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  • Resenha | Batman e Planetary: Edição de Luxo

    Resenha | Batman e Planetary: Edição de Luxo

    Batman Planetary

    Criado em 1998 pela dupla Warren Ellis e John Cassaday, Planetary surgiu dentro do selo criado por Jim Lee nos anos 1990, Wildstorm, que a princípio integrou as editoras independentes que vieram a formar a Image Comics. Posteriormente, o selo veio a ser adquirido pela DC Comics no final dos anos 1990, e foi ali onde as histórias dos arqueólogos do impossível vieram a ser publicadas e conhecidas ao grande público de quadrinhos.

    Nos idos de 2003, após um longo hiato nas publicações de Planetary, a DC percebeu que seria melhor alguma estratégia comercial e editorial para promover o retorno da série. Para tanto, decidiu utilizar o seu carro-chefe, Batman. O crossover realizado entre o morcego e os arqueólogos se deu em uma edição especial escrita e desenhada por Ellis e Cassaday, respectivamente, e trazia a organização Planetary à caça de um assassino paranormal.

    Com a investigação em curso, Snow, Jakita e Baterista partem para Gotham City em busca do suposto assassino. Ocorre que, na linha temporal da organização, Gotham não possui vigilantes, muito menos um Cavaleiro das Trevas que seja responsável pela segurança da cidade. Contudo, ao se depararem com o assassino, a equipe descobre que ele possui um poder fora de controle de manipular realidades, alterando a linha temporal em curso e os colocando frente a frente com outras versões de Gotham, e claro, do cruzado encapuzado.

    Partindo de um argumento simples, Ellis desenvolve o roteiro numa pequena história envolvendo suas criações e diversas facetas do Batman ao longo de sua história, aliás, são esses “Batmen” de diversas linhas temporais o grande diferencial da trama e a forma como o autor escreve cada uma delas é de admirar. Apesar de poucas páginas, a trama é competente e consegue criar um ótimo crossover que vai além do costumeiro embate entre protagonistas para que depois se unam para enfrentar o verdadeiro antagonista da trama. Logicamente, Batman / Planetary está longe do nível de complexidade empregado pelo autor quando à frente de suas criações, mas entendendo a proposta do material é louvável o que nos é apresentado.

    Se o roteiro de Ellis trabalha muito bem com a simplicidade do argumento que tem em mãos, Cassaday extrapola. Tendo poucas personagens e um cenário mínimo, a história se passa quase que exclusivamente em um beco de Gotham, Cassaday desenha as diversas versões do Batman criadas por diversos artistas, como seu criador, Bob Kane, e também Neal Adams, Frank Miller e até mesmo um versão do seriado da TV dos anos 60, sempre com personalidade própria em cada um desses quadros, personagens e ambientações.

    Longe de ser um caça-níquel típico de crossovers entre heróis, Batman / Planetary traz Ellis num roteiro simples e sem grandes discussões ou divagações, mas bem desenvolvido em um pequeno número de páginas. Além disso, a arte de Cassaday é um dos pontos altos de sua carreira artística.

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    planetary batman frank miller

  • Resenha | Planetary: Deixando O Século 20 – Vol. 3

    Resenha | Planetary: Deixando O Século 20 – Vol. 3

    planetary vol 3

    Deixando de lado a introspecção de Snow, vista na última edição de O Quarto Homem e voltando, logo no início, para uma diferente linha temporal, Planetary em seu terceiro volume mergulha numa referência aos crossovers que ficaram famosos pelas mãos de Alan Moore em Liga Extraordinária. A Alemanha de 1919 contém referências de Fritz Lang a Bram Stoker e demais cientistas loucos, desde Frankenstein até Médico e Monstro, com humanoides de aparência grotesca que atacam o protagonista centenário.

    Assim como o clima da Era Vitoriana, o barroco e gótico se misturam na arquitetura da mansão invadida, ecos vindos através do mitológico personagem encarado pelo grisalho homem. O novo século foi cruel com o velho detetive. Sherlock Holmes apresenta seu semblante cadavérico, uma sombra do homem que já foi, mas em momento algum demonstra ser subestimável, apesar da necessidade, a pedido de seus sócios, de ter consigo um guarda-costas sobrenatural, sendo esta uma figura das mais inconvenientes.

    A experiência de Holmes serviu para que Snow conseguisse seu objetivo em esmerar-se no ofício detetivesco, bebendo direto na fonte, consultando o maior membro da classe. O quarto homem prosseguiu ao lado de Sherlock até que seus olhos se fechassem, até que a velhice desse seu último golpe, encerrando a existência do bravo homem, que tinha desgosto de perceber o sotaque do seu pupilo, mas que teve seu testamento vivo nas atitudes do seu último aluno.

