Crítica | Ana e Vitória
Clint Eastwood fez em 15h17: Trem Para Paris um longa sobre uma historia inspiradora, e decidiu para tal colocar as pessoas que participaram do feito que salvou algumas pessoas na França de um ataque terrorista, os próprios americanos para interpretar a si mesmos. Matheus Souza comanda o longa Ana e Vitória, que de certa forma, segue na esteira do filme de Clint ao contar como o dueto de cantoras formada por Ana Clara Caetano Costa e Vitória Fernandes Falcão se juntou, protagonizado pelas próprias.
O início da historia se passa em um número musical bem terno, envolvendo todas as pessoas que estão numa casa durante uma festa repleta de jovens e adolescentes. A realidade é que essa sequência é muito bem feita, e quase engana, pois quando Ana e Vitoria se encontram e começam a conversar a qualidade do longa desce a ladeira.
As duas cantoras não conseguem passar qualquer dramaticidade, e isso piora demais quando ela interagem com atores mais experimentados. Incrivelmente quando elas estão caladas a capacidade de expressar alguns sentimentos aumenta, as duas não tem muito carisma ou dicção para representar os fatos que aconteceram em suas vidas e que são dramatizados de uma maneira um pouco mais fantasiosa. Vitória em especial precisava tomar aulas de atuação, visto que mal consegue se entender o que ela fala.
Ana quando canta consegue melhorar muito seu desempenho, ela claramente tem uma performance bem melhor que a de sua parceira de banda. É gritante a diferença, ainda que em ambas as encarnações do filme tudo soe artificial demais. As meninas não transmitem quase nenhum carisma e as conversas são engessadas demais, forçadas em um nível incomensurável.
Apesar de alguns aspectos técnicos funcionarem, o todo de Ana e Vitoria é risível, parece um teatro de horrores, tão equivocado quanto 15h17, se assemelhando demais as fitas antigas feitas com artistas de outras áreas que não o cinema e o audiovisual feitas só para promover esses artistas, há claramente um filme com os atores e outro com as duas e são poucos os momentos em que há interseção entre essas histórias, são poucos os momentos que Matheus Souza consegue acertar como condutor, semelhante a pífia condução que empregou em Tamo Junto.
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