Tag: The Walking Dead

  • VortCast 71 | Diários de Quarentena I

    VortCast 71 | Diários de Quarentena I

    Bem-vindos a bordo. Flávio Vieira (@flaviopvieira), Filipe PereiraJackson Good (@jacksgood) e Rafael Moreira (@_rmc) se reúnem para comentar sobre os seus dias na quarentena em um bate-papo descompromissado sobre reality shows, lives e muito mais.

    Duração: 110 min.
    Edição: Julio Assano Júnior
    Trilha Sonora: Julio Assano Júnior
    Arte do Banner:
     Bruno Gaspar

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  • Review | The Walking Dead – 7ª Temporada

    Review | The Walking Dead – 7ª Temporada

    Após um término extremamente desonesto da sexta temporada, The Walking Dead retorna com um episódio sensacionalista e acachapante, causando nos aficionados a sensação de perda que é comum a tantos fãs de outras séries, que veem os personagens pelo qual se apegaram finalmente perecer. Apesar de muito elogiado à época, The Day Will Come When You Won’t Be não foge muito aos defeitos que tornaram o programa me algo desinteressante após desgastantes sete anos de repetições e enganações ao seu público.

    Negan, vivido por Jeffrey Dean Morgan consegue ser exatamente o que não foi o Governador e demais vilões explorados até aqui. Sua crueldade é semelhante a vista nos quadrinhos de Robert Kirkman e ele é um bom nêmeses para Rick (Andrew Lincoln), ainda que todos os eventos nesse início da temporada sejam de uma covardia narrativa atroz, fazendo metáfora bíblicas oportunistas, que visam esconder a pobreza do roteiro em geral, através normalmente do choque.

    A formula que já tinha desgastado os espectadores com o mínimo de senso crítico dessa vez fez perder a paciência até entre os fãs contumazes do folhetim. A exploração de outras comunidades esbarra em duas questões pontuais e complementares: a primeira é a questão de não haver um aprofundamento mínimo em seus dramas aliada claro a falta de substância no background dos mesmos; a segunda é a falta de tempo dedicada a eles, uma vez que o grupo de Rick já tem tempo de exibição o suficiente para até forçar a intimidade com o público, ao ponto desse ainda se importar com algumas de suas tramas novelescas.

    Há duas exceções pontuais dentre essa mediocridade dramatúrgica, que é o do já citado Negan que vive um bom vilão, e da heroína falida Rosita (Christian Serratos), que muda radicalmente após o massacre que Negan propõe e se torna uma imitação do que seria Andrea nos quadrinhos, um mulher forte, resoluta, violenta e que não tem medo de encarar os desafios propostos. Até suas lamentações fazem sentido, característica essa que a faz ser a mais humana das protagonistas, além de denunciar a terrível construção textual em volta de Daryl (Norman Reedus), Maggie (Lauren Cohan), Carol (Melissa McBride) e demais sobreviventes veteranos. São absolutamente apagados e sem qualquer momento de brilho ou justificativa de heroísmo.

    O que resta de positivo a sétima temporada de The Walking Dead é sensação de finitude causada por Negan, sendo este o antagonista mais forte até então. Mesmo com esse acréscimo a trama, o desfecho segue a tradição de terminar os anos do seriado com uma situação esdruxula e inesperadamente ruim, tendo um elemento deus ex-machina dos mais oportunistas vistos até então na televisão americana, arrastando mais uma vez o destino do inimigo para um outro ano, provando que os produtores de TWD não aprenderam nem com os erros anteriores e nem com a baixa de audiência que esse último ano teve.

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  • Crítica | Orgulho e Preconceito e Zumbis

    Crítica | Orgulho e Preconceito e Zumbis

    1Se o Orgulho e Preconceito de 2005 (filme de ‘inhos’: lindinho, certinho, e muito mais bobinho que o astuto livro de Jane Austen, mas acerta por não tentar ser o novo Barry Lyndon) aposta no poder do casamento entre palavra e visual clássicos e simbólicos, a soma de Austen, a escritora do belo romance de 1813, com The Walking Dead já avisa, tal em Sangue Negro, que a leveza dos campos ensolarados será inevitavelmente tingida de vermelho, cedo ou tarde*. O problema é que na sátira de 2016, sangue é jorrado tão vulgarmente quanto as influências de um dos filmes mais confusos do ano: Ao invés de se espelhar nos melhores exemplares de um sub-gênero que infecta tudo, hoje em dia, tal o ótimo A Noite dos Mortos Vivos, de 1968, deixa para se apoiar no grotesco e na banalidade da violência que a série da AMC tanto abusa, talvez para cativar um público que já não liga em assistir miolos e outras nojeiras explodindo. George Romero não queria isso, o rei dos zumbis não perderia seu valioso tempo com amálgamas que só tornam inferior seu legado de horror e terror artístico; qualidade essa que Orgulho e Preconceito e Zumbis, longa baseado na obra de humor de Seth Grahame-Smith, tenta bravamente ao menos cutucar, mas surpreende nem mesmo suas traças por não conseguir o mínimo alcance almejado.

    *nota-se a observação, acima, pois o “cedo ou tarde” simplesmente não existe, ou seja não há nenhuma busca pelo refinamento de uma trama que dialoga com conceitos ancestrais pré-globalização (a valorização da linhagem familiar) e atuais (a banalização violenta da vida humana, com pais matando filhos e vice-versa nos noticiários). Logo no começo, sente-se o paradoxo que esse paralelo não pode funcionar, numa época que não combina com a violência inevitável em torno de uma pandemia contra cavalheiros, donzelas e suas relações quase virginais. Assim, inserir zumbis nessa fórmula mais do que clássica (e clichê, de tanto que foi repetida) não revitaliza nada, e ao invés de passar verniz em mobília velha, acaba invalidando qualquer intenção de paródia ou antítese ao material original. Não à toa, o filme demorou demais para ser produzido, já que os produtores previam o desastre que estava a caminho.

    Não que o desastre profetizado (e ensaiado) de fato aconteça, posto que a diversão, pelo menos, é quase garantida para uma plateia que não se interessa no drama emocional de donzelas virgens assistindo o pôr-do-sol em pastos viçosos. Mesmo assim, tanto no belo filme de 2005 quanto neste, os discretos charmes e absurdos da burguesia sobrevivem, postulando uma seriedade que em Orgulho e Preconceito e Zumbis torna-se um tiro no pé para uma versão que tenta apostar na sátira, e é incapaz de fazê-la acontecer. Por exemplo: Se na história de origem, as cinco irmãs (a maioria insuportável) da família Bennet são cultivadas para se casar, unicamente, e assim viverem “felizes para sempre” com seus pretendentes, aqui elas vão à luta desde o começo, quase que perfeitas amazonas, matando seus mortos-vivos que, na melhor das hipóteses, podem representar suas gaiolas, seus donos e tradições crônicas que as enjaulavam, sob vestidos, silêncio e regras sociais britânicas ultra-rígidas. Metáfora bacana, mas super mal aproveitada.

