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  • Crítica | Gosto se Discute

    Crítica | Gosto se Discute

    Fruto da exploração de figuras famosas da internet, Gosto se Discute é uma comédia que se ambienta no cenário gastronômico, focado principalmente em dois personagens, o chef de cozinha Augusto (Cássio Gabus Mendes) e Cristina Falcão, vivida pela escritora e youtuber Kefera Buchman. Já no começo, o longa debocha das food trucks, encarando-os como modas passageiras, organizadas por gente prepotente e insuportável. Na realidade, essa visão claramente é a de Augusto, que se vê sendo ultrapassado pela concorrência mais moderna.

    O restaurante de Augusto não está indo financeiramente bem, ao ponto de seu investidor bancário enviar uma auditora, Cristina, para analisar o negócio a fim de tentar reorganizar os ganhos do estabelecimento. Seu estilo é agressivo, ela demite quem quer, além de ser grosseira com tudo e todos. Os conflitos entre os personagens principais começam por serem ambos muito geniosos, ainda que a maioria deles sejam absolutamente fáceis de resolver, se os dois tiverem paciência. O que se vê é uma gritaria desenfreada e uma necessidade de se causar alvoroço sem motivo.

    A ideia do diretor André Pellenz é mostrar um sujeito competente, mas que se perdeu com o tempo, no início era um homem de sucesso, mas que não se renovou. A questão é que os percalços que aparecem para Augusto e Cristina são bobos e óbvios, e a necessidade de referenciar programas que fazem sucesso como Masterchef revela a pobreza total do roteiro de Pellenz, que claramente não consegue reprisar sequer o que funcionou em seus filmes anteriores, como Minha Mãe É Uma Peça. O filme consegue ser conservador até nas piadas sexuais, falta malícia e malemolência ao texto.

    É  curioso como a tentativa de faturar em cima de figuras publicas da internet no cinema não tem funcionado quase nunca nos últimos anos. É Fada! até teve algum êxito, mas Internet: O Filme e Contrato Vitalício foram muito mal de crítica e bilheteria, em especial por seus realizadores não entenderem que o que funciona no youtube não necessariamente faz sucesso nos cinemas. Gosto Se Discute também se baseia nisso, embora sua formula seja mais genérica, e repleta de elementos que normalmente fariam sucesso em filmes de Roberto Santucci, típicas das globochanchadas, formato esse que também tem mostrado um certo desgaste nos últimos tempos.

    O acréscimo de coadjuvantes, interpretados por Paulo Miklos, Zéu Britto e Gabriel Godoy são extremamente caricatos, e não acrescentam nada a trama. O filme tampouco causa sensações básicas como simpatia ou antipatia pelos personagens, dada a total falta de tridimensionalidade deles. Os romances são forçados e as atuações fracas, nem Kéfera e Mendes conseguem sair da trivialidade, assim como os fatos que ocorrem com seus personagens. Gosto se Discute não foge nada do ordinário, ao contrário se posiciona perfeitamente na linha abaixo da mediocridade do cinema brasileiro de orçamento mais abastado, não conseguindo valorizar nem os pontos que poderiam soar mais interessantes ao espectador.

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  • Crítica | Batismo de Sangue

    Crítica | Batismo de Sangue

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    Violento, visceral e equilibrado nas funções entre ser uma denúncia e um produto artístico intimista, Batismo de Sangue é um interessante retrato sobre os traumas causados pela tortura que recaia sobre os opositores da Ditadura Militar brasileira. Baseado no livro de Frei Betto, a história contada pelo diretor Helvecio Ratton mostra a insurgência de lideranças religiosas católicas romanas no final dos anos sessenta contra o regime militar instaurado.