    Ambrose, Jakita e Batera são mostrados em ação em flashs, que contemplam suas ações além de uma invasão à base do Planetary. Os lapsos referem-se às sinapses da confusa mente de Snow, exibindo momentos na mesa de cirurgia do Dr. Dowling no momento em que a mente do líder seria apagada. As bravatas de Snow eram enormes, com ameaças violentas ao grupo de que eles encontrariam a morte caso ele voltasse a ter suas lembranças. Partes do segredo vão aos poucos sendo revelados. A ordem de não permitir que os “desgraçados vençam” demonstra todo o temor que acomete o imaginário e o planejamento do misterioso mentor do quarteto.

    Os motivos da censura à própria mente não são revelados de modos instantâneo, pelo contrário, os elementos exibidos somente confundem mais o leitor, especialmente os que lembram artefatos mágicos e armas semelhantes às usadas por divindades místicas. Elijah assemelha-se aos imortais não somente por sua idade avançada, mas também por todo o misticismo que envolve sua persona.

    Ainda resgatando as lembranças, a parada que Snow e Wagner fazem é na viúva de Ambrose, que busca dar qualidades financeiras para tentar aplacar a dor da perda de seu antigo subalterno, prestando homenagens ao falecido agente, declarando a sua parentela todo o seu caráter heroico. Após isto, ele encontra-se com Alex Brass sem nenhum motivo aparente a não ser a vontade em se inspirar antes de entrar em ação novamente. Elijah buscava em suas figuras de exemplo a força que não encontrava em si, uma vez que sua identidade ainda permanecia incógnita.

    A inspiração no desbravador Carlton Marvell aumenta a sensação de carência no protagonista, que fazia até de um desconhecido o impulso e estímulo para lutar contra as figuras dantescas e milenares.

    O trabalho artístico de Cassaday continua como um dos pontos mais altos da publicação, variando de estilo com uma facilidade atroz, especialmente nas referências visuais a diferentes partes do globo. As cores de Planetary fazem eco com a realidade e com a contemporaneidade; aquarelas belíssimas que também dão um tom de clássico, condizente com todo o resgate de objetos canônicos da cultura pop que Warren Ellis sempre tenciona mencionar.

    Kevin Sack, um dos alteregos de Elijah, investigava uma área florestal nos anos 1930 quando encontrou o aventureiro descamisado Lord Blackstock. Opark-Re é uma vila futurista, composta por negros de tecnologia muitíssimo avançada, cuja economia era baseada nos mandamentos de Marx e Engels. O Fantasma do Século XX é marcado de modo emocional, cuja lembrança precisa ser revisitada em virtude do apagão de sua psiquê, o que ajudaria ainda mais a esconder a origem de outra personagem, além de referenciar a catástrofe de inúmeras civilizações perdidas, como Atlântida.

    Após ter um encontro com John Stone, Elijah recebe a notícia de que seu nêmese está por perto, e ele poderia enfim ter sua vingança, mas, para isso, precisaria se livrar de seu orgulho e aceitar a ajuda de seus parceiros. O Dr. Randall Dowling é vencido com uma grande facilidade. O foco de interesse na última edição fica por conta do romance Da Terra à Lua, obra em que Julio Verne teria fantasiado toda uma expedição interespacial do Clube da Arma Americana, cujo final foi trágico, diferente demais do desfecho literário e semelhantes aos análogos reais da cruel existência do homem na Terra.

  • Resenha | Planetary: O Quarto Homem – Vol. 2

    Resenha | Planetary: O Quarto Homem – Vol. 2

    Planetary - Volume 2

    O volume 2 de Planetary, lançado pela Panini, compreende os números 7 a 12 do título original. A primeira história, denominada A Morte de Jack Carter, é um pequeno conto que mostra um pouco do passado amoroso de Jakita. Os poderes do personagem falecido não são totalmente explicitados, mas nota-se, por meio do depoimento de um inimigo de proporções sobre-humanas que o perseguia, que Carter despertou a homossexualidade latente do personagem e a escancarou, além de mostrar a si sua origem como fruto de uma bizarra experiência criada por Hitler — tais elementos evidenciam a falta de escrúpulos do ditador, e esse background curioso cai por terra diante de sua iminente morte e do retorno de Jack, que reúne em torno de si um estereótipo ligado a John Constantine e, depois, à figura não definida entre Spider Jerusalem, o protagonista de Transmetropolitan, e o escritor Grant Morrison, amigo e grande referência de Warren Ellis.