    Mesmo esse empoderamento feminino, aqui, é subvertido pela deselegância que a violência, não apenas traz, mas sobretudo do jeito que é mostrada e até celebrada, cuja importância vital para (o fiapo d)’a trama gira em torno de momentos constrangedores, como os conflitos amorosos (ninguém liga, cadê os zumbis?!), ou a teoria do livro do apocalipse, quando o filme tenta nos fazer entender os motivos de uma pandemia zumbi no século XIX (oi?), e francamente: Esclarecimentos num filme satírico colam tanto quanto o desempenho do elenco; Sam Riley como Mr. Darcy vai atualizar sua concepção de ‘ridículo’, no mesmo ano que tivemos o palhaço do Jared Leto. Entenda como quiser… Salpicado por poucos momentos de honestidade sobre o que a obra, realmente, poderia vir a ser (sob a tutela de uma visão e condução melhores), uma saudade certamente se acentua e cresce quando percebemos o peso do equívoco na tela: Planeta Terror, de Robert Rodrigues. Foco na premissa, foco na abordagem, e de repente a soma dá certo. Não é mágica, mas um filme bom faz parecer que é.

    E dane-se a coerência do título com a obra, não é mesmo? O absurdo aqui não vem da situação, portanto, mas de como essa é desenvolvida, beirando o ofensivo; beirando a vergonha e a falta de bom-senso. E eu nem citei como tudo parece uma versão piorada dos terrores medievais do mestre Mario Bava… Mas, afinal, Orgulho e Preconceito e Zumbis é mais romance, mais drama ou terror estilo gore? Nenhuma das coisas, é lógico, e há até episódios superiores de The Walking Dead (da 1ª temporada, é lógico²). É, bem antes do final, uma reles salada mal-temperada de intenções irregulares que, inevitavelmente, só não irá direto para o inferno das paródias que saíram pela culatra de sua investida no Cinema, pois será alvejada no purgatório das ridicularizações de crítica e público, esse segundo cada vez mais atento e crítico, idem, já que aqui nem os figurinos deslumbram ninguém – o que é aquele tapa-olho na coitada da Lena Headey, diva de Game of Thrones? Conclusão: O preço do aluguel anda desumano.

     

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  • Cinco personagens odiados de séries de TV

    Cinco personagens odiados de séries de TV

    Nós sabemos que personagens de série na real são somente atores fingindo ser alguém, mas não significa que suas interpretações não possam despertar fortes emoções em quem assiste. Alguns personagens são adoráveis, enquanto outros fazem nosso sangue ferver.

    Por que alguns personagens são mais odiados que outros? Pode ser porque a série tenha intensão de apresentar um personagem tão horrível que faça o público desejar sua queda, outras vezes pode ser que o personagem seja desenvolvido para ser simpático e amigável mas simplesmente não agrada o público. Veja alguns exemplos de personagens mais odiados das séries ultimamente. Cuidado spoilers à frente!

    Negan – The Walking Dead

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    Não precisa nem dizer, se você ainda não assistiu ao primeiro episódio da 7ª temporada de The Walking Dead, você deverá assistir antes de ler esse artigo.

    Para aqueles que já assistiram o episódio, você já sabe o porquê odiar Negan. Ele foi introduzido no final da 6ª temporada, carregando seu amado taco de baseball enrolado com arame chamado Lucille, e ameaçando os principais personagens de morte. Negan cumpriu sua ameaça e matou dois personagens queridos logo no primeiro episódio da 7ª temporada.

    Enquanto outros personagens de The Walking Dead também fizeram atos horríveis, Negan se destaca por ficar claro que ele se diverte nas suas maldades. Ao cometer suas perversidades Negan aproveita pra tirar sarro e fazer piadas enquanto mata outros personagens.

    Dana Brody – Homeland

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    Quando Homeland, uma série madura e inteligente estreou em Outubro de 2011, ela era focada em Nicholas Brody, um soldado americano que foi libertado pela Al Qaeda após passar anos sendo prisioneiro de guerra. Brody retorna para sua família, que inclui sua filha adolescente Dana. Ela era irritante na primeira temporada, mas ela ajudou Brody a se desenvolver como personagem principal, esse foi o preço a se pagar pela sua presença na série.

    Com o passar da série, ao invés de focarem nos personagens principais, que fascinava os fãs com caçadas a células terroristas, a série passou a focar Dana e em seus problemas de adolescente e pior ela era uma adolescente insuportável, egoísta, sabe-tudo e que acha como funciona o mundo. Dana não é exatamente padrão de comportamento de todos os adolescentes, mas por que se importar tanto com ela quando temos na série uma agente da CIA bipolar e com problemas de relacionamentos com um homem que está envolvido com grupos terroristas?

    Depois da 1ª temporada, Dana não adiciona nada a trama no geral, e ainda diminui o ritmo da série para um nível extremamente irritante.

    Joffrey Baratheon – Game of Thrones

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    Adolescente pode ser bem irritante quando quer, mas Joffrey elevou o nível de irritação dos fãs ao máximo. Joffrey simplesmente conseguiu incorporar tudo de pior que um adolescente pode ter. Ele era de uma família nobre e usou sua posição na vida para ser um valentão sádico com aqueles que têm uma posição inferior a dele, simplesmente por que ele gosta de se sentir importante. Mas ao longo da série o jogo se virava contra Joffrey, ele agia covardemente. Ele era insuportavelmente presunçoso.

    Pete Campbell – Mad Men

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    Não importa onde você trabalhou você provavelmente já cruzou com alguém como Pete Campell de Mad Men. Ele usa sua ambição como pele de cobra e se sentia no direito de ter tudo o que quisesse. Ele não se esforçava e ele não era melhor do que seus colegas de trabalho. Pete era egoísta, ambicioso e ele não tinha problemas de passar por cima dos outros para conseguir atingir seu objetivo. Ambição é aceitável, mas você pressionar alguém para ganho pessoal não é característica que é normal.