    Tito (Caio Blat), Betto (Daniel de Oliveira), Fernando (Léo Quintão), Oswaldo (Angelo Antônio) e Ivo (Odilon Esteves) são os freis que resolvem engrossar o coro revolucionário, apoiando a logística do Ação Libertária Nacional, organização de Carlos Marighella (Marku Ribas),pessoa importante na luta armada com o qual alguns dos religiosos tem contato direto. O roteiro mostra de maneira didática a resistência dentro do clero a esses cincos religiosos, bem como a intimidade da militância.

    O filme não se acovarda tampouco teme dar nome aos bois no referente aos personagens chave do jogo político vigente. As atuações são realistas e dedicadas enquanto Ribas é tímido como Marighella, Cassius Gabus Mendes faz do seu delegado Fleury um sujeito agressivo, servindo a perfeição como o “homem  forte” do Esquadrão da Morte. As reações intempestivas e violentas casam bem com todas as descrições que fazem a respeito do militar.

    Ao contrário do que ocorreu em Zuzu Angel, filme de temática semelhante e regulado em época com este, as cenas de tortura são fortes e não suavizam em nada para o público, de modo que causa no espectador um sufocamento semelhante ao ocorrido com os flagelados. Não estilização do martírio dos presos, tampouco preocupação preciosista em mostrar ângulos obtusos, as sequências são cruéis e viscerais, causando incômodo em quem as assiste.

    A operação para assassinar Marighella leva em conta a versão comumente levantada por defensores, amigos e parentes próximos do revolucionário, como já foi muito discutido no documentário Marighella, de Isa Grinspun Ferraz. Esses eventos e a tortura pelos quais passam os religiosos marcam a vida de Tito, ao ponto dele perder a fé na vida, humanidade e até no Divino. A apreciação e digestão que o padre faz dos dias que passaram são reflexivas, interessantes e muito humanas, condizentes com a realidade de alguém que tem sua liberdade cerceada e seus sonhos violados. Mesmo no exílio, ele acha que Fleury o encontrará e sua solidão vai além até da distância de seu país natal.

    Blat se entrega ao papel de uma jeito tocante e delicado, e pontua como um dos elementos mais interessantes e profundos do longa-metragem. Esse aspecto aliado a performance vilanesca de Gabus Mendes além modo direto como Ratton dirige seu filme fazem de Batismo de Sangue uma das melhores manifestações modernas a respeito dos anos de chumbo, mostrando tanto alguns dos defeitos dos militantes, quanto a total falta de respeito com a vida e direitos humanos empregadas pelos ditadores.

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  • Crítica | Confissões de Adolescente: O Filme

    Crítica | Confissões de Adolescente: O Filme

    Confissões-de-Adolescentes

    Travessia obrigatória do mundo adulto, a adolescência é a fase transitória com maiores lembranças nostálgicas futuras. Diante das transformações do mundo interno em contraste com as obrigações que começam a surgir, além de uma nova compreensão sobre o que o cerca, o jovem representa essa revolução indecisa e confusa por natureza.

    Baseado na obra de Maria Mariana e na série homônima da TV Cultura, Confissões de Adolescente, filme dirigido por Daniel Filho – que também produziu a série –, apresenta o universo conhecido das quatro irmãs, situadas em uma versão mais contemporânea. Foca tanto o público-alvo jovem quanto os adultos nostálgicos, apelo que se funda na história e na própria adolescência.

    O filme inicia-se simulando o estilo documental, presente na série televisiva, em que jovens apresentam depoimentos diretamente para a câmera. A diferença é que, pontuando a história nos dias de hoje, a montagem das cenas emula as janelas do sistema operacional da Microsoft. Mesmo modificando o modo como as personagens são apresentadas, suas angústias continuam as mesmas. A família das quatro irmãs entra em cena novamente mas com novos nomes diferentes do seriado. Diante da idade do grupo, que abrange dos 14 aos 20 e poucos anos, o roteiro de Matheus Souza tenta manter uma coerência entre as situações vividas por cada idade, e, quando possível, destacar outras histórias das personagens que circundam as principais.