    A partir do número 8, John Cassaday passa a ter mais liberdade como criador e não decepciona, apresentando uma arte estupenda e exuberante. Mais uma vez, Ellis apela para o cinema dos anos 50 com Atomic Horror e animais gigantes, que mantinham-se escondidos desde dos anos 60, década em que este tipo de cinema perdeu muita popularidade. A Cidade Zero, cenário da aventura, era um campo de concentração para americanos dissidentes, onde os capturados eram submetidos a experiências terríveis pós-morte. A paranoia anticomunista ganha ares de teoria da conspiração transformada em realidade, e é elevada a um ponto incomensurável, mostrando a maldade inerente ao homem de uma forma absolutamente cruel. Allison, a narradora da história e um dos experimentos, só se vê livre para despedir-se da vida após comunicar ao Planetary o seu epitáfio.

    O mistério do Quarto Homem seria revelado neste encadernado  como o nome da publicação deixa claro —, e a introdução de Ambrose Chase, antecessor de Snow, serve para revelar algumas pistas relacionadas ao grande e grave mistério. Há alusão ao incógnito patrão, enquanto a história trabalha recursos metalinguísticos como o mote e o cerne da aventura. O vilão William Leather volta a aparecer, e dessa vez com o objetivo de “apagar” um alienígena superpoderoso vindo de um planeta condenado. Além deste, é destruída uma amazona, vinda de uma sociedade super evoluída, e que finalmente se revela aos homens um ser de outro planeta, afirmando-se parte de uma equipe militar — paralelos claros ao Superman, Mulher-Maravilha e Lanterna Verde. Reduzindo estas analogias a seres genéricos, mostra-se que os seres mais poderosos do universo DC não funcionariam necessariamente no universo Wildstorm  lição que, invertida, poderia ser aprendida pelos editores dos Novos 52.

    Na quinta história o Planetary passa a interagir com alguns personagens secundários do outro produto escrito por EllisStormwatch/Autorithy. Snow tem contato pela primeira vez com John Stone  um misto de James Bond com Nick Fury  com o qual se reencontra algum tempo depois no Cazaquistão, onde discutem sobre William Lether. O mundo estava diferente, logo o título da trama evidencia isso: Cold World, uma referência ao fim da Guerra Fria, que ao invés de ser deixada para trás, teria se ampliado e conquistado ares globais.

    Aos poucos, os mistérios envolvendo o centenário alvo vão se desenrolando, assim como as memórias reprimidas pelo “grupo secreto” também de desbaratam. Elijah Snow volta a ter acesso a suas memórias antes “apagadas” e descobre muitas coisas, entre elas a identidade do quarto homem de Planetary, juntando as peças que faltavam para explicitar o que para o leitor já era claro há tempos. No entanto, o motivo que o fez reprimir tais lembranças ainda era vago e só seria exposto nos últimos números do título. As atitudes do personagem mudam a partir daí, obviamente levando-o  a perseguir as lacunas que faltam ser preenchidas.

    A riqueza em referências permanece presente e as histórias dentro das histórias ganham um acréscimo considerável, dando um grande salto qualitativo numa trama que já se apresentava muitíssimo bem urdida. Planetary pode não ser a produção mais elogiada pelos fãs de Warren Ellis, mas certamente é uma das mais inspiradas.

  • Resenha | Planetary: Pelo Mundo Todo e Outras Histórias – Vol. 1

    Resenha | Planetary: Pelo Mundo Todo e Outras Histórias – Vol. 1

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    Em 1999, Warren Ellis, que já havia publicado Stormwatch e estava em vias de lançar os primeiros números de Authority pela Wildstorm, se juntaria a John Cassaday, que até então não havia alcançado notoriedade, para lançar Planetary, uma série que mostrava um grupo disfuncional formado por um trio de personagens completamente diferentes entre si e que tinham função curiosa: recolher informações sobre artefatos místicos, investigar eventos inverossímeis e catalogar pessoas extraordinárias que antes eram anônimas.

    Conhecidos como os Arqueólogos do Impossível, o conjunto pretendia escavar os últimos cem anos da era heroica. A priori, era formado por três membros: Jakita Wagner, que resumia-se em liderança, o Baterista, um sujeito que se comunica com qualquer aparelho mecânico, e o centenário personagem Elijah Snow, um sujeito misterioso e que concentra a maior parte dos mistérios presentes neste arco. A equipe é bancada pelo 4° elemento do grupo, um multimilionário de identidade desconhecida até então.