    Ramsay Bolton – Game of Thrones

    ramsay-boltonUm torturador sádico, estuprador e assassino em massa, Ramsey é essencialmente um serial killer em uma posição de poder feudal que comanda um exército, ou seja, o pior tipo de serial killer que você pode imaginar. Vindo de uma longa tradição de esfolar seus inimigos vivos, ele esfola seus inimigos até desmaiarem com a perda de sangue ou até morte.

    Um selvagem, Ramsey brutaliza outros para sua própria diversão, olhos de louco sempre esperando uma oportunidade de humilhar ou mutilar qualquer um que atravessa seu caminho, ou qualquer um que olhe para ele atravessado.

    E aí o que você achou do top 5 dos mais odiados das séries? Faltou alguém nessa lista? Deixe seu comentário.

    Texto de autoria de Tiago Cesar.

  • Review | The Walking Dead – 6ª Temporada

    Review | The Walking Dead – 6ª Temporada

    The Walking Dead 6 Temporada 1

    The Walking Dead talvez seja o produto televisivo recente mais discutido da cultura pop quanto a qualidade de seu texto. A adaptação seriada dos quadrinhos de Robert Kirkman conseguem reunir inúmeros “poréns” em qualquer discussão entre aficionados, mesmo sendo o maior expoente da recente zumbie xploitation que tomou a atenção do espectador comum nos últimos anos. Diante da qualidade discutível de seus motes, as temporadas funcionam como uma gangorra, começando mal em alguns pontos, como na quinta temporada, melhorando ligeiramente, até a season finale. Um conceito evidente em The Walking Dead – 5ª Temporada.

    O ponto de partida do sexto ano é a comunidade pacífica onde o grupo de Rick Grimes (Andrew Lincoln) se instalou nos últimos episódios. O estado de paz logo foi cessado, no último capítulo, e o início da abordagem varia entre momentos presentes, onde as cores predomina, e outros pretéritos, registrados em preto e branco.

    A exploração de dramas segue a cansativa fórmula de expor novos personagens (que sequer tiveram tempo para gerar empatia) sendo massacrados em situações que deveriam evocar emoção. Demora muito a se resolver questões relativas aos personagens realmente importantes, fazendo assemelhar ainda mais o seriado as piores novelas televisivas recentes. Os defeitos servem para ratificar a covardia dos produtores em não inserir os queridos pelo público em situações limite, deixando estes em suspenso, quase o tempo todo, deixando o “trabalho sujo” sempre para os novatos.

    O terceiro episódio tenta romper com isso, deixando em suspenso a participação de um dos personagens mais carismáticos, que por acaso, havia falecido perto desse período na HQ. Até mesmo este destino, do asiático Glenn (Steven Yeun) é postergado em relação a sua resolução, não deixando claro o que houve com ele a fim de manter suspense e deixar a audiência nervosa com a situação.

    O aspecto interessante, que demora a ser explorado, é a estranha incursão de Carol (Melissa McBride), e outros personagens desimportantes, a busca de novos recursos, deixando um rastro de sangue (humano) enorme, gerando também uma discussão a respeito da necessidade daqueles assassinatos. Ainda segue incongruente o fato de o ano terminar naquele vilarejo “pacífíco”, e este começar sem deixar claro o que houve lá.

    Muitos episódios são executados unicamente para recontar origens de personagens, como em Here´s Not Here, a qual mostra a trajetória de Morgan (Lennie James) desde a ultima aparição até a reunião com o grupo, o que na verdade é um pretexto para mais uma história fraca de redenção onde ocorre um remake adulto do Karatê Kid de Jayden Smith.

    The Walking Dead 6 Temporada 2

    Os quatro último episódios antes da mid season se focam em tentar gerar polêmicas instantâneas, desconstruindo as mortes bem pensadas anteriormente, compondo um quadro repleto de anti clímax, e de manobras dramatúrgicas baratas, que primam pelo sensacionalismo tosco, pautado em repetição e enrolação.

    O oitavo e derradeiro episódio começa com a queda dos muros de Alexandria, o que interfere – mais uma vez – na zona de conforto dos sobreviventes. O paradigma se repete, exatamente como havia sido no primeiro acampamento, na prisão e em outros momentos do programa. A repetição segue até depois do retorno dos episódios, que revelam  mais um argumento com interferência externa, como se já não houvesse deus ex machina o suficiente no seriado.

    Já nesse episódio, ocorre a famigerada cena em que Carl (Chadler Riggs) é alvejado no olho, mas ao invés disso ocorrer por culpa de seu pai, terceirizam a responsabilidade que recai sobre um dos muitos personagens genéricos citados anteriormente na temporada. Após isso, ao invés de haver um enfoque nas emoções presentes no contexto traumático da cena, se dá vazão a mais violência, com um show de pirotecnias, onde praticamente todos os ainda humanos chacinam os zumbis, ignorando por completo a essência da hq, que primava pela questão de que eram os homens normais a quem se devia temer. A vontade de manter tudo inalterado é grande. No episódio seguinte é mostrado o rapaz, transitando normalmente, discutindo brevidades como uso de pasta de dente nestes tempos de racionamento, com um curativo no olho, lidando com seu pai e nova madrasta.

    George Romero utilizava seus zumbis para evocar questões fortes como o consumismo e  luta de classes em Despertar dos Mortos, dificuldades em lidar com a evolução, convívio entre pessoas de diferentes ideologia, em A Noite dos Mortos Vivos e Dia dos Mortos, principalmente. Com o exploitation recente, o tema se banalizou, como antes tinha ocorrido com os vampiros e com os livros de Stephenie Meyer. O que não era esperado é que um seriado baseado numa história em quadrinhos seria pretexto para mostrar casais shippados ao invés discutir a sobrevivência de todos.

    As tentativas de fazer a ação são pífias, com cenas que emulam vídeo game e tiroteios em portas de plásticos que não deixam qualquer rombo, somente furos do tamanho de agulhas, coroadas por filmagens que emulam vídeo games, sobrando até sangue na lente das câmeras que registram os momentos risíveis de guerra.

    A covardia segue como tônica, enrolando até o último minuto para finalmente revelar Negan, para explorá-lo o mais perto possível do começo da outra temporada. O ultimo episódio – décimo sexto – começa a partir do conveniente e tosco cliffhanger do anterior, onde um dos personagens principais principais é alvejado por um tiro. A ordem dos fatos é burocrática ao extremo, com uma demora imensa. Jeffrey Dean Morgan aparece nos 20 minutos finais, em um episódio duplo, o que demonstra a total insegurança dos produtores. Ainda assim, sua personificação é bem fiel aos quadrinhos.