    A paleta de personagens apresentados em cena produz reconhecimento imediato no público. São adolescentes típicos representando seus papéis entre amigos inseparáveis, paixões platônicas e os primeiros namoros que começam a surgir, emergindo maiores experiências nesta fase. Pela dimensão ampliada de estilos em cena, a história desenvolve-se regularmente quando deseja ser mais profunda nos dramas adolescentes. As cenas se enchem de melodrama dentro de um roteiro que deveria discutir tais aspectos com maior naturalidade.

    Tanto no excesso dramático quanto no cômico, há momentos que soam inverossímeis até mesmo para uma trama juvenil, ainda que, em certas situações, ela saiba dialogar de maneira crítica com outras histórias. Como nas cenas em que um garoto apaixonado aceita o estranho conselho do amigo de tentar parecer misterioso como o vampiro da saga Crepúsculo para conquistar a garota. Apesar do exagero, o recurso se torna sátira da série adolescente, demonstrando o quanto, em um conceito mais realista, é patético um personagem plano que, envolto em mistério e purpurina, tenta seduzir uma mortal.

    Diante de muitas referências voltadas ao riso, quando o assunto da gravidez indesejada vem à tona não há dimensão dramática que se sustente, ainda que a interpretação do excelente Cássio Gabus Mendes  sobrinho de Luis Gustavo, o mesmo que defendeu o papel na série  como o pai das irmãs passe a credibilidade e o stress de ser progenitor de quatro adolescentes em uma efervescente Rio de Janeiro. Além de sua participação pontual em cena, há um monólogo dedicado a sua infância que mostra as praias e as mudanças da cidade. Porém, as belas cenas parecem deslocadas do roteiro, parecendo mais um cartão postal vendendo o município do que um elemento propriamente importante à trama. Faz-nos relembrar que não é a primeira vez que uma produção de Daniel Filho abusou do senso de propaganda  lembrem-se do dirigível de A Partilha.

    Sem estrutura para assuntos de maior densidade, a trama funciona quando na leveza, no reflexo da sensação pueril e inconsequente permitida pela adolescência. Além de brindar o público com doses de nostalgia através da presença de Maria Mariana, Deborah Secco, Georgiana Góes e Daniele Valente — quarteto central da série televisiva —, no filme, há um pequeno sarau musical que surge após o desfecho da obra: chamando os créditos, a canção dadaísta de Djavan, Sina, conta com a participação de todo o elenco no recital compartilhado.

  • Review | Anos Rebeldes

    Review | Anos Rebeldes

    anos rebeldes

    O piloto do seriado, exibido em 1992, recebe o apelido de Anos Inocentes, ainda na época da possibilidade de posse de Jânio Quadros após a renúncia de Jango Goulart. Um grupo de quatro estudantes é formado por João Alfredo (Cassio Gabus Mendes), Edgar (Marcelo Serrado), Galeno (Pedro Cardoso) e Waldir (André Pimentel) que em aula discutem a rivalidade entre comunistas e capitalistas, e a paranoia a respeito da onda vermelha.

    Há inúmeras demonstrações de que os militares ouviam “rumores” de uma invasão dos simpatizantes brasileiros com o socialismo. Como era de se esperar, os diálogos não são das melhores construções, especialmente quanto à veracidade dos fatos, mas também não destoam dos produtos da época. O mais engraçado é a Rede Globo fazer tal produção e obviamente não mencionar o apoio que prestou ao Regime à época, e que obviamente a impulsionou ao apogeu da hegemonia nas comunicações. Este mea culpa não aconteceu.

