão do seriado da TV dos anos 60, sempre com personalidade própria em cada um desses quadros, personagens e ambientações.

    Longe de ser um caça-níquel típico de crossovers entre heróis, Batman / Planetary traz Ellis num roteiro simples e sem grandes discussões ou divagações, mas bem desenvolvido em um pequeno número de páginas. Além disso, a arte de Cassaday é um dos pontos altos de sua carreira artística.

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  • Resenha | Planetary: Pelo Mundo Todo e Outras Histórias – Vol. 1

    Resenha | Planetary: Pelo Mundo Todo e Outras Histórias – Vol. 1

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    Em 1999, Warren Ellis, que já havia publicado Stormwatch e estava em vias de lançar os primeiros números de Authority pela Wildstorm, se juntaria a John Cassaday, que até então não havia alcançado notoriedade, para lançar Planetary, uma série que mostrava um grupo disfuncional formado por um trio de personagens completamente diferentes entre si e que tinham função curiosa: recolher informações sobre artefatos místicos, investigar eventos inverossímeis e catalogar pessoas extraordinárias que antes eram anônimas.

    Conhecidos como os Arqueólogos do Impossível, o conjunto pretendia escavar os últimos cem anos da era heroica. A priori, era formado por três membros: Jakita Wagner, que resumia-se em liderança, o Baterista, um sujeito que se comunica com qualquer aparelho mecânico, e o centenário personagem Elijah Snow, um sujeito misterioso e que concentra a maior parte dos mistérios presentes neste arco. A equipe é bancada pelo 4° elemento do grupo, um multimilionário de identidade desconhecida até então.

    As histórias são fechadas em suas próprias edições, ainda que corra uma trama por trás delas. A ideia de Warren Ellis em fazer o universo “fantástico” baseado numa amálgama que seria a soma de cinema, quadrinhos, literatura e o que mais sobrar da cultura pop é ótima, além de ser respeitosas as figuras que homenageiam e reverenciam na abordagem escolhida.

    Elijah passou sua vida inteira no século XX, e pela sua experiência é recrutado por Jakita Wagner para se juntar ao esquete, com a prerrogativa de que ele recebesse uma gorda remuneração caso aceitasse o emprego, mas aos poucos o grisalho homem percebe outras vantagens no oficio recém-apresentado, especialmente em relação à investigação, pois além de mapear as atividades de pessoas sobre-humanas, o ofício ajuda Elijah a adentrar em uma jornada de autoconhecimento, usando, claro, os análogos de heróis como avatares de seus próprios medos e anseios, colaborando para entender o seu passado e suas próprias habilidades.

    No primeiro número é mostrada uma sociedade secreta de super-humanos que descobre um portal dimensional inexplorado. O vórtice permanece incógnito por décadas, sendo a porta para um Multiverso. O roteiro faz alusão aos fatos ocorridos na mega saga Crise Nas Infinitas Terras e os personagens que formam a força-tarefa é composta por análogos dos heróis da era pulp: Doc Brass é uma homenagem a Doc Savage, herói de quadrinhos populares das décadas de 30/40; há menções também a TarzanSpiderFu Man ChuTenente Swift (da série de livros de Howard Garis – sob o pseudônimo Victor Appleton), James Christopher ( o agente #5, precursor de James Bond),  e o aviador inspetor G-8. A referência visual, os seres mais poderosos em volta de uma enorme mesa redonda, lembra muito a Sociedade da Justiça da América, que teve de se aposentar após a 2ª Guerra Mundial, além de ter um caráter semelhante a Liga Estraordinária de Alan Moore e Kevin O’Neill.

    A segunda história envolve uma ilha com animais e monstruosidades gigantescas que é invadida por um grupo de arqueólogos japoneses liderados por um Mishima (expoente literário japonês que seguia a risco o código dos samurais e ativista político). Os monstros que destruíam Tóquio foram homenageados, especialmente GodzillaGhidorah, Mohtrah, Rodan, além das criaturas gigantes antagonistas aos heróis tokusatsus, também citados, além de mostrar a ilha em que eles eram concebidos.