    O suspense produzido por escolher um personagem resulta em uma cena sem padrão, tosca e imbecil em tudo o que se propõe, covarde como havia sido o final da terceira temporada. A saída é tão oportunista que nos faz perguntar se os roteiristas sabiam como prosseguir com a história de tão patética as escolhas. Nem a recente melhora mínima da quinta e quarta temporadas foram respeitadas, ao contrário, o desfecho segue anti climático e vergonhoso, mesmo para os padrões que The Walking Dead estabeleceu com seu fiel e coitado público.

  • Resenha | The Walking Dead: A Queda do Governador – Parte Dois – Robert Kirkman e Jay Bonansinga

    Resenha | The Walking Dead: A Queda do Governador – Parte Dois – Robert Kirkman e Jay Bonansinga

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    Emprestando do cinema a quase sempre questionável mania de dividir uma obra em duas ou mais partes, a quadrilogia literária de The Walking Dead chega ao fim com a segunda parte de A Queda do Governador. E a sensação que fica é a de que o corte fez mal à saga de Robert Kirkman e Jay Bonansinga, pois este livro é o menor de toda a série, tanto em tamanho quanto em conteúdo apresentado.

    Se no volume anterior o atrativo ficou por conta do cruzamento com a linha narrativa dos quadrinhos e da nova e assustadora visão que tivemos de personagens já conhecidos, desta vez restou muito pouco para ser mostrado. O Governador sobreviveu à tortura imposta por Michonne, Lilly aceitou definitivamente a liderança dele, e o grupo de Woodbury parte para atacar a prisão. Todo o resto é irrelevante, principalmente a enrolada preparação para o ataque e as tentativas pífias de fazer com o leitor se importe com outros personagens além dos dois protagonistas: Bob foi deixado de lado por muito tempo (um livro inteiro), e é tarde demais para valorizar o capanga Gabe.

    O próprio conceito de “outro ponto de vista” não foi trabalhado a contento, prejudicando o entendimento da história tanto para quem não leu os quadrinhos quanto para quem simplesmente não lembra. Nas hqs, a visão é de Rick e seu grupo, mas é perfeitamente possível compreender quem são os inimigos e ter a noção geral do que está ocorrendo. Já o livro não oferece nada sobre os sobreviventes da prisão, deixando o leitor no escuro e sem entender contra quem/quantos o Governador e os seus estão lutando. Ideia proposital, claro, mas que na prática se revelou apenas frustrante.

    Em relação aos aspectos positivos, a saga finalmente acertou no equilíbrio entre os protagonistas, fazendo com ambos sejam interessantes. Lilly Caul consolidou o perfil forte e decidido que havia sugerido ter no capítulo anterior, assumindo de forma natural a liderança da comunidade, enquanto Blake estava fora de combate. Aos trancos e barrancos, e demorando mais do que deveria, a evolução da personagem, enfim, aconteceu, baseada no pressuposto de que quem sobrevive naquele mundo tem algo especial, uma capacidade de endurecer. A diferença é que alguns conseguem andar na linha da loucura sem cruzá-la, enquanto outros sucumbem à insanidade; Lilly demonstra pertencer ao primeiro grupo: inicialmente cega na fé no Governador, ela logo percebe que algo está errado.

    Blake, por sua vez, cruzou a linha há muito tempo. Não restou muito para ser desenvolvido em relação a ele neste último capítulo, mas ainda assim alguns pontos são dignos de nota. Mesmo consumido pelo desejo de vingança, ele consegue manter uma relativa máscara de sanidade, capaz de levar toda a comunidade de Woodbury a segui-lo em seu sanguinário projeto. Aqui, é visível o paralelo com diversos ditadores históricos, que baseiam sua propaganda na restrição de informações e principalmente no MEDO, levando toda uma nação/população a abraçar guerras sem o menor sentido. E assim como na realidade, a queda do ditador só acontece quando alguém do círculo interno tem a presença e a coragem de enxergar além.

    Ao final da leitura, poucas surpresas para quem já conhece a saga, e a certeza de que, com alguma edição, A Queda do Governador poderia ter sido um livro único, ótimo e consistente. Analisando a série literária como um todo, o saldo final é positivo, ainda que o brilhantismo do primeiro capítulo – A Ascensão do Governador – não tenha sido igualado por seus sucessores. Agora, com todos os quatro livros disponíveis pelo selo Galera, da Editora Record, cabe ao fã conferir e tirar suas conclusões.

    Texto de autoria de Jackson Good.

    Compre aqui: Versão Física | Digital

  • Resenha | The Walking Dead: A Queda do Governador – Parte Um – Robert Kirkman e Jay Bonansinga

    Resenha | The Walking Dead: A Queda do Governador – Parte Um – Robert Kirkman e Jay Bonansinga

    Após a tentativa fracassada de golpe de estado vista no volume anterior, a poeira parece ter se assentado em Woodbury. Lilly Caul se mostra resignada com sua vida nesse terrível mundo novo e, talvez, até disposta a acreditar e aceitar a visão de seu líder. Phillip Blake, por sua vez, exerce tranquilamente seu comando sobre a cidade, já que é amado pela maioria da população, e seus poucos opositores baixaram a bola. Porém, tal tranquilidade é a clássica calmaria antes da tempestade. Publicado pelo selo Galera da Editora Record, A Queda do Governador – Parte Um é o início do fim para o mais icônico vilão do universo de The Walking Dead.

    Neste terceiro capítulo da saga literária, os autores Robert Kirkman e Jay Bonansinga apresentam uma espécie de fusão dos dois anteriores, resultando numa história de altos e baixos, ligados diretamente aos dois protagonistas. Diferente de O Caminho para Woodbury, todo baseado no conflito entre Lilly e o Governador, desta vez os dois mal se cruzam e seguem, na verdade, jornadas paralelas. E mais uma vez os segmentos do segundo são infinitamente mais interessantes.

    Lilly surge mais decidida, mais durona, deixando de lado a faceta insossa e choramingante vista antes. E o fato dela cogitar a possibilidade de Blake estar certo, afinal, não deixa de ser uma triste ironia, pois ela não vê o tirano gradativamente perder o controle e passar dos limites. Mas essa “nova Lilly” dura pouco: logo ela realiza autoquestionamentos tediosos e superficiais, motivados por seu namoro água-com-açúcar com o jovem Austin Ballard. Argumento e condução dignos de romances juvenis e que destoam da tensão e brutalidade presentes na outra trama do livro.

