Resenha | Cruzada Infinita
Terceira e última parte da Trilogia do Infinito (ainda que mais tarde tenha havido Abismo Infinito, que dava continuidade aos acontecimentos), Cruzada Infinita segue escrita e desenhada por Jim Starlin e Ron Lim, respectivamente, e fecha o arco iniciado em Desafio Infinito e seguido em Guerra Infinita, mostrando Adam Warlock e sua Guarda Do Infinito interagindo, ainda que o personagem principal pareça distraído. Depois de conversar com um ser eterno, Warlock diz perceber a presença de um ser poderoso vindo em sua direção, e não demora para se revelar quem é.
Deusa é o inverso de Magus, é a parte benévola de Warlock, liberada de seu corpo e alma. Ela passa a tentar recrutar membros para as suas forças, e convoca muitas heroínas e alguns homens que tem em comum a espiritualidade em algum nível de consciência e motivação. O método que a personagem usa para o convencimento é de conversão inevitável – uma espécie de lavagem cerebral.
Um embate começa, entre os que seguem e os que não seguem a Deusa, basicamente porque os primeiros se recusam a detalhar o motivo que os fez buscar a tal nova divindade. O conflito é chamado de Guerra Santa e se torna um entrave no mínimo estranho, já que as motivações dos mandantes desse certame não são claros quanto aos seus desejos e ambições de poder.
Há um claro declínio, narrativo e artístico nesse fim de trilogia. A trama é mais comum que em seus anteriores, e até a arte de Ron Lim é menos inspirada, embora ainda tenha momentos em que o seu traço se torne o maior diferencial positivo na obra. Ao menos a faceta de Thanos, calculista e ardiloso, é bem demonstrada na história, mas a sensação de mais do mesmo ainda impera.
Claramente a fórmula de destruição cósmica revertida após uma tática inteligente se satura nas histórias de Starlin, fazendo com que Cruzada Infinita não seja tão impactante quanto as versões anteriores, ainda há um bocado de lutas divertidas e quadros em página dupla bem elaborados. O problema consiste no vilão, uma versão muito parecida com Magus mas menos imponente, além do que o subtexto deixa a desejar, resumindo todos os problemas a uma batalha maniqueísta que se acha inteligente, unicamente, por demonstrar o antagonista como um ser que tem a virtude e bondade dentro de si, provando que até a bondade pode ser corrompida e ter suas próprias facetas subjetivas. No final das contas, a obra conta com muito pouco para acrescentar ao todo da trilogia do infinito, sendo este seu capitulo menos épico de toda a mega saga.
Acompanhe-nos pelo Twitter e Instagram, curta a fanpage Vortex Cultural no Facebook, e participe das discussões no nosso grupo no Facebook.