Tag: Lauren Cohan

  • Crítica | 22 Milhas

    Crítica | 22 Milhas

    Mark Wahlberg e Peter Berg tem um longo histórico de colaboração. 22 Milhas é a quarta parceria da dupla, iniciada com o O Grande Herói e seguida por Horizonte Profundo: Desastre no Golfo e O Dia do Atentado. Dá até pra dizer que Wahlberg é o ator fetiche do diretor, já que em breve teremos Wonderland, mais um filme que o ator protagonizará e que será dirigido por Berg. Entretanto, se as três primeiras parcerias renderam bons filmes, o mesmo não pode ser dito desse novo longa, que até conta com um roteiro intrigante, mas uma péssima execução.

    Na trama, o antigo Marky Mark é o super agente James Silva, líder de uma grupo secreto de espionagem chamado Overwatch. Após uma missão desastrosa em solo americano, Silva e seu grupo estão em um país asiático não identificado. É nesse momento que um oficial da polícia do país se rende na embaixada e oferece informações sobre um material radioativo desaparecido desde que os EUA lhe garantam asilo. Nesse momento, Silva e sua equipe são destacados para escoltar o policial até a pista de um aeroporto que fica a 22 milhas de distância da embaixada. Só que a tarefa não será simples, pois agentes secretos da Indonésia também querem o policial e vão fazer de tudo para pegá-lo.

    O roteiro em um primeiro momento é até interessante, visto que ele joga com idas e vindas temporais que são pontuadas por depoimentos dados pelo personagem de Wahlberg. Só que com o tempo tudo vai ficando confuso e a linha narrativa se torna extremamente frágil, com o filme parecendo apenas um emaranhado de confusas cenas de ação cujo alto nível de violência é gratuito em muitos momentos. Entretanto, o plot twist do final se mostra bem interessante. Berg, notório por filmar boas sequências de ação, aqui erra a mão. Ao se utilizar da técnica de câmera na mão popularizada por Paul Greengrass nos filmes da saga Jason Bourne, o diretor nos apresenta a cenas confusas em que fica difícil acompanhar o que acontece na tela. A única cena digna de nota é uma luta entre Iko Uwais (o policial Li Noor) e dois agentes indonésios. Uwais poderia ser o trunfo da fita, já que é capaz de lutas espetaculares, visto suas atuações nos dois Operação: Invasão.

    Outra situação que ocorre é que os personagens são terríveis, não despertando nenhum tipo de simpatia ou empatia do espectador, especialmente o protagonista. Nos créditos iniciais, somos apresentados ao personagem de Mark Walhberg, descrito como mentalmente instável, hiperativo e com propensão à violência. Parece uma tentativa de criar algo parecido com o que foi apresentado em O Contador, onde Ben Affleck é um super agente que sofre de autismo. Porém, o James Silva de Wahlberg é extremamente histérico e fica boa parte do tempo gritando, ofendendo e estalando um elástico no braço, o que é extremamente irritante. O elenco de apoio não ajuda, com Lauren Cohan servindo apenas como garota propaganda de um aplicativo que filtra mensagens mal criadas entre casais que estão se divorciando. John Malkovich apenas desfila em tela no piloto automático, sendo uma espécie de supervisor Jedi da equipe e conferindo credibilidade a uma peruca que faria inveja em Nicolas Cage e John Travolta. Iko Uwais é o único que consegue ser minimamente convincente, apesar de poucas cenas dramáticas e tendo seu maior talento mal utilizado na fita. Enfim, 22 Milhas poderia ser um filme bem interessante. Só conseguiu ser desagradável em boa parte do tempo.

    https://www.youtube.com/watch?v=aEy9MikE14w

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  • Review | The Walking Dead – 7ª Temporada

    Review | The Walking Dead – 7ª Temporada

    Após um término extremamente desonesto da sexta temporada, The Walking Dead retorna com um episódio sensacionalista e acachapante, causando nos aficionados a sensação de perda que é comum a tantos fãs de outras séries, que veem os personagens pelo qual se apegaram finalmente perecer. Apesar de muito elogiado à época, The Day Will Come When You Won’t Be não foge muito aos defeitos que tornaram o programa me algo desinteressante após desgastantes sete anos de repetições e enganações ao seu público.

    Negan, vivido por Jeffrey Dean Morgan consegue ser exatamente o que não foi o Governador e demais vilões explorados até aqui. Sua crueldade é semelhante a vista nos quadrinhos de Robert Kirkman e ele é um bom nêmeses para Rick (Andrew Lincoln), ainda que todos os eventos nesse início da temporada sejam de uma covardia narrativa atroz, fazendo metáfora bíblicas oportunistas, que visam esconder a pobreza do roteiro em geral, através normalmente do choque.

    A formula que já tinha desgastado os espectadores com o mínimo de senso crítico dessa vez fez perder a paciência até entre os fãs contumazes do folhetim. A exploração de outras comunidades esbarra em duas questões pontuais e complementares: a primeira é a questão de não haver um aprofundamento mínimo em seus dramas aliada claro a falta de substância no background dos mesmos; a segunda é a falta de tempo dedicada a eles, uma vez que o grupo de Rick já tem tempo de exibição o suficiente para até forçar a intimidade com o público, ao ponto desse ainda se importar com algumas de suas tramas novelescas.

    Há duas exceções pontuais dentre essa mediocridade dramatúrgica, que é o do já citado Negan que vive um bom vilão, e da heroína falida Rosita (Christian Serratos), que muda radicalmente após o massacre que Negan propõe e se torna uma imitação do que seria Andrea nos quadrinhos, um mulher forte, resoluta, violenta e que não tem medo de encarar os desafios propostos. Até suas lamentações fazem sentido, característica essa que a faz ser a mais humana das protagonistas, além de denunciar a terrível construção textual em volta de Daryl (Norman Reedus), Maggie (Lauren Cohan), Carol (Melissa McBride) e demais sobreviventes veteranos. São absolutamente apagados e sem qualquer momento de brilho ou justificativa de heroísmo.

    O que resta de positivo a sétima temporada de The Walking Dead é sensação de finitude causada por Negan, sendo este o antagonista mais forte até então. Mesmo com esse acréscimo a trama, o desfecho segue a tradição de terminar os anos do seriado com uma situação esdruxula e inesperadamente ruim, tendo um elemento deus ex-machina dos mais oportunistas vistos até então na televisão americana, arrastando mais uma vez o destino do inimigo para um outro ano, provando que os produtores de TWD não aprenderam nem com os erros anteriores e nem com a baixa de audiência que esse último ano teve.

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