    O volume anterior terminou com a mensagem de que a psicopatia é algo necessário para a sobrevivência no cenário pós-apocalíptico. Agora, este conceito é expandido e, de certa forma, quebrado. Fica claro que não há como confiar numa imprevisível mente perturbada; qualquer suposto controle é ilusório e temporário. O Governador se mostra disposto a tudo para preservar seu poder. Alegando agir em nome da “segurança da comunidade”, basta a mais leve suspeita, ou simples aborrecimento, para levá-lo a matar inocentes. Ou pior: se antes seus atos eram justificáveis, ou quase, agora esta linha foi irremediavelmente cruzada. E o karma chega rapidamente, na forma de uma figura muito conhecida pelos fãs de The Walking Dead.

    Com o aparecimento de Rick, Glenn e Michonne em Woodbury, o livro cruza com a mídia principal da franquia, os quadrinhos. Alguns eventos já conhecidos são mostrados sob outro ponto de vista, enquanto outros são apenas rapidamente mencionados. Isso pode ser confuso para quem não leu as hqs, ou mais ainda para quem tem como referência apenas a série de TV, dadas as consideráveis diferenças na adaptação. De qualquer forma, o cruzamento funciona a contento. Como o foco é o Governador, os novos personagens são aqui breves coadjuvantes. Exceção feita, naturalmente, à Michonne.

    A carismática personagem é muito bem retratada no livro, que acentua suas principais características. Ela é misteriosa, inquietante, passa um ar selvagem, é quase uma força da natureza. E, a seu modo, tão assustadora quanto Blake. Além disso, vingança é uma das motivações mais simples do mundo. Para a maioria das pessoas, é fácil de entender e concordar com atos extremos praticados em nome desse sentimento. Pois, através da interação entre Michonne e o Governador, essa noção do olho por olho como algo aceitável é testada.

    Detalhando em descrições macabras aquilo que o quadrinho deixou subentendido e o seriado ignorou, o desfecho do livro é um torture porn de causar inveja em filmes como Jogos Mortais e O Albergue. Nada gratuito, porém. O contexto para os eventos é bem desenvolvido – o que não diminui em nada o impacto da coisa. Ao final, fica a perturbadora certeza de que a linha entre mocinhos e bandidos é muito tênue naquele mundo, quase uma questão de simples ponto de vista.

    Agradando e irritando na mesma medida, A Queda do Governador – Parte Um é uma leitura rápida, até por ser mais curto que seus antecessores (265 páginas). Servindo essencialmente como aquecimento para o grande final, o livro prova mais uma vez que The Walking Dead é uma história sobre pessoas (tanto que é possível concluir uma análise sem mencionar a palavra com Z). E que, para narrativas desse tipo funcionarem, é preciso que os personagens sejam cativantes. Resta conferir se Lilly Caul aproveitará a nova chance para mostrar a que veio, ou se a conclusão da saga valerá a pena mais uma vez por causa de Phillip Blake, vulgo O Governador.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Resenha | The Walking Dead: A Ascensão do Governador – Robert Kirkman e Jay Bonansinga

    Resenha | The Walking Dead: A Ascensão do Governador – Robert Kirkman e Jay Bonansinga

    Marcar presença no maior número de mídias possíveis é praticamente lei para qualquer produto cultural hoje em dia. The Walking Dead surgiu e se consolidou nos quadrinhos, explodiu em popularidade com o seriado televisivo e apareceu em adaptações para games. A franquia ganhou também uma série de livros, co-escrita por Robert Kirkman e Joe Bonansinga. O primeiro é o criador e roteirista das hqs, além de produtor executivo da série de TV, enquanto o segundo é um experiente escritor de livros de terror. Juntos eles se dedicaram a detalhar a origem do Governador, o mais icônico vilão da saga.

    Publicado no Brasil pela Galera Record, A Ascensão do Governador é o primeiro capítulo da série literária, e serve como prequel e história paralela aos eventos mostrados na televisão. A trama situa-se nos dias e semanas iniciais da epidemia zumbi, e acompanha principalmente os irmãos Philip e Brian Blake. Junto dos amigos Nick e Bobby e da pequena Penny, filha de Philip, eles seguem a tradicional jornada dos sobreviventes em histórias do gênero. Fuga, correria e tensão constantes, em meio a uma desesperada e eterna busca por suprimentos e abrigo. Como não poderia deixar de ser, a construção dos personagens é fortemente baseada no conceito de que, em situações extremas, o verdadeiro caráter de cada um vem à tona.

    Parte da diversão – e o próprio livro brinca com isso – é tentar decifrar qual dos irmãos vai se tornar o Governador. No seriado, o personagem usou os dois nomes, Philip e Brian, em diferentes momentos. E a descrição física de Philip (pele morena, cabelos e bigodes pretos e longos) ironicamente se encaixa com a versão do vilão dos quadrinhos, uma espécie de Danny Trejo psicopata. Mas no fim das contas, é preciso apenas um pouquinho de perspicácia para desviar das pistas falsas e obviedades, e enxergar o que está sendo desenvolvido. O determinante são as personalidades dos dois irmãos, que não poderiam ser mais diferentes.

    Philip é o macho alfa, líder incontestável do grupo. Viúvo endurecido por uma vida dedicada ao sustento da filha, ele é o homem que parte para a ação e faz o que é preciso, sem perder um segundo com questionamentos. Conforme a pressão sobre ele vai aumentando, seu lado negro começa a aparecer. Entre descontrole e explosões de violência, seu objetivo é proteger Penny a qualquer custo. Já Brian é o popular bunda mole. Apesar de ser o mais velho, ele sempre foi fraco e dependente do irmão. No caótico cenário pós-apocalíptico, ele se torna um incômodo peso morto, medroso e que só serve para cuidar da sobrinha enquanto os homens de verdade salvam o dia. Brian sofre, e muito, para entender as regras desse nada admirável mundo novo.

    O livro chega até a surpreender por conseguir aliar uma profunda análise psicológica dos protagonistas a uma narrativa muito ágil e repleta de situações diferentes. As descrições das matanças de zumbis são ótimas, detalhadas a ponto de se visualizar com perfeição todo o gore das cenas. Também vale destacar que, conforme a história avança, o tom fica cada vez mais pesado – tanto que a obra não é recomendada para menores. Outro conceito marcante do gênero aparece aqui de forma perturbadora: a verdadeira ameaça, os verdadeiros monstros, não são os mortos.