    John Cassaday tem muito talento em registrar visualmente a violência, pois os assassinatos são prodigiosamente bem construídos. O roteiro, apesar de simples, reproduz perfeitamente o clima presente nos filmes de ação de Hong Kong, na terceira edição, além de explorar bem o conceito de pistoleiro espectral, clichê muito utilizado nos filmes asiáticos. A quarta edição conta com a história de um ser humano que tem contato com uma superior raça alienígena e é uma viagem escapista a uma invenção, distópica, tecnológica e perfeita, clara analogia ao Capitão Marvel, em que Ellis mostra toda a sua admiração pelo personagem. Já na edição zero, Ellis brinca com o mito do Hulk, através do cientista David Paine que sofre um acidente, torna-se uma monstruosidade e é abandonado, deixado para morrer numa vala comum.

    Doc Brass e Snow nasceram em 1° de Janeiro de 1900, e há algo ainda nebuloso sobre a questão: a edição cinco é toda uma conversa entre os dois, cortadas pelas lembranças dos áureos tempos do doutor. As cores de Laura Depuy e David Baron fazem com que a já excepcional arte de Cassaday torne-se magnânima.  Ao final da edição, uma figura poderosa que se auto-intitula William Lether tem a oportunidade de enfrentar Elijah Snow, mas deixa o embate para depois e vai embora sem um enfrentamento na conclusão. O encadernado compreende as primeiras seis edições de Planetary, e é apenas o tímido começo para uma das melhores e mais competentes obras de Warren Ellis.

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  • Resenha | The Authority Vs. Lobo: Infeliz Natal!

    Resenha | The Authority Vs. Lobo: Infeliz Natal!

    Authority x lobo - infeliz natal

    Dezembro, mês de Natal e confraternizações. Para isso, nosso querido Lobo, retorna na continuação do já clássico, Lobo Versus Papai Noel. De novo Lobo? É, de novo. Mas vou explicar a razão de duas resenhas sobre “O Maioral” em um espaço de tempo tão curto. The Authority Vs. Lobo: Infeliz Natal! vem como uma pseudo-continuação e com algumas maluquices a acrescentar na história.

    Jenny Quantum, uma pirralha de 3 anos, filha de Apollo e Meia-Noite (O Batman e o Superman da Wildstorm), está entediada na véspera de Natal, se vê sem a atenção das pessoas ao redor, e acaba encontrando um livro para ler, que nada mais é que uma edição de (aposto que a essa altura todos sabem, mas vamos lá, façam cara de surpresa) Lobo Paramilitary Christmas.

    Agora começa a piração típica das histórias do Lobo. Após Jenny ler a história, ela altera a realidade inconscientemente e traz o universo da revista do Lobo para o seu, e exige que o grupo mate o “Palhaço Mau”, o homem que matou o Papai Noel. Em contrapartida, Lobo é contratado por um grupo de alienígenas para acabar com o Authority.

    A história se desenvolve com base nesse plot e está repleta dos elementos da história clássica onde o Lobo dá cabo do Papai Noel, em dado momento, o Authority vai até o Pólo Norte descobrir o que houve com o Papai Noel e se depara com um massacre de duendes, renas mortas e outros seres fantásticos que só o Lobo é capaz de fazer, ou quando a Fada do Açúcar; O boneco de Neve e Elliot, o Elfo tentam fazer uma emboscada para se vingar do assassino do Bom Velhinho. Pra quem conhece o Lobo, já sabe o que esperar com uma história dessas, certo?

    O roteiro é cheio de ótimas tiradas, culpa de Keith Giffen e Alan Grant, dignas das melhores histórias do Lobo. Os desenhos são de Simon Bisley, desenhista clássico do Lobo. Um time já mais do que entrosado. A história tem tudo que agrada os leitores do Lobo: Um plot nonsense, mulheres nuas, piadinhas infames, e claro, muita porradaria e sangue.

    Infeliz Natal foi lançado pela Panini, através do selo da Wildstorm e é o penúltimo encontro do Czarniano com a equipe criada por Warren Ellis até o momento. Fiquem de olhos que em breve, publicarei a última parte dessa maluquice.