    A ideia de João, líder dos estudantes e idealizador da maioria das ações entre os alunos, é convidar profissionais para palestrarem: todos profissionais de ponta, mas ligados à esquerda pensante do país, entre eles Orlando Damasceno (Geraldo Del Rey), pai de Maria Lúcia (Malu Mader). Mas o golpe realizado pelos milicos piora a situação por completo: perseguição aos comunistas. Os vermelhos tem de sair correndo para fora do país, e a caça às bruxas gradativamente cresce e evolui de algo brando até a coação de qualquer suspeito de ser ligado ao marxismo ou associado a qualquer prática que vá contra o conservadorismo, como a orientação sexual homossexual — “eles estão caçando comunas e bichas dentro do quartel”. A perseguição ocorre também dentro dos órgãos públicos oficiais.

    A personagem de Suzana Vieira, Mariana, relata um depoimento que deu às autoridades, e que logo depois teve de repetir, em outra entrevista muita mais dura e cínica, em que afirma que sofreu agressões físicas unicamente por não ter as informações que procuravam. Tal fala atrapalha os planos de João publicar seu jornal estudantil junto com Damasceno, e toda a parafernália é movida para a casa do jornalista afim de rodar os folhetos ideológicos. A situação sentimental do casal de protagonistas é atravessada pelo engajamento dos rapazes. Toda a situação piora para os garotos, que resolvem protestar pichando muros com dizeres como “Abaixo a Repressão” e “Grêmios Livres”, exatamente como ocorria no ano de 1964.

    O medo e o receio de serem pegos fazem com que alguns fugitivos tenham de se esgueirar e fazer contato com seus conhecidos em lugares secretos e pontos de encontro absolutamente seguros e completamente isentos da presença dos militares. Juarez, um personagem secundário, tem que pedir asilo e pular por cima do enorme muro da embaixada para não chamar a atenção da polícia repressora.

    A personagem Heloísa (Cláudia Abreu) é uma menina jovem, mimada, filha de um empresário dos mais influentes da vida pública carioca — Fábio (Zé Wilker) — que decide pôr em prática uma vertente da rebeldia, que não a política, mas igualmente anti-conservadora: a jovem escolhe finalmente perder a virgindade antes de se casar, como num grito de revolta para a sua própria liberdade. Ela recebe uma reprimenda de suas amigas, ainda que estas sejam tão jovens quanto ela. A tentativa de romper com o tabu do corpo é freada até por seus pretendentes.

    Os métodos da “diligência policial” deixam de ser meramente citados e passam a ser mostrados em tela, com toda a truculência típica das autoridades da época. O modus operandi grosseiro, invasivo e completamente desrespeitoso somente piora com o decorrer dos capítulos. Demonstrações da ignorância por parte do braço operante das autoridades são largamente mostradas, como a entrada forçada ao domicílio do professor Damasceno e consequente apreensão do livro A Capital de Eça de Queiroz, numa confusão com O Capital de Karl Marx. Outras anedotas, como o confisco de um livro sobre o cubismo, temendo a apologia ao governo de Castro, também são mostradas.

    O romance entre João e Maria Lúcia é engraçado pelas idas e vindas, e pela semelhanças entre João e Damasceno. A impressão da garota é a de repetir toda a ladainha do pai neste relacionamento. A tentativa de fuga desta situação mostra a óbvia referência ao conceito de atração, pensado por Freud, que envolve a menina por seu pai. No entanto, mesmo com a recusa, a relação ganha ares de imponderabilidade e inexorabilidade do romance em questão. As coisas se agravam depois da prisão do professor esquerdista.

    As partes registradas em preto e branco variam entre cenas históricas nacionais e internacionais, inclusive de embates ideológicos, mescladas com filmagens dramatizadas protagonizadas pela juventude da UNE resistindo ao regime à altura, ainda que com a instituição do AI-3. Mesmo com tom novelesco e caricatural da maior parte do roteiro, as imagens de apoio usadas ajudam o espectador a absorver toda a atitude e revolta dos ditos revolucionários, o que obviamente faz discutir a forma de agir da juventude atual ante as suas próprias reivindicações. Outro ponto interessante são as discussões por parte dos protestantes a respeito da resistência através da conscientização do cidadão incauto ou por meio da luta armada.