    Com um final impactante e que começa a jogar essa história na direção daquilo que foi visto antes, A Ascensão do Governador mantém o alto nível dos quadrinhos e dos melhores momentos do seriado. Além de mostrar a força da franquia The Walking Dead, o livro serve até para quem não acompanha esse universo, pois analisado isoladamente ele continua sendo uma boa pedida em termos de literatura de terror e suspense.

    Texto de autoria de Jackson Good.

  • Review | The Walking Dead – 4ª Temporada (Parte 1)

    Review | The Walking Dead – 4ª Temporada (Parte 1)

    TWD S04 1

    Depois do fatídico término da terceira temporada, The Walking Dead  volta para tentar apagar a péssima impressão que deixara. O primeiro episodio é dirigido por Greg Nicotero, o que explica a forma competente e repleta de violência plástica ao filmar os zumbis. A cena em que chove mortos vivos dentro do armazém é muito goire, e faz lembrar o modo como formigas fazem para devorar um inseto maior.

    Apesar do começo de qualidade razoável, a série não sustenta a boa pegada, e já no segundo capítulo o espectador é lembrado que o seriado é sentimentalóide, e isso só piora com o decorrer da história. A doença que acomete alguns faz com que os enfermos cuspam sangue, tornando-os em seres quase tão imundos quanto os mortos.

    Em determinado momento Tyrese (Chad L. Coleman) finalmente age como o verdadeiro Tyrese, mesmo que isso dure pouco tempo, para logo depois ele voltar a ser o capacho que fora no resto dos episódios, inclusive levando uma sova de Rick (Andrew Lincoln), e não mostrando brio nenhum após isso – ao menos é demonstrado que os produtores preocupam-se em  destransformar o personagem da figura de bucha que exerce.

    Alguém – mais tarde fica evidente que é mais de um indivíduo – está matando as pessoas, alimentando os errantes e gerando o caos, semelhante ao que ocorreu nos quadrinhos, e essa até então é a única novidade interessante, a separação de Carol (Melissa McBride) do grupo também é um ponto interessante, por explorar o quão louca uma situação pode ficar com o decorrer do apocalipse.

    Os que não se adequam tem de ser excluídos, pouco importa a sua trajetória até então. As passagens de tempo são bastante confusas, e a praga que acomete alguns dos personagens se mostra uma alternativa interessante de drama, mas que pouco acrescenta ao produto final, pois as mortes que acontecem só ocorrem com personagens feitos sob encomenda para morrer. Outro bom ponto no roteiro é a hesitação de Hershel (Scott Wilson), com relação aos “assassinatos” que é obrigado a cometer, mesmo sendo este um sujeito religioso, seu conflito moral-religioso é crível e muito bem construído.

    Rick parece estar cada vez mais deslocado e menos afeito ao seu posto de lider. Demonstra insegurança e acusa o duro golpe que recebeu após a morte da sua esposa, Lincoln até convence em seu estado de depressão e nas decisões que seu personagem a obrigado a tomar

    Do sexto episódio em diante, o foco muda, para o antigo Governador (David Morrisey).  A câmera de Michael Upendahl  tenta dar significância ao drama dele e também fodacidade, com vistas panorâmicas sobre a destruição que ele impôs aos lugares por onde passou, para depois tornar-se o cão arrependido. A depressão vai e volta, em alguns momentos o personagem mal se afasta dos zumbis e no seguinte ele morre de medo em entrar numa casa vazia, com receio de topar com um errante.

    A redenção de Snake Plisken é bastante extensa, mas a violência do mundo retorna a si, quando ele pensa estar fora é puxado de volta. Toda a construção a respeito da figura paterna de “Brian” com Meghan (Meyrick Murphy) quase vai a ruína com a zumbificação do avô e sua morte na frente das mulheres da família. Seu personagem sofre uma mudança drástica, o modo como ele se agarra a vida de novo e luta ferozmente contra os errantes de mãos nuas é revigorante e até emocionante e mostra que ele tem novas motivações, pessoas por quem lutar. O novo núcleo se alista junto aos antigos aliados do personagem,  apesar de “Brian” aceitar a condição de subalterno de Martinez(Jose Pablo Cantillo), quando eles estão em ação, é ele quem concentra a responsabilidade. Ele tenta sepultar o passado, mas sua natureza o assombra e o faz agir como antes, como o Governador agiria.

    O Midseason finale é aterrador para o espectador que jamais tocou em uma hq de Robert Kirkman, mas para quem conhece a obra original nada é surpresa, na verdade tudo é suavizado. É óbvio que não há como pôr todo o torpor dos quadrinhos em tela, até por TWD ser uma série bastante popular, mas ainda assim faltou um pouco de coragem da parte dos produtores, toda a (boa) construção do novo background do Governador foi por terra em menos de um episódio, todo o arrependimento não serviu de nada, a prerrogativa de que a natureza sempre vem a tona é explorada de forma muito pobre. Ao menos as expectativas para o resto da temporada foram restauradas por parte do grande público, especialmente para saber para que lado irão cada um dos personagens do núcleo principal.

  • Review | The Walking Dead: Cold Storage

    Review | The Walking Dead: Cold Storage

    cold_storageMais uma vez Greg Nicotero dirige uma web serie derivada de TWD. Cold Storage, assim como Torn Apart, também mostra outras pessoas sobrevivendo num país sitiado por mortos vivos.

    Os personagens mostrados logo de início não têm nenhuma conexão aparente com os protagonistas das séries de TV –  apesar de conter uma pequena citação à família de Rick Grimes. Dois sujeitos tentam entrar num armazém e são emboscados pelos “mordedores”, até que ocorre uma interferência externa, pouco amigável a princípio, mas que logo aceita a convivência pacífica – mais uma vez o tema de ajuda mútua é tocado.

    Neste curta é levantada a possibilidade da China estar ainda estruturada, mas um dos personagens mostra-se cético, e praticamente descarta qualquer chance de resgate deles aos EUA – esta discussão traz à tona algumas indagações, primeiro com relação à sua cronologia paralela a série, pois não fica claro se é antes ou depois da terceira temporada. A outra dúvida ainda maior que se propõe é a da possibilidade da infestação ter ocorrido apenas nos Estados Unidos ou no continente americano, e de como as outras nações agiriam para socorrer o país, contudo a probabilidade disso tudo ser apenas boato dentro do universo ficcional é mais crível.