    As histórias são fechadas em suas próprias edições, ainda que corra uma trama por trás delas. A ideia de Warren Ellis em fazer o universo “fantástico” baseado numa amálgama que seria a soma de cinema, quadrinhos, literatura e o que mais sobrar da cultura pop é ótima, além de ser respeitosas as figuras que homenageiam e reverenciam na abordagem escolhida.

    Elijah passou sua vida inteira no século XX, e pela sua experiência é recrutado por Jakita Wagner para se juntar ao esquete, com a prerrogativa de que ele recebesse uma gorda remuneração caso aceitasse o emprego, mas aos poucos o grisalho homem percebe outras vantagens no oficio recém-apresentado, especialmente em relação à investigação, pois além de mapear as atividades de pessoas sobre-humanas, o ofício ajuda Elijah a adentrar em uma jornada de autoconhecimento, usando, claro, os análogos de heróis como avatares de seus próprios medos e anseios, colaborando para entender o seu passado e suas próprias habilidades.

    No primeiro número é mostrada uma sociedade secreta de super-humanos que descobre um portal dimensional inexplorado. O vórtice permanece incógnito por décadas, sendo a porta para um Multiverso. O roteiro faz alusão aos fatos ocorridos na mega saga Crise Nas Infinitas Terras e os personagens que formam a força-tarefa é composta por análogos dos heróis da era pulp: Doc Brass é uma homenagem a Doc Savage, herói de quadrinhos populares das décadas de 30/40; há menções também a TarzanSpiderFu Man ChuTenente Swift (da série de livros de Howard Garis – sob o pseudônimo Victor Appleton), James Christopher ( o agente #5, precursor de James Bond),  e o aviador inspetor G-8. A referência visual, os seres mais poderosos em volta de uma enorme mesa redonda, lembra muito a Sociedade da Justiça da América, que teve de se aposentar após a 2ª Guerra Mundial, além de ter um caráter semelhante a Liga Estraordinária de Alan Moore e Kevin O’Neill.

    A segunda história envolve uma ilha com animais e monstruosidades gigantescas que é invadida por um grupo de arqueólogos japoneses liderados por um Mishima (expoente literário japonês que seguia a risco o código dos samurais e ativista político). Os monstros que destruíam Tóquio foram homenageados, especialmente GodzillaGhidorah, Mohtrah, Rodan, além das criaturas gigantes antagonistas aos heróis tokusatsus, também citados, além de mostrar a ilha em que eles eram concebidos.

    John Cassaday tem muito talento em registrar visualmente a violência, pois os assassinatos são prodigiosamente bem construídos. O roteiro, apesar de simples, reproduz perfeitamente o clima presente nos filmes de ação de Hong Kong, na terceira edição, além de explorar bem o conceito de pistoleiro espectral, clichê muito utilizado nos filmes asiáticos. A quarta edição conta com a história de um ser humano que tem contato com uma superior raça alienígena e é uma viagem escapista a uma invenção, distópica, tecnológica e perfeita, clara analogia ao Capitão Marvel, em que Ellis mostra toda a sua admiração pelo personagem. Já na edição zero, Ellis brinca com o mito do Hulk, através do cientista David Paine que sofre um acidente, torna-se uma monstruosidade e é abandonado, deixado para morrer numa vala comum.

    Doc Brass e Snow nasceram em 1° de Janeiro de 1900, e há algo ainda nebuloso sobre a questão: a edição cinco é toda uma conversa entre os dois, cortadas pelas lembranças dos áureos tempos do doutor. As cores de Laura Depuy e David Baron fazem com que a já excepcional arte de Cassaday torne-se magnânima.  Ao final da edição, uma figura poderosa que se auto-intitula William Lether tem a oportunidade de enfrentar Elijah Snow, mas deixa o embate para depois e vai embora sem um enfrentamento na conclusão. O encadernado compreende as primeiras seis edições de Planetary, e é apenas o tímido começo para uma das melhores e mais competentes obras de Warren Ellis.

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  • Agenda Cultural 55 | Até o ano que vem

    Agenda Cultural 55 | Até o ano que vem

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    Bem vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Jackson Good (@jacksgood), Filipe Pereira, Nicholas Aoshi (@nicprade), Carlos Brito, Mario Abbade (@fanaticc) e Rafael Moreira (@_rmc) se reúnem para comentar sobre o que rolou nos cinemas e quadrinhos nas últimas semanas.

    Duração: 105 min.
    Edição: Flávio Vieira e Rafael Moreira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira
    Arte do Banner: 
    Bruno Gaspar

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    Comentados na Edição

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    Crítica Os Suspeitos
    Crítica Obsessão
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    Quadrinhos

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    Midnight Nation – Antes da Meia-NoiteCompre aqui
    Planetary – Tomo 1