    A segunda fase do seriado foi chamada de Anos de Chumbo, e já começava a toda velocidade, tornando a militância de João ainda mais ativa e muitíssimo mais perigosa. A discussão entre Edgar e João mostra um outro lado de quem resiste, pois o personagem de Marcelo Serrado não enxerga com bons olhos a luta armada, acreditando que tal postura piora a repressão — o que não deixa de ser uma verdade. Sua crítica também engloba o asco por ditaduras, sejam elas de direita ou esquerda. Mas o que realmente o preocupa são seus sentimentos por Maria Lúcia, pois vê-la sofrendo reabre a possibilidade da amizade dos dois se findar. O efeito disto ganha um capítulo importante com a promessa (não cumprida) de eles assistirem juntos à chegada do homem à Lua.

    Os Anos de Chumbo são muitíssimos devastadores para o casal de protagonistas, especialmente quando Maria Lúcia tem um aborto devido a uma briga e depois é diagnosticada com depressão profunda.  A opção pela clandestinidade dos guerrilheiros faz com que tudo piore; a cadeia de eventos e engajamentos faz com que João Alfredo tenha de abandonar a sua vida civil e se alocar no interior, em aparelhos dos quais só sairia para cometer suas ações. Para não magoar a sua amada, ele finge uma infidelidade com o objetivo de libertá-la do relacionamento e conseguir fugir sem que esta continue amando-o.

    O entrave entre Heloísa e Fábio torna-se mais agressivo com o tempo após ela ser presa por ter sido confundida com uma das envolvidas com o sequestro do embaixador americano. A moça mostra as marcas de cigarro em sua pele e, ainda assim, seu pai não consegue entender o seu lado, tampouco seu ativismo, e a discussão entre os dois ganha troca de farpas e acusações das mais sérias, inclusive sobre a exploração de serviço em regime semi-escravo. A situação entre os dois se agrava ao ponto deles nem mais se falarem, graças, claro, à decisão da filha. A única vez em que eles rompem o silêncio não impede que as coisas acabem mal para Heloísa. Mais uma vez, Fábio opta por manter seus ideais retrógrados acima do bem estar de sua própria filha e essa parte da história tem um fim trágico.

    Apesar da evolução de alguns dos personagens, como Maria Lúcia, que muda radicalmente de postura e de figurino ao casar-se com Edgar e finalmente tornando-se mulher, o modus operandi das células de subversivos é deveras infantil, sem qualquer preocupação em esconder a identidade dos sequestradores de um embaixador suíço. Algo entre o roteiro de Gilberto Braga e a direção de Dennis Carvalho se perdeu, talvez tal pecado seja devido a velha máxima de que o público noveleiro não engoliria uma trama tão rebuscada. Um dos poucos pontos que demonstram veracidade consiste na dúvida entre matar ou não o refém, após a desmoralizante recusa da soltura de algumas dezenas de presos entre os exigidos pelo grupo.

    Alguns outros aspectos da época são mostrados de forma bem fiel, como a censura a programas midiáticos, utilizando um personagem como avatar da postura radical – Galeno seria escritor de uma novela, que sofreria mudanças drásticas nas falas e nas sinopses. Após a anistia, gritada a plenos pulmões para ser geral e irrestrita, os exilados voltaram finalmente à pátria, e entre eles, veio João a fim de dar um destino exato a sua relação com Maria Lúcia.

    Após promessas feitas e depois de perceberem que ambos não mudariam seu modo ideológico de agir, o casal entende que é fútil a tentativa de domar um ao outro. João se vê sem sua alma gêmea e sem seu melhor amigo. As únicas coisas que lhe restam é a sua luta e sua marcha. Seu estilo de vida seria mantido mesmo com a abertura política, o que gera uma conclusão não ponderante. Seu DNA era de total contestação e não valia a pena demandar esforço para negar esta natureza.