    Cold Storage trata de temas ainda mais espinhosos que a web serie anterior, e parece ter bem mais coragem de explorar algumas polêmicas vistas nas HQs de Robert Kirkman, mas que não caberiam numa série para TV. Estupro, sequestro, isolamento e condições mínimas de sobrevivência são alguns dos temas abordados, além é claro da reação do ser humano ao “fim do mundo”, mostrando o quanto o homem pode optar por medidas extremas e tomar tudo o que quer a força. É feito um paralelo com o conceito de “sociedade de controle”, através de um dos personagens que está sempre monitorando tudo que acontece no galpão através de câmeras de vigilância. As cenas finais narradas a partir desses compartimentos de segurança e o plot twist são sensacionais e muito icônicos.

    The Walking Dead Cold Storage teve 4 episódios, com duração que variava entre 4 e 9 minutos, e tem uma temática muito mais agressiva que o seriado da AMC.

  • Review | The Walking Dead: Torn Apart

    Review | The Walking Dead: Torn Apart

    The_Walking_Dead-_Torn_Apart_logoDirigida por Greg Nicotero, que é produtor executivo da série da AMC, além de ter uma vasta experiência no departamento de Make-up e Efeitos Especiais de inúmeros filmes de zumbis – Planeta Terror, Uma Noite Alucinante, A Noiva do Re-Animator – trabalhou inclusive com o Mestre George A. Romero em muitas ocasiões. Nicotero também dirigiu alguns episódios do seriado.

    Torn Apart foi feita para a web e tinha como proposta mostrar outras pessoas em meio à contaminação que tomou os EUA. Teve 6 episódios com duração aproximada de 2 a 5 minutos.

    A história começa com uma mulher que acorda em seu carro, com a cabeça ensaguentada, os vidros estão estilhaçados e as portas abertas. Ao recobrar a consciência ela logo procura seus filhos que sumiram. Ao sair na rua percebe que as pessoas agem de modo estranho e assassino, e logo ela é resgatada por um homem – seu ex-marido, pai de seus filhos. Logo de cara é mostrado um drama familiar implícito, pois ela não aceita muito bem a ajuda dele, e com o decorrer da narrativa percebe que não há mais como recusar qualquer tipo de auxílio.

    A infestação é mostrada bem no início, e os eventos são cronologicamente anteriores a primeira temporada – aqui as transmissões de TV ainda funcionam, e aventa-se a possibilidade da contaminação ser fruto de Terrorismo. Os sobreviventes ainda cometem erros banais, como se deixar morder, não atirar na cabeça dos “mortos andantes”, etc, o que dá a série um caráter mais verossímil e realista.

    Temas como suicídio, homicídio e abandono de entes queridos também são abordados. Um helicóptero passa por cima da família de sobreviventes e avisa que todos devem ir ao centro de Atlanta, onde teria uma instalação segura – essa é uma das principais conexões com os eventos mostradas na série principal.

    A cena final deste curta é emocionante, o sacrifício da mãe por seus filhos é mostrado de uma forma visceral, sangrenta e nada piegas, e pior das expectativas é que não dá esperanças de dias melhores nem mesmo aos personagens que sobrevivem. Impressionante como esta mini-série acerta muito mais que quase toda a segunda temporada de TWD, talvez até por ter um caráter de maior objetividade.

  • Agenda Cultural 23 | Maluquices, Mulheres e um Kit de Maquiagem

    Agenda Cultural 23 | Maluquices, Mulheres e um Kit de Maquiagem

    Sincronizem suas agendas. Edição com Flávio Vieira, Amilton BrandãoMario AbbadeLevi Pedroso (Johnny Depp), Bruno Gaspar e o convidado Carlos Tourinho.  Opniões à altura de tamanha bizarrice. A louca vida de Ozzy, dinossauros no teatro, zumbis na TV, Necromorfos nos games e um review do Kinect como você nunca viu. Além das mais absurdas declarações em nossa sessão de extras no final do podcast, por isso, não deixe de ouvir até o final!

    Duração:102 mins.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Literatura

    Eu sou Ozzy – Ozzy Osbourne

    Música

    Grave Digger – The Clans Will Rise Again
    Early Man – Death Potion
    Early Man – Beware of the Circling Fin
    Vídeo do He-Man ao som de Early Man

    Teatro

    Pterodáctilos
    A Garota do Bikini Vermelho

    Série

    Human Target
    No Ordinary Family
    The Walking Dead

    Games

    Dead Space
    Playstation Move
    Atriz porno testando o Kinect
    Kinect – Coleção de vídeos ”vergonha alheia”

    Cinema

    Um Homem Misterioso
    A Vida Durante a Guerra
    Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1

    Produto da Semana

    Saquinho para o seu chá!

  • Review | The Walking Dead – 1ª Temporada

    Review | The Walking Dead – 1ª Temporada

    The Walking DeadComo todo filme pós-apocalíptico, quem nunca se perguntou sobre o depois, se eles fugiram, se sobreviveram, ou o que aconteceu? Para estas pessoas que querem este algo a mais, recebemos de braços abertos este seriado maravilhoso que é The Walking Dead.

    Antes de continuar, escolha sua arma e fique atento, pois contém spoilers.

    A história é baseada nos quadrinhos de homônimo, The Walking Dead (2003), de Robert Kirkman com desenhos de Charlie Adlard e posteriormente substituído por Tony Moore e distribuída pela Image Comics. De início a história é simples e bem clichê, Rick Grimes (Andrew Lincoln) é um policial que foi baleado em uma patrulha e fica em coma.  Abandonado às pressas pela família e amigos, ele acorda sozinho no hospital, desorientado e sem saber o que esta acontecendo. Ao tentar voltar para a casa, ele percebe que algo de muito estranho aconteceu, o hospital está destruído, carros estão abandonados, casas abertas, pessoas mortas pela ruas, até que ele encontra alguém andando, veja bem, andando, não vivo! Sem entender ele grita por socorro e é surpreendido por um garoto  e seu pai, Morgan. Só então ele toma conhecimento do que está acontecendo e decide procurar por sua família, já que ainda tem esperança de que eles estejam vivos, é aí que a história começa!

    Rick tem a informação de que existem pessoas vivas e a salvo em Atlanta, decide então começar por ali sua busca! Entrando na cidade ele fica cercado dentro de um tanque de guerra, e acaba conhecendo uma das pessoas mais importante de sua jornada, Glenn (Steven Yeun), um amigo rápido, esperto e que salvaria sua vida muitas e muitas vezes e completaria a busca de Rick.

    Glenn era entregador de pizzas, e conhecia bem as ruas de Atlanta, rápido e ágil, depois da catástrofe passou a viver em um trailer com algumas pessoas, entre eles Shane. Shane (Jon Bernthal), o melhor amigo de Rick, estava junto dele no dia do incidente que o colocou em coma, fugiu quando tudo começou e acreditava que tinha visto Rick morto, prometeu proteger  Lori e Carl como sua própria família.

    Lori (Sarah Wayne Callies, Prison Break) e Carl (Chandler Riggs), esposa e filho de Rick, Lori foge deixando Rick, pois achava que ele estava morto e acaba se envolvendo com Shane, mas quando Rick volta tudo vira uma bagunça, seus sentimentos por Rick são fortes, mas o sentimento de culpa pelo que fez com Shane, era ainda maior. Carl, filho de Rick, não teve muita participação no seriado, como foi na HQ, tudo o que fez foi chorar e correr, mas sim, ele é um menino corajoso e que mesmo criança, tem muito mais atitude e sentimento de proteção do que muitos no acampamento.

    Com o decorrer da série, ocorre um ataque de muitos zumbis no acampamento, que acaba eliminando muitos alguns personagens, e o grupo decide que precisam partir, já que ali não é mais um lugar seguro. Nessa jornada partem para um centro de pesquisas e encontram abrigo com Dr. Edwin Jenner, um cientista que busca entender o que acontece com as células dessa nova peste que infestou o mundo.

    Uma história onde zumbis são apenas coadjuvantes, pois a atenção toda é no relacionamento das pessoas, convivência, novas políticas e regras de sobrevivência. Com uma primeira temporada muito empolgante, excepcional e muito bem vista lá fora e já com a segunda temporada garantida com 13 episódios. Contudo, corre o boato de que os roteiristas foram demitidos. Como assim? Simples, o produtor Frank Darabont achou que as coisas estavam tomando um rumo diferente, e se isso for verdade, contratará roteiristas diferentes para os episódios, eles seguirão a história, e diferente de muitas adaptações e seriados que morrem no meio do caminho, The Walking Dead tem tudo para ser um grande sucesso!

    Se você também não foi muito com a cara do Season Finale, não se preocupe aquilo não existiu, mas eles já estão tomando o rumo certo que foi o início! Comparando com a HQ, os elementos básicos foram levados e preservados, mais emoção e dialogo entre alguns personagens foram criados, tudo isto para não sair em disparada com o seriado que promete muito. Shane nos quadrinhos não é nada carismático e até odiamos e esperamos pelo seu fim, diferente do personagem do seriado.

    Zumbis da HQ são mais lentos, e alguns personagens bem diferentes dos desenhos, mas o que não afeta a história. Muito mais sangue derramado e cenas impróprias, fazem da HQ algo que uma criança não pode ler sem a supervisão de um adulto! Eu gostaria de contar mais um pouco, mas tenham certeza, se a seqüência for o que está na HQ, será fascinante e apaixonante!

    Uma dica de um leitor, telespectador e apaixonado por zumbis, se começar a ler a HQ, cuidado, não dá para parar!

    Texto de autoria de Henrique Romera.

  • Agenda Cultural 19 | Um Morto que caminha, Hurley e Larissa Riquelme

    Agenda Cultural 19 | Um Morto que caminha, Hurley e Larissa Riquelme

    Sincronizem suas agendas. Nesta edição convidamos os integrantes do podcast mais famoso da internet para participar da Agenda Cultural! Estou falando de Mallandrox e Rodney Buchemi do site Melhores do Mundo! Nao deixe de conferir as maiores besteiras sobre zumbis, fim do mundo, Larissa Riquelme e…Hurley?!

    Duração: 70 min.
    Edição: Flávio Vieira
    Trilha Sonora: Flávio Vieira

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    Comentados na edição

    Quadrinhos

    Fase Elektra – Universo Marvel
    Macanudo
    Larissa Riquelme
    Deviantart – Buchemi
    Blog do Buchemi

    Literatura

    A Batalha do Apocalipse
    Orgulho e Preconceito e Zumbis

    Música

    Weezer – Hurley
    Danko Jones

    Série

    The Walking Dead

    Cinema

    Amor à Distância
    O Refúgio
    A Ressaca
    Solomon Kane
    Karatê Kid
    Rec 2
    O Último Mestre do Ar

  • Resenha | The Walking Dead

    Resenha | The Walking Dead

    The Walking Dead - 01 - capa

    Para aqueles que se amarram em filmes e histórias de zombie, The Walking Dead é o que faltava para nos completar. Quem não adoraria ver nos filmes de zombies, se os mocinhos conseguem sobreviver, se os humanos sobreviventes conseguem ser resgatados, ou o que acontece depois?

    The Walking Dead, conta a história de alguns poucos sobreviventes em um mundo dominado pelo terror e por mortos vivos. Diferente do que vimos nos últimos filmes, os mortos-vivos não correm, não pensam e pouco oferecem perigo aos humanos. Aqui, o maior problema são os próprios sobreviventes, que por benefício próprio muitas vezes matam, brigam, cortam e mutilam uns aos outros.

    A historia é centrada em Rick Grimes, um policial que antes de toda a bagunça começar, foi baleado em serviço e ficou largado em coma na cama de um hospital. Quando Rick acorda, ele não entende o que está acontecendo e começa a procura por sua família. Logo Rick é encontrado por um grupo de sobreviventes acampados próximos a cidade de Atlanta, e junto destes, estava a família de Rick, sua esposa Lori e seu filho Carl.

    Morte de sobreviventes é algo constante nesta fabulosa HQ, o que faz com que dia a dia nossos protagonistas mudem o que sempre foram.

    Com o passar do tempo, Rick e o resto dos sobreviventes se unem a outro grupo de pessoas que procuram por abrigo e comida, e isto passa ser mais importante do que fugir dos zombies. Logo eles encontram uma prisão, com estoque de comida para muitos e muitos dias e resolvem ficar por ali mesmo, mas dentro da prisão alguns detentos faziam moradia e estavam se protegendo dos zombies.

    Sangue, sexo, estupro, mutilação, lutas, tudo freqüente neste HQ que trata de pessoas tentando sobreviver em um mundo pós-apocalíptico. O que vai acontecer depois? Todos serão salvos? Podem confiar em qualquer outro sobrevivente? Estas incógnitas fazem com que não percamos um único frame deste quadrinho.

    A história foi criada por Robert Kirkman e desenhada por Tony Moore, substituído por Charlie Adlard a partir do número 7. A história esta sendo adaptada para seriado e que iremos ver finalmente Rick Grimes e sua família na telinha. Aguardemos os próximos números e esperamos que realmente vire seriado, precisamos de algo novo na telinha.

    Compre: The Walking Dead.

    Texto de autoria de Henrique Romera.